Professional Documents
Culture Documents
© 2018 A. K. RAIMUNDI
Capa: A. K. Raimundi
Revisão: Lucy Santos – Fênix Produções Editoriais
Diagramação: A. K. Raimundi
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
___________________________________________________
DRAKE MORRISON
Série D’Five Band – Livro 4
A. K. RAIMUNDI
1ª Edição
2018
Brasil
__________________________________________________
Todos os direitos reservados.
São proibidos o armazenamento e / ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer
meios ─ tangível ou intangível ─ sem o consentimento escrito da autora.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código
Penal.
Drake Morrison
Índice
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
PRÓXIMA PUBLICAÇÃO
CAPÍTULO UM
Sei que estou atrasado para o show em San Diego, mas eu não contava
que essa loira gostosa fosse surgir em meu camarim. E óbvio que quando ela se
insinuou para mim eu não deixaria essa bocetinha passar.
— Ah, Drake...
— Vamos, você não falou que comeria até minhas bolas? Essa é a hora,
eu tenho um show e não vou sem gozar.
Seguro com força seu cabelo, metendo mais forte e mais rápido. O
arrepio sobe pela minha espinha anunciando meu orgasmo iminente ao mesmo
instante que Davi abre a porta do camarim.
— Uau, isso foi uma delícia. Mas eu não gozei, gatinho. — Ela ronrona
sentando no sofá.
Seu corpo mignon marcado pelos meus apertões cai no pequeno sofá
onde paramos assim que ela entrou em meu camarim. Tomo um gole de minha
bebida, colocando o copo vazio no aparador.
Sinto vontade de revirar os olhos com essa pergunta. Por que todas vêm
com essas perguntas? “Quando vamos nos ver novamente?” “Você vai me
ligar?” “Ah, Drake, não seja um canalha!”. Sério, isso é totalmente irritante.
Caminho de volta para a loira, que eu não faço a menor ideia de seu nome, faço
um pequeno carinho em seu rosto trazendo-o para mim. Nenhuma mulher
merece um segundo round com o Drakezinho aqui, por mais que a bunda dela
seja de qualidade.
Deixo que ela se arrume em paz ou com sua total frustração por não a
foder novamente. Passo pelos roadies no corredor, escutando a multidão gritar
enlouquecida pela banda.
Suas bochechas ficam rosadas, mas eu sei que não é aquela típica corada
que estou acostumado a causar nas mulheres. Shan está puta da vida comigo. E
por mais que eu devesse me sentir arrependido por ter atrasado o show por uns
cinco minutos, logo a bunda erguida para o alto, rosada pelas palmadas que dei,
não me deixa ter esse arrependimento.
Quando entrei para a D’FIVE, eu sempre quis meu lugar debaixo do sol.
Tudo bem, não posso reclamar da quantidade de grana que recebi durante esses
anos, é dinheiro para comprar todas as porras que eu quiser. Mas com o
nascimento do pequeno Vini, Don quer aproveitar seus momentos em família e
ele sabe que nunca o deixaríamos na mão. Não que Davi ou os outros fossem
achar ruim, não, nada parecido quando eu me ausento. Don é o Don, o pequeno
príncipe que a mídia pinta de ouro.
Cacete, eu sou excelente, tenho mesmo que me gabar, têm mesmo que
lamber meu cu por tudo que fiz junto com a banda. Eu não posso ser tão
hipócrita de falar que Don não tem talento, o cara arrasa na guitarra, mas eu
também. Além de aumentar e muito o público feminino com minhas
performances no palco.
Tudo está ao meu favor nessa turnê de verão, eu tenho um corpo de foder
estruturas, as mulheres se jogam em cima de mim, praticamente peladas. E
depois da maré de má sorte com aquela vadia filha da puta da minha ex-mulher,
eu só tenho colhido bons frutos, ou seja, estou em minha melhor e maior fase:
Minha fase de brilhar.
EUGENE, 2015.
