Professional Documents
Culture Documents
Controlar suas finanças deve ser um hábito. Não com o objetivo de restringir seus
sonhos de consumo, mas sim de convidá-lo a planejar melhor a realização da cada um
deles, gastando o seu dinheiro de maneira mais inteligente e equilibrada. Você se
surpreenderá com os resultados!
Que tal então pensar em orçamento como se fosse uma ferramenta? Pois é isso mesmo
que ele é, listando a você despesas e receitas correspondentes a um determinado período
(geralmente, o orçamento é mensal).
Da mesma forma que o computador ajuda você a executar suas tarefas do dia-a-dia e a
dieta ajuda você a perder peso e gozar de uma saúde melhor, o orçamento ajuda você a
adotar uma vida financeiramente mais responsável.
A maioria das pessoas começa o seu orçamento do lado errado: pelas despesas, quando
o ponto de partida deveria as receitas. Pense a respeito: você deve gastar de acordo com
o dinheiro que tem disponível, certo?
Pode-se dizer, então, que as receitas (quanto você ganha) definem o seu poder de
consumo. Seus gastos devem se adaptar a essa realidade.
E o que entra nessas receitas? Inclua aqui o seu salário, rendimento com aplicações
financeiras, ou aluguel.
qual é o seu salário bruto (antes da incidência dos impostos e das contribuições)?
quais os descontos que aparecem no seu holerite?
que período de pagamento o seu contracheque cobre?
quanto, do seu salário bruto, você deduz para pagamento de um plano de
aposentadoria?
qual o valor atual do seu salário líquido?
quanto você estima receber (em salários) anualmente?
Da mesma forma, limites do seu cheque especial e do cartão de crédito não entram na
definição da sua receita mensal. Lembre-se: o crédito deve ser utilizado de forma
consciente.
Ainda nas despesas, reflita muito bem sobre os gastos semi-variáveis (alimentação,
conta de luz, água, telefone etc.) e os variáveis (roupas, calçados, presentes, viagens,
cinema, tarifa bancária etc.).
Procure analisar muito bem os gastos invisíveis: são pequenas despesas do dia-a-dia que
levam o dinheiro da família sem que ninguém perceba: o lanche da escola do seu filho,
o cafezinho antes do trabalho, as revistas que vocês compram e pouco lêem são alguns
exemplos.
Faça uma experiência para começar: aproveite o próximo mês para juntar todos os
recibos que receber e, caso identifique algum outro item que merece atenção, inclua-o
no seu orçamento.
Despesa
Receita Orçamento Diferença
Real
R$ R$ R$
Emprego #1 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Emprego #2 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Outros 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Renda mensal total 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Gastos 0.00 0.00 0.00
Despesas fixas
Habitação (aluguel, prestação R$ R$ R$
do imóvel, condomínio, 0.00 0.00 0.00
seguros, etc)
R$ R$ R$
Seguro do carro 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Prestação do carro 0.00 0.00 0.00
Despesas variáveis
Quantias despendidas com
investimentos (fundos, ações, R$ R$ R$
fundo de aposentadoria, 0.00 0.00 0.00
poupanças, etc)
R$ R$ R$
Alimentação - restaurantes 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Gasolina e óleo 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Estacionamento e pedágios 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Reparos e manutenção carro 0.00 0.00 0.00
Outros
R$ R$ R$
Saúde (médicos e remédios) 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Presentes e doações 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Vestuário 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Lazer e viagens 0.00 0.00 0.00
Manutenção e R$ R$ R$
decoração/utensílios moradia 0.00 0.00 0.00
R$ R$ R$
Despesas mensais totais 0.00 0.00 0.00
Essas informações o ajudam a entender quaisquer diferenças entre o valor que você
orçou (Orçamento) e o que você gastou realmente (Despesa Real) no mês ou período.
Pode-se dizer que essa é a hora da verdade! Compare o quanto recebe com aquilo que
gasta. Qual é a sua situação?
Se estiver com o orçamento equilibrado, mas não estiver poupando, procure cortar
gastos, de forma a investir ao menos 10% daquilo que recebe. Tenha como meta montar
uma reserva de emergência equivalente a ao menos seis meses de suas despesas
correntes.
Se você está gastando mais do que recebe, não há alternativa, a não ser cortar gastos.
Converse com sua a família, todos devem estar envolvidos nesse esforço. Mesmo que
seja o responsável financeiro pela família, não é o único a gastar, de forma que todos
devem estar envolvidos neste objetivo.
O processo de planejamento
Você ficará surpreso com quanto dinheiro poderá economizar com um pouco de
planejamento. Se seu orçamento for realista e se você o usar para orientar suas despesas,
estará prevenido para emergências financeiras e outros gastos inesperados. Você
também estará melhor preparado para um futuro financeiro seguro.
Muitas vezes, as metas servem de fator de motivação ou força motriz para que fiquemos
concentrados na tarefa que realizamos e nos sonhos a serem realizados. Por isso, é
importante definir metas de curto, médio e longo prazos para qualquer aspecto da sua
vida, seja de ordem pessoal, educacional, social ou financeira.
Voltando ao aspecto financeiro, quando você tiver determinado suas metas, deverá
incluí-las em seu orçamento mensal, a fim de começar a torná-las realidade. Para isso, é
preciso ter disciplina.
Mas, como definir seus objetivos? Metas realistas têm cinco características básicas.
Podemos dizer que elas são:
Específicas - as metas inteligentes são específicas o bastante para sugerir uma ação.
Exemplo: Poupe dinheiro suficiente para comprar um refrigerador, não apenas poupe
dinheiro.
Mensuráveis - você precisa saber quando atingiu sua meta ou a que distância está dela.
Exemplo: um refrigerador custa R$ 1 mil e você tem R$ 500 já poupados.
Atingíveis - os passos dados para atingir sua meta precisam ser razoáveis e possíveis.
Exemplo: sei que posso poupar metade do dinheiro que ganho todo mês para atingir
minha meta dentro de um ano.
Relevantes - A meta precisa ser de bom senso. Você não vai querer trabalhar para
chegar a uma meta que não se encaixa em suas necessidades.
Exemplo: Você não precisa poupar dinheiro para comprar 18 pares de sapatos.
Previsíveis - Estabeleça uma data alvo definida. Exemplo: O técnico disse que meu
refrigerador não vai durar mais um ano.
Do plano à atitude
É importante começar a desenvolver um plano para sua vida. Pergunte a si mesmo:
"onde vou querer estar daqui a 5, 10 e 20 anos?" Quando tiver isso em mente, poderá
imaginar as medidas que precisará tomar para atingir essas metas. Quanto mais etapas
você puder visualizar, mais bem-sucedido você será para atingir suas metas.
A etapa seguinte consiste em verificar a ordem de importância para essas etapas. O que
você fará primeiro, depois e por último?
O primeiro passo para atingir suas metas é tomar atitudes. Muitas vezes, as metas não
são alcançadas porque o primeiro passo nunca foi dado.
Ter um plano, em si, não significa que você atingirá suas metas. Na realidade, você
precisa FAZER o seu plano funcionar. Uma importante parte da ação é assimilar suas
metas. É necessário anotá-las.
De fato, os peritos em estabelecer metas dirão para colar as metas em todos os lugares,
para que você as veja. Repita-as em voz alta, como verdadeiros "mantras". Compartilhe-
as com seus melhores amigos. Vê-las por escrito ajuda a transformá-las em realidade.
Isso ocorre pela grande dificuldade em estabelecer prioridades: vale mais a pena
aumentar a contribuição ao plano de previdência ou pagar uma parcela maior de uma
dívida pendente? É melhor quitar o financiamento do seu carro ou poupar para garantir
seu curso de especialização?
Abaixo, você pode conferir algumas dicas que irão ajudá-lo a definir suas prioridades
financeiras. A regra mais importante, no entanto, é a de se manter focado no objetivo, e
nunca perseguir outro antes da conclusão do primeiro.
Não se esqueça que nem toda dívida precisa ser quitada de uma só vez. Afinal, o que
você deve estabelecer é o seu equilíbrio financeiro, certo? Não há problemas em
financiar a compra de alguns bens, mas, se o gasto com prestações já consome mais do
que 40% do seu orçamento, está na hora de estabelecer como prioridade a redução desta
dívida.
As alternativas não terminam aí. É preciso cortar alguns gastos, ainda que
temporariamente. Lembre-se que esta é a primeira medida para montar um fundo de
reserva.
Portanto, talvez valha a pena diminuir suas contribuições para a previdência até que
consiga alcançar os passos anteriores.
Se não tem uma casa própria, mas já regularizou sua situação financeira, de forma que
conta com recursos para levantar um financiamento, este pode ser um bom momento.
Para quem já levantou financiamento, mas agora conta com uma situação financeira
mais equilibrada, essa pode ser a hora de rever os termos do financiamento. Quem sabe
você já não consegue arcar com uma prestação maior, de forma a quitar mais rápido sua
dívida, gastando assim menos com juros?
Já que pensar nos seus filhos deve ser sua prioridade, por que não juntar uma reserva
para pagar os estudos deles, ou garantir recursos caso venham a abrir um negócio
próprio?
Para se transformar em um poupador, você precisa estar preparado para uma mudança
drástica na forma como se relaciona com o dinheiro. Poupar não é algo natural,
instintivo. Você precisa aprender a fazer: exige certo esforço, mas vale muito a pena!
Reflita sobre o seguinte: se você não mudar a forma como administra o seu dinheiro,
onde estará daqui a alguns anos? É bem provável que, ao fazer esta reflexão, você se
conscientize que, se não fizer nada, não terá a aposentadoria dos seus sonhos. Talvez
seja este o incentivo que falta para que você se convença da necessidade de se
transformar em um poupador.
Analisando a "relação"
Para se transformar em um poupador bem-sucedido, você precisa ter certeza de que seu
esforço será compensado. Nada melhor para isso do que pensar nos seus objetivos e
metas. O que, exatamente, você gostaria de alcançar? É importante que esta meta reflita
os seus valores e necessidades, e não apenas desejos desenfreados de consumo.
Feito isso, é hora de "analisar" a sua relação com o dinheiro. Você sabe para onde ele
está indo? Você está usando o valor de forma produtiva? Quais os fatores que levam
você a gastar?
Escreva em um caderno tudo aquilo que gastou e o porquê desta decisão. É bastante
provável que você consiga estabelecer uma relação emocional para os seus gastos, ou
seja, é possível que você constate que gasta mais quando está triste, quando está
estressado etc.
Será que não vale a pena investir o dinheiro que antes estava sendo gasto com o
pagamento da prestação? Afinal, você já havia acomodado o seu orçamento para esta
saída e, a menos que tenha uso melhor para o dinheiro, esta pode ser uma forma
interessante de começar a poupar. Experimente!
Qualquer que seja a sua meta, por mais inatingível que ela pareça, com algum esforço e
planejamento sua realização fica bem mais fácil.
