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INSTITUTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA – INBEC

UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO E


FUNDAÇÕES – ECF

“PROJETO, CÁLCULO E VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS DE


EDIFICIO EM CONCRETO ARMADO USANDO SOFTWARE”

ASSUNTO: AÇÃO DO VENTO NAS EDIFICAÇÕES

Prof. Marcos Alberto Ferreira da Silva

Belo Horizonte-MG, 2018


AÇÃO DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Segundo Sáles et al. (1999), de maneira simplificada, pode-se definir o vento como o
movimento das massas de ar decorrente das diferenças de pressões na atmosfera. Segundo
Silva (2008), o ar sendo um fluído e estando em movimento ao encontrar um obstáculo
exercerá uma ação sobre o mesmo (figura 1).

VENTO

Figura 1 – Ação do vento em edificações


Fonte: Silva (2008)

Pode-se também definir o vento como um fluxo de ar médio sobreposto a flutuações


de fluxo, estas flutuações são denominadas rajadas ou turbulências; as rajadas apresentam um
valor da velocidade do ar superior à média e são utilizadas para a determinação das forças
relativas ao vento que atuam nas edificações.
Em uma edificação, as forças oriundas da ação do vento podem causar sérios danos a
sua estrutura como também às partes que a compõem (caixilhos, vedações, revestimento,
etc.). Em caso extremo, o vento pode causar o colapso da edificação pela perda de
estabilidade lateral.
Sáles et al. (1999), salienta que uma das dificuldades do ser humano é quantificar a
velocidade do vento; é difícil para as pessoas e, em particular aos engenheiros, ter esta
sensibilidade. A escala de Beaufort classifica a velocidade do vento em graus crescentes em
função dos efeitos causados. A tabela 1 reproduz esta escala.

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Tabela 1 – Escala de Beaufort
Fonte: Sáles et al. (1999)

Um fato que merece destaque é a variação da velocidade do vento com a altura.


Davemport (1963) propôs uma variação exponencial. A figura 2 mostra os perfis da
velocidade média propostos por este autor para três tipos de terrenos:
a) região com grandes obstruções – centros de grandes cidades;
b) regiões com obstruções uniformes com obstáculos com altura média de 10m – subúrbios
de grandes cidades e cidade pequenas;
c) região com poucos obstáculos – campo aberto, fazendas.

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Figura 2 – Perfil de velocidade média sobre terrenos de distinta rugosidade
Fonte: Souza et al (2006), adaptado de Davemport (1963)

Observando os perfis de velocidade média apresentados na figura 2, pode-se concluir


que existe uma velocidade limite, denominada velocidade gradiente; esta velocidade é
associada a uma altura gradiente acima da qual não ocorrerão alterações significativas da
velocidade.
A ação do vento em edificações depende necessariamente de dois aspectos:
meteorológicos e aerodinâmicos.
Conforme indica Silva (2008), os aspetos meteorológicos estão relacionados com o
valor da velocidade do vento a considerar no projeto de uma dada edificação. Esta velocidade
é avaliada a partir de considerações tais como:
 local da edificação (região em que será construída) ;
 tipo de terreno (plano, morro, aclive, etc.);
 dimensões da edificação (em planta e em elevação);
 rugosidade do terreno (tipo e altura dos obstáculos à passagem do vento);
 tipo de ocupação (a que se destina a construção).
Os aspectos aerodinâmicos, por sua vez, estão relacionados com a forma da
edificação. A forma da edificação tem um papel importante para a determinação da força
relativa ao vento que a solicitará; em função da sua forma, evidentemente, o vento ao incidir
sobre uma edificação atuará de maneira diferente sobre a mesma.

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É importante salientar o caráter aleatório do vento na sua intensidade, duração e
direção; este fato exige não só a necessidade de realizar medições do vento natural, como
também adotar simplificações para poder considerar seus efeitos.
Neste texto apresenta-se a maneira de determinação das ações do vento nos edifícios
segundo a norma brasileira NBR 6123:1988. As pressões do vento são transformadas em
forças estáticas, atuando na superfície perpendicular à direção do vento.

