You are on page 1of 35

MAICON ORTIZ MEDRADE

REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E


DEMOLIÇÃO – RCD

Campo Grande
2018
MAICON ORTIZ MEDRADE

REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E


DEMOLIÇÃO – RCD

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à UNIDERP, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Engenharia
Civil.

Orientador: Anderson Grossi

Campo Grande
2018
MAICON ORTIZ MEDRADE

REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E


DEMOLIÇÃO – RCD

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à UNIDERP, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Engenharia
Civil.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Campo Grande, de dezembro de 2018.


“Seja a mudança que você quer ver no mundo”
Mahatma Gandhi
MEDRADE, Maicon Ortiz. Construção Civil: Reutilização dos resíduos da
construção civil e demolição - RCD. 2018. 36 folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso de Graduação em Engenharia Civil – UNIDERP, Campo Grande, 2018.

RESUMO

Este estudo teve o objetivo de estudar resíduos gerados nas obras e demolições da
construção civil. O delineamento desta investigação adotou se como estratégia a
pesquisa literária. Os desejos de consumo capitalista, o século XX trouxe alterações
ambientais decorrente de grandes acidentes industriais decorrentes exploração
desordenada de recursos e a omissão de responsabilidade dos resíduos criados
pelos processos produtivos. Resíduo é tudo aquilo que sobra de algo, logo os
resíduos da construção civil, popularmente conhecido como entulho, são restos de
materiais gerados por uma obra. a utilização de RCD’s é uma grande alternativa
para a solucionar problemas como distanciamento de jazidas naturais, custos com
transporte e translado de matérias primas naturais e com os entulhos da
construção, deposito irregulares e desobstrução de vias publicas e córregos por
parte das autoridades publicas, o qual demanda gastos de recursos elevados. Ainda
os RCD misturado ao concreto pode apresentar em granulometrias graúdas
auxiliando no desempenho do concreto em relação aos agregados comuns. Além da
economia de energia traz vantagens com o transporte, pois seu custo é bem menor
comparado a recursos naturais produzindo materiais de ótima qualidade sendo estes
reinseridos na construção civil.

Palavras-chave: Construção Civil; Entulhos; Gerenciamento de Resíduos; Gestão


Ambiental.
MEDRADE, Maicon Ortiz. Construção Civil: Reutilização dos resíduos da
construção civil e demolição - RCD. 2018. Número total de folhas. Trabalho de
Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Civil – UNIDERP, Campo
Grande, 2018.

ABSTRACT

This study aimed to study waste generated in the construction and demolition of civil
construction. The design of this research was adopted as a strategy for literary
research. The wishes of capitalist consumption, the twentieth century brought
environmental changes resulting from large industrial accidents resulting from
disorderly exploitation of resources and the omission of responsibility for waste
created by production processes. Waste is all that remains of something, so the
waste from the building, popularly known as rubble, is the remains of materials
generated by a work. the use of RCDs is a great alternative for solving problems
such as distancing natural deposits, transport and transportation costs of natural raw
materials and with the construction waste, irregular deposit and clearing of public
roads and streams by the public authorities, the which demands high resource
expenditures. Also the RCD mixed to the concrete can present in large
granulometries aiding in the performance of the concrete in relation to the common
aggregates. In addition to saving energy, it has advantages with transportation,
because its cost is much lower compared to natural resources producing high quality
materials being reinserted in civil construction.

Key-words: Construction; Debris; Waste management; Environmental management.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Cadeia da Construção Civil .................................................................... 21


Figura 2 – Usos recomendados para agregado reciclável ...................................... 24
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


CF Constituição Federal
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal
PIB Produto Interno Bruto
RCD reciclagem de resíduos de construção e demolição
NBR Norma Brasileira
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
2. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................. 13
2.1. A INDUSTRIALIZAÇÃO E O MEIO AMBIENTE .................................................. 13
2.2. O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES ....................................................................... 16
2.3. CONCEITOS DE RESÍDUOS ............................................................................. 17
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................. 18
2.5. ADIVERSIDADES OCASIONADAS PELO REGEITO INCORRETO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................... 19
3. RECICLAGEM DOS RESIDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................... 21
4. VANTAGENS DO RCD PARA PRODUÇÃO DE AGREGADOS .......................... 26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 31
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 33
10

1. INTRODUÇÃO

A abundância de resíduos gerada pela construção civil tem ocasionado


dilemas urbanos, sociais e econômicos, pois da mesma forma que há o crescimento
da indústria de construção civil os resíduos produzidos por ela estão na mesma
proporção, assim autores afirmam que o setor da construção civil o ramo que mais
causam impactos ao meio ambiente. Tal aumento se dá por programas de governo e
da iniciativa privada, ainda as construções e reformas gera lixo tornando se um
paradigma para tal setor suas causas são apontadas aos desperdícios de matéria
prima, a má segregação de resíduos e por falta de local apropriado para seu
descarte dos resíduos evidenciando problemas comuns nos canteiros de obras.
Diante do exposto acima o setor busca através de estudos e inovações
tecnológicas como forma de gerar benefícios econômico, ambiental e social na
reutilização dos resíduos da construção civil. Este trabalho se justifica pelo estudo
do tratamento adequado e a produção de agregados reciclados, o maior beneficiado
na produção sustentável é o meio ambiente com a redução de descarte inadequado
e extração de matéria prima. A motivação para este estudo resulta de inúmeros
problemas enfrentados pela construção civil e pela busca de causas e
consequências de tais problemas. A tentativa de fornecer informações que
minimizem prejuízos na execução de obras com o intuito de contribuir para a
melhoria do setor da construção civil buscando opção mais viável para o caminho do
desenvolvimento sustentável.
Os resíduos da construção civil e demolição (RCD) são problemas que
crescem conforme a necessidade da sociedade com construções, reformas,
ampliação, etc.; devido aos resíduos que são descartados na natureza, sem um
espaço adequado para seu destino, causa prejuízo para meio ambiente e sociedade,
resultando doenças transmitidas por insetos, poluição visual, entre outros. O que
pode ser feito para minimizar os impactos negativos dos resíduos da construção
civil?
Das vantagens na reutilização de RCD demonstram trazer diminuições nos
custos com transporte, materiais primas retiradas do meio ambiente, assim a
indústria pode se valer de produtos reciclados de qualidade. A reutilização do RCD
pode ser uma alternativa economicamente vantajosa, pois a reciclagem tem por
propósito reduzir os impactos ambientais causados agregando as três dimensões do
11

desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Diante destes fatos o


objetivo primário deste estudo se faz por estudar resíduos da construção civil e
demolição.
Assim para que seja atendido o problema de pesquisa e objetivo geral deste
trabalho foi estudar resíduos gerados nas obras e demolições da construção civil.
Com isso o estudo buscou atender os seguintes objetivos específicos: conceituar os
resíduos gerados nas obras e demolições e seus destinos; estudar quais matérias
do (RCD) que podem ser reintegrados na construção civil e suas formas de reuso; e
descrever as vantagens que o (RCD) trouxe para produção de agregado.
O estudo foi elaborado uma revisão de literatura tendo como base a pesquisa
das bibliografias existente do tema e de assuntos relacionados diretos, indiretos e
correlatos. Foram empregados como referencial teórico, estudos realizados de
autores reconhecidos, ainda serão desenvolvidas pesquisas em trabalhos já
realizados nos campos de dissertações de mestrado e doutorado relevantes ao tema
pesquisado, para tanto será realizada pesquisa no site Biblioteca Digital da Unicamp
e outros se assim for necessário. Segundo Lakatos e Marconi (2001) a pesquisa
trata se do levantamento de bibliografia de certa temática com o objetivo de colocar
o pesquisador em contato com o assunto investigado por meio de materiais
publicados.
13

2. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Os resíduos da construção civil tem se transformado em volume expressivo


em todo território nacional, estão relacionados às causas deste cenário a utilização
de técnicas impróprias de manuseio de materiais e a execução de obras resultando
em desperdícios e geração de resíduos no canteiro de obras, ainda ao serem
utilizadas técnicas inapropriadas ocorrem falhas entre as fases do projeto e
execução das obras. Segundo John (2000) a falta de detalhamento durante o
processo do projeto como estrutura, formas instalações dentre outros contribuem
para o aumento de retrabalho na fase de execução das obras.

2.1. A INDUSTRIALIZAÇÃO E O MEIO AMBIENTE

A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra no século XVIII traz mudanças


significativas para a Europa no que se refere aos sistemas de produção este é
impulsionado pelo sistema capitalista no continente europeu e em outros lugares do
mundo possibilitando o crescimento econômico e contribuindo as perspectivas de
geração de riqueza e melhorias na qualidade de vida dos indivíduos. Vale salientar
outro aspecto relevante foi o crescimento acelerado do êxodo rural para as grandes
cidades com perspectiva de melhor qualidade de vida. Esse período foi marcado por
inovações principalmente na produção têxtil, outro setor a serem impactado com a
Revolução Industrial foi à metalurgia. Essas inovações e mudanças no cenário
econômico trouxeram benefícios à população global como a queda de preços das
mercadorias (ROLLA, 2013).
Braverman (1987) conceitua que apesar de parecer trazer tantos benefícios
aos países e aos indivíduos o crescimento econômico tomou proporções grandiosas
de maneira desordenada, pois o sistema de produção por serem fabricados por
maquinas em grandes escalas e o que antes eram feitos por artesãos gerou aos
países altos níveis de desemprego, a população trabalhadora baixos salários,
condições de trabalho ainda ao meio ambiente a poluição, pois eram utilizadas
grandes quantidades de energia e de recursos naturais muitos deles não renováveis,
a contaminação de rios e depredação do meio pela descarga de resíduos, entre
outros.
14

A estruturação capitalista, centralizada na cultura ocidental de consumo do


desenvolvimento industrial e a dominação da produção de matérias primas e
alimentos por países europeus de mão de obra barata faz se um aumento do
comércio internacional, da acumulação de capital e das escalas de produção.

[...] no último quarto do século XX, que se caracterizavam por uma


expansão sem precedentes de produção de bens materiais os economistas
de todas as correntes dos neoclássicos aos marxistas estiveram de acordo
no grande destaque dado às teorias de crescimento [...] associou se a
ideias de desenvolvimento a crescimento, ou seja, tomaram se as partes
pelo todo, ignorou se a diferença que existe entre condição necessária r
condição suficiente. (SACHS, 1986, p. 38).

A fim de oferecer a população produtos e serviços que satisfaçam suas


necessidades as necessidades seguidas pelos desejos de consumo capitalista, o
século XX traz alterações ambientais decorrente de grandes acidentes industriais,
tendo como resultado a contaminação do meio ambiente devido à exploração
desordenada de recursos e a omissão de responsabilidade dos resíduos criados
pelos processos produtivos (SACHS, 1986).

[...] embora o início do desenvolvimento industrial tenha quase três séculos,


é somente nas últimas décadas do século XX que o volume físico da
produção industrial no mundo cresceu espetacularmente, considerando-se
que na segunda metade do século XX foram empregados mais recursos
naturais na produção de bens que em toda história anterior da humanidade.
(DIAS, 2006, p. 7).

Segundo o autor Diniz (1984) afirma a partir de 1946 a chamada Revolução


Verde aliava a tecnologia ao setor de agricultura desenvolvendo sementes de alto
rendimento, sistemas de irrigação, fertilizantes, herbicidas, fungicidas e pesticidas
químicos com a finalidade de aumentar a produção de alimentos, O autor Mccormick
(1992) afirma as lavouras tinham como principal pesticida sobras de amônia que
pode conter nitritos e nitratos além ser utilizados como armas químicas como foram
dispostos na Segunda Guerra Mundial.
A ciência crescia e a confiança na química tornava se maior no ano de 1948 o
químico Paul Muller recebeu o Prêmio Nobel de Medicina por descobrir a adequação
do DDT como inseticida, este foi consumido nos campos de batalha da Segunda
Guerra Mundial para combate de insetos transmissores de malária, febre amarela
dentre outras doenças, mais tarde foi reutilizado pelas famílias a fim de livrar se de
15