Isso porque, em geral, os jovens não têm dependentes e usam seu dinheiro para
consumo imediato. Se focarem em um objetivo, fica bem mais fácil cortar gorduras e
direcionar uma parcela maior para investimento, visando realizar um sonho de consumo
específico.
Portanto, quando o assunto é investimento, quanto antes se começar, melhor. Este, aliás,
é o principal segredo na hora de investir: perseverança. Mesmo que não tenha muito,
aplique sempre e pelo prazo mais longo possível, pois os juros têm poder multiplicativo.
Que tal um exemplo prático? Investindo regularmente R$ 100 por mês na caderneta de
poupança - supondo-se um retorno médio de 0,60% ao mês - desde os 16 anos, ao
completar 22, você terá acumulado o equivalente a R$ 9 mil. Não resolve seus
problemas, mas é suficiente para dar entrada em um carro zero km, ou até comprar à
vista um usado!
Experimente comparar o hábito de poupar com uma dieta: se você tem uma festa e quer
entrar naquela calça que está um pouco apertada, fica mais fácil fechar a boca e não
ceder à tentação da gula. Porém, sem um objetivo claro em mente, resistir às guloseimas
parece uma tarefa bem mais árdua, certo?
Quem não conhece alguém que perdeu dois quilos em um mês e, ao invés de manter os
novos hábitos alimentares, acabou cedendo ao impulso da gula, e terminou acumulando
mais peso do que quando começou? Em finanças o raciocínio é o mesmo, só que no
sentido inverso: você não ganha e sim perde parte do dinheiro que acumulou.
Sem exageros
Não seja radical: você pode gastar seu dinheiro, porém, de forma consciente. Distinguir
o "querer" algo do realmente precisar de algo é um ótimo passo.
Planeje-se
Para se garantir neste tipo de situação é preciso se planejar, construindo uma reserva de
emergência. Caso contrário, sua única alternativa pode ser vender um bem ou recorrer a
um financiamento.
A pergunta que surge é: quanto exatamente separar para este tipo de emergência? Não
existe uma regra precisa, tudo depende do seu padrão de vida. Em geral, o que se
recomenda é ter um fundo equivalente a pelo menos três meses de despesas correntes.
Assim, se seus gastos mensais correntes são de cerca de R$ 700, o fundo deve ter pelo
menos R$ 2,1 mil.
Assumindo que a emergência tenha sido causada pela perda de emprego, é preciso
analisar como anda o mercado de trabalho na área em que você atua, de forma que
possa estimar o tempo necessário para se recolocar.
Como o tempo médio para encontrar um emprego pode superar os seis meses, ao
montar seu fundo de reserva vale a pena ser bastante conservador. Assim, deixar
separado o equivalente a seis meses de despesas pode ser o ideal, o que no exemplo
acima equivale a algo como R$ 4,2 mil.
É bom lembrar que este dinheiro não deve ser visto como dinheiro perdido, pois
certamente deve ser aplicado, mas sim como dinheiro que você não deverá usar no
pagamento das despesas correntes. Montar um fundo de reserva exige tempo,
perseverança e, mais do que tudo, objetivos claros e realistas. Assim como em uma
dieta, não adianta você estabelecer regras muito rígidas, porque certamente irá se
desanimar.
A primeira coisa a fazer é montar uma planilha detalhada com seus gastos mensais.
Com base nela, você poderá estimar o quanto sobra no final do mês. É claro que a
maioria das pessoas vai dizer que não sobra nada. Mas isso, em geral reflete o fato de
que as pessoas tendem a consumir itens desnecessários, preferindo o prazer imediato de
ter um bem de consumo, do que o prazer futuro de poder arcar com gastos
extraordinários.
Reveja seu orçamento e estabeleça como meta poupar pelo menos 5% do que ganha
todos os meses. Caso isto não seja possível, estabeleça alguns cortes. Não é difícil achar
"gordura" no orçamento que compense os 5% que pretende poupar. À medida que se
sentir confortável com o seu novo orçamento, você pode aumentar este percentual para
10% ou mais.
Evite as tentações
Para evitar tentações, imagine que você passou a ganhar menos ou que o seu salário
líquido é menor do que o que efetivamente tem. Estabeleça alguma forma de investir
diretamente do seu salário, por exemplo, estabelecendo um sistema de depósitos
mensais em seu fundo de investimento, ou na poupança.
Se você estava planejando algum gasto significativo para este ano, talvez valha a pena
adiar este sonho de consumo e usar o dinheiro para começar seu fundo de reserva. Por
exemplo, se você estava pensando em trocar de celular, comprar um novo laptop, um
aparelho de som ou coisa do gênero, use o dinheiro para começar seu fundo de reserva.
Finalmente, não se esqueça de aplicar este dinheiro em alguma opção que exija de você
algum esforço, nem que seja um telefonema para o banco, para ser sacada. Desta forma,
você consegue evitar saques precipitados, motivados por um impulso consumista de
momento. Montar um fundo de reserva exige uma revisão da forma com que você gasta
o dinheiro, mas o esforço certamente vale a pena.
Se você não está satisfeito com essa regra básica do planejamento, pois acha que a sua
renda é pequena demais para atender às suas necessidades, reflita sobre a situação.
Caso esteja convencido de que não há possibilidade de cortar despesas, você só tem
duas alternativas: rever seu padrão de vida ou procurar fontes alternativas de renda.
Na ânsia de cortar gastos, nunca deixe de alocar parte da sua renda para o lazer. Você
deve reduzir as despesas para esse fim, mas não suprimi-las por completo. Afinal, de
nada adianta poupar pensando no futuro, se para isso você é forçado a esquecer do
presente. Uma das metas do planejamento deve ser aproveitar bem sua vida, porém com
criativa e sem massacrar seu orçamento por isso!
Procure estimar o quanto da sua renda está comprometido com despesas correntes
essenciais, como, por exemplo: necessidade básica de comida e roupas, faculdade,
despesas de moradia, prestação do carro, pagamento do seguro e lazer.
Reflita sobre o padrão de vida que a sua renda pode lhe assegurar, e corte gastos que
não reflitam esse padrão. O ideal é que as despesas acima não superem 70% da sua
renda líquida anual, ou seja, da sua renda depois de descontados impostos e taxas que
você tem que pagar para investir o seu dinheiro.
Ao estipular que as suas despesas correntes não irão superar 70% da sua renda, você
pode destinar os 30% restantes para esses objetivos acima. Você pode começar
destinando uma parcela equivalente, de 10%, para os três. Mas, à medida que alcançar
algum deles, pode direcionar uma parcela maior para os dois outros.
Para quem está em dúvida entre a poupança de longo prazo e o pé de meia para a
aposentadoria, nunca é demais lembrar que, nos gastos correntes, não incluímos a
realização de sonhos comuns a todos nós, como a troca de carro, compra de uma casa
etc. Essa segunda parte da sua poupança, portanto, deve garantir a realização desses
objetivos no decorrer da sua vida.
Lembre-se, nunca é cedo demais para pensar no seu futuro! Portanto, a terceira meta, ou
seja, a parcela destinada à aposentadoria, é aquela que irá lhe dar tranqüilidade na
velhice. E nesse quesito, quanto antes você começar a poupar, melhor!
Pois este pode ser um bom caminho, se você tem encontrado dificuldades para planejar
sua vida financeira no presente, e quanto mais no futuro! Você sabe por quê?
Seria ótimo manter o mesmo padrão de vida ao se aposentar, certo? Pois o objetivo da
Previdência Privada é justamente esse: garantir sua saúde financeira na terceira idade.
Mas a realidade não é bem assim. Fica mais fácil entender, se você considerar como são
raros os casos daqueles que conseguem manter o padrão de vida na aposentadoria,
contando apenas com a Previdência Social. Basta ver, ao redor, caso de parentes
próximos ou distantes e amigos, que passam pela situação.
Afinal, queira ou não, em algum momento da sua vida você não irá mais trabalhar, ou
pelo menos não da maneira como está acostumado, certo? Mas o caminho é evitar que
sua renda caia após a aposentadoria.
Que tal um exemplo? Pense no caso de uma pessoa com renda mensal de R$ 3 mil, e
que poupa R$ 300 por mês. Na prática, isso significa que está fazendo uma renúncia
parcial (em relação ao seu potencial de consumo), mas que, ao se aposentar, pretende ter
acumulado o suficiente para garantir uma renda mensal de R$ 3 mil nessa fase de sua
vida.
O padrão de vida futuro desta pessoa será fruto dos recursos acumulados no decorrer da
sua vida ativa, o que, por sua vez, depende do prazo de acumulação, do retorno obtido
com a aplicação dos recursos poupados e da quantia poupada.
Ainda que seja possível acumular dinheiro de outras formas, quando o foco é o longo
prazo, o próprio perfil dos produtos de Previdência acaba ajudando no alcance destas
metas. O conceito de contribuições periódicas, por exemplo, ajuda na criação do hábito
de poupar, pois exige que, em determinadas datas, esta pessoa direcione parte de sua
renda para poupança.
Tudo isso acaba lhe forçando a planejar os seus gastos na aposentadoria. Não são raros
os casos de pessoas que, tendo optado por investir sozinhas, acabam retirando o
dinheiro aplicado logo nos primeiros anos de aposentadoria, esquecendo-se de que
muitos outros virão! Sendo assim... planeje-se!
Décimo terceiro salário: planejamento faz toda a
diferença
Décimo terceiro. Para a grande maioria dos trabalhadores, esta é a oportunidade de
pagar dívidas, comprar presentes, refazer o guarda-roupa das crianças, reformar a casa,
garantir a viagem das férias de verão.
Porém, mal ele entra na conta e surpresa! Desaparece numa velocidade assustadora.
Algum erro no depósito? Não, de forma alguma: o que faltou mesmo foi planejamento.
Por exemplo: um trabalhador deve receber um valor líquido de R$ 3.200 de 13º salário.
Ao se dar conta da quantia, muitas vezes sem perceber, começa a fazer planos com o
dinheiro extra. "Vou ganhar R$ 3.200, então vou comprar um notebook de R$ 2.000",
"Com os R$ 3.200, vou pagar meu IPVA de 1.700".
O décimo terceiro é recebido em duas parcelas: a primeira até o dia 30 de novembro (ou
último dia útil do referido mês) e a segunda até o dia 20 de dezembro.
Na primeira parcela o trabalhador recebe 50% do seu último salário, sem descontos.
Porém, no dia 20, surpresa: na segunda metade vêm descontados o Imposto de Renda e
o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Portanto, prepare-se!
Passo a passo
Para que você não se perca em seu planejamento, confira algumas dicas:
Se deixar para fazer as compras muito perto da volta às aulas, a tendência é que pare na
primeira loja e adquira tudo de uma só vez, sem se prender demais ao preço cobrado no
estabelecimento.
