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TUTELAS COLETIVAS
AULA 01
22/08/2018
Bloco 1
Professor faz uma breve apresentação sobre suas aprovações, e dá início a aula
falando sobre a divisão das matérias. De um tempo para cá os editais têm cobrado mais
sobre a Tutela coletiva, e a ideia do Professor é trazer as matérias mais cobradas nas
últimas provas.
Temos que lembrar que a tutela é uma proteção dada a um direito material, pelo
exercício da jurisdição. A CF/88 garante que nenhuma lesão ou ameaça a lesão vai ficar
fora da apreciação do poder judiciário. Sendo assim, uma das funções do poder estatal
é o poder jurisdicional, Art.5, XXXV da CF/88, que consiste na proteção dos bens
jurídicos por parte do Estado, pelo Poder Judiciário. Quando provocado, o Estado
protege tal bem jurídico, tutelando-o.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: [...]
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XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
A Doutrina então conclui que se essa tutela disser respeito aos bens jurídicos
transindividuais, ela será uma tutela coletiva. Logo a tutela coletiva é aquela que protege
bens transindividuais, bens coletivos.
Uma segunda corrente vai dizer que o processo coletivo, para ter esse aspecto
de proteção, necessita de trazer 3 elementos:
Legitimidade ou legitimação
Coisa julgada
Objeto/Direito tutelado
Ação coletiva: será a demanda que leva a iniciar esse processo coletivo. Logo temos
uma ação que seria o primeiro momento que vai deflagrar o processo, e se tudo correr
bem, levará a uma tutela.
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pois todas as normas devem ser compatíveis com a CF/88. Na verdade não há um
conflito, a norma é vista em teses e a discussão gira em torno da compatibilidade da lei.
Além dessa possibilidade nos temos mais duas outras vias que a doutrina aponta
como caminhos possíveis para a solução de conflitos coletivos. A segunda via são esses
procedimentos-modelo que a doutrina chama também de tutela plurindividual, que se
refere aquela resolução dos chamados casos respetivos, elencados no art. 928 do CPC.
Nós temos nesse caso uma tutela plurindividual pois se resolve várias ações a partir de
um mesmo julgamento paradigma.
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§ 5o Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não
for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão
proferida no incidente.
O professor conceitua em seu livro as ações coletivas como tutelas coletivas pela
via principal, o pedido principal é a tutela coletiva, e a segunda via que são os
procedimentos pilotos, como tutela coletiva pela via incidental, pois se inicia por um
incidente temos uma tutela de grande coletividade.
Temos que lembrar que nos países de civil low, que seguem a tradição Romano
Germânica, a doutrina em geral vai buscar como referência afastada dos nossos dias,
a chamada ação popular, que é a possibilidade de um cidadão tutelar a coisa pública,
a res publica. Ideia difusa dos bens públicos já existia no direito romano, que começou
com uma feição penal, buscando sanções penais, e depois foi evoluindo para aspectos
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civis e administrativos. Isso desapareceu com a queda do direito romano, mas voltou a
aparecer na Bélgica em 1836, na França em 37 e na Itália em 59.
Nos países do comom low, a doutrina vai buscar a influência do direito inglês,
seja no período medieval em que havia certos grupos que eram representados pelos
líderes, no século XII, seja posteriormente nas chamadas courts of legacy ou courts of
changery. Nessas cortes, percebendo quão ruim era a exigência de todos os
interessados para se formar coisa julgada, foram criados no Bill of Peace Inglês, no sec.
XVII, em que se pedia, que a partir de uma ação individual o resultado fosse coletivo.
Podemos fazer um paralelo com a conversão da ação individual em ação coletiva, que
chegou a estar prevista no CPC de 2015, no art.333, mas foi vetado pela Presidência
da República.
Bloco 2
Podemos afirmar que existe uma evolução nessa linha, onde em um primeiro
momento havia uma grande preocupação com os direitos de liberdade, que eram
aqueles direitos de não fazer Estatal, mas ele não satisfazia todas as pretensões. Por
conta disso em um segundo momento nós falamos em um direito de igualdade, um fazer
do Estado para garantir efetivamente, igualdade material para os cidadãos. O nosso
foco é na terceira geração ou dimensão que é o da Fraternidade, que seria uma
fraternidade entre gerações.