insetos como baratas e mosquitos, porem seu uso a longo prazo pelos seres
humanos pode causar câncer e interfere na vida animal por ser de fácil acumulo em
organismos vivos causa a mortalidade de animais (MCCORMICK, 1992).
O ritmo desordenado de produção seguiu até meados do século XX, os
termos relacionados à sustentabilidade surgiu apenas na década de 60 o quando a
sociedade começou as discutições sobre a ameaça ao desgaste ambiental.
Segundo Mccormick (1992) no ano de 1962 a autora Rachel Carson ao lançar o livro
Primaveras Silenciosas provocou tanta polêmica, apesar da hostilidade sofrida pela
autora vindo dos setores industriais de pesticidas e do Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos, mobilizou vários setores da sociedade fazendo com que o
Governo Norte Americano através do Comitê de Consultoria Cientifica criasse
estudos sobre os pesticidas.
As discussões referentes à sustentabilidade ambiental ganham proporções
maiores ao longo da história devido à preocupação da sociedade quanto à ética nas
atividades empresariais tem modificado a gestão e negociação das organizações.
Aragão e Karkotli (2004), afirmam que a lucratividade da empresarial está associada
à percepção dos stakeholders sobre a forma com que a empresa administra os seus
negócios. Assim é fundamental para o sucesso empresarial que a ética esteja
relacionada às atividades desenvolvidas pela empresa. Assumir princípios éticos
assegura à organização conduzindo bons negócios de longo prazo, produzindo
resultados financeiros e não financeiros (ARAGÃO E KARKOTLI, 2004).
Sendo assim, são necessárias as questões sobre responsabilidade social e
sustentabilidade empresarial, ou chamada de desenvolvimento sustentável,
empreende mudanças de atitude das organizações, com perspectivas de longo
prazo mais organizadas e menos inclinadas aos lucros em curto prazo, contudo
demanda transformações na sociedade como um todo (PEREIRA, 2001).
A econômica está ligada à produção, distribuição e consumo de bens e
serviços os quais são recomendados que estivessem alinhados aos outros dois
aspectos. Na sociedade de mercado, a empresa é a unidade básica de organização
econômica. As empresas são o motor central do desenvolvimento econômico e
devem ser também, um motor vital do desenvolvimento sustentável. Para isto, é
imprescindível que elas definam adequadamente sua relação com a sociedade e
com o meio ambiente, A responsabilidade social faz com que a “empresa
16

sustentável” se converta em peça chave na arquitetura do desenvolvimento


sustentável (PEREIRA, 2001).

2.2. O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES

As informações inerentes ao meio ambiente nos dias atuais são de fácil


acesso e estão disponíveis tornando os indivíduos compreendam mudanças que
estão ocorrendo no mundo em tempo real, as informações tem o poder de
conscientizar a civilização a respeito do desgaste ambiental sofrido nas ultimas
décadas pelo globo. A sociedade ao ser conhecedora da importância do meio
ambiente para sua sobrevivência e para as gerações vindouras influência as
organizações estas por sua vez procuram gerir seus negócios os mantendo
lucrativo, porem com responsabilidade social, ambiental e econômica
(SINGHAPAKDI, 2001).
Dentre vários aspectos que permeiam a sustentabilidade é importante
salientar o Código de Ética Empresarial através de seus gestores tem a finalidade de
incorporar nas organizações práticas sustentáveis, visto que “[...] ética e
responsabilidade social devem ter um impacto positivo no sucesso de uma
organização, porque os consumidores fazem julgamentos éticos que influenciam
suas compras” (SINGHAPAKDI, 2001, p. 134). A ética organizacional procura
estabelecer os princípios, padrões que atribuem valor as ações desenvolvidas pelos
indivíduos dentro delas. A ética está ligada a filosofia que pesquisa a moralidade das
ações humanas, como sendo livres e ordenados a seu fim último. [...] É também
entendida como juízos morais, padrões e regras de conduta humana, com ênfase na
determinação do que é certo e do que é errado (ARAGÃO; KARKOTLI, 2004, p. 29).
No ambiente empresarial, a ética é ponderada como base dos valores
adotados pela organização a orientando suas atividades, é a partir do código de
ética que são definidos a visão, valores e missão da empresa, ainda suas
probabilidades de ações sociais. Ashley (2005) afirma que a partir do vasto conceito
de cultura, os princípios éticos e os valores morais são estabelecidos os critérios e
parâmetros das atividades de responsabilidades sociais. Assim é incontestável que a
ética e cultura organizacional estão intrínsecos aos princípios e práticas de
responsabilidade socioambiental.
17

As atividades industriais voltadas a produção em massa e geração de lucros,


sem analisar as resultados ambientais e sociais, caminham em desproposito aos
interesses coletivos. A civilização tornou se mais cuidadosa quanto aos interesses
coletivos, especialmente na defesa ao meio ambiente e as ações danosas geradas
pelas atividades empresariais (KARKOTLI E ARAGÃO, 2004).
Karkotli e Aragão (2004) afirmam que é crescente as organizações que estão
vislumbrando problemas ambientais e bem estar social, mudando seu papel quando
geradores de lucro para inserir em seu meio as exigências econômicas da sociedade
Aguilar (1996) pauta certos princípios fundamentais ao desenvolvimento no
setor empresarial: Respeito à dignidade humana; Honestidade, integridade,
confiabilidade e retidão; Personificação da cortesia em suas atitudes e palavras.
Lealdade e equilíbrio para com os grupos associados à empresa ao stakeholders,
dentre outros.
Quando a empresa se preocupa com as questões ambientais e de bem-
estar social – preocupações evidentemente éticas – aumentam suas
chances de sobrevivência, pois a sociedade desenvolve uma imagem
positiva em relação a esse tipo de organização (ARAGÃO; KARKOTLI.
2004, p. 35).

Devido à preocupação da sociedade quanto a ética nas atividades


empresariais tem modificado a gestão e negociação das organizações. Aragão e
Karkotli (2004), afirmam que a lucratividade da empresarial está associada à
percepção dos stakeholders sobre a forma com que a empresa administra os seus
negócios. Assim é fundamental para o sucesso empresarial que a ética esteja
relacionada às atividades desenvolvidas pela empresa. Assumir princípios éticos
assegura à organização conduzindo bons negócios de longo prazo, produzindo
resultados financeiros e não financeiros.