Opte por comprar alguns produtos em maior quantidade. O preço geralmente vale a
pena. Cadernos, lápis, borrachas, canetas e pastas com elásticos são alguns desses itens.
Uma opção interessante é procurar lojas atacadistas onde o preço tende a ser mais
barato, tendo em vista que alguns materiais são vendidos em pacotes fechados com mais
de uma unidade.
Vale a pena reunir algumas listas com os mesmos materiais - pode ser a de alguns
amigos - e sugerir que a loja lhe dê descontos por se tratar de uma quantidade maior de
produtos. Dificilmente seu pedido será negado.
Compras virtuais
Andar de loja em loja atrás dos melhores preços não é a sua praia, ou então a sua carga
de trabalho não lhe permite o esforço? Neste caso, experimente visitar os sites
especializados no segmento.
Além de ser mais cômodo, você recebe a mercadoria em casa, pagando um frete.
Apenas preste atenção à idoneidade da empresa e às condições de pagamento e entrega
que ela oferece. Se possível, dê preferência às indicações de amigos e parentes que já
utilizaram os serviços, para evitar problemas.
Como a maioria dos sites de vendas on-line oferece uma série de opções de pagamento,
tome cuidado para não cair em golpes, evitando o depósito direto em conta corrente, por
exemplo.
A escola não pode determinar o local de compra dos itens pedidos na lista de material.
No máximo, a instituição de ensino pode indicar uma alternativa para a compra.
Por outro lado, a Pro Teste - Associação de Consumidores informa que, se os itens
solicitados não forem encontrados em outros locais, como é o caso de apostilas e
material pedagógico específico da escola, a instituição de ensino poderá cobrar uma
taxa de material escolar para cobrir estes custos.
Em quaisquer dos casos, as entidades contatadas sugerem aos pais tentarem negociar
com a escola o que for melhor para ambos. Caso não haja negociação e os pais se
sintam prejudicados, a orientação é para que os responsáveis procurem uma entidade de
defesa do consumidor.
Cumpridas essas duas primeiras metas, é então hora de trabalhar com o dinheiro a seu
favor. Como? Investindo o dinheiro poupado!
Trata-se da subida de preços (inflação) que, embora ocorra hoje em menor escala, deve
ser sempre observada com atenção pelos consumidores. Isso facilita a percepção de que,
ao longo do tempo, o dinheiro acaba "perdendo" valor.
Geralmente, o retorno de uma aplicação é menor do que o efeito dos juros sobre uma
dívida. Portanto, o ideal é trabalhar muito bem com esses conceitos. Vamos a alguns
exemplos:
Sem o efeito dos juros, o valor futuro (quanto juntaria após um ano) seria de R$ 3 mil.
Já considerando a taxa mensal de 1% de juros, mês a mês (juros compostos), o valor
passaria a R$ 3.170,63 (um acréscimo de pouco mais de R$ 170).
Cálculos de juros
1. Cálculo de juros simples:
No final de dois anos, você teria ganho R$ 12,00. A conta continuaria a crescer a uma
taxa de R$ 6,00 por ano, apesar dos juros acumulados.
Os juros são pagos no valor original do depósito, mais qualquer juros ganho.
Manter-se bem informado proporciona maior segurança para investir e, ainda, deixa-o
ciente de que os riscos existem e é preciso analisá-los com muita cautela.
As opções para investir são muitas e é recomendável que você apure o máximo de
dados de cada modalidade antes de tomar sua decisão. A seguir, listamos alguns
conceitos importantes, que podem ajudá-lo a começar. Confira!
Permite que você movimente o seu dinheiro utilizando cartões a partir de um caixa
automático ou algum estabelecimento comercial, remotamente pela internet, telefone,
ou pessoalmente em uma agência ou posto bancário.
Caderneta de poupança
Trata-se de um dos modelis mais tradicionais de investimentos. O correntista pode fazer
aplicações que rendem em intervalos de 30 dias. A caderneta de poupança garante
rendimento mínimo de 0,5% ao mês.
Títulos de dívida
Um título de dívida é uma espécie de "vale", atestando que você emprestou dinheiro a
um governo ou companhia e que descreve os termos de reembolso.
O comprador pode adquirir um título de dívida com desconto. O título tem uma taxa de
juros fixa por um período determinado. Quando o tempo se esgotar, diz-se que o título
"venceu" e o comprador poderá resgatá-lo pelo valor nominal integral. Alguns tipos:
Títulos Pós-fixados
Os títulos pós-fixados funcionam de forma diferente. Quando você investe em um pós-
fixado você saberá o quanto irá receber somente no final da aplicação. Isso ocorre
porque o rendimento é determinado pela variação de certo índice mais uma taxa de juros
determinada no início.
Títulos Pré-fixados
São aqueles cuja remuneração é determinada no momento da aplicação. Assim, quando
o gerente do seu banco lhe oferece um CDB pré-fixado de 30 dias rendendo 18%, isto
significa que você já sabe o quanto receberá dentro de um ano - o valor investido mais
juros pelo período (30 dias) em que o dinheiro foi investido.
Títulos Privados
Todos os títulos de renda fixa, que são emitidos por bancos e empresas são conhecidos
como títulos de dívida privada, ou títulos privados. De maneira geral, as aplicações em
renda fixa podem ser organizadas de acordo com seus emissores.
Títulos Públicos
Assim como as empresas e os bancos, os governos federal, estadual e municipal
precisam de dinheiro para financiar suas obras e cobrir suas despesas. Os títulos
emitidos por estas entidades são chamados de títulos de dívida pública e podem ser pré
ou pós-fixados.
Fundos de Investimentos
Utilizamos aqui a definição da Anbid, que é a Associação Nacional dos Bancos de
Investimentos, para ajudá-lo a compreender melhor esta modalidade.
Os fundos são condomínios que reúnem em um mesmo lugar diversos investidores com
objetivos e necessidades semelhantes.
Esse condomínio, ou seja, o fundo, contrata uma instituição para gerir seus recursos (o
gestor), que fica sendo a responsável pelas aplicações dos recursos do fundo no
mercado, conforme objetivo e política de investimento definida. O fundo de
investimento consegue condições mais vantajosas no mercado financeiro que o
investidor individualmente.
A você cabe o papel de escolher o produto que tenha uma política de investimento
adequada às suas expectativas. Para facilitar o acompanhamento, os fundos são
divididos em classes que os agrupam por sua similaridade de política de investimento e
pelo seu grau de risco.
Classes de fundos
Cada fundo possui política de investimento e composição de carteira que variam das
mais conservadoras às mais arrojadas.
São eles: de curto prazo, referenciado, renda fixa, multimercado, ações, cambial e
dívida externa. Alguns tipos de fundos de investimentos:
Ações
A ação representa a propriedade de uma empresa. Os acionistas possuem uma parte da
companhia (menor fração do capital dessas empresas) e têm direito a uma parcela dos
lucros e, dependendo do tipo de ação, um voto sobre como a companhia é administrada.
Uma ação listada em bolsa é uma ação negociada no pregão de uma bolsa de valores.
No Brasil, a Bovespa exerce esta função.
Certamente, você já deve ter visto as siglas ON e PN. Você sabe o que significam?
ON - Ação Ordinária
São ações que conferem ao acionista direito de voto na empresa, por ocasião da
realização das assembléias de acionistas. São ações normalmente menos negociadas no
mercado que as preferenciais e, portanto, de menor liquidez.
PN - Ação Preferencial
São ações que garantem aos acionistas maior participação nos resultados da empresa,
mas que não dão direito a voto.
CDBs
O que são e como funcionam
Existem dois tipos: o CDB DI e o CDB pré-fixado. O CDB DI, indicado para
momentos em que os juros apresentam tendência de alta, é remunerado por um
percentual da taxa DI, fixado no momento da aplicação e mantido durante todo o
tempo do investimento.No CDB Pré, o banco paga um valor fixo de juros por
uma quantia fixa de dinheiro, durante um período fixo, por isso é indicado
quando os juros seguem tendência de baixa. Ambos os casos tem carência
mínima de 30 dias antes que você possa efetuar um resgate.
Oferece riscos baixos, com base na solidez da instituição.
Oferece taxas de juros mais altas do que as contas de poupança
O acesso ao seu dinheiro fica restrito nos primeiros 30 dias.
Sofre penalidade se for sacado antes da data de vencimento (a penalidade pode
ser maior do que os juros auferidos).
Mas, e se alguma coisa acontecer com você? E se você perder o emprego, sofrer um
acidente que o impeça de trabalhar, mesmo que temporariamente, ou ainda pior, se você
simplesmente vier a falecer? Por mais que você não queira pensar sobre o assunto, isso
não impede que um dos eventos venha a acontecer.
Existem, contudo, algumas restrições. Como o seguro foi desenvolvido para garantir a
sua proteção em caso de desemprego involuntário, se você aderir a um Programa de
Demissão Incentivada, for demitido por justa causa ou se aposentar não terá direito à
cobertura.
Já nos casos de invalidez (temporária ou permanente) ou de morte, você não terá direito
à cobertura se o afastamento for decorrente de doença pré-existente, ou no caso das
mulheres, no evento de parto ou aborto. Como era de se esperar, também não são
indenizados acidentes causados por uso de drogas ou prática de atos ilícitos.
Pacotes permitem custo reduzido
Hoje em dia, o seguro de proteção financeira já é oferecido por algumas empresas de
utilidade pública (ex. luz e telefonia), varejistas (eletrônicos, material de construção e
supermercado), instituições financeiras (financeiras, consórcios e bancos) e até mesmo
escolas. Afinal, em todos os casos você efetua um pagamento mensal.
O custo do seguro varia de acordo com o tipo de proteção contratado. Mas, não é
preciso se preocupar com o peso no orçamento, pois como em geral estas empresas e
instituições contratam a cobertura para vários clientes em pacote, é possível oferecer um
custo bastante reduzido por segurado.
Ao permitir que você mantenha o pagamento das suas prestações, mesmo diante de um
evento como os que discutimos, o seguro de proteção financeira é uma alternativa barata
para quem se preocupa em manter o seu nome limpo. Ele é particularmente útil para
quem ainda não conseguiu juntar uma reserva de emergência que possa garantir o seu
equilíbrio financeiro neste tipo de situação.
Existem serviços criados justamente para este fim: são os seguros, que podem ser
considerados "despesas de proteção". Isso porque eles representam um gasto a mais no
seu orçamento, porém com a finalidade de lhe oferecer garantias na ocorrência de uma
situação de risco, adversa (o roubo do carro, um problema de saúde, a perda de um
emprego ou de um familiar etc.).
Mas, se em algum momento você passou por isso, procure avaliar o que o levou a essa
situação. O mais provável é que você tenha sido surpreendido por um evento
extraordinário, como por exemplo, a perda do emprego, algum problema de saúde, teve
sua casa assaltada etc., o quê acabou afetando o seu orçamento.
