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EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO

INFILTRÔMETRO DE ANEL, DETERMINADAS POR


REGRESSÃO LINEAR E REGRESSÃO POTENCIAL
K. F. O. Alves1; M. A. R. Carvalho2; L. C. C. Carvalho3; M. L. M. Sales4
RESUMO: Com o objetivo de determinar as equações de infiltração acumulada (I), velocidade de
infiltração instantânea (VI) e velocidade de infiltração média (VIm) da água no solo, através da
regressão linear e da regressão potencial, utilizando o método do infiltrômetro de anel, foram
realizados três ensaios de campo, durante o mês de outubro de 2011, em uma área localizada no
IFCE, Campus Sobral. Diante dos resultados obtidos, na determinação das equações de infiltração
da água no solo, não existe restrição quanto ao método empregado para a obtenção dos
parâmetros, seja por regressão linear ou por regressão potencial, o resultado final é equivalente.
PALAVRAS-CHAVE: equações de infiltração, regressão, excel.

INFILTRATION EQUATIONS BY THE METHOD RING


INFILTROMETER, DETERMINED BY LINEAR
REGRESSION AND POWER REGRESSION
SUMMARY: With the objective to determine the equations of cumulative infiltration (I),
instantaneous infiltration rate (VI) and average infiltration rate (VIm) of water in the soil, using
linear regression and potencial regression, using the method of ring infiltrometer were
performed three field tests, during the month of October 2011 in an area located in IFCE,
Campus Sobral. Results obtained in determining the infiltration equations of water into the soil,
there is no restriction on the method used to obtain the parameters, either by linear regression or
potencial regression, the end result is equivalent.

KEYWORDS: infiltration equations, regression, excel.

INTRODUÇÃO

A agricultura irrigada se desenvolve nas mais diferentes condições de meio físico, atendendo
uma grande variedade de culturas e de interesses sociais e econômicos, de forma que é possível
1
Estudante de Tecnologia em Irrigação e Drenagem, IFCE, Campus Sobral.
2
Prof. IFCE, Campus Sobral, CEP: 62.040-730, Sobral-CE. Fone: (88) 31128100. E-mail: marcorosa@ifce.edu.br.
3
Tecnóloga em Irrigação e Drenagem, Laboratorista IFCE, Campus Sobral, Sobral-CE.
K. F. O. Alves et al.
existir um sistema de irrigação ideal, capaz de atender da melhor maneira a todas as condições e
objetivos envolvidos. Em consequência, deve-se selecionar o sistema de irrigação mais
adequado a cada condição em particular, considerando-se os interesses envolvidos. O processo
de seleção deve ser baseado em uma criteriosa análise das condições presentes, em função das
exigências de cada sistema de irrigação (FRIZZONE, 2005).
A infiltração da água no solo é um processo dinâmico de penetração vertical da água através
da superfície do solo. O conhecimento da taxa de infiltração da água no solo é de fundamental
importância para definir técnicas de conservação do solo, planejar e delinear sistemas de
irrigação e drenagem, bem como auxiliar na composição de uma imagem mais real da retenção
da água e aeração no solo. A infiltração é o processo pelo qual a água atravessa a superfície do
solo Brandão et al. (2006). O conhecimento detalhado das características da infiltração da água
no solo é importante para o dimensionamento e manejo do sistema de irrigação. A velocidade de
infiltração de água em um solo (VI) é um fator importante na irrigação, já que ela determina o
tempo em que se deve manter a água na superfície do solo ou a duração da aspersão, buscando a
aplicação de uma quantidade desejada de água Bernardo et al. (2008).
Este trabalho tem como objetivo principal, determinar as equações de infiltração acumulada,
velocidade de infiltração instantânea e velocidade de infiltração média da água em um solo
arenoso, através da regressão linear e da regressão potencial, a partir de um ensaio de campo,
utilizando o infiltrômetro de anel.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram realizados três testes de infiltração, pelo método do infiltrômetro de anel, em um