2.3. CONCEITOS DE RESÍDUOS

John (2000) afirma que os RCD são componentes de vasta variedade de


produtos e são classificados como: Solos, cerâmicos proveniente de concreto,
cimento e cal, tijolos e telhas, gesso placa e pasta, vidro dentre outros; os resíduos
orgânicos são as madeiras, plásticos, papel e tintas; Já os materiais metálicos são
os galvanizados, aço destinado ao concreto armado, latão dentre outros. Ainda
segundo Janssen (2001) sugere a divisão dos resíduos da construção civil como: os
18

de imediata reutilização como aço e madeira, reaproveitamento após conversão;


combustão; novos produtos e materiais não reutilizáveis.
Segundo a Resolução 307 do CONAMA os RCD definido como originados da
construção, reparos reformas de obras, ainda resíduos da preparação, escavação de
terrenos frequentemente oriundos das obras da construção civil chamados de
entulho. (BRASIL, 2002). Conforme John (2000) a construção civil cria uma ampla
variedade de resíduos dentre eles solos, materiais cerâmicos, materiais metálicos,
materiais orgânicos. Segundo Oliveira (2003) os escombros são utilizados
substituindo matérias-primas extraídas do meio ambiente, transformando se em
produtos de qualidade similar e menor custo, sendo estes mais acessíveis no
mercado.

2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Resíduos podem ser caracterizados por matéria no estado sólido ou


semissólido os materiais, substâncias dentre outros conseguinte e sua destinação
final sejam prejudiciais ao meio ambiente que sejam economicamente praticar ou
que não exista tecnologia apropriada (BRASIL, 2010).
Segundo a Resolução 307 do CONAMA classifica os resíduos conforme as
suas possibilidades de reaproveitamento em classe desta forma a classe A: são
oriundos de resíduos reutilizáveis ou recicláveis; a classe B são os resíduos que
possibilitam sua reutilização ou reciclagem para outras destinações; a classe C são
resíduos sem tecnologia adequada ou economicamente inviável para sua
recuperação; a classe D são resíduos considerados perigosos ou contaminantes
(BRASIL, 2002).
Janssen (2001) contribui dividindo os RCDs em materiais de boa conservação
como reutilizáveis rápidos, materiais de entulho como reutilizáveis após a
transformação, materiais de combustão, produtos novos reutilizáveis após a
transformação e materiais contaminados ou insensíveis estes não são reutilizáveis.
A NBR 10.004/2004 Classifica os resíduos conforme o potencial de
contaminação do meio ambiente sendo estes considerados de riscos a saúde
pública, assim os resíduos de classe I são produtos inflamáveis, corrosivos,
toxicidade dentre outros estes são considerados perigosos, os resíduos de Classe II
são considerados não perigosos, resíduos de Classe IIA são produtos
19

biodegradáveis de solubilidade e combustibilidade a água estes são classificados


por não inertes e, os de classe IIB inertes estes não contêm componentes de
solubilidade a água alterando-a em seu sabor, cor e turbidez (ABNT, 2004).
A lei 12305/2010 classifica os resíduos são originados: de domicílios, de
limpeza urbana, resíduos sólidos urbanos, de estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviços, resíduos de saneamento básico dos serviços públicos,
resíduos industriais, de serviços de saúde, da construção civil, resíduos da prática
agropecuária, de mineração (BRASIL, 2010).
As análises realizadas nos resíduos segundo FUNASA (2007) são referentes
às características físicas, características químicas são fundamentais para seu
tratamento mais adequado e, as características biológicas que determina a
população microbiana existente nos resíduos bem como os agentes patogênicos
existentes nos materiais (IBAM, 2001).

2.5. ADIVERSIDADES OCASIONADAS PELO REGEITO INCORRETO DOS


RESÍDUOS SÓLIDOS

O setor da construção civil segundo Matos (2015) corresponde número similar


de 15% do PIB nacional. Construções destinados à sociedade e atividades
econômicas refletem o setor que mais produz bem físicos no planeta, este ainda é
responsável segundo John (2000) em consumir a maior quantidade de recursos
naturais da terra, é importante salientar que o setor contribui com emissões de
poeira e gás carbônico, contribuindo para o impacto ambiental em consequência dos
resíduos gerados pela construção civil.
No Brasil os centros urbanos segundo Carneiro et al. (2000) enfrentam muitos
problemas devido à expansão da cidade e a inexistência de locais destinados aos
resíduos da construção e demolição - RCD, em consequência tais resíduos são
destinados irregularmente, trazendo a população impactos importante no meio
ambiente, nas áreas urbanas além de custos excedentes aos governos municipais.
Pinto (1999) concerne que as consequências dos resíduos destinados
irregularmente nas áreas urbanas são responsáveis por enchentes, alagamentos
assoreamento de córregos, trazendo prejuízos à paisagem, Além disso, provocam a
propagação de doenças e a obstrução de via pública.
20

Carneiro et al. (2000) afirma que o aumento dos destinos irregulares dos
resíduos da construção civil Nos últimos anos essa prática tem sido aumentada
devido à quantidade de resíduos produzidos pela construção civil fazendo com que
áreas destinadas ao depósito de posições distantes em áreas de periferia. Devido ao
distanciamento contribuiu para a redução de ações corretas de coleta e disposição
dos RCDs, devido a custos relacionados a transporte e mão de obra (CARNEIRO et
al., 2000).
As disposições irregulares dos resíduos em zonas urbanas segundo Pinto
(1999) ocasionam em enchentes em cidades de médio e grande porte atrapalhando
o curso de águas pluviais bem como o curso dos córregos e rios aterrando tais áreas
nestas cidades, outro importante agravo citado pelo autor referente às
consequências dos RCD depositados em lugares inadequados é o atraso da
decomposição de outros resíduos.
Silva (2006) considera que os entulhos gerados pelas construções são
referentes em média 50% de materiais desperdiçados, considerando uma obra ou
reforma com custos de materiais o número demonstra a quantidade de resíduos
produzidos pelo desperdícios. Desta forma o autor salienta a importância da
reciclagem e reaproveitamento dos RCDs contribui para o meio ambiente e
economia da obra, inseridos no mercado como novos produtos reinserindo o que era
destinado ao lixo, com grande potencial além de produzir novos postos de trabalho.
Ferreira e Thomé (2011) contribuem ao afirmar que o resíduos reciclados devolvidos
a construção civil contribuem para a redução dos entulhos com destinos irregulares
além da diminuição de impactos ambientais diretos e indiretos.
21

3. RECICLAGEM DOS RESIDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A grande quantidade de resíduos fornecidos pela construção civil tem


causado dilemas urbanos, sociais e econômicos, pois conforme a indústria da
construção civil cresce os resíduos fabricados por ela estão na mesma proporção
John (2000) declara que é provável que os dados tornem o setor da construção civil
o ramo que mais causam impactos ao meio ambiente.
Os erros na construção civil são comuns, visto que o profissional responsável
pela obra à interpretação de um projeto encontra dificuldades o qual ocasiona em
erros na execução, desta forma existe dois caminhos fazer alterações no projeto ou
o mais comum à desconstrução do erro ocasionando à perda e o desperdício do
material envolvido o resultado desse processo são os resíduos.
Algumas ações citadas por John e Agopyan (2003) contribuem para redução
da geração de menos resíduo na construção civil: modificação da tecnologia
redução das perdas; aprimoramento e tolerância nos projetos; progresso de
qualidade na construção, reduções de manutenção de defeitos; materiais de
qualidade; gestão da competência; ferramentas apropriadas; manutenção de
estoque e transporte; habilidade nos gestão de processos; avaliação do
desempenho; campanhas de conscientização.

