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c 

  

YYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY YY
Y

?Y YYY
 YY Y  Y

Provaremos a seguir que, entre as funções monótonas injetivas ºÑ º, somente as


funções logarítmicas têm a propriedade de transformar produtos em somas. Antes
lembremos que se f: ºÑ º é tal que f(ir = r para todo r · º então f(y = loga y para
todo y · º , de acordo com a Observação no final da seção 6, pois r
Ñ
ir é uma função
sobrejetiva de º em ºÑ. (Estamos supondo a > 0 diferente de 1.

Ô   (CARACTERIZAÇÃO DAS FUNÇÕES LOGARÍTMICAS Seja f: ºÑ


º uma função monótona injetiva (isto é, crescente ou decrescente tal que f(ry = f(r Ñ
f(y para quaisquer r, y · ºÑ. Então eriste a > 0 tal que f(r = loga r para todo r · ºÑ .

X Ô Y Para firar as idéias, admitamos f crescente. Outro caso é tratado
igualmente. Temos f(1 = f(1.1 = f(1 Ñ f(1 , logo f(1 = 0. Provemos o teorema inicialmente
supondo que erista a · ºÑ tal que f(a = 1. Depois mostraremos que isto sempre acontece, logo
não é uma hipótese adicional. Como f é crescente e f(a = 1 > 0 = f(1 , tem-se a > 1. Para todo m
·  vale
f (im = f( a . a. ... a
= f(a Ñ f(a Ñ ... Ñ f(a
= 1 Ñ 1 Ñ ... Ñ 1 = m,

0 = f(1 = f(im . i-m


= f(im Ñ f(i-m = m Ñ fi-m ,

m
logo f(i-m = ±m. Se r ù com m · e n ·  então rn = m, portanto
n

m = f(im = f(irn = f((ir n


= n. f(ir

m
e daí f (ir = = r. Se r · º é irracional então, para r, s racionais tem-se
n

r < r < s  ir < ir < is = f(ir < f(ir < f(is  r < f(ir < s.

Assim todo número racional r, menor do que r, é também menor do que f(ir e todo
número s maior do que r é também maior do que f(ir . Segue-se que f(ir = r para todo r
· º. Portanto f(y = loga y para todo y > 0.
Consideramos agora o caso geral, em que se tem uma função crescente g: ºÑ º,
tal que
g(ry = g(r Ñ g(y ,

sem mais nenhuma hipótese. Então g(1 = 0 e, como 1 < 2, devemos ter g(2 = b > 0. A
g(r
nova função f: ºÑ º, definida por f(r = , é crescente, transforma somas em
b
produtos e cumpre f(2 = 1. Logo, pela primeira parte da demonstração, tem-se f(r = log2 r
para todo r > 0. Isto significa que, para todo r > 0, vale
g (r 1
f(r g(r
r=2 = 2 b
= (2 b
= ag(r ,

com a = 2 b . Tomando loga de ambos os membros da igualdade ag(r = r vem, finalmente:


g(r = loga r.

?Y  YY  YÔYY Y Y


YÔ YY

Y
Y Y Y Y Y  Y  Y Y  Y   Y   Y 
Y Y 
Y
Y  YÔY Y Y Y
Y YY YYYY Y
Y Y    Y Y   Y Ô Y Y  Y Y Y  Y Y Y Y Y
Y YYYY Y
Y  Y Y   Y Y Y   Y ÔY Y !Y  Y    Y Y
 Y YY!YY Y YYY Y"YYY
Y   Y   Y Y  Y Y Y Y Y Y  Y Y  Y Y Y  Y Y
YYY!YY YY
Y Y Y  Y Y Y  Y Y Y Y Y !Y Y Y Y Y  Y
 1
R
r
Y ln 61 r Y r YY  Y#Y lim  1   ù Y
1 r r 
 R
a Y (0, 0 , (0, 2 , (8, 1 e (0, 1

2 Î

1 Î Î

Î
0 2 4 6 8
Os pontos não representam vértices de um retângulo.

b Se representasse um retângulo, teriam a mesma área.

c Para cada número real k > 0, definimos a transformação (= função T = Tk: º2 º2 , que
y
associa a cada ponto (r, y º2 o ponto T(r,y = (kr, , obtido de (r,y multiplicando a
k
abscissa por k e dividindo a ordenada pelo mesmo k.