terreno pertencente ao IFCE, Campus Sobral, localizado atrás do bloco de Recursos Hídricos,
no município de Sobral, com as seguintes coordenadas geográficas: 3º 40’ 12’’ de Latitude Sul,
40º 13’ 48’’ de Longitude Oeste e 90 m de Altitude. Os testes aconteceram em outubro de 2011.
Amostras de solo foram retiradas na profundidade de 0 a 20 cm.
Para a determinação das equações de infiltração da água no solo, serão utilizadas as equações 1, 2 e 3
no método de regressão linear, para o método de regressão potencial, será utilizado o programa do Excel.
I=a.Tn (eq. 1)
Em que: I = infiltração acumulada, em cm; a = constante dependente do solo; T = tempo de
infiltração, em min; n = constante dependente do solo, variando entre 0 e 1.
VI = 60 . a . n . Tn-1 (cm/h) (eq. 2)
n-1
VIm = 60 . a . T (cm/h) (eq. 3)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O primeiro teste (Tabela 1) apresentou uma Velocidade de Infiltração Básica - VIB de 2,4
cm h-1, estabilizada após 3,5 horas e foi o escolhido para representar a área, pois apresentou a
menor VIB dos três.
Na regressão linear, a partir do primeiro teste foi aplicada a transformação logarítmica nos
dados de tempo acumulado e infiltração acumulada (Tabela 2).
Desta forma, temos:
K. F. O. Alves et al.
B = 0,712 = n
A = log a = - 0,847  a = ant log A = ant log – 0,847 = 0,142
Tabela 1 – Teste de infiltração em 20/10/2011
Infiltração Velocidade de
Tempo Régua
Acumulada Infiltração
Hora Inst. Acum. Leitura Dif. I VIm Via
(min) (min) (cm) (cm) (cm) (cm/h) (cm/h)
08:15 0 0 10,0 0 0 0 0
08:16 1 1 10,2 0,2 0,2 12,0 12,0
08:18 2 3 10,4 0,2 0,4 8,0 6,0
08:20 2 5 10,5 0,1 0,5 6,0 3,0
08:25 5 10 10,6 0,1 0,6 3,6 1,2
08:30 5 15 10,7 0,1 0,7 2,8 1,2
08:35 5 20 10,9 0,2 0,9 2,7 2,4
08:40 5 25 11,1 0,2 1,1 2,64 2,4
08:45 5 30 11,3 0,2 1,3 2,6 2,4
08:55 10 40 11,7/10,4 0,4 1,7 2,55 2,4
09:05 10 50 10,8 0,4 2,1 2,52 2,4
09:15 10 60 11,2 0,4 2,5 2,5 2,4
09:30 15 75 11,8/10,3 0,6 3,1 2,48 2,4
09:45 15 90 10,9 0,6 3,7 2,47 2,4
10:15 30 120 12,0/10,1 1,1 4,8 2,4 2,2
10:45 30 150 11,3/10,1 1,2 6,0 2,4 2,4
11:15 30 180 11,3/10,1 1,2 7,2 2,4 2,4
11:45 30 210 11,3 1,2 8,4 2,4 2,4
De posse destes coeficientes, teremos a equação de infiltração acumulada, a partir da Equação 1:
I = 0,142 . T 0,712 (eq. 4)
Aplicando os valores de a e n na Equação 2, teremos a equação de velocidade instantânea:
VI = 60 . 0,142 . 0,712 . T 0,712 – 1 (eq. 5)
Resumindo:
VI = 6,066 . T – 0,288 (eq. 6)
Aplicando os valores de a e n na Equação 3, teremos a equação de velocidade média:
VIm = 60 . 0,142 . T 0,712 – 1 (eq. 7)
Simplificando:
VIm = 8,52 . T – 0,288 (eq. 8)
Tabela 2 – Transformação logarítmica de infiltração acumulada e tempo acumulado
T (min) I (cm) X = log T Y = log I X.Y X2
1 0,2 0,000 -0,699 0,000 0,000
3 0,4 0,477 -0,398 -0,190 0,228
5 0,5 0,699 -0,301 -0,210 0,489
10 0,6 1,000 -0,222 -0,222 1,000
15 0,7 1,176 -0,155 -0,182 1,383
20 0,9 1,301 -0,046 -0,060 1,693
25 1,1 1,398 0,041 0,057 1,954
30 1,3 1,477 0,114 0,168 2,182
40 1,7 1,602 0,230 0,368 2,566
50 2,1 1,699 0,322 0,547 2,887
60 2,5 1,778 0,398 0,708 3,161
75 3,1 1,875 0,491 0,921 3,516
90 3,7 1,954 0,568 1,110 3,818
120 4,8 2,079 0,681 1,416 4,322
150 6,0 2,176 0,778 1,693 4,735
180 7,2 2,255 0,857 1,933 5,085
210 8,4 2,322 0,924 2,146 5,392
Soma 25,268 3,583 10,203 44,411
K. F. O. Alves et al.
Na regressão potencial, após digitar os valores de tempo acumulado e infiltração acumulada
(I) do primeiro teste na planilha do Excel, temos a Figura 1.