Diante desta constatação, fica fácil ver que, se você quiser evitar novas surpresas, terá
que rever o seu planejamento financeiro de forma a considerar esta nova categoria de
gastos. Existe, contudo, uma outra forma de se preparar para estes gastos e se proteger
do impacto que eles têm no seu orçamento. Como? Contratando seguro.
Afinal, é exatamente esse o objetivo dos seguros: protegê-lo do impacto financeiro que
um determinado evento futuro (que pode ou não acontecer) pode lhe causar. A este
evento futuro, que pode levá-lo a uma situação de desequilíbrio financeiro e do qual
você quer se proteger, damos o nome de risco.
Hoje em dia já é possível encontrar seguros para a cobertura dos mais variados riscos,
como por exemplo, o risco de ter seu carro roubado, o de sofrer um acidente e não poder
trabalhar por vários meses, o de perder o emprego e não conseguir manter o pagamento
das prestações em dia ou, o pior deles, o de vir a falecer e deixar sua família
desamparada.
Exatamente por isso, pode-se afirmar que o seguro ajuda no seu planejamento
financeiro. Afinal, ao invés de ser surpreendido com uma despesa extraordinária (com
carro, casa, saúde etc.), você se planeja para isso, pagando todos os meses a sua apólice.
Em outras palavras, transforma uma despesa extraordinária que não consegue estimar,
em prestações fixas.
Vale notar, contudo, que seguro não deve ser visto como um substituto à formação de
um patrimônio. Mas, como uma forma inteligente de melhorar a qualidade dos seus
gastos, uma vez que se trata de uma despesa que protege o seu orçamento de riscos.
Pois saiba que este não é o melhor caminho, já que não se deve escolher um seguro
somente pelo seu custo, mas sim pelo tipo de cobertura que você necessita. Lembre-se:
ao optar pelo seguro de vida correto, você estará contribuindo, e muito, para o seu
planejamento financeiro!
Atenção à cobertura
Seguro de vida ou de acidentes? Pode-se dizer, de maneira simplificada, que a principal
diferença entre os dois é que o de acidentes não oferece cobertura nos casos de
falecimento por morte natural.
Isso significa que o seguro de vida oferece uma cobertura mais ampla do que o seguro
de acidentes pessoais. No entanto, vale esclarecer que isso acaba refletindo no preço,
que tende a ser mais elevado do que o de seguro de acidentes.
Sua situação atual deve ser analisada com critério, na escolha do seu seguro: o de
acidentes pode ser a opção mais atrativa se você é jovem, solteiro, pertence a uma
família com situação financeira tranqüila e não tem ninguém que dependa
financeiramente de você.
Por outro lado, se, mesmo sendo jovem, você tiver dependentes (cônjuge, filhos ou pais)
o seguro de vida é mais indicado, pois garante uma cobertura mais ampla, já que o risco
financeiro da sua invalidez ou falecimento é maior neste caso. Afinal, caso isso
aconteça, outras pessoas ficarão desamparadas, daí o porquê de ser importante calcular
com calma o tipo de cobertura necessária.
E quanto ao custo?
De maneira geral, para os jovens, o custo dos dois produtos é praticamente o mesmo.
Como, nesse grupo, o risco de falecimento é baixo, o maior componente refere-se ao
acidente, e daí a semelhança entre os custos dos dois produtos.
Entretanto, lembre-se: ao contratar um seguro, seja ele qual for, o seu objetivo maior
deve ser de se proteger do risco financeiro que um possível evento pode causar. Ou seja,
se o risco financeiro de você vir a falecer por causas naturais for pequeno (cobertura que
só é garantida pelo seguro de vida), pode valer mais a pena contratar um seguro de
acidente, e vice-versa.
Pois este pode ser um caminho, caso tenha alguém que dependa financeiramente de
você. Afinal, o objetivo dessa modalidade de seguro é justamente garantir a segurança
financeira dos seus dependentes por certo tempo, caso você esteja impossibilitado de
fazê-lo.
Esse período vai depender da situação da sua família. Se o seu cônjuge não trabalha e
você é o único responsável pelo sustento da casa, o tempo necessário de cobertura deve
ser mais longo. Mas, mesmo que o seu cônjuge trabalhe, é bastante provável que, com a
chegada dos filhos, ao menos nos primeiros meses, opte por ficar em casa para dar um
maior apoio às crianças. De forma que é preciso levar isso em consideração na definição
da cobertura do seguro.
Pais e filhos
Para ilustrar, outros exemplos: caso os seus pais sejam idosos e morem com você,
permanecendo, durante o dia, sob os cuidados do seu cônjuge, em algum momento você
terá que avaliar o custo de ter outra pessoa fazendo isso, já que, muito provavelmente,
seu marido, ou esposa, terá que voltar a trabalhar e não terá condições de arcar com esta
responsabilidade.
Outro ponto: ninguém gosta de pensar nisso, mas, avalie se, ao falecer, sua família terá
dificuldades para manter o pagamento de financiamentos ou consórcios. Ainda que a
maioria dos financiamentos imobiliários já inclua, no valor da prestação, o custo de
seguro que garante a quitação do saldo devedor em caso de falecimento, ou acidente
com invalidez permanente do titular, trata-se de uma medida importante para o seu
planejamento financeiro.
E não termina aí. Você também precisa se preocupar com a garantia do futuro dos seus
filhos, dependendo da idade deles. Caso ainda sejam crianças, e você não possua um
seguro educação, ou tenha um plano de previdência voltado à garantia do estudo dos
seus filhos, estes custos, ou ao menos parte deles, também devem ser incluídos no seu
cálculo.
Despesas correntes
Mais um passo para determinar o valor do seu seguro de vida: calcule as despesas
correntes da sua família e estabeleça um prazo para cobertura destas despesas. Afinal, o
seguro não tem como objetivo garantir uma renda perpétua, mas dar condições para que
a sua família consiga se restabelecer.
Depois disso, é importante que você estime o valor do seu patrimônio. Quanto você
acumulou até o momento? Lembre-se, no entanto, que alguns bens não poderão ser
vendidos, como sua casa. Estime seu patrimônio já excluindo bens ou valores que não
poderão ser usados para garantir uma renda familiar. A diferença deve ser o valor do seu
seguro. Uma vez que tenha uma idéia clara do que pretende, é hora de contatar um
corretor e pesquisar as melhores condições oferecidas no mercado.
Relativamente barato
Aqui, vale lembrar que o custo de um seguro está intimamente relacionado com o risco
de que a seguradora venha efetivamente a ter que pagar a indenização. Este risco é
menor nas residências do que nos veículos, de forma que, ao contrário do que muitas
pessoas imaginam, o seguro residencial não é caro.
Como era de se esperar, o custo do seguro varia de acordo com o tipo de cobertura que
o segurado deseja (básica ou mais completa). Em geral, o custo anual da apólice varia
entre 0,05% e 3% do valor segurado. Assim, segurar um imóvel de R$ 250 mil pode
custar apenas R$ 125 por ano, ou pouco mais de R$ 10 mensais. Certamente uma
quantia fácil de se economizar, sobretudo quando considerada a proteção financeira que
se recebe em troca.
Apesar disso, apenas 15% das residências brasileiras estão seguradas. Procurando atrair
o interesse do consumidor para o produto, algumas seguradoras já oferecem apólices
combinadas, que protegem a casa e o carro. Para se ter uma idéia, a apólice conjunta
implica em um custo adicional de menos de 5%, frente ao custo de se contratar apenas a
cobertura de seguro de auto.
Mas, é preciso ficar atento, pois alguns danos ao imóvel não são cobertos. Esse é o caso,
por exemplo, de falhas no projeto de construção ou desgaste de material usado na obra.
Também são excluídos danos relacionados à má conservação do imóvel, desocupação
por longo tempo etc. Para evitar dúvidas e controvérsias, caso você precise acionar o
seguro, certifique-se de que todas as exclusões estejam incluídas no contrato.
Se você mora em apartamento, a lei obriga o imóvel a ter seu próprio seguro, mas estes
seguros são menos abrangentes, já que, em geral, não cobrem perdas que venham a
acontecer em um só apartamento. Portanto, o melhor é contratar um seguro individual
que cubra riscos mais específicos do seu imóvel, ou simplesmente só os bens materiais
(eletrodomésticos, eletrônicos, etc.) que você possui.
Para sua maior segurança, prepare lista detalhada com bens e aparelhos que serão
cobertos pelo seguro, já que muitas seguradoras não realizam vistoria prévia e cabe a
você assegurar que a lista detalhada seja anexada à apólice de seguro. Em geral, jóias e
obras de arte necessitam de cobertura adicional.
Também são oferecidas coberturas para acessórios (ex. som, farol de milha etc.),
cobertura de acidente pessoal para passageiro (APP) e responsabilidade civil facultativa
de veículo (RCF-V). Enquanto a cobertura de APP cobre despesas médicas e garante o
pagamento de indenização no caso de morte ou invalidez permanente de um passageiro,
a RCF-V tem como objetivo garantir indenização, no caso do motorista vir a causar
danos corporais e materiais a terceiros.
Nos últimos anos, as coberturas vêm se ampliando, e já incluem, por exemplo, serviço
de atendimento ao acidentado, carro substituto durante o período em que o veículo
original do segurado ainda estiver sendo consertado etc. Como é de se esperar, quanto
mais ampla for a cobertura, maior o custo da apólice que, em geral, varia entre 5% e
20% do valor segurado. Desde 2003, o valor segurado é calculado com base no valor de
mercado do veículo.
Na hora de tomar sua decisão, não se concentre apenas no valor da apólice. Avalie
também a amplitude da cobertura, a qualidade do atendimento oferecido pela
seguradora e, é claro, a sua reputação no mercado.
Nestas horas ter um seguro contra acidentes poderia fazer a diferença, pois receberia
uma indenização pelo acidente, que certamente ajudaria a equilibrar melhor sua situação
financeira.
Você poderia contar com os benefícios da Previdência Social - isso, é claro, se você
contribui. Mas, mesmo assim, o benefício em geral é bem inferior do que o salário, de
forma que provavelmente teria dificuldades financeiras para se sustentar. A última
alternativa seria pedir dinheiro emprestado.
Se você corre esse tipo de risco, contratar seguro de acidente pessoal teria sido uma
opção mais econômica do que tomar dinheiro emprestado, já que o custo do seguro de
acidente pessoal é relativamente baixo.
Também podem ficar de fora os acidentes causados por catástrofes naturais, como
furacões, maremotos etc. Mas, como todas as situações em que a indenização não é
paga devem estar descritas no contrato, basta você verificar com cuidado o que está
escrito e não assinar aquilo que não concordar.
Que cobertura devo ter?
