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Arqueologia Nautica Mediterrania Museu d’Arqueologia de Catalunya Centre d’Arqueologia Subaquatica de Catalunya OS ITINERARIOS ARQUEOLOGICOS SUBAQUATICOS E A FRUIGAO SUSTENTAVEL DO PATRIMONIO CULTURAL SUBAQUATICO IN SITU Francisco J.S. Alves DA FRUIGAO PUBLICA DO PATRIMONIO ARQUEOLOGICO Ha alguns anos, go visitar 0 norte de Espanha, tive ‘oportunidad, por uma folz coincidéncia, de participar a inauguragao do novo Museu de Altira, evento era aguardado com grande expectativa. Por duns razses, A primeira, porque a célabre gruta, mundalmente conhecica, decorada com eigumas das mals notavels expressoes da arte parietal do Palealtico Superoreuropeu,epards Lascaux, tera de ser fechaca anos atrés, por sa ter veriicado que a sua intonsa exposicao puidica estava degradando ireverswemmente 98 motivos pictéricas que a caletrizavam. A segunda, porque esse novo e espléndido equipamento culture! Infegrava a replica exacte da gruta anginal, & escala natural, tarito quanto & sua topogratia © volumetvia, come quanto & roprodugao fel dos mativos pictérico ongnais, gragas a uma inovadora tecnologia de reprodugéo fotogréfica 3D cisporibiizada pela Kodak, a titulo de mecerato, caso aqui referenciado serve como paradigma do desafo que a ruigao publica do petrimonio arqueologico sempre colocou © que se tradue aqui num case lirite colocado pelo principio de sustentablidade a que tem Jorgosamente de obedtcer esia nuiggo. O respato par esta concetto @ pois um imporativa ético profissionel ® social, porque 85 ela perrite garartir 0 adequado retomo desse bem em termos putliocs. O que, por sua vee, pressupde formas complementares de “devolugao interpretativa", através do discursos especificos, nomeacamente histencos técnico-centfions; @ 0 que supée, pertanto, una permanente avaiagao de riscos Inpendando sobre 0 patriménio cultural em questi ‘assim como das formas de os neutraizar, ce modo a {garanttanto quanto possivel a transrrissao desse legado 8 goragdes futures. O que implica, fnalmente, um tipo gesizo poltico-cultural que saiba lidar com todas ‘a8 vantagens, mas também acautelar todes os inconvenientes da massificagao de um tal usufruto DA FRUIGAO PUBLICA DO PATRIMONIO CULTURAL SUBAQUATICO © acess0 patio ao patrimonio cutural subaquético ‘comagou a sor uma realidad ceponténea a part doo ‘meados do século 20, com 2 ditusao do uso do fescalendro auténomo. Esta inovagdo tecnoligica implicou simuttaneamente © desenvovimento da arquieclogia subaquatca, mas também ca sua antitese a caga 203 tesourcs dos navios anligos nauéragadcs a primeira send apenas urna Arquectogja oxercica ‘num meio tisico diferente do habitual, culo obiectio continua sendo, como em terra, a produgéio ce ‘conhecimento, ea segunda, em contrapartda, senco Ura verso rrodemizada do resgate martimo miner ‘enxertada nos mitos do Eldorado e da busca dos tesouros afundados, cujo objectwo, em detintivo, 6.0 luoro e/ou, mass recenternenta, a celebricade mecatica 160 eapectécuo cultural VP ese embora esta inovadora acessibiidace ~factitacs entdo, ¢ certo, a um poblico ainda muito resirto ‘comegou deade logo a aurgir nos ciculos cientficcs © ‘uilurais mais tléneos (@ no naturalmente na dos ‘cavaciores de tesouros) a Wea de trazer do undo co ‘mer, para estudo, consarvagdo © exposigao, para apresentagdo a um ptiotco incomparaveimente mais vasto, 08 prénrios vastigios dos navios de cutrora, assinalanco-se assim ua répida avoliedo do proprio ‘conceto co valor do patriménio naurico. *-Cto da vedo oa Arquotoga Nbc @ Subnet DANS) do eto de Gato do Penns Araeactnio Aaunotge, OESFAR UP, ob Mito a Cute Profestor de Arascoloia Nasa © Subaqsia ma Unhvrsie Nota de tow Dest cb Mis Necker de ‘sec 1880-1980 w co Cant Nacenal cu Auadoga Nea © Sua [ONANS)doirttun Ponugués co Argus FA (12 2007) E-mab rencocosaheosignal com Figura 1. Aundarento em 1948 no canal da Mancta do navio Ge ina dt 74 cannes Ougay-Toun, apresado em Tatar (Foto: Arquivo do Musto de fa Marne, Pars Ascim, enguanto que om 1948 a Franga @ © Reino Unido se acordaram em alunder simibolicamente no meio do canal da Mancha o navo Dugay-Troun, de 74 ‘cenhdes, apresado pelos inglases om Trafalgar Fig. 1), ume década mais tarde a. estava em marche ra Suécia © progoto que passaria em 1961 pela a recuperacao Figura 2. © navo Vase rauiragido em 1828 na tea do porto e Estocclmo momentos pds 0 seu langamento incur resgalado em 1961 apds quase ume: eécada de um pionelo projacto de rocuneranéo visando a sua muspalzagdo, Foto de ‘Arquivo do Museu do Vasa, Estocorra (Foto: Museu do Vas, Estocoime) subaquitica do navio Vasa, nauiragado ern 1628 na rea do porto da Estocolma, momentos depois do seu langamento inaugural (Ha. 2). Experiéncia esta que culminaria com um projecto monogratico de musealizagio, que alem de colocar desafios Inovadores no plano da conservagao dos materiais organises provenientes de meio aquatic salina, assim como no plano museol6gica, vsio a traduair-se numa assombrosa e bem sucecida aposta, do ponto de vista do acesso pilblico a este patrimonio (22 mihoes de visitantes alé 2008) Desile entao, outras exnerincias do grea se saquiam, etre as quals se destacern ro plano internacional 2s da coga do Bremon, dos navios viquinguos de Skuldley / Roskilde (Dinamarca). ce Kyrénia (Chipre) e co May Rosa (Reino-Unido) -50 para cter as mais conrecidas- assim come a dos vestgios dos naios datadas da iad do Bronze & epoca medieval (Galcoria, Yass! Ada e Serge LUmani, nomeadamente), recuperados em Aguas tureas © hoje expostos no muscu dos castelo dos Temptires om Bocrum. Por suavez, apos uma fase inicia! @ part dos meados do século passado, em que se essistiu a pilhagem ‘generalizada dos fundos marnhos costes, particu- jarmente em zonas de grande trafego mertimo historice (@ portanto com a inerente proporgéio do

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