infiltração acumulada - I (cm)


9
8
7
6
5
4
I = 0,1423 . T 0,7117
3
2 R2 = 0,9616
1
0
0 50 100 150 200 250
tempo (min)

Figura 1 – Infiltração acumulada (I) em função do tempo


Na Figura 1 é possível observar um ótimo ajuste (R2 = 0,9616) da equação de infiltração
acumulada (I) em função do tempo. Se compararmos a equação obtida pela regressão potencial
(Equação 9) com a obtida pela regressão linear (Equação 4), constatamos que não existe
diferença entre ambas.
I = 0,1423 . T 0,7117 (eq. 9)
Após digitar os valores de tempo acumulado e velocidade de infiltração média (VIm) do
primeiro teste na planilha do Excel, temos a Figura 2.
Na Figura 2 é possível observar um bom ajuste (R2 = 0,8044) da equação de velocidade de
infiltração média (VIm) em função do tempo. Se compararmos a equação obtida pela regressão
potencial (Equação 10), com a obtida pela regressão linear (Equação 8) constatamos que
praticamente não existe diferença entre ambas.
VIm = 8,5355 . T – 0,2883 (eq. 10)
14
velocidade de infiltração média -

12
-0,2883
10 VIm = 8,5355 . T
VIm (cm/h)

2
8 R = 0,8044

0
0 50 100 150 200 250
tempo (min)

Figura 2. Velocidade de infiltração média (VIm) em função do tempo


Não é possível obter diretamente a equação de velocidade de infiltração instantânea (VI)
pelo programa do Excel, pois para a sua obtenção é necessário derivar a infiltração acumulada,
em relação ao tempo. Para obtê-la, é preciso derivar a Equação 9:
VI = 0,1423 . 0,7117 . T 0,7117 – 1 (eq. 11)
Simplificando:
VI = 0,1013 . T - 0,2883 (eq. 12)
-1
A Equação 12 está expressa em cm min , sendo necessário multiplicar por 60 para trabalhar
na unidade de cm h-1. Feito este ajuste, teremos a Equação 13, que poderá ser comparada com a
Equação 6, constatando que ambas se equivalem.
VI = 6,078 . T - 0,2883 (eq. 13)
K. F. O. Alves et al.
A análise física determinou a seguinte composição granulométrica: 327 g kg-1 de areia
grossa, 480 g kg-1 de areia fina, 135 g kg-1 de silte e 58 g kg-1 de argila. De posse desses valores,
concluiu-se que, a classe textural do solo é areia franca.

CONCLUSÕES

Na determinação das equações de infiltração acumulada (I), velocidade de infiltração


instantânea (VI) e velocidade de infiltração média (VIm) da água no solo, não existe restrição
quanto ao método empregado para a obtenção dos parâmetros, seja por regressão linear ou por
regressão potencial, o resultado final é equivalente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8. ed. Atual. e Ampl.
Viçosa: UFV, 2008. 625 p.
BRANDAO, V. S.; SILVA, D. D.; RUIZ, H. A.; PRUSKI, F. F.; SCHAEFER, C. E. G. R.; MARTINEZ,
M. A.; MENEZES, S. J. M. C. Resistência hidráulica da crosta formada em solos submetidos a chuvas
simuladas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.30, p. 13-22, 2006.
FRIZZONE, J. A Irrigação Por Superfície. Série Didática n° 16. Piracicaba:ESALQ- DEPARTAMENTO
DE ENGENHARIA RURAL, 2005. 160 p.; IL.

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