O procedimento para determinar o valor da cobertura que você precisa contratar é o
mesmo que o do seguro de vida. Em outras palavras, você deve avaliar seu orçamento
de forma a estimar seus gastos mensais, feito isso analise o período durante o qual você
quer contratar cobertura.
Se você acha que é suficiente garantir seu sustento por seis meses e possui gastos de R$
2.000,00 por mês, uma cobertura de R$ 12.000,00 pode ser suficiente. Porém, é preciso
levar em consideração que as seguradoras adotam um percentual de ajuste para calcular
o valor a ser efetivamente pago no caso de invalidez.
Tanto o custo do seguro quanto o valor da indenização são definidos com base no
capital segurado, que nada mais é do que a quantia máxima que você irá receber em
caso de acidente. Assim sendo, quanto menor a quantia que você quiser garantir em
caso de acidente, menor o custo mensal do seguro, e vice-versa.
Mas, exatamente, que tipo de proteção oferece esse seguro? O principal objetivo do
seguro de Responsabilidade Civil, ou RC como também é conhecido, é de garantir a sua
proteção caso seja responsabilizado civilmente por ter causado danos involuntários
pessoais e/ou materiais a terceiros.
Para quem não sabe, a grande diferença entre responsabilidade civil e penal é
exatamente esta: a falta de intenção de prejudicar o outro. Na responsabilidade penal,
por outro lado, como existe intenção de causar o dano, o responsável está sujeito a
cumprimento de pena como previsto na lei.
Se você possui um seguro de automóvel é possível que já contrate esse tipo de proteção
adicional. Imagine o que aconteceria se você fosse responsável por um acidente de
trânsito que leve à invalidez, temporária ou permanente, do outro motorista? No mínimo
você teria que pagar os gastos com o tratamento da vítima.
Mas, sua responsabilidade não termina aí. Afinal, a família deste motorista poderá
enfrentar dificuldades financeiras, de forma que é provável que você seja obrigado a
pagar uma indenização elevada para a vítima. É aí que o seguro de RC, combinado com
o de auto, faz a diferença. Porém, a cobertura neste caso só é válida para acidentes
causados pelo veículo que foi segurado.
Exatamente por isso, muitas empresas já contratam o seguro de RC para seus principais
executivos, temendo que uma ação judicial possa implicar seus executivos por danos
causados ao meio ambiente, à saúde dos consumidores etc. Raciocínio semelhante tem
levado muitos médicos, arquitetos, engenheiros e até contadores a contratar esse tipo de
proteção.
Na prática, isso significa que o gasto efetivo com saúde de uma família que opta pela
utilização do sistema privado pode ser bem mais elevado. Assim, contratar um plano ou
seguro saúde é cada vez mais uma necessidade, especialmente se considerarmos a
qualidade dos serviços públicos oferecidos neste segmento.
Plano de referência: por ser o mais completo, já que engloba os benefícios dos
planos ambulatoriais e hospitalares, é também o mais caro. Além de consultas
médicas, exames, partos e tratamentos, inclusive para doenças como câncer e
Aids, esses planos também dão acesso a cirurgias e transplantes.
Plano ambulatorial: a cobertura básica garante consultas médicas em número
ilimitado, acesso a todos os procedimentos ambulatoriais, inclusive aqueles que
exijam procedimento cirúrgico, sendo permitida a internação hospitalar desde
que não supere o período de 12 horas. O plano também dá acesso ao tratamento
de hemodiálise, quimioterapia (desde que não exija internação), radioterapia e
cirurgias oftalmológicas. Para quem tem problema de coração, contudo, o plano
não permite exame de cateterismo, assim como exclui cirurgias com anestesia
geral.
Hospitalar: o foco deste tipo de plano é o acesso à internação hospitalar tanto
em quarto comum como em quarto de unidade de terapia intensiva. Nos dois
casos não há limite de prazo. Este tipo de plano também cobre gastos com
médicos e enfermeiras durante a internação, assim como exames
complementares, medicamentos, transfusões e tratamento de quimioterapia.
Por um custo adicional, também é possível ter cobertura para doença pré-
existente, ou, segundo previsto em Lei, de cobertura temporária para estas
doenças. Em contrapartida, não é oferecida cobertura para atendimento pré-
natal, transplantes que não de rim e córnea, consultas ambulatoriais, clínicas de
repouso para idosos e clínicas de emagrecimento.
Faça as contas
O valor da mensalidade é função não só do seu perfil de risco, como também das
coberturas às quais você quer ter direito. Se você não tem como arcar com os custos de
um plano de referência, avalie suas necessidades e combine alguns planos segmentados,
de forma a obter uma cobertura mais ampla, sem custos exagerados.
É exatamente por isso que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o seguro de vida
não é necessariamente recomendado para pessoas idosas, mas sim para as mais jovens,
que ainda não acumularam o suficiente.
Por outro lado, se você já é casado e tem filhos, a situação muda. Caso algo aconteça
com você, sua família pode vir a passar necessidade. Neste sentido, a decisão de
comprar um seguro de vida deve ser tomada com base na sua situação financeira.
Previdência ou seguro?
Algumas pessoas se confundem na hora de escolher entre um seguro de vida ou um
plano de previdência privada. Os dois produtos são bastante distintos e devem ser vistos
como complementares, e nunca como excludentes.
O plano de previdência deve ser considerado como uma poupança de longo prazo, isto
é, faz parte de sua estratégia de investimento. Já o seguro de vida não é um
investimento, mas uma cobertura de risco.
Os recursos acumulados com a previdência devem ser vistos como o pé-de-meia que
você precisa acumular para se aposentar. Desta forma, quanto mais próximo de se
aposentar, maior será o pé de meia, e menor a necessidade de um seguro. Por outro lado,
para os mais jovens este pé-de-meia pode não ser suficiente para sustentar a família em
caso de falecimento ou invalidez, de forma que o seguro é um complemento
indispensável.
Se você ainda não acumulou o suficiente, a melhor opção é combinar os seguros de vida
com planos de previdência. O lançamento dos VGBLs (Vida Gerador de Benefício
Livre) veio preencher esta lacuna, uma vez que o produto combina esta duas
características.
O dinheiro economizado pode ser usado para aumentar suas reservas, através de
aplicações, ou, por que não, para consumo próprio? Lembre-se que seguro é para
quando você precisa cobrir um risco, portanto quanto menor o risco, menor a cobertura
de seguro necessária. Você faria um seguro de carro se não tivesse risco de bater? O
mesmo raciocínio vale para o seguro de vida. Se você já acumulou o suficiente, o risco
financeiro de você vir a falecer cai bastante, portanto pode estar na hora de rever o valor
da sua apólice.
Porém, à medida que você se aproxima dos 40, é importante que já tenha estabelecido o
hábito de poupar regularmente. Seu objetivo nesta fase deve ser o de acumular o
máximo possível. Ou, em outras palavras: maximizar o retorno do seu patrimônio.
Para ajudá-lo nessa trajetória, selecionamos abaixo algumas dicas do que levar em
consideração na hora de elaborar o seu planejamento.
Portanto, comece refletindo sobre questões bastante básicas como, por exemplo, quando
você pretende se aposentar. Essa é uma variável importante para o planejamento da sua
aposentadoria, que não pode ser esquecida. Um erro comum entre as pessoas é decidir
parar por impulso, em geral, porque se sentem desmotivadas no emprego, ou
fisicamente cansadas. Você pode não acreditar, mas alguns anos podem fazer muita
diferença em termos de planejamento.
Com que outras fontes de renda você poderá contar? Por acaso você contribui para um
plano de previdência corporativo ou para um plano individual, de forma que poderá
contar com esses benefícios ao se aposentar? Afora os investimentos em previdência
complementar, você consegue identificar outras fontes de renda financeira?
Uma boa opção são os planos de previdência, sobretudo os corporativos, pois trabalham
com o conceito de contribuições mensais. Além disso, sob as novas regras de tributação,
o investidor se beneficia de alíquotas decrescentes quanto maior o prazo de
investimento.
E, como poupar nada mais é do que decidir adiar uma decisão de consumo, você deverá
refletir se vale a pena manter o seu estilo de vida hoje, em detrimento do seu padrão na
aposentadoria. Ou se, alternativamente, não seria melhor cortar gastos hoje, de forma a
poder se aposentar na data planejada.
Reveja periodicamente sua estratégia
De tempos em tempos, avalie o seu planejamento. Você está alcançando as suas metas,
ou não? Será que é preciso revê-las? Seu salário aumentou, não vale a pena aproveitar o
momento e poupar mais do que o planejado?
Lembre-se: ainda que o seu objetivo seja o mesmo, suas metas devem ser sempre
ajustadas para que reflitam o seu ciclo financeiro. O ideal é que você poupe mais
quando pode, para fazer frente aos momentos de maior dificuldade financeira.
Agora que você tem uma idéia geral do processo, que tal arregaçar as mangas e
começar? Nada de desespero! Lembre-se: o objetivo aqui é garantir que, com um pouco
de planejamento, você tenha controle sobre o seu futuro financeiro.
Para isso, é preciso analisar com cuidado se essa renda será suficiente para garantir seu
padrão de vida depois da aposentadoria.
Para tentar estimar quais serão seus gastos no futuro, use como base sua realidade atual.
Adicione despesas que possa vir a ter ao se aposentar e retire gastos que não terá que
arcar mais, como a mensalidade da escola dos seus filhos, por exemplo. Feito isto,
ajuste o valor obtido pela inflação acumulada durante os anos que faltam para você se
aposentar.
Parece complicado? Até poucos anos atrás este exercício era impossível, afinal já era
difícil prever o preço de alguma coisa no final do mês, imagine daqui a vários anos!
Mas hoje essa tarefa está bem mais simples!
Isso significa que, para manter seu padrão, ignorando outros investimentos que você
possa ter, você irá precisar de uma receita líquida mensal, isto é, já deduzida do
pagamento de imposto, de pelo menos R$ 4.479. Neste sentido, quanto mais tempo
faltar para você se aposentar, maior o efeito da inflação: renda mensal terá que ser
maior, para poder manter o mesmo padrão de vida. Isto deve ser levado em
consideração quando você planeja seus investimentos.
Sendo assim, é importante analisar a evolução do seu poder aquisitivo nos próximos
anos, para tentar estabelecer uma estratégia de investimento que lhe permita garantir
uma aposentadoria tranqüila. Ninguém está falando para você viver "no aperto" e abrir
mão de todos os seus sonhos de consumo, mas é preciso responsabilidade para que a
evolução das suas despesas não supere o crescimento de suas receitas.
Se isto acontecer, além de ter o seu dinheiro corroído pela inflação, você estará, aos
poucos, diminuindo sua capacidade de investimento. Não é preciso conhecer muito de
finanças para saber que, quanto menos você poupar agora, menos poderá gastar no
futuro.
As mulheres geralmente dedicam uma parte maior do seu tempo para os filhos do que
os homens. Esse tempo sem renda é um período em que elas não estão fazendo
poupança para a aposentadoria.