D’FIVE está galgando por seu espaço e tudo melhorou quando Mich
surgiu em nossas vidas, um cara com visão de futuro e muita ambição, o que é
ótimo para realmente alçarmos o sucesso que tanto queremos.
Minha relação com Stella é do tipo “se está bom para você, está ótimo
para mim”. Mesmo quando namorávamos eu continuei saindo com algumas
garotas diferentes, me deleitando com algumas das poucas fãs que tínhamos.
— Eu estava dizendo que quero acompanhar você nesse show. Acho que
sua mulher tem direito disso.
Na verdade eu não vou dizer o que ela realmente está esperando. Será até
mais cômodo para mim, viajar em um ônibus qualquer e dormir num hotel beira
de estrada, eu não precisarei me esconder dentro do banheiro para bater uma
punheta enquanto meus amigos estão do outro lado da porta no quarto. Nem
mesmo correr atrás de uma boceta diferente por noite, já que terei uma bem ao
alcances de minhas mãos. Isso que é praticidade.
— Pare de encher meu saco quanto a isso, senão eu juro pela boceta
arregaçada da sua mãe que vou trazer uma delas para casa. Você quer isso ou vai
confiar em mim?
Não que eu tenha deixado brecha para qualquer outra coisa, mas entre
ver com os próprios olhos que eu realmente a traio, ou confiar nas suas
amiguinhas e acreditar nas fofocas delas numa tarde no salão de beleza, Stella
prefere ficar com meu dinheiro, torrando como bem entende e confiar que eu não
fodo ninguém. Um dia ela teve a ideia absurda de me falar que pelo fato de
sempre foder com ela como um animal quando volto do show, é motivo para
acreditar que não há nenhuma mulher em minha cama. O que ela não entende é
que Drake Morrison sempre tem fôlego sobrando para dar e vender quando o
assunto é sexo.
Estamos casados há quase dois anos e estou com o saco bem cheio dos
fricotes que ela está tendo nos últimos meses, somente uma coisa me faz ficar
com ela: Stella não tem frescuras para sexo. Se eu falar que gostaria de foder no
meio de uma multidão, ela viraria a bunda para mim; se disser agora que antes
de começar mais uma briga por causa da banda ela tem que arrancar a roupa e
vir cavalgar em meu pau, ela fará.
Isso sempre foi muito simples com ela, não tem manual.
Puxo seu corpo de forma brusca para mim, fazendo sua bunda colar em
meu pau, agarrando seus cabelos pela raiz, enrolando meus dedos neles.
— Cale sua boca. Sinto falta daquela sua amiguinha fazendo uma
farrinha conosco.
— Depois vem falar que não fode com outras durante os shows.
CAPÍTULO DOIS
DIAS ATUAIS
— Mamãaaaeeeee! Mãeeeeeeeee!
— O dia não fica espetacular se você não vem foder minha manhã.
— Vini, quantas vezes já disse para não entrar no quarto do tio Drake?
Tio Drake, porra, eu estou ficando velho. O que é pior do que ser
chamado de “tio Drake” pela namorada, quer dizer, mulher do seu amigo?
Olho para o visor do celular vendo que todas as chances foram realmente
excluídas, eu me sinto desperto demais para voltar a dormir. Sento na cama
analisando a merda do quarto, tem mais garrafas de tequila do que me lembrava
de ter pegado, além de algumas camisinhas espalhadas pelo tapete.
— Não enche!
— Acho que você logo precisará começar a tomar cuidado com sua
língua. — Dash pula na cama jogando uma calcinha de renda em minha cara.
— Sobre eu tomar cuidado com o que falo, já tive essa conversa com
Don, não vai rolar. E outra, eles que deviam procurar uma casa para eles, estão
casados, com filho. Está na hora.
— Drake, cacete, mano. Essa casa é do Don, sempre foi. Nós que nos
mudamos para cá. Então, antes de mandar o dono embora, você deveria procurar
um cafofo para você.
— Tá bom, mas, sobre isso, está na hora de você tomar um jeito. Não é
bom meu afilhado crescer com isso tão à vista — Dash aponta para a zona de
garrafas espalhadas pelo meu quarto. — Muito menos isso — aponta para as
camisinhas.
