You are on page 1of 6

EXMO.(A) SR.(A) DR.

(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA


COMARCA DE NILÓPOLIS - RJ.

____, brasileira, ____, ____, portadora da cédula de identidade nº _____, expedida


pelo _____, inscrita no CPF sob o nº _____, residente e domiciliada _______/RJ – CEP _____,
por intermédio do seu Advogado, conjuntamente com Assistente/Procurador in fine assinado, aos
quais confere os poderes das cláusulas “ad judicia” constantes do instrumento de mandato
acostado, ambos com endereço indicado ao pé da folha, local onde receberão as intimações, vem
à honrosa presença de Vossa Excelência, na forma do artigo 5º, inciso XXXV, da Carta Magna e
demais disposições contidas no CPC e na Lei 9.099/95, ajuizar a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA
CUMULADA COM RESSARCIMENTO DE DANO MATERIAL, COMPENSAÇÃO
POR DANOS MORAIS E DEMAIS PEDIDOS

em face do BANCO DO BRASIL S/A, este com endereço na Avenida Senador Dantas, nº 105 –
41º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.031-201, inscrito no CNPJ sob o nº
00.000.000/0001-9, pelas razões de fato e de direito que passa a delinear, para ao final requerer.

INICIALMENTE

___________________________________________________________________________________________
Requer a V.Exa. que se digne determinar a inclusão na capa do presente feito os
dados de sua patrona, a Dr. RODRIGO BOMFIM RIBEIRO SERAFIM – OAB/RJ 200.028, a
fim de que todas as publicações e/ou intimações sejam realizadas em nome desta, sob pena de
nulidade dos atos processuais.

PRELIMINAR
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Incontroverso o fato, conforme mostram os documentos acostados aos autos, que a


Autora goza dos privilégios do consagrado instituto em epígrafe, por estar demonstrada a sua
condição de pobreza e a Lei 1.060/50, na inteligência do art. 4º, recepcionar os então
merecedores dos benefícios da Justiça Gratuita.

III.
– Fatos
1. A Autora é Correntista do Banco do Brasil S/A, com conta sob o número
18.196-x, na agência 2860-6, conforme fazem prova extratos bancários acostados.

2. Ocorre que o saldo da conta da Consumidora foi diminuído nos meses de


DEZEMBRO/2014 e MARÇO/2015, em face de descontos não autorizados em favor da
UASFER – União Assistencial dos Servidores Públicos Federais, doc. 041901, em 01/12/2014;
SYSTEMCRED - Soluções em Recuperação de Ativos e TeleMarting, docs 047073, em 03 e
04/12/2014; e CONECTA – Comercio e Serviços Ltda, doc 01668, em 16/03/2015, aos quais não
firmou a Autora qualquer relação contratual com as entidades referidas (provas anexas).

3. Fato é que, a toda evidência, tendo por amparo as normas de regência, no que
diz respeito ao aspecto da facultatividade da autorização das operações de débito em conta
bancária em favor de terceiros, independentemente daquelas empreendidas por força de relação
contratual específica, não há notícia de qualquer manifestação volitiva da Consumidora
autorizando os descontos referidos em seu saldo bancário, haja vista a ausência de comprovação
de negócio jurídico celebrado com qualquer das entidades acima citadas, até a data dos dias
atuais, fazendo assim sofrer a Autora desfalque em parte de suas economias bancárias, estas de
cunho eminentemente alimentar.

4. Num mesmo foco, prima facie, ainda em amor ao debate, mister se faz adunar
ao arguido que diversos são os casos divulgados pela mídia, e julgados pelo Poder Judiciário,
que dão conta desse tipo de lesão aos saldos das contas bancárias dos consumidores no Brasil,
sendo verificado, inclusive, o conluio de funcionários das próprias instituições bancárias que
lidam direta ou indiretamente com as contas bancárias de seus correntistas.

6. Diante do que emerge autos, e em face do desconforto da situação, uma vez


que está comprovada a existência de vícios que de forma insanável ferem disposições
constitucionais e infraconstitucionais elementares, considerando ainda ser um exercício
democrático e uma questão clara de lesão a um direito subjetivo comprovado e raso, haja vista a
evidente ofensa presente nos atos delatados, especialmente no que tange ao forte indício da
malversação na movimentação da conta bancária da Consumidora, em face da comprovada
subtração de crédito de seu saldo, sem expressa autorização desta Correntista; valendo-se
também do princípio da acessibilidade à jurisdição, ou seja, que a todos é facultado o direito de
acesso ao Poder Judiciário (artigo 5º, inciso XXXV da CRFB/88), não teve outra alternativa a
___________________________________________________________________________________________
Autora a não ser propor a presente Ação Declaratória, cumulada com Ressarcimento pelos
danos que sofreu em égide material, com respectivos consectários legais, bem como a justa
compensação pelos danos morais que lhe foram infligidos ao sentir-se ferido no direito à
integralidade da sua expressão monetária, especialmente quando precisava do mesmo, este
ainda enquanto elemento da dignidade de todo indivíduo em sociedade.
– Fundamentos Jurídicos