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todas as pessoas. Por conta disso as gerações presentes devem se preocupar com as
gerações futuras.
Essas ondas renovatórias tiverem enorme influência na tutela coletiva em todo o mundo.
Por conta disso devemos obter outros meios de acesso à justiça, que não
houvesse grande custo. Os danos nesses casos podem ser irrisórios, quando pensado
individualmente, mas coletivamente, na soma desses danos, o dano total é enorme.
Então a sociedade de massa também tem uma influência sobre esses danos.
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B. Histórico da Tutela coletiva no Brasil:
Podemos citar um grande numero de leis que trouxeram a tutela coletiva para o
nosso país, como por exemplo, no ano de 63, que permitiu que a OAB representasse
todos os advogados, mas em geral podemos pensar em 4 marcos principais no
desenvolvimento da tutela coletiva no nosso país:
Ela trouxe para nós, em um primeiro momento, a ideia do patrimônio público que
depois, em 77 foi ampliado para receber a ideia do patrimônio turístico. Na CF/88 passou
a mencionar como objeto da ação popular, o meio ambiente, a moralidade administrativa
e o patrimônio histórico e cultural (art. 5, LXXIII da CF/88).
[...] LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
Depois dessa lei, temos a lei de proteção ao meio ambiente, Lei 6.938/81, a lei
orgânica do MP teve uma grande novidade trazendo essa função do MP de proteção
dos direitos difusos e coletivos.
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as
ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados
l - ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
IV (VETADO).
IV a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
IV a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico
VI - à ordem urbanística.
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões
que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos
beneficiários podem ser individualmente determinados
Outro grande passo importante foi trazer um rol de legitimados ativos, no art. 5,
rol bastante amplo. Outro elemento importante trazido por essa lei foi o tratamento do
inquérito civil, instrumento exclusivo do MP. E o ultimo elemento que a doutrina aponta
como sendo importante é o papel do MP como fiscal da lei, quando ele não for legitimado
ativo, ou assumir o caso quando houver o abandono pelo legitimado ativo.
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primeiro momento esse termo ação civil pública nasce dessa ideia de uma ação, que
não é penal, e não é privada.
Outro elemento que a doutrina traz, é que p art. 5, XXXV da CF/88 não se fala
mais em lesão ou ameaça a lesão a direito individual, somente. Hoje a inafastabilidade
da jurisdição não traz mais essa delimitação. Podemos pensar também no art.6, além
de vários, como direito ao trabalho, ao lazer, entre outros.
Além disso a CF traz dois aspectos quanto a legitimidade para a tutela coletiva,
que são paradigmáticos, art. 5, XXI trouxe o direito de representação associativa, que é
a legitimidade das associações para representar os associados quando em juízo. Outro
artigo seria o artigo 8, III da CF/88, que trata da legitimidade sindical para a proteção
dos direitos e interesse daquela categoria, tanto em questões judicias como em
questões administrativas.
Bloco 3
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Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: [...]
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Último aspecto que temos que lembrar na CF/88, em seu ADCT, no art. 48,
trouxe a obrigação de criar um código e defesa do consumidor, com prazo de 120 dias
para que o congresso elaborasse tal código. O congresso não atendeu a tal prazo mas
no ano de 90 o código foi publicado.
A Lei 8.078/90 trouxe um regramento rico sobre a tutela coletiva. Aluísio Mendes
chama o CDC de um modelo estrutural para as ações coletivas no Brasil, e para Didier,
Hermes Zaneti, o título terceiro do CDC é um verdadeiro código brasileiro sobre o
Processo Coletivo.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa
julgada:
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outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do
inciso I do parágrafo único do art. 81;
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Alguns vão chamar de mini sistema de tutela coletiva, como Ada Pelegrini, outros
vão chamar de sistema coletivo. Esse microssistema consiste em um conjunto de
normas que vão recomendar, exigir, uma interpretação coerente entre elas, uma
interpretação integrativa, a luz de certos princípios. Esse conjunto de normas devem ser
lidas de maneira coerente, que se da a luz dos princípios, que iremos estudar em
seguinte. Esses princípios motivam até o STJ a decidirem contrário as leis, mas que
seguem de acordo com esses princípios.