— Isso é uma merda, eu não tenho culpa que meus irmãos decidiram
foder com a vida deles casando e tendo filhos. Estou nem aí para isso — digo,
jogando a cueca para longe. — Que eu saiba, vocês ficam mais aqui do que nas
próprias casas, ou você decidiu pagar aluguel para Don? Eu gostava mais dessa
merda toda quando éramos apenas nós. E quer saber, cansei, me deixe sozinho
para eu lavar meu pau que foi muito bem comido ontem.
Já é uma merda ter toda a aura de família feliz que Don e Nicky emanam
pela casa, até que um mês atrás Alana chegou radiante com um Dylan totalmente
domado anunciando que será a próxima mamãe. Todos ficaram felizes, até eu,
quero meus irmãos bem e felizes. Mas não consigo deixar de pensar que tudo
isso só trará a ruína para nossa banda. Justo nesse momento, dez anos de
carreira, estourados em todos os lugares do mundo com uma turnê para o Brasil
marcada em nossos passaportes. Será um inferno ter Don e Dylan preocupados
não com os acordes certos para as canções, mas sim para saber se as porras dos
filhos comeram e cagaram todo seu jantar.
Na boa, eu não entendo por que Davi tem que morar tão longe, não seria
mais fácil para todo mundo que nossos ensaios continuassem no estúdio do
centro? Tudo bem, temos um estúdio de ponta, equipamentos fodásticos e todo o
tempo do mundo sem sermos atrapalhados por outras bandas. Porém, nem isso
compensa a dor na minha bunda por dirigir tanto.
— E aí, meu velho? Abra o portão para que eu possa chutar as bolas do
seu chefe — grito para fora do carro.
A única vez que deixei uma mulher dominar a porra de uma parte minha
sem ser meu pau, eu me fodi, além daquela vaca acabar com minha visão
apaixonada sobre as mulheres ainda levou tudo que eu construí no início da
carreira. Stella cadela dos infernos.
Puxo meu único amor do banco traseiro colocando a faixa de couro sob o
ombro.
— Você sabe que tem lugar aqui, é só trazer seus panos de bunda.
— Não é assim, cara. Você sabe que Don não quer ninguém fora de lá,
para ele, todos têm que ficar juntos. Mas você anda abusando, porra. Três
mulheres com uma criança de dois anos?
— Quem sabe não pego mesmo minhas tralhas e me jogo por aqui, mas
já aviso quero o melhor quarto.
De todos na banda, o único que sempre foi mano a mano para tudo
comigo foi o Davi. Apesar das brigas que temos ou de não concordarmos com
algumas coisas, sempre fomos nós dois contra tudo. É uma relação diferente com
os outros caras, eu os amo, como irmãos, mas tem um “porém” no meio, que não
existe com Davi.
Davi sempre foi o elo que me conectou com a banda, Don sempre foi o
príncipe de tudo, cresceu com uma família que o amava, irmãs e mãe rodeando
aquele sortudo com tudo que tinha direito. Até mesmo o pai e a madrasta eram
boas pessoas com ele. Dylan vinha de uma família rica, os pais eram verdadeiros
ícones a se seguir em Eugene. Mesmo ele se rebelando contra o futuro perfeito
que eles planejaram, sempre teve uma vida muito boa. Dash também era
abençoado por uma família amorosa e unida, mesmo dinheiro não sendo o que
mais esbanjavam, o amor entre eles era tão quente como um dia ensolarado no
Maine. Lembro quando ainda não erámos nada, viajávamos nas férias para a
casa dos avós do Dash. E, cara, eu amava aquela velhinha! Dona Henriqueta era
tão desbocada, tão sincera que você mal se importava se ela por acaso criticasse
algo em você.