2. VELOCIDADE DO VENTO

Sabe-se que a velocidade do vento é diferente de local para local da terra. Para uma
dada região, a velocidade do vento é obtida por meio de medições realizadas com o auxílio de
anemômetros ou anemógrafos; entretanto, conforme salienta Sales et al. (1999), os resultados
dessas medições não podem ser adotados como referência inicial sem as devidas
considerações de sua variabilidade ao longo do tempo.
Normalmente as edificações são projetadas para uma vida útil de 50 anos, fazendo
com que a análise do vento deva considerar este aspecto. Em outras palavras, é necessário
determinar qual a velocidade máxima do vento neste período de tempo.
Fica evidente a necessidade de obter informações sobre a velocidade do vento em
vários locais, como também considerar estatisticamente estas informações.

2.1. Velocidade básica do vento ( V0 )

A velocidade básica do vento segundo a NBR 6123:1988, é a velocidade de uma


rajada de três segundos, que será excedida em média uma vez a cada 50 anos, a uma altura de
10m acima do nível do terreno, em campo aberto e plano. A probabilidade de que a
velocidade V0 seja igualada ou excedida neste período é de 63%.

A NBR 6123:1988 adota para a velocidade básica do vento os valores apresentados


em um gráfico chamado de isopletas de velocidade básica (figura 3). Essas velocidades foram
processadas estatisticamente, com base nos valores de velocidades máximas anuais medidas
em 49 cidades brasileiras; velocidades inferiores a 30 m/s foram desprezadas pela referida
norma.

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Figura 3 – Isopletas da velocidade básica V0 (m/s)

Fonte: NBR 6123:1988

2.2. Velocidade característica do vento ( VK )

A velocidade característica do vento VK é a velocidade nas proximidades da


edificação; é a velocidade a ser usada no projeto de uma dada edificação.
Conforme salienta Silva (2008), a velocidade característica do vento considera
aspectos particulares da edificação tais como: topografia do local, rugosidade do terreno,
dimensões da edificação e tipo de ocupação.
A velocidade característica do vento é determinada a partir da velocidade básica do
vento, que é o padrão de referência. À velocidade básica são aplicados valores de correção
que refletirão as interferências das dimensões da edificação e sua interação com os turbilhões

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presentes no escoamento, das características topográficas da localidade, dos fatores
estatísticos e da localização específica da edificação sobre o valor de velocidade final. De
acordo com a NBR 6123:1988, a velocidade característica do vento deve ser obtida por meio
da seguinte expressão:

VK  V0  S1  S 2  S3 (1)

onde:
V0 é a velocidade básica do vento;

S1 é o fator topográfico;

S 2 é o fator de rugosidade do terreno;

S 3 é o fator estatístico.

2.2.1. Fator topográfico ( S1 )

O fator topográfico S1 leva em consideração as variações do relevo do terreno onde a


edificação será construída e de uma forma geral majorando a velocidade do vento quando a
edificação se encontra no topo de morros ou taludes e minorando-a quando a edificação se
localiza em vales; segundo Sales et al. (1999), a aproximação ou afastamento das linhas de
fluxo do vento é que explica este fato (figura 4).

Figura 4 – Aspectos da alteração das linhas de fluxo do vento em função da topografia


Fonte: Sáles et al. (1999)

A NBR 6123:1988 considera três situações distintas para determinação deste fator:
a) terreno plano ou fracamente acidentado: S1 = 1,00;
b) vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção: S1 = 0,90;

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c) taludes e morros: a correção da velocidade básica será realizada à partir do ângulo de
inclinação do talude ou do morro. A figura 5 ilustra os valores prescritos.

Figura 5 – Fator topográfico S1 , em taludes e morros


Fonte: NBR 6123:1988

- no ponto A (morros) e nos pontos A e C (taludes): S1 = 1,00;


- no ponto B: S1 é uma função S1 (z):

 ≤ 3°: S1 (z) = 1,0

6° ≤  ≤ 17°: S1 (z) = 1,0 + (2,5-(z/d))  tg( - 3°) ≥ 1

 ≥ 45°: S1 (z) = 1,0 + (2,5 – (z/d))  0,31 ≥ 1

[interpolar linearmente para 3° <  < 6° e 17° <  < 45°]


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onde:
z = altura medida a partir da superfície do terreno no ponto considerado;
d = diferença de nível entre a base e o topo do talude ou morro;
 = inclinação média do talude ou encosta do morro.

