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Lição para EBD/Turma dos Jovens Ano: 2019

DIGA NÃO AO JUGO DESIGUAL

Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a
justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há
entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo
de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse:
Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. (2
Coríntios 6.14-16).
Objectivos

1. Saber o conceito bíblico de jugo desigual;


2. Conhecer os perigos de se envolver no jugo desigual;
3. Aprender a fazer escolhas livres do jugo desigual;

Introdução: Na vida cristã, há relacionamentos que precisamos cultivar e outros que


precisamos abandonar. Para isso é necessária renúncia, para podermos continuar na
caminhada com Cristo e servir de exemplo para os incrédulos. Renúncia dos desejos da
carne, das amizades mundanas que nos influenciam negativamente, renúncia da
influência maligna, que muitas vezes chega até nós através de pessoas que pretendem
se juntar a nós, mesmo não tendo um compromisso sério com Cristo, sem submissão
aos princípios bíblicos e sem uma mudança radical do carácter. Diante de situações do
género é que devemos dizer NÃO AO JUGO DESIGUAL.

I – O QUE É O JUGO DESIGUAL?

A expressão “jugo desigual”, a partir da língua grega, contém a idéia de alguém estar
num jugo desnivelado. O pano de fundo aqui é a proibição de pôr animais de natureza
diferentes sob o mesmo jugo. Havia uma proibição de “lavrar com junta de boi e
jumento” (Dt 22.10) e também de fazer cruzamento de animais de diferentes espécies
(Lv 19.19). Além do mais, o boi era um animal limpo, enquanto o jumento era impuro
(Dt 14.1-8).

A finalidade de Paulo ao dar tal mandamento é de evitar os relacionamentos íntimos


com os pagãos, que comprometem a coerência cristã no culto e na ética (ICo 5.9-13). O
que se pretende não é a exigência do cumprimento de regras rígidas (legalismo) como
faziam os fariseus, pois Paulo mesmo foi sensível à cultura da época, mas não à custa
da integridade da fé cristã e dos seus padrões morais (1 Co 9.19-23).

Por Erycson Dilangue, Bacharel em Teologia


Lição para EBD/Turma dos Jovens Ano: 2019

II – DIGA “NÃO” QUANDO UMA DESSAS ESFERAS FOR ATINGIDA

Paulo faz cinco perguntas retóricas e contrastantes, cujas respostas devem ser um
sonoro NÃO ou NENHUMA. Cada pergunta aborda uma área específica da vida.

1. A esfera do comportamento moral: “Que sociedade pode haver entre a justiça


e a iniquidade?” (6.14). A justiça e a iniquidade não podem ter comunhão. São
opostos morais. É necessário saber que não há coerência entre a justiça do
cristão (5.21) e a injustiça ou a ilegalidade do pagão.

2. A esfera do entendimento espiritual: “Ou que comunhão, das trevas com a


luz?” (6.14). As trevas e a luz não podem coexistir. Aonde a luz chega, as trevas
precisam se retirar. Antes da sua conversão, o homem é filho das trevas e habita
no reino das trevas. Na conversão, ele é transportado para o Reino da luz.
Escuridão espiritual é destituída não só de luz, como também de amor.

3. A esfera da autoridade: “Que harmonia entre Cristo e o Maligno?” (6.15). Paulo


enfatiza o contraste entre Cristo e o Maligno como os principais governadores
de suas respectivas esferas de justiça e iniquidade, luz e trevas, santidade e
profanação. Uma pessoa crente está debaixo da autoridade de Cristo e deleita-
se em obedecê-lo. O incrédulo, entretanto, é filho da ira, é governado pelo
príncipe da potestade do ar, está na casa do valente, no reino das trevas, na
potestade de Satanás. Participar da mesa de ídolos é o mesmo que participar da
mesa dos demónios (1 Co 10.14-22). Como é impossível servir a dois senhores ao
mesmo tempo, um crente não pode participar da mesa do Senhor e da mesa
dos demónios ao mesmo tempo.

4. A esfera da fé: “Ou que união do crente com o incrédulo?” (6.15). Com essas
palavras ele não está dizendo que crentes não podem ter contacto nenhum com
os incrédulos, pois, nesse caso, os crentes teriam de sair do mundo (1 Co 5.9,10).
Ele instrui os crentes a não compartilharem do estilo de vida dos incrédulos. O
contexto aqui é relativo ao culto. Paulo não defendia uma vida monástica e
isolada da sociedade, mas combatia frontalmente a ideia do crente participar de
um culto pagão.

5. A esfera da adoração: “Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?”


(6.16). O templo é o lugar onde Deus escolhe habitar, embora ele não possa ser
restrito apenas a um edifício feito por mãos humanas (1 Rs 8.27; 2Cr 6.18; Is
66.1,2; At 7.49,50). A comunidade cristã é o próprio templo da habitação de

Por Erycson Dilangue, Bacharel em Teologia


Lição para EBD/Turma dos Jovens Ano: 2019

Deus, e, os crentes, como morada de Deus, não podem se envolver com o culto
dos ídolos. Ídolos aqui não significam somente imagens de escultura, mas
qualquer objecto que se interpõe entre a alma e Cristo. Esses ídolos podem ser
dinheiro, prazer ou coisas materiais. É necessário saber que o perigo da idolatria
está, também, no envolvimento com os poderes demoníacos, activos nos
ídolos, provocando o zelo e a ira de Deus (1 Co 8.4-6; 10.19-22).