“Ah, então é por isso que você fode com as mulheres?” Porra, espera aí,
né? Se você tivesse as bocetas disponíveis e do modo fácil que tenho hoje
também não deixaria passar. Não sou um garoto traumatizado por isso, muito
pelo contrário, hoje, se estivesse na pele da minha mãe, teria chutado a bunda
velha e inútil do meu pai há muito tempo. Ninguém merece ficar em um
casamento porque tem laços, filhos ou cachorros. O que seja. Ela fez o que
acreditou ser certo, meu pai fez a parte dele e eu estava fazendo a minha.
Mas foi nesse ponto que surgiu os quatro panacas que eu hoje vejo como
meus irmãos. Estava eu, em mais uma tarde, limpando a porra do vômito de um
bêbado qualquer no banheiro quando eles entraram rindo. Já tinha visto eles
perambulando pela escola, mas foi o papo sobre guitarras e acordes que me fez
largar aquele pano sujo e me apresentar.
— Vou pensar sobre morar nesse fim de mundo. Pode ser divertido —
digo, batendo de leve a garrafa em seu ombro, deixando os velhos pensamentos
para trás. Davi toma a garrafa para ele entornando um gole também, exibindo
sua risada irônica.
É com isso que estou contando. Será nessa turnê que vou provar para
esses bundões como eu sou demais e mereço um lugar bem brilhante debaixo do
sol. Como eu posso esquecer meu verdadeiro momento de glória? Nunca, nem
por toda boceta quentinha no mundo. Na verdade, eu poderia começar hoje
mesmo a mostrar. Eles terão que me ouvir, eu faço parte disso tudo, se hoje
somos quem somos é graças a mim também.
— Ele tem mais fibra que você — brinco, recebendo uma olhada feia de
Don. — Cadê o frouxo do Dash?
— O que foi galera? Ninguém sabe qual tipo de arranjo que eles estão
fazendo? — pergunto, balançando o quadril e dando um tapa no ar como se
tivesse uma bunda imaginária aqui.
Don faz uma careta que é um misto de nojo e diversão, negando com a
cabeça.
— Pobre coitado, quase não tem mais pau. Ainda bem que Alana está
bem cheia no momento, né, meu amigo? Porque se ela notasse o que a falta de
sexo fez com seu pau te trocaria por um garotão de vinte anos.
— Não sei se você está tão triste por isso, irmão — digo, batendo em seu
ombro.
— Ridículo.
— Estou vendo que esse sexo abundante que você se vangloria que tem
está te deixando com o humor pior que uma mulherzinha, Drake — Dylan
comenta passando por mim e se acomoda atrás da bateria, como sempre
brincando com suas baquetas.
Sempre tive um desejo secreto que elas caíssem na cabeça dele, isso até
aconteceu uma vez, mas não teve nem o impacto, muito menos a força que eu
esperava.
— Dash, Drake. Foco — Don chama mais uma vez nossa atenção e, pela
fisionomia, seu humor já está ficando de uma velha ranzinza de noventa anos.
Por que ensaiar? Todos os ensaios são mesmo necessários? Até parece
que esqueceremos tudo ao dormirmos.
— Porra, se vamos ter mais não sei quantos ensaios por que hoje não
aproveitamos para relaxar? Sei lá, podemos até usar esse tanque que o Davi
chama de piscina coberta.
— Fazer o que você sempre faz? — Dylan pergunta, batendo nos pratos.
— Meu Deus, principezinho, você depois que virou papai está muito
careta — comento.
— Só acho que não tenho que ficar ensaiando sempre, eu poderia até
tocar no seu lugar. Sei todas as músicas, todos os acordes. — Dou de ombros
sabendo que todos me encaram. — Seria bom sair da sua bunda, de vez em
quando.
— Drake, você sabe como funcionam as coisas, Don não é apenas nosso
solista, ele cria as músicas e a maioria dos arranjos.
— Claro, mas pode ser agora também. Já que estamos há trinta minutos
falando sobre todas essas merdas — proponho, largando o baixo no estojo e me
sentando num banco de couro preto. — Ou vocês não confiam em mim?
— Drake, você... vamos dizer assim, tem dado um pouco de trabalho nos
shows. — Dylan coça a cabeça com as baquetas, sem jeito.