Além disso, as pesquisas têm mostrado que as mulheres tendem a investir menos
agressivamente do que os homens e a colocar seu dinheiro em investimentos mais
seguros e de rendimento mais baixo. Seus fundos de aposentadoria crescem mais
lentamente e, no decorrer de uma carreira inteira, a diferença entre os investimentos de
médio e baixo risco pode ser enorme.
Outro fator importante é que, em média, as mulheres vivem sete anos a mais do que os
homens. Isso significa sete anos a mais de despesas para seu sustento que as mulheres
precisam prever nas poupanças de aposentadoria. É preciso planejar!
Tendo sido desenvolvido em linha com o PGBL, ele também funciona como um plano
de acumulação de longo prazo, onde o investidor define o valor das contribuições
mensais, o prazo a partir de qual iniciará o recebimento, enquanto a seguradora, em
contrapartida, calcula quanto deve ser o valor do benefício pago em função da projeção
de quanto será acumulado no período.
No PGBL você pode deduzir as contribuições efetuadas ao plano até o limite de 12% da
sua renda bruta anual. Porém, esse benefício acaba atingindo apenas quem efetivamente
tem imposto a pagar e, portanto, pode se beneficiar da dedução, ou quem declara através
do formulário completo, onde é possível discriminar as deduções.
Mas o VGBL também surge como opção para quem, já tendo superado o teto permitido
para dedução das contribuições ao PGBL, ainda deseje investir em previdência para se
beneficiar do diferimento fiscal. Neste caso, a partir do momento que as contribuições
ao PGBL superarem 12% da renda bruta do investidor, ele poderia complementá-las,
com a compra de um VGBL.
Não há dúvida de que o benefício fiscal dos planos de previdência faz com que eles
sejam as melhores opções de investimento no longo prazo, pois ao diferir o pagamento
de IR você acumula capital mais rapidamente sobre o qual incidem juros. Ou seja, o
poder multiplicativo do dinheiro acaba funcionando a seu favor.
Entretanto, se você decidir sacar de uma vez só todo o dinheiro acumulado até a sua
aposentadoria, poderá se surpreender ao verificar que boa parte desses ganhos será
engolida no pagamento de IR sobre o valor sacado. Nesta situação, talvez a melhor
opção de previdência fosse um VGBL, pois o menor imposto no resgate compensaria a
isenção de IR durante a fase de acumulação.
Desta forma, fica fácil entender que, para quem não tem pressa para sacar os recursos
investidos, os investimentos com diferimento fiscal são particularmente atrativos, pois
como o imposto não é descontado, as reservas acumuladas crescem mais rapidamente.
Mas, se sua intenção é investir em previdência para ter este benefício fiscal, é
importante que tenha consciência de que na previdência, além da taxa de administração
tradicionalmente cobrada nos fundos de investimento, também é cobrada uma taxa de
carregamento sobre os valores investidos.
Na prática, isso significa que investir em previdência por alguns meses para ter acesso
ao diferimento fiscal não vale a pena, porque aquilo que você ganha por adiar o
recolhimento do imposto, perde por ter que arcar com a taxa de carregamento.
Portanto, optar por uma aplicação desta natureza somente vale a pena se a intenção for,
efetivamente, deixar o dinheiro aplicado no longo prazo. Caso contrário, o que você
ganha em termos fiscais pode perder ao pagar taxas mais altas do que os fundos de
investimentos tradicionais.
Abatimento fiscal
Além do diferimento, os planos de previdência oferecem outra vantagem fiscal: a
possibilidade de abatimento do valor das contribuições efetuadas ao plano do valor do
imposto devido. Esta vantagem, contudo, está restrita aos planos de previdência do tipo
PGBL ou plano tradicional, e não se aplicam aos planos do tipo VGBL.
Vale notar que a vantagem fiscal só se aplica para quem não está isento de recolhimento
de IR. Para ilustrar melhor a vantagem fiscal, vamos assumir uma pessoa que tenha uma
renda mensal de R$ 3.500,00 e que sofra recolhimento com base em uma alíquota de
imposto de renda de 27,5%.
Vale notar que a legislação tributária permite a dedução integral do valor contribuído
desde que esse não supere o teto de 12% da renda bruta tributável, o que no exemplo
acima, seria equivalente a R$ 420 por mês (ou 12% de R$ 3.500,00).
Sem Previdência Com Previdência
Renda bruta mensal R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
Dedução permitida da contribuição R$ 0,00 R$ 420,00
Base de cálculo do IR R$ 3.500,00 R$ 3.080,00
Alíquota de IR - Dedução 27,5% e R$ 548,82 27,5% e R$ 548,82
Imposto devido R$ 413,68 R$ 298,18
Ganho fiscal -- R$ 115,50
O ideal é que o dinheiro "economizado" com imposto seja direcionado para a sua
poupança mensal, de forma a contribuir para o crescimento do seu patrimônio.
Pois vale lembrar sempre que, em muitos casos, é possível solucionar essas questões,
sem precisar da ajuda de terceiros (órgãos de defesa do consumidor e Justiça).
Preparamos, com base em orientações do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor),
uma lista de passos a serem seguidos em caso de violação dos seus direitos.
Mantenha-se informado
Quando o assunto é a defesa dos seus direitos, o consumidor deve estar o melhor
informado possível, visando evitar ser enganado de alguma forma.
Para tanto, a primeira medida a ser tomada é ler com cuidado o Código de Defesa do
Consumidor, que pode ser acessado, pela internet, no seguinte endereço:
www.mj.gov.br/data/Pages/MJ5E813CF3PTBRIE.htm.
Contatando o fornecedor
Uma vez informado dos seus direitos, o consumidor deve entrar em contato com o
fornecedor para tentar um acordo amigável. A melhor forma de fazer isto é através de
carta, fax ou e-mail, não se esquecendo de obter, sempre, um comprovante da entrega.
Vale lembrar que o Código de Defesa do Consumidor estabelece o prazo de 30 dias para
falhas em produtos não duráveis, e de 90 dias para produtos duráveis, para que o
consumidor entre com a sua reclamação. Contudo, se não houver um defeito aparente, o
prazo de reclamação conta a partir da data em que o defeito aparecer. Não se esqueça de
deixar claro na sua correspondência um prazo para que a empresa responda a sua
reclamação.
Vale um alerta: enquanto consumidor, você deve exigir respeito aos direitos previstos
no Código de Defesa do Consumidor, mas também deve cumprir algumas obrigações.
Em certas questões, por mais que a culpa por algum problema seja do fabricante ou do
revendedor, quem arcará com as conseqüências será aquele que não foi precavido antes
de fazer uma aquisição.
O primeiro passo importante, neste caso, é saber exatamente o que você deseja adquirir.
Embora pareça óbvio, este procedimento lhe proporciona uma compra mais segura,
eliminando, por exemplo, a possibilidade de arrependimento pela aquisição.
Outra orientação importante é evitar montar o produto sozinho. Neste caso, se algo der
errado, você acaba perdendo o direito à garantia.
Você comprou uma roupa nova. Depois de usar, lavou-a na máquina. Porém, o tecido
não tolerava o procedimento e ela estragou. O certo é ir até a loja, com a nota fiscal
contendo todo o detalhamento da peça, e pedir uma troca, certo? Errado.
Em caso de mau uso do produto, a loja não é obrigada a efetuar a troca. Portanto, é um
dever estar sempre atento às características da mercadoria adquirida. Faça a sua parte!
Caso haja algum tipo de crime contra as relações de consumo, também é possível entrar
em contato com uma delegacia especializada como o Decon, que tratará de casos como
propaganda enganosa ou abusiva.
Recorrendo à Justiça
Além disto, é sempre possível buscar a ajuda de especialistas. Em São Paulo, por
exemplo, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) oferece um serviço de atendimento
ao consumidor, orientando sobre como proceder para tentar buscar uma solução na
Justiça para seu problema.
Por último, vale lembrar que a maioria das faculdades de direito também oferece
atendimento gratuito à população, de forma que você pode entrar em contato com o
departamento da instituição da sua região para tentar obter este serviço.
Para entrar com ação na Justiça, o consumidor pode apelar para o JEC (Juizado Especial
Cível), desde que a ação não exceda o valor de 40 salários mínimos. Para valores
maiores, será preciso entrar na Justiça comum, onde os processos são mais longos e, em
caso de perda, o consumidor terá que arcar com os custos do processo.
Para quem ganha menos de três salários mínimos, é possível receber assistência gratuita
da Procuradoria de Assistência Judiciária, que em geral funciona no fórum da cidade.
Procon-SP
Idec
Pro Teste
Código de Defesa do Consumidor
A primeira regra para se comprar algo é ter certeza da necessidade do item. Nada de
compras por impulso, se a sua intenção é mesmo preservar seu bolso!
Nunca utilize o hábito de comprar como uma espécie de terapia. Você adora ir às
compras nos seus "dias de fúria"? Cuidado, isso pode ser sinal de consumo compulsivo.
Lembre-se que o ato de adquirir algo deve ser comparado a uma negociação, e nunca à
diversão. Só feche a compra quando realmente tiver certeza de que analisou bem todas
as possibilidades.
O segundo passo é pesquisar preços! Para isso, vale fazer uma cotação na internet e
visitar virtualmente algumas lojas, onde poderá "observar" o produto, as opções de
modelos existentes e as vantagens, antes de chegar à conclusão. E mais: nada de fazer
compras com pressa. Com certeza o resultado não será dos melhores.
Para quem utiliza o cartão de crédito como meio de pagamento, a dica é ficar atento aos
seus direitos na hora de pagar pelo que comprou: os cartões não estão sujeitos a
sobretaxas e o preço da mercadoria deve ser o mesmo cobrado no pagamento à vista.
Fique de olho!
Não é preciso ir longe para pagar menos por certos produtos, uma vez que a diferença
entre estabelecimentos de um mesmo bairro, ou até de uma mesma rua, pode ser
considerável.
Para tanto, foram consideradas duas cestas de produtos, sendo a primeira formada com
os produtos das marcas líderes de mercado e a segunda, com produtos sem marcas
definidas. Tais cestas ainda foram divididas em 3 subcestas: alimentos não-perecíveis;
itens de higiene e limpeza; e produtos perecíveis.
Na cidade de São Paulo, a diferença de preço da cesta com produtos de marcas definidas
pode chegar a 28% entre o supermercado mais caro e o mais barato. No caso da cesta de
produtos sem marcas definidas, a economia atinge 37%.
Por outro lado, as lojas estipulam um prazo para que a troca seja efetuada, que em geral
fica em torno de 30 dias. Portanto, preste muita atenção à data da compra da
mercadoria. Passado este prazo, você ficará sem poder trocá-la.