Figura 1: Cadeia da Construção Civil

Fonte: SCHENEIDER (2003, p. 46)


22

Os benefícios da reciclagem de RCD são vistas como recursos de interferem


na ação nociva que os resíduos causam ao meio ambiente, além de gerarem novos
produtos com custo mais acessível e de qualidade igual como areia, brita, concretos
e outros, essas medidas reduzem a utilização de energia no processo de produção,
e redução de aterro quando utilizados resíduos de demolição da construção civil.

A utilização desses resíduos seria uma solução para alguns problemas,


como a escassez de áreas para deposição de entulhos, elevados recursos
gastos na desobstrução de córregos e vias públicas por parte das
autoridades municipais. (LEVY, 2007, p. 1633).

Segundo Pinto (1999) eles representam 50% dos resíduos sólido urbano
ainda é fundamental citar a redução de poluentes e gás carbônico segundo John
(2000), devido à aplicação escória de alto forno na transformação do cimento
portland.

3.1. RECICLAGEM DES REDÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

As atividades de reciclagem são caracterizadas a facilidade em


reutilizar materiais e produtos, os quais visam estender o ciclo de vida e minimizar os
impactos ambientais relacionados aos depósitos errôneos ou emissão de poluentes.
Conforme Leite (2007) o do processo de reciclagem está em reduzir o volume do
RCD tipo A, para produzir o agregado reciclável.
A triagem dos RCD segundo Miranda e Careli (2009) são realizados nas
obras principalmente para a redução do volume nas caçambas, pois os materiais
depositados nela sem tal trituração formam vazios e inutilizam locais. Levi (2006)
completa, apesar de as técnicas de reciclagem dos RCD tenha evoluído com
diversas tecnologias, não é possível afirmar que a reutilização seja difundida como
esperado.
Fagury e Grande (2007) concernem afora dos elementos RCD terem grande
potencial reciclável e adequarem se a reutilização na construção civil, uma
alternativa para seu reuso seria cobrar taxas de aterro, a utilização de materiais
naturais reduziria, aumentado o uso de produtos recicláveis.
Os materiais, técnicas e processos da construção civil segundo Thomaz
(2002) têm evoluído de forma acelerada implicando novos conhecimentos pelos
23

envolvidos nas construções, o baixo conhecimento de novas técnicas é fator


determinante para a não utilização de produtos renovais, bem como o valor
empregado nos processos.

3.1.1. A reciclagem de RCD no Brasil

Segundo Pinto (1999) Brasil é atrasado em relação a outros países de


primeiro mundo tem por principal motivo o uso de equipamentos de grande porte
utilizado para processar e moer os resíduos. John (2000) contribui, um dos fatores é
o Estado que está mais empenhado em punir com multas e encargos depositantes
dos rejeitos, à viabilizar a promoção da reciclagem consequentemente a redução de
impactos ambientais.
Ferreira e Thomé (2011) os compostos de resíduos da construção civil são
80% constituído de tijolos, areia, argamassa em qualquer obra, 20% da totalidade é
composto de pedra, concreto, gesso, madeira e cerâmica. Monteiro et al. (2001)
afirma a implantação de novas usinas de reciclagem são necessárias em todo
território nacional para a absorção desses materiais, bem como politicas publicas
que incentivem a reutilização dos RCD’s.

3.1.2. Agregados recicláveis

O beneficiamento de resíduos sólidos da construção ou demolição geram o


material agregado reciclado que atendem as normas técnicas, e podem ser
reutilizados em obras como edificação, aterros sanitários dentre outras obras da
construção civil. Segundo Levi (2007) a atividade de produção de agregados
recicláveis vem se consolidando no país, utilizando entulho de construção como
fonte de matéria prima. Santana et al. (2011) contribui que o material oferece
vantagens técnicas numerosas ao concreto como a maior estabilidade dimensional
e maior durabilidade, além da economia trazida por ela.
A utilidade dos agregado passam pelas obras de pavimentação até aos
elementos estruturais de alvenarias, devido a composição heterogênea constituído
de frações com diversas dimensões. Segundo Levi (2006) é importante salientar que
o Brasil é um dos poucos países com normas especificas para a aplicação de
agregados recicláveis na construção civil. Os produtos gerados pelos resíduos
24

recicláveis tem sua destinação de acordo com suas características, por ter
vantagens técnicas e econômicas.
Figura 2: Usos recomendados para agregado reciclável

Fonte: ABRECON (2015)

O uso dos agregados reciclados em concretos viabiliza a técnica na


fabricação de elementos de concreto sem função estrutural a substituição de
agregados graúdos segundo Levi (2006) podem ser utilizados porcentagens de até
25

20%, essa técnica já foi comprovada por diversos estudos e pesquisas


desenvolvidas em âmbito nacional. O autor também salienta que essa técnica que
devido a maior absorção da água não e recomendado para fins estruturais. Miranda;
Ângulo e Careli (2009) afirmam que o agregado empregue no concreto é necessário
a mistura com agregados naturais.
Assim para a engenharia o RCD é considerado um material nobre por
apresentar boa resistência, baixa expansão, apesar da aparência não ser
heterogenia. Sansão (2009) afirma que os agregados podem ser utilizados na
fabricação de blocos de concretos pré-fabricados, tijolos e solo cimento sendo o
produto final satisfatório.
Hortegal; Ferreira e Sant’ana (2009) a mistura do RCD em solo geralmente
utilizados em pavimentação, tem aceitáveis propriedades físicas e mecânicas, além
de apresentar menores custos de construção comparados a britas graúdas
adicionadas ao solo como esforços do subleito, subsolos e base de pavimentos.
26