De acordo com a NBR 6123:1988, os valores indicados para S1 constituem uma


primeira aproximação e devem ser usados com precaução. Se for necessário um conhecimento
mais preciso da influência do relevo, ou se a aplicação destas indicações tornar-se difícil pela
complexidade do relevo, é recomendado o recurso a ensaios de modelos topográficos em
túnel de vento ou a medidas anemométricas no próprio terreno.

2.2.2. Fator de rugosidade do terreno ( S 2 )

O fator de rugosidade S 2 , conforme indica a NBR 6123:1988, considera o efeito


combinado da rugosidade do terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima
do terreno e das dimensões da edificação ou parte desta.
A altura considerada é tomada a partir do nível do terreno ao ponto desejado.
Entretanto, conforme indicado por Sales et al. (1999), pode-se dividir a altura do edifício em
trechos, determinando-se S 2 com base na altura medida do terreno à cota do topo de cada
trecho.
O fator S 2 é determinado definindo uma categoria (rugosidade do terreno) e uma
classe de acordo com as dimensões da edificação.
A NBR 6123:1988 estabelece cinco categorias de terreno em função de sua
rugosidade, que abrangem de superfícies lisas com grandes dimensões a terrenos cobertos por
obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco espaçados. São as seguintes:
 Categoria I: Superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5km de extensão,
medida na direção e sentido do vento incidente. Exemplos: mar calmo; lagos e rios;
pântanos sem vegetação.
 Categoria II: Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos
obstáculos isolados, tais como árvores e edificações baixas. Exemplos: zonas costeiras
planas; pântanos com vegetação rala; campos de aviação; pradarias e charnecas; fazendas

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sem sebes ou muros. A cota média do topo dos obstáculos é considerada inferior ou igual
a 1,0m.
 Categoria III: Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e muros,
poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas. Exemplos: granjas e casas
de campo, com exceção das partes com matos; fazendas com sebes e/ou muros; subúrbios
a considerável distância do centro, com casas baixas e esparsas. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada igual a 3,0m.
 Categoria IV: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona
florestal, industrial ou urbanizada. Exemplos: zonas de parques e bosques com muitas
árvores; cidades pequenas e seus arredores; subúrbios densamente construídos de grandes
cidades; áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada igual a 10m. Esta categoria também inclui zonas com obstáculos
maiores e que ainda não possam ser consideradas na categoria V.
 Categoria V: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco
espaçados. Exemplos: florestas com árvores altas, de copas isoladas; centros de grandes
cidades; complexos industriais bem desenvolvidos. A cota média do topo dos obstáculos é
considerada igual ou superior a 25m.
As classes de edificações estabelecidas pela NBR 6123:1988, por sua vez, são as
seguintes:
 Classe A: Todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais de
estruturas sem vedação. Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical
não exceda 20 metros.
 Classe B - Toda edificação, ou parte de edificação, para a qual a maior dimensão
horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 e 50 metros.
 Classe C - Toda edificação, ou parte de edificação, para a qual a maior dimensão
horizontal ou vertical da superfície frontal exceda 50 metros.
Segundo Sáles et al. (1999), as dimensões da edificação estão relacionadas
diretamente com o turbilhão (rajada) que deverá envolver toda a edificação; quanto maior é a
edificação maior deve ser o turbilhão que a envolverá e por consequência menor a velocidade
média do vento. Ainda segundo este autor, uma maneira simples de compreender este efeito é
como se pudesse materializar a rajada de vento como um grande tubo que envolverá a
edificação; o tempo que este tubo levará para percorrer a edificação será considerado o tempo

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de rajada (figura 6). A NBR 6123:1988 considera os intervalos de tempo de 3, 5 e 10
segundos para as rajadas, respectivamente, para as classes A, B, e C mencionadas
anteriormente.

Figura 6 – Esquema para a determinação do tempo de rajada


Fonte: Sáles et al. (1999)

De acordo com a NBR 6123:1988, o fator de rugosidade S 2 deve ser obtido por meio
da seguinte expressão:

S 2  b  Fr  (z/10) p (2)

onde:
b = parâmetro meteorológico;
Fr = fator de rajada, sendo sempre o correspondente à categoria II;
z = altura acima do terreno (limitado a altura gradiente);
p = expoente da lei potencial de variação de S 2 .