A doutrina fala que existe um núcleo duro, nesse microssistema, que é formado
pela lei da ação civil pública e o título terceiro do CDC. Esse núcleo duro é o tronco
central que se complementam.
Didier e Zanetti, falam que se houver um choque deve aplica a lei da ação civil
pública, seguindo o art. 21, usando o termo “no que for cabível”.
Para Nelso Neri Jr., a prioridade é o CDC sobretudo quando se tratar de tutela
dos consumidores.
Além desse núcleo duro existem normas esparsas, e surge outra dúvida:
Entre o núcleo duro e uma norma especifica, o que teremos que aplicar se houver esse
choque?
Didier: deve ser aplicado o núcleo duro para gerar uma homogeneidade entre o
sistema.
Almeida: aplica a lei específica, segue o regramento basilar da hermenêutica
jurídica: norma geral não derroga norma especial.
Daniel Assumpção: aplica-se a lei mais benéfica no tratamento daquele direito.
I. Prazo prescricional:
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Primeira corrente da doutrina: vamos aplicar a norma daquele direito material,
pois não deve haver um tratamento específico na prescrição quando a tutela
coletiva. Se a pretensão diz respeito a uma indenização por dano moral, por
exemplo, se não for caso do CDC, deve ser aplicado o CC, com prazo de 3 anos.
Segunda corrente (STJ): vai trazer a ideia de que o prazo prescricional na tutela
coletiva é de 5 anos, devido ao artigo 21 da Lei 4.717/65, de ação popular traz
esse prazo.
OBS: no que tange a Competência territorial para a ação popular, o STJ não aplica essa
regra do microssistema, aplicando aqui o CPC, não aplicando o CDC e nem a Lei de
ação civil pública.
II. Remessa necessária: segundo o art. 19 da Lei de ação popular, quando extinta
a ação popular sem julgamento do mérito ou for julgado improcedente a ação
popular, sobre essas duas decisões contrárias a pretensão inicial, vai haver uma
remessa necessária. Além da previsão do art. 496 do CPC que trata sobre a
remessa necessária que tutela os interesses da Fazenda Pública, temos uma
tutela às avessas, que não trata dos interesses da Fazenda mas o interesse do
legitimado coletivo.
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito
senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: [...]
No CDC e na lei de ação civil pública, não existe remissão de remessa necessária, e o
STJ traz a lei de ação popular como regra geral do microssistema, aplicando essa
remessa necessária para as ações civis pública, ainda que não haja Pessoa Jurídica
Pública no polo passivo. Mas o STJ não aplica essa previsão para as ações civis
públicas que tutelem direitos individuais homogêneos.
A terceira turma do STJ entendeu assim, pois faltam dois elementos, que são
justamente os que justificam a importação desse comando como regra geral. O primeiro
é: não há uma representação da coletividade como um todo, mas sim uma agressão de
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litígios. O segundo é: o fato é que esses direitos não são transindividuais e sim direitos
individuas tutelados coletivamente. Por conta disso o STJ não aplica esse regramento
da remessa necessária.
Outra questão que também está pacificada no STJ é sobre as ações de improbidade
administrativa, deve ser aplicada esse regramento do art. 19 da lei de ação popular.
Logo, se der errado para o legitimado coletivo, provavelmente vai ter remessa
necessária. A hipótese que isso não ocorre é na Ação civil pública para tutelar direitos
individuais homogêneos.
Bloco 4
Ainda sobre o núcleo duro e outras normas, o STJ entende que aquele juízo
prévio da lei de improbidade administrativa, só se aplica para as ações de improbidade
administrativa típicas, isso quer dizer que são para aquelas ações que veiculam o pedido
sancionador. Isso porque na improbidade administrativa nós podemos veicular um
pedido de sanção e um pedido de anulação do ato ilícito, por exemplo.