4. VANTAGENS DO RCD PARA PRODUÇÃO DE AGREGADOS

As vantagens ao reciclar o RCD para a reutilização traz benefícios


relacionados aos custos com transporte, materiais primas que deixam de ser
retiradas do meio ambiente, produtos reciclados de qualidade. Ferreira e Thomé
(2011) conceituam quanto à reutilização do RCD afirmando ser uma alternativa
economicamente vantajosa. Sua viabilidade técnica para substituição dos agregados
graúdos em teores de até 20% já foi demonstrada em diversas pesquisas
desenvolvidas nas várias universidades nacionais (LEVY, 2006, p. 376).
A sustentabilidade é uma concepção organizada que se relaciona com
frequência em aspectos sociais, econômicos ambientais e culturais. Segundo
Barbosa (2007) o termo sustentabilidade pode ser definido com a conformidade da
oferta do bem estar relacionada aos custos de degradação que foram gerados, seu
objetivo é impedir ou compensar a perda do bem estar aos indivíduos diretos e
indiretamente afetados e as gerações futuras.
Os resíduos de construção em seu reaproveitamento têm por propósito
reduzir os impactos ambientais causados por eles. As questões relacionadas à
sustentabilidade, Na Resolução 317 de 2002.
Essa Resolução definida com o objetivo de integrar as três dimensões do
desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Para tanto foi criado à
imagem do tripé para entender a sustentabilidade, nele relacionam questões
econômicos, ambientais e sociais, que devem relacionam se, de maneira holística,
para satisfazer o conceito.
Desta forma Ribeiro (2006) coloca que ser sustentável é atender as
necessidades presentes sem prejudicar as gerações futuras. Assim a
sustentabilidade sugere ser uma maneira de conscientizar os indivíduos em suas
atividades dentro da economia mundial atendendo as necessidades com potencial
presente preservando a biodiversidade e ecossistema.
O ecossistema é visto como relações de elementos naturais, artificiais e
culturais que permitam o desenvolvimento dos recursos harmonioso da vida em
todas as suas formas. Silva (2002) afirma que a incorporação dos recursos naturais
e culturais procura reconhecer um ponto de vista unitário do ecossistema. Desta
forma a palavra ecossistema em resumo da Lei 6.938/81:
27

Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a


preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

No Art. 225 da CF/88, § 1º “Para assegurar a efetividade desse direito,


incumbe ao poder público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas”. Não
representa somente como simples ambiente, mas ressalva as relações físicas,
químicas e biológicas, entre os seres bióticos, abióticos, existentes no ecossistema.
Ao ser exposto a importância do desenvolvimento sustentável a contribuição
de Vaz (2001) ao afirmar que a reutilização de entulho substitui materiais removidos
do meio ambiente para serem transformados em matérias primas destinados à
construção civil, evitando a degradação de recursos não renováveis, com custos
menores e qualidade similar. Ao analisar as palavras do autor faz se necessário
elucidar Pereira (2004) quando diz que para que haja a reciclagem volumosa
atendendo ao mercado é necessário que sejam desenvolvidos novos mercados e
melhorias nas usinas para que sejam capazes de transformar e produzir matérias de
qualidade que atendam a demanda de mercado.
As degradações ao meio ambiente produzidas pela construção civil por meio
dos seus processos estão presentes em importantes e inúmeros impactos
ambientais nas áreas sociais, ambientais, econômica, sanitário e visuais. Fagury e
Grande (2007) contribuem quando o rejeito do RCD é realizado inapropriado a
degradação do meio ambiente de da qualidade de vida são afetados por fatores
variados como transportes, inundações, poluição atmosférica e visual, assoreamento
de rios e córregos, assim como a propagação de doenças dentre outras causas.

4.1. VANTAGENS DA RECICLAGEM DE RCD

Segundo Levi (2007) a utilização de RCD’s é uma grande alternativa para a


solucionar problemas como distanciamento de jazidas naturais, custos com
transporte e translado de matérias primas naturais e com os entulhos da
28

construção, deposito irregulares e desobstrução de vias publicas e córregos por


parte das autoridades publicas, o qual demanda gastos de recursos elevados.
Ferreira e Thomé (2011) salientam que a reutilização destes materiais além
de trazer vantagens com o transporte, pois seu custo é bem menor comparado a
recursos naturais, traz vantagens do ponto de vista ambiental, ainda a reutilização é
possível fabricar materiais de ótima qualidade sendo estes reinseridos na construção
civil.
O autor Levi (2007) aponta a principal vantagem da reinserção do RCD na
construção sendo a viabilidade econômica no final da obra, isto por que para a
fabricação de 1m³ de concreto normalmente se utiliza 300kg de cimento, 60m³ de
areia e 80m³ de brita, a mesma quantidade de concreto produzido com resíduos são
substituídos 20% de agregados naturais, esta técnica perfaz uma economia
considerável por m³ produzido.
Desta forma os resíduos recicláveis podem substituir grande parte dos
agregados naturais, contribuindo de forma direta na redução a agressão ambiental.
Segundo Levi (2007) a economia de energia, pois misturado ao concreto pode
apresentar em granulometrias graúdas auxiliando no desempenho do concreto em
relação aos agregados comuns.

4.1.1. Dificuldades para reinserção de RCD’s

Para a maioria das pessoas os resíduos não passam de lixo ou resto de


construção, isso inviabiliza a reutilização dos agregados na construção civil, a falta
de conhecimento é outro fator apontado por diversos autores, Levi (2007) afirma que
as técnicas de reaproveitamento evoluíram, porém a idéia não segue o mesmo
padrão.
O autor Pinto (1999) afirma que entre as dificuldades de para que seja
difundido a reutilização de resíduos está à falta de conhecimento quanto ao volume
gerado dos mesmos pela construção e demolição, desta forma o gestão de resíduos
só é implantada quando as ações corretivas não são eficazes. É necessário que as
empresas busquem possibilidades para a reutilização desses resíduos para que se
evitem impactos gerados com custos sociais e ao meio ambiente.

4.1.2. Composição de RCD no Brasil e no mundo


29

No Brasil segundo Levi (2007) o mercado de RCD não é definido como em


outros países pelo mundo, como por exemplo na Europa devido a escassez de
recursos o ramo de RCD’s. Pinto (1999) contribui ao afirmar que no Japão por falta
de locais de destinação de resíduos e falta de recursos naturais, possui políticas
mais eficientes e respeitáveis relacionadas aos resíduos, o Japão e a Europa são
países pioneiros no desenvolvimento de tecnologias de controle do RCD.
Outros países como Dinamarca, Holanda e Estados Unidos perceberam a
necessidade de reciclar os materiais rejeitados pela construção civil, Bravo; Brito e
Mália (2011) na Dinamarca através da gestão de resíduos foi traçada metas para
reciclagem, a qual atingiu 90% no ano de 2004. A Holanda recicla cerca de 70%
dos rejeitos da construção civil.