Um retângulo X de lados paralelos aos eiros, com base medindo b e altura medindo
a, é transformado por T num retângulo X¶ = T(X , ainda com lados paralelos aos eiros,
a
porém com base kb e altura . Portanto X e seu transformado X¶ = T(X têm áreas iguais.
k
Mais geralmente, T transforma toda figura F do plano numa figura F¶ = T(F , cujas
1
dimensões em relação a F são alteradas pelo fator k na horizontal e na vertical. à  YYY
k
$YYYY Y

d Seja

1
H = {(r,  r > 0}
r

o ramo positivo da hipérbole eqüilátera ry = 1 H é o gráfico a função h: ºÑ º, h(r =


1
.
r
Dados a, b · ºÑ , o conjunto ba dos pontos (r,y do plano tais que r está entre a e b
1
e 0  y < chama-se uma `iri  
. H ba é o conjunto do plano limitado
r
lateralmente pelas verticais r = a, r = b, ao sul pelo eiro das abscissas e ao norte pela
hipérbole H.
Y

H ab

Î X
O a b
A transformação T = Tk: º2 º2 leva a faira H bb na faira H bk
ak .

Y H

H ba T

H bk
ak

Î X
O a b ak bk

Como T preserva áreas, segue-se que, para todo k > 0, as fairas H ba e H bk


ak têm a

mesma área.
Normalmente, a área de uma figura não é um número negativo. Mas às vezes é
conveniente usar ³áreas orientadas´, ou seja, providas de sinal Ñ ou ±. É o que faremos
agora.
Convencionaremos que a área da faira de hipérbole H ba será positiva quando a < b,
negativa quando b < a e zero quando a = b.
Para deirar mais clara esta convenção, escreveremos

ÁREA H ba ,

com letras maiúsculas, para indicar a área orientada (provida de sinal . A área usual, com
valores  0, será escrita como área H ba . Assim, temos

ÁREA H ba = área H ba > 0 se a < b


ÁREA H ba = ±área H ba < 0 se b < a
ÁREA H ba = 0.

É óbvio que, quando a < b < c, tem-se

área H ba Ñ área H cb = H ca .

Uma conseqüência da adoção de áreas orientadas é que se tem


ÁREA H ba = ±ÁREA H ab .

Daí segue que vale a igualdade

ÁREA H ba Ñ ÁREA H cb = ÁREA H ca

em qualquer dois seis casos a  b  c, a  c  b, b  a  c, b  c  a, c  a  b e c  b  a. A


igualdade acima é fácil de provar. Basta ter paciência de considerar separadamente cada
uma destas seis possibilidades.

ÁREA H ca = ÁREA H ba Ñ ÁREA H cb

Î a X
O c b

Definamos uma função f: ºÑ º pondo, para cada número real r > 0.

f(r = ÁREA H1r

f(r = área H1r


f(r¶ = ±área H1r 

Î X
O r¶ 1 r

l n r = área da região hachurada


l n r¶ = ± área da região pontilhada

Resultam imediatamente da definição as seguintes propriedades:


f (r > 0 O r > 1
f (r < 0 O 0 < r < 1
f (1 = 0
f é crescente.
Além disso, observamos que, para r, y · ºÑ quaisquer:

f(ry = ÁREA H1ry = ÁREA H1r Ñ ÁREA H ry


r .

Mas, como vimos acima, ÁREA H ry


r = ÁREA H1y . Logo f(ry = ÁREA H1r Ñ H1y ,
ou seja:

f(ry = f(r Ñ f(y .

d Pelo Teorema de Caracterização das funções logarítmicas, eriste um número real


positivo, que chamaremos de e, tal que

f(r = loge r para todo r · ºÑ.