— Você atrasou os três últimos shows por bebedeira e putaria. Isso sem
contar os outros nesses onze anos de carreira — Don retruca.
— Isso não tem relação nenhuma com o assunto que estamos tratando —
Don se defende.
— Claro, ninguém aqui ficou aguentando você trepar com ela como se
fossem dois fodidos coelhos no cio.
— Vamos, Don. — Encorajo. — Por que não critica seus próprios passos
ou o fato de estar aproveitando a vida esteja sendo demais para vocês?
— Para, Dash, não tenta passar o pano quente. O que vocês querem?
Querem que eu crie musiquinhas de amor? Vocês perderam o rock, crianças.
— Não, Don, agora eu quero saber que porra vocês querem! — grito. —
Querem que eu crie uma música sobre me amarrar em uma mulher e como os
olhos brilham quando eu fico perto dela? Eu crio, porra! Querem que eu chegue
no horário no show, isso é fácil. Agora dar a desculpa que eu não posso ter um
pouco mais de espaço na banda porque eu fodo as fãs? Então acho que estamos
precisando fazer uma grande reunião familiar.
— Drake, não é assim, as coisas funcionam bem desse jeito. Você mesmo
no começo escolheu o baixo — Davi justifica, chegando mais perto.
— Mas agora eu quero, agora quero ser o solista. E não estou pedindo
nada de mais, enquanto Don vai cuidar das fraldas cagadas do filho, eu assumo
seu lugar. O Grammy é uma ótima oportunidade.
— Beleza, cara!
Eu estarei no paraíso.
CAPÍTULO TRÊS
Alguns dias na minha vida são como uma grande espiral de merda. Mas
não irei reclamar, na maioria das vezes são merdas muito boas.
Seu corpo está ainda mais delicioso. Qual foi a última vez que fodemos?
Ah, claro, antes da turnê com a The Cast. Ela tem malhado, assim como deve ter
passado recentemente no cabeleireiro, seus cabelos estão mais loiros. Também,
com a quantidade de dinheiro que ela tem arrancado de mim, só mesmo fodendo
com meu advogado para isso.
Um rosnado deixa meus lábios quando ela passa a mão por minhas
pernas e minhas bolas. A filha da puta sabe o que fazer.
Ela geme como uma cadela no cio, mas não me importo, eu conheço esse
show, bem o bastante para saber que metade dos seus gemidos são apenas uma
grande encenação.
— Quero que você me foda com força e depressa.
Sempre direta ao ponto. Continuo fodendo seu rabo, estou com tesão
suficiente para encher esse corpo todo com minha porra. Dou uma estocada
interminável, sentindo até minhas bolas pressionadas no corpo dela, afundo o
máximo que consigo, mas acabo me encolhendo um pouco quando ela torna a
gritar com mais força.
Porra, eu estou acostumado com o showzinho que Stella faz, mas será
que eu a estou satisfazendo tanto que ela não consegue controlar os berros?
A vadia dá um berro tão alto que tenho certeza que não foi só o Peter que
escutou, mas a porra do hotel inteiro. Grunhindo, me enfio cada vez com mais
força e mais depressa, quase num ritmo frenético. É melhor acabar logo com
isso. O suor escorre por minhas costas, assim como as unhas de Stella sobre
minhas coxas. Um verdadeiro malabarismo já que a estou fodendo de quatro.
Quando sinto suas mãos ordenhando minhas bolas e automaticamente elas
encolhem é fato que mais duas ou três metidas vai me fazer gozar gostoso.
— Você continua delicioso, meu querido. — Ouço sua voz abafada atrás
de mim.
— Incrível, como todas têm o prazer de contar por aí. — Sua voz sai de
forma debochada, o que azeda ainda mais meu humor.
— Vai sair por aí dizendo que transou com Drake Morrison? Esse papo é
meio passado, já que foi minha mulher. Como andam suas amiguinhas? Aposto
que o passatempo preferido de vocês é ficar medindo o tamanho do meu pau.
Stella gargalha.