4.2. GESTÃO DE RCD’S NO BRASIL

Segundo Wiens e Hamanda (2006) a gestão dos resíduos nos municípios do


país fazem parte de uma agenda pública de implementação de Plano Municipal de
Gestão de Resíduos da Construção Civil, cabendo ao município à adoção de
políticas setoriais articuladas e sintonizadas com o plano diretor de cada cidade.
A gestão adequada dos RCD deve ser aplicada no canteiro de obras, desta
forma a resolução nº 307 as construtoras devem se adequar na implementação de
Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, nele são descritos s
quantidade estimada de resíduos bem como sua classificação oriundas das
construções da empreiteira. No projeto ainda são definidos para qual local serão
destinados os rejeitos, é importante salientar que esse destino deverá ser
ecologicamente correto.
Campos e Almeida (2015) apontam as dificuldades encontradas na gestão de
resíduos sendo o diagnostico das necessidades de cada localidade, assim como
quantificar e caracterizar cada resíduo. Adotar sistemas de gestão ambiental são
visíveis alguns benefícios como: redução de custos, visibilidade da empresa além de
minimizar impactos ambientais valorizam os RCD’s como materiais reutilizados.
Segundo Almeida (2015) na literatura há diversidade de métodos para a
gestão de resíduos, porem no Brasil as cidades não apresentam informações
necessárias para sua realização completa. Assim Luz Pulper e Tamura (2008)
30

completam que se o setor econômico implantasse estratégias à gestão logística e


gerencial de resíduos, os resultados obtidos seriam a maior qualificação da mão de
obra, melhora nos processos de estoque e transporte, além de garantir a qualidade
no resultado final do empreendimento.
31

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção civil na última década desempenha grande influência na


economia do país, resultantes da atuação da iniciativa privada e do governo federal
com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o programa Minha Casa,
Minha Vida tornando o ramo da construção civil em expansão. Com tamanho
aumento de construções e reformas o lixo gerado pela construção civil tornou se um
problema devido aos desperdícios de matéria prima, a má segregação de resíduos e
por falta de local apropriado para seu descarte de tais resíduos tornando se
problemas comuns nos canteiros de obras.
Estudos e inovações tecnológicas como forma de gerar benefícios
econômico, ambiental e social na reutilização dos resíduos da construção civil. Este
trabalho se justifica pelo estudo do tratamento adequado e a produção de agregados
reciclados, o maior beneficiado na produção sustentável é o meio ambiente com a
redução de descarte inadequado e extração de matéria prima.
As vantagens na reutilização de RCD demonstram trazer diminuições nos
custos com transporte, materiais primas retiradas do meio ambiente, assim a
indústria pode se valer de produtos reciclados de qualidade. A reutilização do RCD
pode ser uma alternativa economicamente vantajosa, pois a reciclagem tem por
propósito reduzir os impactos ambientais causados agregando as três dimensões do
desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental.
A reutilização de entulho substitui materiais removidos do meio ambiente
para serem transformados em matérias primas destinados à construção civil,
evitando a degradação de recursos não renováveis, com custos menores e
qualidade similar.
A responsabilidade ambiental nos canteiros de obras está relacionada a
formas de interação entre as empresas e o meio em que elas estão inseridas
desenvolvendo suas atividades empresariais, assim a celeridade das decisões
empresariais está relacionada à visão real dos resultados econômicos a fim de
oferecer a população produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades onde
não haja conflito entre a lucratividade da empresa e o meio ambiente, para tanto as
organizações tem investido em produtos e serviços demandados por seus clientes
com vistas ao desenvolvimento sustentável e social.
32

Por fim é fundamental que paradigmas impetrados a sustentabilidade nas


empresas sejam quebrados através de ações, projetos e políticas internas que
desenvolvam a educação e conscientização ambiental dentro e fora da empresa no
que tange as ações organizacionais envolvidas com a sustentabilidade.
Sendo assim os objetivos deste trabalho ainda deixa evidente a importância
de estratégias ambientais através dos estudos da Gestão Ambiental para uma maior
retenção de clientes, diminuindo fatores de insatisfação e aumentando a
competitividade da organização bem como sua lucratividade.
Ainda podemos perceber a necessidade de novos estudos de para analisar se
as tendências apresentadas serão crescentes ou se estagnarão com o passar do
tempo.
33

6. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. Viabilidade técnica e economica do uso de agregado de RCD em


pavimentação de vias urbanas. Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil e Ambiental – Universidade de
Passo Fundo. Passo Fundo/RS. 2015

AGUILAR, Francis J. A ética nas empresas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA


CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO – Abrecon. São Paulo, SP. Disponível em:
<http://www.abrecon.org.br/Conteudo/8/Aplicacao.aspx> . Acesso em 15 out. 2018.

ASHLEY, P. A. Responsabilidade social empresarial: um modelo genérico para


análise e orientação estratégica. In P. A. Ashley (Coord). Ética e Responsabilidade
Social nos negócios. São Paulo: Saraiva. 2005.

ARAGÃO, Sueli Duarte; KARKOTLI, Gilson. Responsabilidade Social: Uma


contribuição à gestão transformadora das organizações. 2º ed. – Petrópolis, RJ:
Vozes, 2004

BARBOSA, P. R. A. Índice de sustentabilidade empresarial da bolsa de valores


de São Paulo (ISE-BOVESPA): exame da adequação como referência para
aperfeiçoamento da gestão sustentável das empresas e para formação de carteiras
de investimento orientadas por princípios de sustentabilidade corporativa. 2007.
Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Instituto COPPEAD de Administração, 2007.

BRASIL, LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 Dispõe sobre a Política


Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e
dá outras providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm> acesso em: 20 abr. 2018.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado


Federal, 1988

BRASIL. Resolução CONAMA No 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece o


código de cores para os diferentes tipos de resíduos. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 19 jun 2001. Disponível

BRASIL, Lei 12.305/2010 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.