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Na tabela 2 indicam-se os valores adotados pela NBR 6123:1988 para os parâmetros b,
Fr e p.

Tabela 2 – Parâmetros meteorológicos para o fator S 2


Fonte: NBR 6123:1988

2.2.3. Fator estatístico ( S 3 )

O fator S 3 , baseado em conceitos estatísticos, considera o grau de segurança requerido


e a vida útil da edificação; o grau de segurança requerido é função da finalidade da edificação.
Na tabela 3 indicam-se os valores mínimos recomendados pela NBR 6123:1998 para S 3 .

Tabela 3 – Valores mínimos para o fator estatístico S 3

Fonte: NBR 6123:1988

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A NBR 6123:1998 estabelece como vida útil da edificação o período de 50 anos e uma
probabilidade de 63% da velocidade básica do vento ser excedida pelo menos uma vez neste
período; o nível de probabilidade (0,63) e a vida útil (50 anos) adotados são considerados
adequados para edificações normais destinadas a moradias, hotéis, escritórios, etc. (grupo 2 da
tabela 3).
De acordo com a NBR 6123:1998, pode-se obter o fator S 3 para outros níveis de

probabilidade e vida útil a partir da seguinte expressão:

 l (1  Pm ) 
-0,157 (3)
S3  0,54   n 
 m 

onde:
Pm = probabilidade considerada;
m = período de retorno adotado.

3. PRESSÃO DE OBSTRUÇÃO (q)

A pressão de obstrução (q) é obtida no ponto de estagnação, ponto no qual a


velocidade é nula; a pressão de obstrução nada mais é do que a pressão obtida num ponto
onde só existe pressão estática. É importante enfatizar que esta pressão sempre deve ser
considerada atuando perpendicular à superfície.
De acordo com a NBR 6123:1998, a pressão de obstrução pode ser obtida por meio da
seguinte expressão:

q  0,613  Vk2 (N/m²) (4)

onde:
VK é a velocidade característica do vento, em m/s.

Em Silva (2008) pode-se encontrar a dedução desta expressão, obtida a partir do


teorema de Bernoulli.

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4. FORÇA DE ARRASTO ( Fa )

Segundo a NBR 6123:1988, a força global do vento sobre uma edificação ou parte
dela ( Fg ) é obtida pela soma vetorial das forças que aí atuam. Esta força global pode ser

decomposta em várias direções; a figura 7 ilustra a força global e algumas das direções
possíveis de decomposição desta força.

Figura 7 – Forças aerodinâmicas


Fonte: Sáles et al. (1999)

A componente da força global na direção do vento é denominada de força de arrasto.


De acordo com a NBR 6123:1998, esta força pode ser obtida por meio da seguinte expressão:

Fa  C a  q  A (5)

onde:
C a = coeficiente de arrasto;

q = pressão de obstrução;
A = área da superfície perpendicular à direção do vento.

A força de arrasto permite ao projetista determinar ações com características globais,


ou seja, ações que serão aplicadas em toda a estrutura, conforme salienta Sáles et al. (1999).
Segundo Silva (2008), a aplicação prática mais comum da força de arrasto é a determinação
da ação do vento em edifícios de múltiplos pavimentos e em estruturas isoladas.

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A NBR 6123:1988 apresenta valores do coeficiente de arrasto para edificações de
planta retangular (edifícios de múltiplos pavimentos) para duas situações distintas de
condições de turbulência do vento que incide sobre a edificação: vento de baixa turbulência e
vento de alta turbulência.
O gráfico reproduzido na figura 8 indica o valor do coeficiente de arrasto em função
da altura, comprimento e largura para edificações de planta retangular e vento de baixa
turbulência.

Figura 8 – Coeficiente de arrasto C a para edificações paralelepipédicas em vento de

baixa turbulência
Fonte: NBR 6123:1988

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Conforme salienta Souza et al. (2006), o vento não turbulento é normalmente
observado em campos abertos e planos, e é caracterizado por um escoamento de ar
moderadamente suave.
Para o caso de vento de alta turbulência, por sua vez, pode-se utilizar o gráfico
reproduzido na figura 9 para a determinação do coeficiente de arrasto.