Escrevemos l n r em vez de loge r e chamaremos o número l n r de


i
Ri i
de r.


Y!Y

Î Î Î Î X
OÎ 1 2 e 3

O número , base dos logaritmos naturais, é caracterizado pelo fato de que seu
logaritmo natural é igual a 1, ou seja ÁREA 1e = 1.
O número e é irracional. Um valor aprorimado dessa importância constante é =
2,718281828459.

1 n
e Usualmente, o número é apresentado como o limite da erpressão (1  quando
n
n tende ao infinito. Noutras palavras, costuma-se introduzir como o número real cujos
1 n
valores aprorimados por falta são os números racionais da forma (1  , n · . Essas
n
aprorimações são tanto melhores quanto maior for o número , que acabamos de
caracterizar pela propriedade ÁREA 1e =1, é mesmo o valor daquele limite.
O argumento que usaremos para dar essa prova se baseia na figura abairo, copiada da
capa do livro ³Logaritmos´, já citado antes.

1
1 r
X
OÎ 1 1Ñr

1
Nela temos um retângulo menor, cuja base mede r e cuja altura mede , contido
1 r
na faira H11 r e esta faira, por sua vez, contida no retângulo maior, com a mesma base de
medida r e altura igual a 1. Comparando as áreas dessas três figuras, podemos escrever,
para todo r > 0.

r
l n(1  r r.
1 r

Dividindo por r:
1 l n(1  r
1.
1 r r

1
Tomando r = :
n
n
n  1
l n  1   1,
n 1  n

portanto:
n n
 1
e n 1
Y 1  Y e,
 n

n
n
para todo n · . Quando n cresce indefinidamente, se aprorima de 1, logo e tende
n 1
n 1
a . Segue-se então destas últimas desigualdades que

n
 1
lim 1   ù e
n  n 

Este argumento ilustra bem claramente a vantagem que advém de se interpretar o


logaritmo natural geometricamente: a noção de área é visualmente intuitiva, permitindo que
se obtenham desigualdades como a que foi usada aqui.

n
 1
A igualdade e ù lim 1   foi obtida a partir da desigualdade
n  n

1 l n(1  r
(* 1,
1 r r

válida para todo r > 0. Se considerarmos ±1 < r < 0, teremos ±r > 0 e 1 Ñ r > 0. Portanto é
válido ainda falar de l n (1 Ñ r . Observamos que o retângulo cuja base mede ±r e cuja
altura mede 1 está contido na faira H11 r e esta, por sua vez, está contida no retângulo de
1
mesma base e altura . Comparando as áreas destas figuras, vem
(1  r

r

r
l n(1  r
.
1 r

Dividindo os 3 membros pelo número positivo ±r obtemos

l n(1  r 1
(** 1 .
r 1 r

As desigualdades (* e (** nos dão

1 1
1 1
l n(1  r r
1 ou 1 l n(1  r r
,
1 r 1 r

ou seja,
1 1 1 1
e1 r
Y (1 r r
Ye ou e Y (1 r r
Y e1 r ,

conforme seja r > 0 ou ±1 < r < 0. Em qualquer hipótese, daí se segue que

1
(*** lim (1 Ñ r r
= 
n 

1
Isto significa que é possível tornar o valor da erpressão (1 r tão prórimo de r

quanto se deseje, desde que se torne o número não-nulo r suficientemente pequeno em


valor absoluto. (O próprio r pode ser > 0 ou < 0.
1
A igualdade (*** se erprime dizendo que (1 r r tende a quando r tende a zero.
p 1 n
Tomando, por eremplo, r = , vemos que ù e que r 0 se, e somente se n
n r p
. Logo (*** nos dá

p
n  n
p
 p  p p 1
 p
lim 1  ù lim n1  ù lim n61 r r
 ù e .
n  n   n 
 

Como caso particular da igualdade


n
p  p
e ù lim 1  ,
n  n 

válida para todo p · º, obtemos

n
1  1
ù lim 1
 .
e n  n 

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