— Stella, não precisamos disso, portanto, é nessa hora que você recolhe
suas coisas e cai fora — digo, ainda admirando a vista que a suíte me presenteia.
— Ah, querido, você já foi mais divertido. Ainda mais quando tem vodca
por perto. — Ela toma o copo da minha mão, virando metade do conteúdo.
Ela tem um corpo de arrasar, sempre teve. Mas é óbvio que a boa vida
que eu concedo com a generosa pensão dá um trato melhor nisso tudo.
Dessa vez é minha hora de rir. Penso mal? A vadia me levou tudo, só não
levou minhas cuecas naquela época porque a maioria tinha um furo. Senão, teria
levado para fazer um Vodu. Depois teve a cara de pau de voltar e entrar na
justiça pedindo uma pensão, com a alegação que eu a tinha deixado na merda.
Juro por Cristo, ela deve ter dado para o juiz também, porque somente um
maluco para aceitar essa merda.
— E você acredita que isso irá aumentar a bolada que você já fatura de
mim? — pergunto com escárnio. — Eu algum dia já me preocupei o que a mídia
fala de mim por aí?
— Drake, isso me magoa, quantas vezes preciso dizer que me arrependo
daquelas coisas?
Descontrole nunca foi uma boa coisa, muito menos transparecer isso para
uma víbora.
— Drake, podemos mudar isso. — Seu corpo ainda está colado no meu,
seu cheiro de perfume barato, as unhas cravadas em meu braço. Tudo isso me faz
ficar enojado, extremamente enjoado. Fazendo até mesmo a vodca se revirar
dentro de mim.
Saio de suas garras, segurando com mais força minhas roupas. Jogo duas
notas sobre o bar caindo fora daqui, isso será suficiente para pagar essa porra de
suíte.
Minha saída do hotel não é nada sutil. Quando saio ainda com o peitoral
à mostra devido minha pressa de ir embora, me torno alvo fácil para os paparazzi
que me aguardam na entrada. Um mar de flash me acompanha até entrar em meu
carro e continua assim como os gritos insistentes para uma pequena declaração.
“Drake, com quem você estava? É uma nova namorada? Podemos esperar um
solo seu na nova turnê? É verdade que com o casamento dos outros vocês estão
se separando?”.
E mais trezentas tolices que abafo com o som alto, tocando um rock
pesado, com guitarra suficiente para que eu mal ouça meus próprios
pensamentos.
Os risos escandalosos são o que denunciam a presença deles. Cinco
homens sentados rindo das merdas que um deles faz deitando sobre a mesa
repleta de copos, fazendo os outros resgatarem suas bebidas em meio aos risos.
Uma roda de mulheres cerca o grupo, algumas nem têm tanta empolgação no
rosto, outras sorriem de maneira simpática se embebedando. Ali só tem um tipo
de mulher: vadias sugadoras de pau.
Essas só querem ser o tipo que vai para a cama de um astro e tentam
arrancar algo dele, mas eu e aquele pequeno grupo de roqueiros sabemos bem
lidar com esse tipo de mulher. É foder e mandar embora, sem chances para
repetição.
— Que bom que chegou, estou precisando mesmo de alguém para chupar
meu saco, Drake.
— Você tem certeza que ele não vai parar novamente no hospital? —
pergunto para Victor.
Bryan puxa duas morenas para seu colo, lambendo o pescoço das duas,
que riem animadas. Enquanto eu entro no clima da pequena reunião, tentando
expurgar do meu corpo as impressões que Stella tinha deixado, pego uma garrafa
de cerveja e tomo um bom gole. Puxo uma das cadeiras vazias na outra mesa
sentando com seu encosto para frente onde possa apoiar meus braços.
O celular no bolso traseiro não para de tocar, mas a última coisa que
quero nesse momento é um sermão dos meus jovens e capados irmãos sobre
sobriedade e responsabilidade. Sério, eles pegam mais no meu pé do que as
mulheres que vão para a cama comigo.
Mais um copo e vou embora. Esse tinha sido meu pensamento naquele
dia.