ESCÓLIOS

- DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS


Sobre o tema serve-nos inicialmente para reforço a lição do eminente
Desembargador Marcus Faver:
“Como é sabido e ressabido, constitui o Dano Moral o
vexame, o desgosto, a humilhação, a dor, a tristeza,
provenientes do ato ilícito e arbitrário, que o Direito
procura reparar mediante compensação financeira capaz de
proporcionar ao lesado um bem estar psíquico
compensatório do sofrimento que padeceu.” (Fonte: Revista
de Direito do TJERJ, v. 24, 1998, edição Espaço Jurídico)

Num harmônico diapasão, Caio Mário da Silva Pereira, em festejado livro sobre
“Responsabilidade”, Ed. Forense, 1989, pág. 67, acrescenta:
“Hoje em dia, a boa doutrina inclina-se no sentido de
conferir a indenização do dano moral caráter dúplice, tanto
punitivo do agente, quanto compensatório, em relação à
vítima. Assim, a vítima de lesão a direitos de natureza não
patrimonial (CF, art. 5º, incisos V e X) deve receber uma
soma que lhe compense a dor e a humilhação sofridas, e
arbitrada segundo as circunstâncias. Não deve ser fonte de
enriquecimento, nem ser inexpressiva”.
Desta maneira, sob a influência doutrinária do tema, defluimos que o dano material
diferencia-se do dano moral por afetar o primeiro exclusivamente os bens concretos que
compõem o patrimônio do lesado diminuindo o seu quantum financeiro, e o segundo por afetar
diretamente o indivíduo e a sociedade em seu funcionamento. O foco atingido é o foro íntimo
do lesado, sua honra e sua imagem, em síntese, aqueles que maiores valores guardam para o ser,
por isso os mais nobres bens humanos. Como bem nos ensina a doutrina:

“IN VERBIS:”
“Danos morais são formas de lesão a um bem jurídico, de
reconhecido interesse da vítima, que fazem com que o
detentor do direito moral tutelado na esfera jurídica-
positiva-subjetiva, se entranhe num estado psicológico
conturbado, incapaz de ser mensurável, traduzido tão
somente pela sensação dolorosa, vergonhosa, que cause dor
íntima, espanto, emoção negativa ou constrangimento, por
fato provocado por terceiro, atribuindo a estes estados o
mais largo significado.” (DOUTRINA, Ada Pellegrini
Grinover, Afrânio Silva Jardim, Alexandre Freitas Câmara
- James Tubenchlak, João Mestiere, José Carlos Barbosa
Moreira, Nagib Slaibi Filho, Yussef Said Cahali e outros,
Editora Instituto de Direito, pag. 58).
Ademais, ao se falar em direito a compensação por danos morais, deve-se entender
tratar-se de direitos constitucionalmente protegidos, não só como garantia do individuo, mas,
___________________________________________________________________________________________
como fundamento do Estado Democrático, como sabiamente dispõe o art. 1º da Constituição da
República.
Assim, o intuito da compensação por dano moral é o de minimizar os danos do
lesado pelos prejuízos sofridos, pois impossível é a sua reposição uma vez que se trata de lesão
a bens jurídicos intangíveis a ação humana.
Percebendo a consolidação do tema no mundo jurídico, a Primeira Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios prolatou primorosa Decisão sobre o
assunto, conhecendo e desprovendo por unanimidade o Recurso em Embargos Infringentes na
Apelação Cível N.º 20000150012204 – REG. Acórdão n.º 139260, publicando-a no DJU
3,6/6/2001, pág. 11, como abaixo se pode ver em extrato:
“(...)II - Enraizada no sistema normativo pátrio e na
própria Carta Política do país a reparabilidade do dano
moral, tem-se por certo ser indenizável qualquer ‘lesão
injusta a componentes do complexo de valores protegidos
pelo Direito [cf. Carlos Alberto Bittar], considerando-se a
necessidade natural da vida em sociedade, de forma a
conferir guarida ao desenvolvimento pleno e normal de
todos os aspectos de cada ente personalizado.

III - Para que se configure o dano moral, não há se cogitar


da prova do prejuízo. Embora alguns juristas de renome
defendam, por vezes, posicionamento diverso, tem
prevalecido na jurisprudência a idéia de que basta a
constatação do nexo de causalidade entre o dano e a
conduta do ofensor para se fazer presente o dever de
indenizar. O direito à reparação nasce uma vez apurado o
eventus damni, independentemente de haver, ou não,
comprovação de prejuízo. Precedentes do Colendo STJ e
deste Egrégio TJDF. (...)”