III – COMO FAZER ESCOLHAS PARA ESTAR LIVRE DO JUGO DESIGUAL?

Não podemos fazer nenhuma boa escolha, a menos que busquemos a orientação
divina. Se quisermos acertar, devemos recorrer àquele que planejou a nossa existência
antes mesmo que existíssemos. Pelo facto da expressão “jugo desigual” ser mais
aplicável no contexto de relacionamentos amorosos ou casamentos, é fundamental
que o cristão saiba fazer a escolha do parceiro, pois a escolha da pessoa com quem
vamos casar deve ser feita buscando-se a orientação divina, seguindo os ditames da
Sua Palavra. Vale lembrar que casamento é coisa séria e para vida toda pois, num
casamento o cônjuge só estará livre do compromisso depois do falecimento do outro.
Não se apresse em escolher e saiba como fazer:

1. Que sua escolha seja no Senhor (1 Co 7.39; 1 Tm 5.14): a boa escolha do cônjuge
não deve ser apenas pela aparência física, pela elevada educação, alto nível de
escolaridade ou pela grande capacidade intelectual e financeira, ainda que essas
coisas sejam importantes. Tais factores não devem ser o ponto decisivo na hora
da escolha. Escolha alguém convertido, piedoso, temente a Deus e de bom
testemunho. Escolha alguém que esteja, notadamente, dentro da vontade de
Deus porque só Ele conhece o ser humano por completo. Só ele conhece a
pessoa ideal para ser nosso parceiro, para nos complementar.

2. Escolha alguém que professa a mesma fé (2 Co 6.14): professar a mesma fé diz


respeito não somente a casar com alguém que também crê em Cristo, mas que
é praticante da Sua Palavra. Se for alguém da mesma denominação religiosa,
melhor. Para que não haja conflito quanto ao legado doutrinário e aos
costumes. Tendo em conta o que temos constatado no dia-a-dia, na vida de
muitos crentes que não abraçaram essa orientação, podemos afirmar que, fazer
a escolha do cônjuge não observando este princípio, equivale decidir por um
casamento frustrado.

Por Erycson Dilangue, Bacharel em Teologia


Lição para EBD/Turma dos Jovens Ano: 2019

3. Escolha alguém que esteja no mesmo nível sócio-económico e intelectual: 0


casamento entre pessoas com acentuado desnível financeiro, intelectual e
social, na maioria das vezes gera consequências desagradáveis, tais como (a)
complexo de inferioridade; (b) crises de ciúmes doentios; (c) dependência
financeira; (d) humilhações, etc. Portanto, a escolha feita dentro do mesmo
nível socio-económico e intelectual, facilitará aos cônjuges a adaptação e
ajustamento dentro da família recém-formada. Muitos casamentos entram em
crise logo no início por não haverem atentado previamente, para detalhes tão
importantes como estes.

4. Escolha alguém que esteja aproximadamente dentro da sua faixa etária: casar
com alguém com uma diferença grande de idade é uma decisão, no mínimo,
arriscada. Pessoas que vêm de épocas mais distantes, em geral, pensam e agem
diferente daquelas que procedem de épocas mais recentes. Se um, ou outro
caso, conseguiu ter sucesso, não significa que essa análise deve ser desprezada.
A excepção nunca deve virar regra. É muito comum se verificar uma diferença
grande de idade em casamentos em que um dos cônjuges é viúvo (a). Neste
caso, além da diferença na idade, existem outros factores que devem ser
levados em consideração, como: (a) o relacionamento com os filhos do primeiro
casamento; (b) o regime de comunhão de bens, quando estes existem; (c) as
comparações entre o primeiro cônjuge e o/a actual; (d) níveis de maturidade
diferentes, etc.

CONCLUSÃO

A vida é feita de escolhas e as escolhas que fazemos no presente, definem como será o
nosso futuro. Se formos prudentes em fazê-las, teremos um futuro brilhante, porém se
as fizermos precipitadamente, sofreremos de forma dolorosa as consequências de
nossas más escolhas. O cristão não deve apressar-se em escolher, mas permitir que o
Senhor guie a sua escolha, consultando e praticando os preceitos bíblicos ou buscando
conselhos de pessoas maduras e experientes na fé. Escolher sem obedecer os
conselhos aqui elencados pressupõe entrar num relacionamento de incompatibilidade,
que se manifestará logo ao se verificar que um vai em direcção ao inferno, outro em
direcção ao céu, um vai por um caminho e o outro insiste em seguir para o outro lado,
um busca a abundância terrena, outro em busca de bênçãos espirituais, um é luz e
outro é trevas, um é filho de Deus e o outro filho de belial.

Por Erycson Dilangue, Bacharel em Teologia


Lição para EBD/Turma dos Jovens Ano: 2019

BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo Plenitude, Almeida Revista e Corrigida. SBB, São Paulo, 2001

Casamento, Uma Bênção Progressiva – Jornal Oficial da IEADPE, Copyright 2015,


Editora Bereia

Casamento, União Divina – Autores Diversos

Dicionário eletrónico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 3.0

LOPES, Hernandes Dias. 2 Coríntios: o triunfo de um homem de Deus diante das


dificuldades,: 1ª edição, Hagnos, São Paulo2008.

Por Erycson Dilangue, Bacharel em Teologia

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