O STJ admite que esses pedidos podem ser veiculados em uma ação civil
pública comum, que se convencionou chamar de ação civil pública de improbidade
administrativa. O pedido sancionador só pode ser imposto por meio do procedimento de
improbidade administrativa típico, por assim dizer, e ele não prescinde daquela fase
prévia. Logo quando é ajuizado uma ação de improbidade administrativa há a
oportunidade daquele agente publico ou seu litisconsorte, se defender previamente, e
depois disso pode ser que se receba aquela inicial na improbidade administrativa. Esse
juízo inicial é fundamental para as ações de improbidade administrativa que buscam
sancionar aquele agente público e um particular que tenha agido em conluio com ele.
ECA:
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O livro II, título IV, capítulo VII traz normas que dizem respeito a tutela coletiva
relativo aos direitos das crianças e dos adolescentes. Por exemplo no art. 210 traz a
legitimidade do MP, dos Entes público e das associações para essas ações de
improbidade administrativa.
I - o Ministério Público;
Art. 209, regramento especifico sobe a competência nessas ações, que não se
rege pelo local do dano, mas pelo local da ação ou omissão, o critério aqui é diferente.
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde
ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta
para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
competência originária dos tribunais superiores.
Art. 213, falando sobre as astreinte, §3o, traz uma sistemática diferente da
execução dessas astreinte, dizendo que a execução fica condicionada ao trânsito em
julgado. Percebe que aqui existe uma dicotomia ao regramento do CPC/15, que adota
uma posição que o STJ já vinha entendendo assim, que seria, a multa já pode ser
executada de imediato, mas só pode levantar aquele valor, recebe-lo, após o trânsito
em julgado. Isso é bastante criticado pela doutrina, propondo que esse regramento seja
interpretado a luz do CPC de 2015, garantindo a imediata execução.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou
não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
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§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa
diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou
compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do
preceito.
A previsão que nós temos no art. 218, é desfavorável do que a previsão geral do
microssistema. No ECA quando a ação for manifestadamente infundada, existe o
pagamento de honorários, e quando houver má fé naquele ajuizamento a associação e
os diretores responsáveis pelo ajuizamento vão pagar 10x as custas mais perdas e
danos se for o caso.
No caso do Processo coletivo como um todo, art. 18 da Lei de ação civil pública
e o art. 87 do CPC, não há o pagamento de custas e honorários, apenas se houver má-
fé. Não existe essa previsão do pagamento em razão da falta de fundamento manifesta
daquela ação coletiva. No ECA o que temos de diferente é que se a ação for
manifestadamente infundada já haverá o pagamento, e no resta só haverá pagamento
se houver má-fé.
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de
advogado, custas e despesas processuais.
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Embora se fale em associação, o STJ já admitiu que o MP e outros legitimados,
também pague essas custas, no caso do ajuizamento de má-fé. O STJ também,
recentemente, decidiu que se o MP vencer ele também não recebe honorários. Se o MP
ou legitimado qualquer perde, ele não paga honorários e não adianta custas, tendo isso
como um estímulo.
Outro entendimento do STJ, ainda sobre o MP, mas aplicável para a DP, seria
que o MP não adianta honorários, como por exemplo, honorários periciais. O
entendimento é que a fazenda pública respectiva é que deve pagar tais honorários
periciais. O STJ aplicou a súmula 232 por analogia, e estendeu isso para o MP, que
pode ser aplicado no caso da defensoria.
Súmula 232, STJ: A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à
exigência do depósito prévio dos honorários do perito
Decisão importante do Informativo 556, segunda sessão, do STJ, diz que esse
regramento se aplica as ações civil públicas, as ações coletivas em meteria de consumo,
a ação cautelar relativa a ação publica prevista no art. 4 da lei de ação civil pública, mas
isso não se aplica a uma ação rescisória que visa desconstituir um titulo executivo
judicial formado em uma ação coletiva e nem para incidentes processuais. Logo ela se
aplica para ação cautelar e para ação de conhecimento.
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15/4/2011) quanto do STF (ADI 1.772 MC-MG, Pleno, DJ 8/9/2000). É possível,
portanto, o confronto entre as isenções estabelecidas na LACP e no CDC com a
regra do art. 111 do CTN. Nesse contexto, diante da necessidade de se conferir
às regras de isenção tributária interpretação restritiva, as disposições dos arts. 18
da LACP e 87 do CDC só impedem o adiantamento das custas judiciais em ações
civis públicas, em ações coletivas que tenham por objeto relação de consumo e
na ação cautelar prevista no art. 4º da LACP, não tendo o condão de impedir a
antecipação das custas nos demais tipos de ação, como, por exemplo, em ações
rescisórias ou em incidentes processuais. PET 9.892-SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 11/2/2015, DJe 3/3/2015.