No caso de bens não duráveis, a reclamação pode ser feita em até 30 dias. Agora, se
você só percebeu o defeito depois de certo tempo, entende-se que ele estava oculto.
Neste caso, o prazo para reclamação também será de 30 e 90 dias, para bens não-
duráveis e duráveis, respectivamente, mas será contado somente a partir da data em que
o defeito for encontrado.
Por sua vez, o fabricante terá 30 dias para consertá-lo. Se após este intervalo o problema
não for resolvido, o consumidor poderá pedir o dinheiro de volta, ou trocar a mercadoria
defeituosa por um outro produto. Ainda é possível entrar num acordo com o lojista e
conseguir um desconto. Tudo depende de cada caso.
Vale lembrar ainda que qualquer compra feita pela internet, pela televisão, ou mesmo
por um anúncio no jornal, e que você não tenha visto pessoalmente, também pode ser
trocada. Neste caso, você tem sete dias para entrar em contato com o comerciante e
pedir a quantia paga de volta, sem apresentar nenhuma justificativa, porque você não
teve um contato manual com o produto.
Se um bem causar dano ao seu comprador, este tem o prazo de até cinco anos para
ajuizar ação pleiteando indenização ou reparação de danos junto ao fornecedor ou
fabricante.
No entanto, é bastante importante que você, consumidor, faça suas compras com
cautela. Afinal, muitos problemas podem ser evitados, desde que observe o produto com
atenção, pondere bem suas características e vantagens antes da compra. Isso evita o
arrependimento. Fique de olho em seus direitos!
Aprenda a negociar e faça uso dos seus direitos. Se a intenção é mesmo de comprar
algo, certifique-se de ter pleiteado, e conseguido, as melhores condições para isso. Uma
das principais dúvidas do consumidor se refere à possibilidade de parcelar o pagamento
de suas compras.
Parcelar ou não?
Hoje em dia, nem sempre você consegue garantir um desconto no pagamento à vista,
por melhor que seja a sua habilidade de negociar. Ao invés disso, os varejistas oferecem
a possibilidade de pagamento parcelado sem juros.
A razão para isso é simples: para o consumidor, parece mais vantajoso o fato de
comprar algo mais caro, porém em suaves prestações que não afetarão tanto seu
orçamento, do que se desfazer de uma alta quantia de uma única vez...
Mas, pense da seguinte forma: se você tiver que pagar à vista um celular de R$ 500,
você nem sempre se planeja. Mas, se puder parcelar em 10 vezes, talvez não se importe
de comprar o aparelho por R$ 750 (ou seja, 50% mais caro), pois a prestação (R$ 75)
ainda caberá no seu orçamento.
A menos que você mantenha um controle bastante bom dos seus gastos, o acúmulo de
compras parceladas pode, sim, levá-lo ao descontrole financeiro. Por isso, fique atento
às reais condições de pagamento!
Planeje a realização dos seus sonhos
Isso não significa abrir mão de seus sonhos, mas sim organizar-se para realizá-los.
Afinal, para comprar alguns produtos, geralmente mais caros, parcelar o pagamento
acaba sendo a opção.
Por mais que os juros tenham caído, eles ainda seguem elevados para o consumidor, de
forma que financiar bens de consumo, sem avaliar bem as condições, não é
recomendável. Ao invés de pagar a prestação, você pode poupar o valor e se programar
para comprar o bem daqui a alguns meses.
Pois, para que um consumidor possa defender seus direitos, é imprescindível que
solicite a nota fiscal após efetuar uma compra em qualquer estabelecimento comercial.
Além de ser um direito e uma garantia do artigo ou bem que está adquirindo, este ato
contribui para o desenvolvimento da sociedade como um todo.
Para ilustrar o volume de dinheiro que a população brasileira perde com a evasão fiscal,
falsificação de produtos e contrabando - somente nos setores de bebidas, combustíveis e
cigarros, você poderá acessar um simulador criado pelo ETCO (Instituto Brasileiro de
Ética Concorrencial), no endereço www.etco.org.br/sonegometro.php, onde verá, em
um curto espaço de tempo, quantas casas populares teriam sido construídas, quantas
famílias teriam sido ajudadas com o Programa Fome Zero e quantas cestas básicas
teriam sido distribuídas.
Ao pedir a nota fiscal, é importante ficar de olho nas informações que constam nesse
documento: razão social, o endereço e o CNPJ da empresa e a discriminação dos dados
do produto adquirido. Se for o caso, a data de entrega e montagem do mesmo. Veja
abaixo as dicas do Procon-SP sobre a importância da nota fiscal no dia-a-dia de suas
compras.
Só com a nota fiscal você pode usar o certificado de garantia fornecido pelo fabricante
(garantia contratual), porque ele entra em vigor a partir da data de emissão da nota;
A loja pode exigir nota fiscal para trocar produtos que tenham tido problemas de não
agradar destinatário (cor, modelo ou tamanho); algumas vezes o compromisso de
troca vem em uma etiqueta presa à peça;
Se o produto estiver defeituoso, a nota fiscal servirá como comprovante de compra,
fundamental na hora de reclamar;
Peças de vestuário que se deterioram em prazo desproporcional ao tempo de uso
podem motivar reclamação do consumidor; quando ele discutir a qualidade do
produto, a nota fiscal vai comprovar a data de compra;
Mesmo quando os produtos são adquiridos "no estado" (peças que devem ter algum
defeito e por isso estão com preço menor) é aconselhável o consumidor exigir que os
defeitos sejam claramente discriminados na nota fiscal, pois, de acordo com o Código
de Defesa do Consumidor, o produto deve servir ao fim a que se destina; isso quer
dizer que pequenos defeitos não podem inutilizar o artigo ou impedir seu perfeito
funcionamento;
Para sua maior garantia, faça que constem da nota fiscal possibilidade e condições de
troca, pois pode não haver produto suficiente em estoque.
Alimentos
Junto com folhetos ou outras peças publicitárias, a nota fiscal vai ajudar a comprovar a
publicidade enganosa, em que o preço e outros itens das mercadorias anunciadas não
correspondem à realidade;
A nota fiscal registra o ato de compra, caso isso se verifique, de produtos nacionais ou
importados com rótulos irregulares (sem prazo de validade, ausência da descrição dos
componentes ou de tradução para o português), em flagrante desrespeito ao Código
de Defesa do Consumidor e a outras legislações específicas para alimentos;
A nota fiscal documenta a compra ou consumo de artigo que venha a provocar danos
pessoais ou materiais ao consumidor ou sua família.
Sendo assim, agora responda: você já foi a uma loja que lhe ofereceu desconto no
pagamento à vista, desde que feito somente com cheque ou dinheiro? E qual foi sua
reação?
Atenção às regras
Ainda de acordo com a instituição, grande parcela da população optou por pagar suas
compras com cartão de débito, não somente por questão de segurança, mas também para
fugir das tarifas cobradas pelos bancos por emissão de cada folha de cheque.
Menos riscos
Para denunciar os lojistas que adotam essa prática abusiva de cobrança de preço
diferenciada, o consumidor deve pedir uma nota fiscal em que conste o preço real pago
e anotar o nome da loja, do atendente e endereço, para formalizar uma reclamação às
entidades de defesa do consumidor.
Assim, a internet, com a facilidade de comprar sem sair de casa, a qualquer hora do dia
ou da noite e com direito a ofertas especiais (como acontece em diversos sites de
compra on-line nesta época do ano) tornou-se uma forma atrativa e conveniente aos
consumidores.
4 - proteja suas senhas. Evite combinações óbvias, como datas de aniversário, por
exemplo, e nunca forneça estes dados para alguém;
6 - o site de compras deve deixar claras as formas e custos do envio, e os impostos que
incidem sobre a transação. Além disso, veja se a loja fornece um endereço físico ou um
telefone para contato. É importante ter esses dados, para melhor esclarecimento, em
caso de dúvidas;
7 - veja as políticas da loja com relação à troca, prazo de entrega, devoluções etc., e
verifique os termos da compra;
9 - evite as compras por impulso. Como na internet é possível concretizar uma compra
com apenas um clique, estabeleça uma meta antes de começar a navegar. Assim como
nas compras em lojas físicas, faça uma lista antes de começar a encher o carrinho virtual
de itens desnecessários;
No entanto, quantas vezes deixamos de receber esse documento, importante não só para
fiscalizar a arrecadação de tributos como também para servir de garantia na aquisição de
produtos e serviços e até para controlar nossos gastos?
Esses créditos poderão ser usados para redução do valor do IPVA (Imposto sobre
Propriedade de Veículos Automotores), ser depositados em conta-corrente ou cartão de
crédito ou ainda ser transferidos para outra pessoa.
Créditos
Para consultar e utilizar os créditos, o consumidor deve se cadastrar no site da Nota
Fiscal Paulista, criar uma senha e escolher se quer desconto no IPVA, recebimento no
cartão de crédito ou depósito em conta-corrente ou conta-poupança, sendo essa opção
possível apenas a quem tiver direito a, no mínimo, R$ 25.
Quem não possui carro, conta-corrente ou cartão de crédito pode ainda transferir seus
créditos a outra pessoa, física ou jurídica.
Você já pôde conhecer nesta seção quais são os tributos indiretos, que incidem sobre o
consumo. Pois bem, agora poderá ver aqui alguns exemplos bastante práticos, que
mostrarão o quanto um produto fica mais caro por conta dessa cobrança. Veja só:
Já uma televisão possui 44,94% de carga tributária, percentual maior do que das
geladeiras (37,88%), aparelhos de som (36,80%), torradeiras elétricas (35,77%), ferros
de passar roupa, ventiladores e liquidificadores (34,30%).
E quem pensa que a questão se resume aos eletroeletrônicos, mais dados: copos trazem
37,88% de tributos, lençóis 26,05%, luminárias 43,62%, panelas 35,77%, pratos
34,30%, taças 44,40%, talheres 34,30%, toalhas de banho, de mesa e travesseiros
26,05%, almofadas 33,84% e colchão 28,36%.
No supermercado
Ao entrar em um supermercado, o consumidor pode pagar de 83,07% em tributos, no
caso de algumas bebidas alcoólicas, a 18%, percentual do frango. A carne bovina, por
sua vez, traz 18,67% de carga tributária.
Produtos diversos
Enquanto os livros possuem 15,52% de carga tributária, as roupas têm 34,67%, as flores
17,71%, os sapatos 36,17%, os carros populares 37,55%, os telefones celulares 39,80%.
As bolsas de couro têm uma carga de 41,52% e as jóias 50,44%.
Como você pode perceber, os tributos estão muito mais inseridos em nosso cotidiano do
que imaginamos. E, na maioria das vezes, nem nos damos conta. Agora, quando você
ler notícias sobre impostos, certamente terá melhor percepção de onde eles estão!
CPMF, IOF, CSS... Quando você se depara com essas siglas, você entende o
significado, a relação entre elas e qual o impacto de suas cobranças no bolso dos
brasileiros?