Viro o shot, incomodado pelo barulho alto da música que tinha tomado o
bar inteiro, se ainda fosse uma música de qualidade. São apenas umas batidas
irregulares com alguma histérica gritando.
— Ah, você é uma delicinha, não se faça de difícil. Eu sei muito bem que
você quer — o cara fala alto, sua voz é ainda mais irritante que a música que
toca pelo bar decadente de Los Angeles.
— Me deixe.
Ele sorri ainda mais empolgado pelas negativas dela, sua mão agarra
um punhado do seu cabelo forçando a mulher a curvar seu pescoço para o lado.
Me remexo na cadeira.
Ele para de sorrir tentando ver quem foi que disse isso.
— Fui eu que disse, ela não quer sua pica mole. — Repito sorrindo, pulo
da cadeira como um imbecil. Não é nada prudente arrumar briga bêbado. Mas
que se foda!
— Sou alguém te mostrando que você nunca vai conseguir uma mulher,
primeiro por esse seu físico. Já se olhou no espelho? E, segundo, que ela disse
não. Deixe-a ir.
— Ei, seu babaca. — Chamo, sorrindo. — Por que você não vem fazer
isso com alguém do seu tamanho? Quer provar um pau suculento? — pergunto,
apertando minhas bolas.
— Deixe isso para lá, Eric, temos outras bem mais bonitas ali, esquece
essa negrinha.
— Olha, cara, pode ficar com essa daí. Não queremos confusão.
Dou um passo para frente, ficando perto deles, sinto o sorriso lunático
em meus lábios.
Solto uma gargalhada alta, sentindo meu rosto arder. Malditos filhos da
puta. Não é que eles conseguiram me atingir?
— Merda, Drake! Chamaram a polícia, seu retardado.
— Docinho, já fiz coisas piores e olha que mal tinha olhado para a
mulher — digo, dando de ombros. — E não seria por isso que deixaria aqueles
abusados falarem o que estavam falando — acrescento, piscando.
— Biany.
— Merda!
— Iremos. Porém, por conta do meu chefe ser uma figura pública, peço
que me deixem levá-lo em nosso próprio carro — Pet informa.
— Tem certeza que não quer ir primeiro para o médico? Esse corpo pode
ter pedaços de vidro dentro — Biany pergunta toda preocupada. Que fofa!
— Docinho, fique tranquila, vamos logo arrumar uma cela para esses
vermes, aí podemos ir para qualquer merdas dessas de hospital.
Que merda, não é que eles me pegaram de jeito? O bom é que se eu estou
sentindo dor, eles mal estão se aguentando.
— Entrem, vou ter que ligar para os caras. Se prepare para seu fígado
ser assado hoje — Pet informa, apontando um paparazzi parado do outro lado
da rua.
— Ele está aqui desde que você entrou e pelo jeito já conseguiu uma
excelente grana só com seu espetáculo.
— Olha só, docinho, pode parar com isso — digo, embriagado. — Sua
única culpa infelizmente é ser gostosa pra cacete!
— Calma, foi uma brincadeira apenas. Vamos logo acabar com isso.
A tal morena que havia chamado minha atenção ainda está sentada no bar
conversando e sorrindo para um otário qualquer. Mas olhando agora com mais
atenção, ela não é tão bonita quanto Biany. Naquele dia, passamos o restante da
noite na cadeia. Primeiro, por conta da porra dos paparazzis que ficaram fazendo
campana ali; segundo, por causa dos trâmites legais que o delegado estava
enfiando em minha goela a baixo. Também teve aquele merdinha do advogado
que se meteu num Bar Mitzvah. Se não bastasse toda a merda que havia rolado,
Nicky começou a parir bem na hora e Dash tinha se mandado atrás da sua
unicórnio. A única coisa boa mesmo foi que conheci Biany, aquele espetáculo de
mulher.
Abro mais as pernas, deixando que ela venha e fique no meio das minhas
coxas. Seu perfume é bom, nada muito chamativo, bem longe do cheiro de puta
que Stella gosta tanto.