O processo deve ser o mais efetivo possível, deve-se buscar a sua máxima
efetividade, ou seja, trazer para o mundo dos fatos aquela decisão judicial, dando um
papel ativo para o juiz.
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IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
Bloco 5
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Uma última demonstração é o que Zanetti propõem sobre a relativização da
congruência, que já foi inclusive adotado pelo STJ. Normalmente o juiz tem que julgar
de acordo com aquele pedido especifico. Ex: em um caso especifico de uma ação
coletiva, em um caso aonde o dano se estendeu, indo além do pedido, deve o juiz ficar
restrito apenas a área pedida ou deveria também estender a proteção, seguindo o
principio da congruência? O STJ já aceitou que em uma ação coletiva que verse sobre
meio ambiente, o juiz decidisse sobre área diversa da que constava no pedido.
2. Economia processual:
O STJ tem decisão que, extraindo essa essência da lei, além da previsão legal,
prevendo a suspensão da prescrição para ações individuais quando há citação na ação
coletiva, além disso, o STJ determina a suspensão obrigatória das ações individuais
quando há o ajuizamento de ação coletiva. Em ambos os casos se tratando de ações
que tutelem direitos individuais homogêneos.
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Previsto no art. 9 da lei de ação popular, e art.5, §3 da lei da ação civil pública.
É possível que haja uma disponibilidade motivada de uma ação coletiva. Quanto
a isso teve uma decisão importantíssima do STJ que excepciona desse sistema de
intimação da expedição de editais para que os outros legitimados eventualmente
assumam o polo ativo em uma ação coletiva proposta por uma associação. Nesse caso,
outra associação pode assumir o polo ativo? MP, DP outros legitimados podem assumir
o polo ativo se encontrarem fundamento para prosseguir com a ação. Mas uma outra
associação não poderá assumir essa ação civil pública ajuizada por outra associação.
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Não existe uma obrigação do ajuizamento da ação coletiva, pois se houver lesão
ao direito coletivo, os legitimados podem celebrar um TAC, resolvendo
extrajudicialmente aquele conflito coletivo. Uma vez que foi formado um título executivo,
o ordenamento obriga que aquele título seja executado.
O art. 15 da lei de ação civil pública, vai dizer que o MP é obrigado a iniciar a
execução do titulo executivo judicial, se o legitimado originário não executar, em 60 dias,
a contar do trânsito em julgado.
OBS: no caso de ser uma Ação Popular, os 60 dias começam a contam da decisão de
segunda instância.
Cada um com sua decisão, que tem esse direito individual, pode liquidar a
sentença e adequá-la ao seu caso individual e ela vai direto para a execução.
Imaginando que seria um dano que envolvia muitas pessoas, o MP pode executar
aquele titulo em favor daqueles que não executaram e esses valores vão para um fundo.
Diz respeito aos direitos materiais tuteláveis na tutela coletiva. Nós falamos
quando da ação civil pública, que no seu art. 1 existe um rol aberto, exemplificativo de
direitos tuteláveis. Em seu inciso quarto, fala sobre qualquer outro interesse difuso ou
coletivo.
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as
ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais
causados: (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
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l - ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões
que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos
beneficiários podem ser individualmente determinados.
Mas existe um limite, exceções para essa tutela coletiva. Existem alguns direitos
que por conta da MP 2.180, em sua reedição 35 de 2001, não podem ser tutelados em
uma ação civil pública. É um rol taxativo que devem ser decorados: são as pretensões
que envolvam:
Tributos
Contribuições previdenciárias
FGTS ou outros fundos institucionais
Outra mitigação que os tribunais superiores fazem é que se for feito um pedido
a favor da fazenda pública, é possível, mas contra a fazenda pública, não.
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individuais homogêneos podem ser tutelados por Mandado de segurança, mas direitos
difusos, não.
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos
e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma
dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada,
para tanto, autorização especial.
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