Ainda, como ampliação cognitiva sobre a questão, serve-nos também erudito


Decisum proferido na Apelação Cível n.º 47786/98 – REG. Acórdão n.º 117108, publicado no
DJU 3, de 01/09/99, pág. 26, abaixo transcrito:

“(...) Há certos acontecimentos que dispensam


demonstração do aviltamento da personalidade. A dor
espiritual do lesado é suficiente para aflorar o dano moral,
tendo o magistrado, em cada caso, plena possibilidade de
aquilatar a respectiva existência, se presentes os
pressupostos legais para que haja a responsabilidade civil
(evento danoso, nexo de causalidade e culpa).”
IV. – Dos pedidos
Em vista do exposto, considerando que a conduta ilícita da ré vem gerando
prejuízos diversos à Pensionista e a reparação e cessação dos danos sofridos pela Autora é de
lídimo Direito, espera esta que V. Exa. ponha um basta na ação, REQUERENDO, para que esteja
começando a fazer a esperada JUSTIÇA:

1) DO PEDIDO PRELIMINAR - reforçadamente, reitera a Parte Autora o


deferimento do pedido de gratuidade preliminarmente formulado;
2) DA DECLARATÓRIA - que seja declarado NULO, ABUSIVO, INDEVIDO
e IMPROCEDENTE o desconto total de R$ 109,90 (cento e nove reais e noventa centavos),
efetuado diretamente da conta bancária da Autora nos meses de DEZEMBRO/2014 e
MARÇO/2015;
___________________________________________________________________________________________
3) DO DANO MATERIAL - que seja determinada a ré a devolver o valor de
R$ 109,90 (cento e nove reais e noventa centavos), por ter efetuado o desconto indevido na
conta bancária da Consumidora, quantia total esta não autorizada, em favor da UASFER – União
Assistencial dos Servidores Públicos Federais, doc. 041901, em 01/12/2014; SYSTEMCRED -
Soluções em Recuperação de Ativos e TeleMarting, docs 047073, em 03 e 04/12/2014; e
CONECTA – Comercio e Serviços Ltda, doc 016868, em 16/03/2015, bem como que seja
condenada, nas disposições aplicáveis, a restituir a importância de R$ 502,39 (quinhentos e
dois reais e trinta e nove centavos) inicialmente gastos com honorários parciais de Advogada
contratada para propor a presente ação judicial na 1ª instancia dos JECs/RJ(Tabela de Honorários
da OAB/RJ - inciso XXXI – Item 1 – MAR/2015), uma vez que a Ré deu causa a contratação
dos profissionais pela Autora (cópia recibo de honorários parciais anexos);
4) DOS DANOS MORAIS - que seja condenada a ré ao pagamento da
indenização correspondente à quantia não inferior a 20 (vinte) salários mínimos, a título de
danos morais, por permitir supressão indevida da conta bancária, quantia esta não autorizada
pela Consumidora;
5) DO ÔNUS DA PROVA - que seja invertido o ônus da prova para que a ré
junte aos autos cópia de contrato feito pela autora com as entidades mencionadas;

6) DA SUCUMBÊNCIA EM CASO DE RECURSO - o ônus sucumbencial na


base de 20% sobre a condenação, em caso de recurso;

7) DA INCIDÊNCIA DA MULTA DO ART. 601 cc/ 600, DO CPC E DOS


NOVOS HONORÁRIOS, EM CASO DE IMPULSIONAMENTO SUPERVENIENTE
PARA CUMPRIMENTO DE SENTENÇA/ACÓRDÃO DOS JECs/RJ - que seja condenada
a Ré a pagar os valores correspondentes a multa e novos honorários a serem apresentados
perante esse MM Juízo, em caso de mora e eventual/superveniente/incidente procedimento
adotado para o efetivo cumprimento do julgado da(s) Instância(s) desses Juizados Especiais
Cíveis do Rio de Janeiro; e

8) DA PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS DA AÇÃO - que seja decretada a total


procedência dos pedidos.

V. – Das provas
Protesta por todos os meios de provas admitidas em direito, na amplitude do
Capítulo VI do CPC e em especial a documental, que ora se junta ao processo, superveniente,
testemunhal, se necessário, bem como o depoimento pessoal da parte autora e representante legal
da ré, sob pena de confissão ficta dos fatos arguidos nesta inicial.

VI. – Da citação
Destarte, em conformidade com o Código de Processo Civil, para prova requer
ainda a V.Ex.ª a citação na pessoa do represente da ré retro qualificada, para que, querendo
conteste e compareça as Audiências de Conciliação e de Instrução e Julgamento, quando
designadas, respondendo assim os termos da presente ação, sob pena de confissão e revelia.

V. – Do valor da causa
Para os efeitos legais e fiscais, dar-se a presente o valor estimativo inicial de
R$ 16.372,29 (dezesseis mil e trezentos e setenta e dois reais e vinte e nove centavos).
___________________________________________________________________________________________
Nestes Termos,
Pede e confia no Deferimento.
Nilópolis, RJ, em de abril d

___________________________________________________________________________________________

You might also like