Presidência da República, Brasília.
em:<<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=273> acesso em 10
de setembro 2018

BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no


século XX. 3. ed., Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
34

BRAVO, M.; BRITO, J.; MÁLIA, M. Indicadores de resíduos de construção e


demolição para construções residenciais novas. Ambiente Construído, Porto
Alegre, v. 11, n. 3, p. 117 – 130, jul./set. 2011.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Nº 307, de 5 de julho


de 2002. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação. Publicada no
Diário Oficial da União 2002.

CARNEIRO, A. P. et al. Caracterização do entulho de Salvador visando à


produção de agregado reciclado. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA
NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 8. 2000, Salvador. Anais... Salvador. ANTAC, 2000.

DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São


Paulo: Editora Atlas, 2006.

DINIZ. J. A. F. Geografia da Agricultura. São Paulo. DIFEL. 1984.

FAGURY, S. C., GRANDE, F. M. Gestão de resíduos de construção e demolição


(RCD) – aspectos gerais da gestão pública de São Carlos/SP. Exacta, São
Paulo. 2007

FERREIRA, Ma. C; THOMÉ, A. Utilização de resíduo da construção e demolição


como reforço de um solo residual de basalto, servindo como base de
fundações superficiais. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.18, p. 1-12,
nov./2011.

HORTEGAL, M. V., FERREIRA, T. C., SANT’ANA, W. C. Utilização de agregados


resíduos sólidos da construção civil para pavimentação em São Luís – MA.
Pesquisa em foco, v. 17, n. 2, p. 60 - 74, 2009.

ISAIA, G. C. Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia


de Materiais. São Paulo: IBRACON, 2007.

JANSSEN, G.M.T. Construction and demolition waste: general process aspects.


Revista Heron, vol. 46. 2001.

JOHN V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: Contribuição à


metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. Tese (Livre
Docência da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo].

JOHN V.M, AGOPYAN V. Reciclagem de resíduos da construção . Disponível em


htpp://www.reciclagem.pcc.usp.br/artigos. 2003 acesso em 16 abr. 2018.

LEITE, F. C. Comportamento mecânico de agregado reciclado de resíduo


sólido da construção civil em camadas de base e sub-base de pavimentos.
Tese (Mestrado em Engenharia de Transportes) - Escola Politécnica da USP, São
Paulo, 2007.

LEVY, S. M. Produzindo concretos ecologicamente e politicamente corretos.


Exacta, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 375 – 384, jul./dez. 2006
35

LEVY, S. M. Materiais reciclados na construção civil. In: Materiais de construção


civil e princípios de ciência e engenharia de materiais. São Paulo: Ibracon, 2007.

LUZ, H.R.I.; PULTER, L. M. J.; TAMURA, C. O desenvolvimento da sociedade e a


gestão de seus resíduos. In: CONGRESSO VIRTUAL BRASILEIRO DE
ADMINISTRAÇÃO, 5., 2008.

MATOS, J. M. E. Revisão bibliográfica: reutilização de resíduos da construção e


demolição na indústria da construção civil. Cerâmica, São Paulo, v. 61, n. 358.
2015.

MIRANDA, L. F. R.; ANGULO, S. C.; CARELI, E. D. A reciclagem de resíduos de


construção e demolição no Brasil: 1986 – 2008. Ambiente construído, Porto
Alegre, v. 9, n. 1, p. 57 – 71, jan./mar. 2009.

McCORMICK, J. Rumo ao paraíso: a história do movimento ambientalista. Rio


de Janeiro: Relume-Dumará, 1992.

MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos


Sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.

OLIVEIRA, D. F. Contribuição ao estudo da durabilidade de blocos de concreto


produzidos com a utilização de entulho da construção civil. 2003, 119f. Tese de
Doutorado - Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande-PB, 2003.

PEREIRA, Luciana; JALALI, Said; AGUIAR, J. L. Gestão de resíduos de


construção e demolição. Portugal, Departamento de Engenharia Civil,
Universidade do Minho, Guimarães, 2004.

PEREIRA, A. C. Sustentabilidade na Prática: fundamentos, experiências e


habilidades / Adriana Camargo Pereira, Gibson Zucca da Silva, Maria Elisa
Ehrhardt Carbonari. Valinhos: Anhanguera Publicações Ltda, 2011.

PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da


construção urbana. 1999, 189f. Tese (Doutorado em Engenharia). Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de
Construção Civil. São Paulo, 1999.

RIBEIRO, Maria de Souza. Contabilidade Ambiental. São Paulo: Saraiva, 2006.

ROLLA, F. Ética Ambiental: principais perspectivas teóricas e a relação


homem-natureza. Disponível em: <http://www3.pucrs.
br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2010_1/ fagner_rolla.pdf.>.
Acesso em: 01 de setembro de 2018.

SANTANA, V. M. et al. Utilização de concreto reciclado na aplicação de elementos


estruturais. In: XV Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XI Encontro
Latino Americano de Pós Graduação, ed. XV. Anais do XV Encontro Latino
Americano de Iniciação Científica e XI Encontro Latino Americano de Pós
Graduação. São José dos Campos: Universidade do Vale do Paraíba, 2011.
36

SANSÃO, J. H. Gerenciamento de resíduos de construção civil e demolição na


cidade de Juiz de Fora – MG - (Dicas para construtores e projetistas). Tese
(Especialização em Construção Civil) – Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG, Belo Horizonte, 2009.

SCHNEIDER, D.M. Deposições irregulares de resíduos da construção civilna


cidade de São Paulo. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) Universidade de
São Paulo, 2003.

SINGHAPAKDI, A. et al. How important are ethics and social responsibility?


Amultinational study of marketing professionals. European Journal of Marketing,
v. 35, n. 1/2, p. 133-152, 2001.

SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros,
2002.

SILVA, J. F. P. Reciclagem de resíduos sólidos. UNIEURO – Centro Universitário


Euroamericano, Brasília, 2006.

THOMAZ, E. Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade Na Construção. São


Paulo: Editora PINI, 1ª Edição, 2ª Tiragem. 2002.

VAZ, J.C. Reciclagem de entulho. 2001. Disponível em: <http://


www.federativo.bndes.gov.br/dicas/D007 Reciclagem de entulho.htm > Acesso em:
acesso em: 21 abr. 2018.

WIENS, I. K., HAMADA, J. Gerenciamento de resíduos da construção civil – uma


introdução à legislação e implantação. In: XII SIMPEP, Bauru, SP, nov./2006

You might also like