Figura 9 – Coeficiente de arrasto C a para edificações paralelepipédicas em vento de alta

turbulência
Fonte: NBR 6123:1988

Segundo Souza et al. (2006), o vento de alta turbulencia é normalmente observado em


centros de grandes cidades (categoria IV e V); a consequência principal deste vento é uma
diminuição da sucção na parede de sotavento (onde o vento incide).

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A NBR 6123:1988 estabelece as condições mínimas para que se possa admitir o vento
de alta turbulência e, consequentemente, determinar o coeficiente de arrasto. Estas condições
estão transcritas abaixo:

Uma edificação pode ser considerada em zona de alta turbulência quando sua altura não
excede duas vezes a altura média das edificações nas vizinhanças, estendendo-se estas, na
direção e sentido do vento incidente, a distância mínima de:
- 500 m para uma edificação de até 40 m de altura;
- 1000 m para uma edificação de até 55 m de altura;
- 2000 m para uma edificação de até 70 m de altura;
- 3000 m para uma edificação de até 80 m de altura.

5. EXEMPLO DA AÇÃO DO VENTO EM UM EDIFÍCIO

Determinar as forças causadas pelo vento no edifício mostrado abaixo. Dividir a


estrutura em trechos de 3m de altura. O local é a cidade de São Carlos-SP. Considerar
edificação com alto fator de ocupação.
18m

12m

18m 18m
Planta Baixa Elevação

Figura 10 – Planta baixa e elevação do edifício

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 Velocidade básica do vento ( V0 )

São Carlos: V0 = 40m/s (obtido pelo gráfico das isopletas de velocidade básica)

 Velocidade característica do vento ( VK )


VK  V0  S1  S 2  S3

Fator topográfico ( S1 ): S1 = 1,0 (terreno plano)

Fator de rugosidade do terreno ( S 2 ):


Categoria IV (cota média do topo dos obstáculos igual a 10m)
Classe A (maior dimensão da superfície frontal é menor que 20m)
Altura sobre o terreno: a altura total será dividida em 4 trechos de 3m cada
S 2 é variável com a altura (z). Para cada trecho, é obtido por meio da expressão:

S 2  b  Fr  (z/10) p , onde:
b = 0,86 (categoria IV e classe A)
p = 0,12 (categoria IV e classe A)
Fr = 0,98 (classe B e categoria II)

Fator estatístico ( S 3 ): S 3 = 1,0 (alto fator de ocupação)

 Pressão de obstrução (q)


q  0,613  Vk2 (N/m²)

Tabela 4 – Resultado de VK e q para cada trecho


TRECHO Z (m) S1 S2 S3 VK (m/s) q (N/m²)

1 3,0 1,0 0,73 1,0 29,20 523


2 6,0 1,0 0,79 1,0 31,60 612
3 9,0 1,0 0,83 1,0 33,20 676
4 12,0 1,0 0,86 1,0 34,40 725

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 Carregamento estático ( q a )

Ca  q  
qa  ; é igual nas duas direções, pois 1  2    18m .
2
Coeficiente de arrasto (vento não turbulento):
1 18,0 
  1,0 
 2 18,0 
  C a  1,05
h 12,0
  0,67
1 18,0 

Tabela 5 – Resultado de q a para cada trecho

TRECHO Z (m) q (N/m²)  (m) q a (N/m)

1 3,0 523 4942


2 6,0 612 5783
18,0
3 9,0 676 6388
4 12,0 725 6851

VENTO

(Cotas em mm)

Figura 11 – Carregamento estático do vento


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123:1988. Forças devidas


ao vento em edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1988.

SÁLES, J. J.; MALITE, M.; GONÇALVES, R. M. Ação do vento nas edificações.


Publicação da Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos: EESC-USP, 1999.

SILVA, M. A. F. Estruturas metálicas. Notas de aula do curso de pós-graduação em


engenharia de estruturas do Centro Universitário Moura Lacerda. Ribeirão Preto, 2008.

SOUZA, A. M. L.; CARPEGGIANI, E. A.; RIPPEL, L. I.; PALUCH, M, J. Estudo


Comparativo Sobre a Ação e Efeitos do Vento em Edifícios Altos de Concreto
Armado. In: VI SIMPÓSIO EPUSP SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO, 2006,
São Paulo.

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