CPMF
Ela foi aprovada em 1993 e passou a vigorar no ano seguinte com o nome de IPMF
(Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) - à época, a alíquota era de 0,25%
e durou até dezembro de 1994 quando, como já estava previsto, foi extinto.
Em 1996, o governo voltou a discutir o assunto, e então foi criada a CPMF, que passou
a vigorar em 1997 com alíquota de 0,2%.
IOF
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incide sobre financiamento, câmbio e
produtos de seguros, além de títulos e valores mobiliários.
Operações de crédito pessoa física: o IOF tem incidência diária de 0,0082%, limitado
a um total de 3%, o que equivale ao período de um ano. Dessa forma, se o consumidor
optou por um financiamento com prazo mais longo, de 400 dias, por exemplo, a
cobrança será feita pelo relativo a, no máximo, 365 dias. Além da alíquota diária, existe
uma cobrança-extra de 0,38% sobre o valor total. O custo efetivo, portanto, é de 3,38%.
Seguros: a alíquota varia de acordo com o produto, sendo que o imposto é cobrado
sobre o valor do contrato. No caso dos convênios médicos, ela é de 2,38%, subindo para
7,38% nas demais apólices, como a de carros. O Dpvat (seguro obrigatório para
veículos), operações de resseguro, entre outros, são onerados em 0,38%.
Investimentos: nas aplicações em renda fixa, o IOF é pago sobre os ganhos obtidos
com a aplicação e incide de forma regressiva até o 29º dia de aplicação, depois deste
período, há isenção. A alíquota diminui à medida que aumenta o prazo de aplicação.
Neste contexto, variam de 96%, para aplicações por 1 dia, até 3% para aplicações por 29
dias. Dessa forma, quanto menor o tempo de aplicação, maior a mordida do imposto.
Também há incidência sobre os fundos de ações, swaps e commodities.
CSS
Aprovado na Câmara dos Deputados, o substitutivo que cria a CSS (Contribuição Social
para a Saúde) só será votado no Senado depois das eleições municipais, que acontecem
no segundo semestre deste ano.
Outros 11 dias são para pagamento de tributos sobre o patrimônio, que correspondem a
2,96% da renda bruta do contribuinte. O restante, 54 dias de trabalho, é destinado a
tributos sobre a renda, que representam 14,69% dos ganhos brutos.
O sistema tributário brasileiro é composto por 61 tributos. Algumas dessas siglas você
já viu nesta seção. Conheça agora os que aparecem com mais freqüência no nosso dia-a-
dia, enquanto consumidores.
Os principais tributos que oneram o preço final dos produtos e serviços são:
ICMS - Imposto Estadual com alíquotas variáveis de acordo com o Estado e com o
produto/serviço. Fica, normalmente, entre 17% e 30%.
Existem diversos projetos e campanhas que pedem que estes tributos estejam expostos,
de forma clara, no preço dos produtos. O objetivo é torna a cobrança mais transparente
ao consumidor.
IRPF - É o tributo que incide sobre o produto do capital e/ou do trabalho das pessoas.
Isso significa, na prática, que ele recai sobre seus rendimentos e/ou, como o próprio
nome diz, proventos de qualquer natureza, do salário à herança.
A tabela progressiva do IR, que define as alíquotas e as faixas de renda sobre a qual
incidirão o imposto, é atualizada anualmente. Hoje o sistema tributário brasileiro
trabalha com três faixas:
INSS - Para ter direito aos benefícios da Previdência, a pessoa precisa estar inscrita
como segurada do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e manter as contribuições
em dia. Cumprindo essas duas exigências, pode se considerar um segurado.
As contribuições têm alíquotas diferenciadas para contribuintes individuais, com
registro em carteira e facultativos.
IPTU - O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) incide sobre o valor venal do
imóvel, ou seja, o valor do imóvel caso fosse vendido ou comprado à vista hoje.
Entretanto, por se tratar de um imposto municipal, a alíquota, formas de pagamento e
descontos podem variar significativamente de município para município.
Atualmente o imposto é calculado de acordo com a Lei da Progressividade, que atribui
alíquotas diferenciadas para cada faixa de valor do imóvel.
Conceitos
E qual o conceito de tributo? É uma obrigação que os contribuintes, ou seja, pessoas
físicas (consumidores, trabalhadores) ou jurídicas (empresas, empregadores) devem
pagar ao Estado, representado pela União (nível federal), pelos estados ou pelos
municípios.
Modalidades
Veja, agora, a definição das três modalidades de tributos, que podem se enquadrar como
diretos ou como indiretos:
Na teoria, os recursos arrecadados pelo Estado por meio dos impostos deveriam
ser revertidos para o bem comum, para investimentos e custeio de bens públicos,
como saúde, educação ou segurança pública. No entanto, na prática, como o
imposto não está vinculado ao destino das verbas, ao contrário de taxas e
contribuições, pagá-lo não dá garantia de retorno. No caso do imposto sobre
propriedade de veículos, o IPVA, por exemplo, o pagamento não implica que o
dinheiro será efetivamente revertido para melhoria das rodovias.
Apesar dessa convivência diária com a chamada carga tributária, a maioria de nós,
contribuintes (pessoas físicas ou jurídicas que têm de pagar tributos), desconhece o que
significam cada um de seus componentes e a diferença entre eles.
Conceitos
E qual o conceito de tributo? É uma obrigação que os contribuintes, ou seja, pessoas
físicas (consumidores, trabalhadores) ou jurídicas (empresas, empregadores) devem
pagar ao Estado, representado pela União (nível federal), pelos estados ou pelos
municípios.
Modalidades
Veja, agora, a definição das três modalidades de tributos, que podem se enquadrar como
diretos ou como indiretos:
Na teoria, os recursos arrecadados pelo Estado por meio dos impostos deveriam
ser revertidos para o bem comum, para investimentos e custeio de bens públicos,
como saúde, educação ou segurança pública. No entanto, na prática, como o
imposto não está vinculado ao destino das verbas, ao contrário de taxas e
contribuições, pagá-lo não dá garantia de retorno. No caso do imposto sobre
propriedade de veículos, o IPVA, por exemplo, o pagamento não implica que o
dinheiro será efetivamente revertido para melhoria das rodovias.
IOF - Imposto sobre as Operações Financeiras. É devido pelas pessoas que realizam tais
operações, que podem ser de crédito, câmbio, seguro ou relativas a títulos ou valores
mobiliários. Incide sobre o montante da operação.
IPI - Imposto sobre Produto Industrializado, pago pelas empresas que fazem
industrialização ou importação de produtos.
Vale lembrar que os recursos provenientes da arrecadação de impostos devem ser
revertidos para o bem comum. Já as contribuições são criadas para uma finalidade
específica e só podem ser de competência da União. Dentre elas, temos aquelas que
financiam a chamada seguridade social (previdência e saúde):
CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, calculada sobre o lucro das pessoas
jurídicas e entes equiparados pela legislação do Imposto de Renda.
Diretos
IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, incide sobre o valor de
venda dos veículos. Apesar de arrecadado pelas unidades federativas, 50% de seu valor
arrecadado mensalmente deve ser repassado aos municípios.
ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis ou Doação, devido por toda
pessoa física ou jurídica que receber bens ou direitos como herança, como diferença de
partilha ou em doação.
Indiretos
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Como o próprio nome
diz, incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, mesmo aquelas
iniciadas no exterior. Embora esse tributo seja de competência dos estados, 25% do seu
montante arrecadado pertencem aos municípios, conforme determina a Constituição.
Diretos
IPTU - Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana, que deve ser pago pelos donos
de imóveis urbanos.
ITBI - Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis, cobrado quando há transmissão
ou cessão onerosa (compra e venda) e entre pessoas vivas de bens imóveis.
Indiretos
ISS - Imposto sobre Serviços, que incide sobre a contraprestação pelo serviço realizado.
Depois de desvendar o significado das siglas de alguns dos principais tributos existentes
no Brasil, você pode consultar quanto à máquina pública arrecada dos contribuintes
acessando o site do Impostômetro (www.impostometro.com.br).
Quer ficar por dentro de tudo o que precisa para ficar em dia com o leão? Segue um
passo a passo de como, quando e onde declarar. Confira:
Passo a passo
Basicamente, para o exercício 2009, são obrigados a declarar, entre outras situações, os
contribuintes que receberam, durante o ano passado, rendimentos brutos tributáveis
superiores a R$ 16.473,72 ou rendimentos não-tributáveis, tributados exclusivamente na
fonte e isentos, acima de R$ 40 mil.
A declaração pode ser entregue, dentro do prazo estipulado pela Receita, de três formas:
Modelos e deduções
Existem dois modelos de declaração: simplificado e completo. A escolha entre um ou
outro depende, principalmente, das despesas dedutíveis que o contribuinte possui.
Fuja da malha
A falta de atenção ou o desconhecimento pode fazer com que os contribuintes cometam
alguns erros na hora de preencher a declaração de Imposto de Renda. No entanto,
muitas vezes esses equívocos não impedem que a declaração seja enviada à Receita, o
que pode levar à retenção da declaração na malha fina ou ao atraso no processamento
dos dados.
O contribuinte que tem imposto a pagar ao Fisco deve ficar atento às datas do
pagamento das cotas, que podem ser divididas em até oito parcelas, desde que nenhuma
delas seja inferior a R$ 50.
O felizardo que, ao invés de pagar, tem direito a restituir o imposto pago a mais, deve
prestar atenção ao calendário de restituição. Os lotes de restituição começam a ser
liberados em junho, uma vez por mês, terminando em dezembro.
A tabela abaixo demonstra como deverá ser feito o recolhimento do imposto devido.
Obs: A Taxa de Juros Selic é pós-fixada, só sendo conhecida no primeiro dia útil do mês seguinte.
Restituição
As restituições do Imposto de Renda e o ressarcimento de valores referentes a tributos e
contribuições federais só são pagos através de depósito em conta corrente ou poupança.
IR 2009 Data
1º lote 15/06/2009
2º lote 15/07/2009
3º lote 17/08/2009
4º lote 15/09/2009
5º lote 15/10/2009
6º lote 16/11/2009
7º lote 15/12/2009
1% ao mês sobre o imposto devido, mesmo que tenha sido pago integralmente;
valor mínimo R$ 165,74;
valor máximo de 20% do imposto devido
A multa de 1% passa a contar a partir do dia seguinte ao prazo de entrega fixado pela
Receita Federal, e terá por termo final o mês em que você entregar sua declaração.
Só não será cobrada multa dos indivíduos que estão desobrigados de apresentar
declaração de Imposto de Renda. Mesmo que você não esteja em débito com a Receita
(ou seja, não tenha imposto devido), deverá pagar a multa mínima de R$ 165,74. Caso
tenha direito à restituição, sua multa será deduzida do valor a ser restituído.