— Milena, caso você queira saber meu nome. — Ela sorri dando de
ombros, com certeza sabe que nomes são as últimas coisas que eu, assim como
os caras aqui nessa mesa, quero.
Ela é linda, tem uma bunda excelente. O problema é que eu já fodi com
minha noite e mesmo aqui, com meus amigos dos quais sempre me serviram
como ótimas distrações, eu estou apenas querendo beber minha cerveja e ir
embora, bêbado o suficiente para chegar em casa e não absorver nada do que
falarão.
Victor coça o queixo me encarando. Até para mim esse tipo de frase
saindo de minha boca causa estranheza.
— Que porra é essa? Drake dando para trás com uma mulher?
— Não fode! Se você falasse que transou antes de vir para cá eu até
poderia acreditar nessa sua dispensa, agora dispensar uma gostosa como essa por
cansaço? — Fred gargalha ficando de pé. — Caros amigos, o fim do mundo está
próximo.
— Meu amigo aqui está negando uma boceta e mais álcool. Eu vou
morrer! — Fred continua gritando.
— Cala a boca, arrombado.
Solto uma risada alta, piscando para ele. Fico de pé, analiso as garrafas
pela metade na mesa, agarro o gargalo de uma vodca com nome estranho e saio.
Deixando os panacas me zoarem.
CAPÍTULO QUATRO
— Biany, não diga que não lembra mais do seu salvador, seu príncipe
sombrio?
— Ah, Bibi, eu posso te mostrar que ainda sou um bom caçador, mesmo
bêbado...
Merda, a ânsia vem com tudo me fazendo afundar mais uma vez a cabeça
na privada. O gosto forte de azedo bloqueando todos os meus sentidos.
Apoio uma das mãos na borda da privada evitando olhar para baixo,
enquanto com a outra eu limpo o suor na testa.
— Desperdício de cerveja.
Ele dá de ombros.
— Que tal o fato de ter uma mulher chamada Biany atrás de você?
Faço uma careta, sentando na beirada da cama. Que porra, então não
tinha sido um sonho maluco, eu realmente falei com ela ontem de madrugada.
Tem uma coisa que me recordo, Stella, essa víbora mais uma vez foi para
cama comigo. Eu tenho que parar com esse vício filha da puta de foder minha
ex-mulher.
— É isso aí.
— Por Deus, você não deixa uma de fora. Não sei como não pegou uma
DST ainda.
— Como se você não fosse um puto, né, Davi?
Ele dá de ombros.
— Posso até ser, mas não fico esbanjando. Já ouviu aquele ditado que
melhor escondido do que exposto?
— Pode deixar.
— É sério, Drake.
— Olha, irmão, é bom te ver... claro, também é muito bom ver você,
Drake. — Dash entra no quarto tagarelando num monologo só dele. — Sabe que
horas são?
— Onde está sua mulher? Ela não anda te mantendo ocupado o suficiente
e por isso decidiu encher meu saco?
— Olha, ela é boa pra cacete, cara. Tanto dentro como fora da cama.
— Ah, mano, que nojo! Eu não preciso da ideia, nem de imaginar a cena
de você e seu pau murcho transando.
Dash se joga na cama ao meu lado, sendo o Dash de sempre, aquele que
é um chato de galocha. Que mal se importa se você quer ou não a presença dele.
— Você vai continuar com essa sua briga com Don? — pergunta.
— Eu não estou fazendo nada. A culpa é minha então? Ele está sendo um
cretino e eu pago o pato? — retruco, olhando para Dash.
— Bom, talvez eu possa ajudá-lo. Dandan, fiz torta e ela acabou de sair
do forno.
Puta merda!
— Isso, Dandan, vai lá devorar sua torta e ser um bom garoto — digo de
modo sarcástico, deixando de lado essa história minha com Don.
Dash me olha querendo socar meu nariz, mas eu sei que essa revolta que
ele aparenta é apenas o resto de macheza que ainda tem em seu corpo.
Ela dá de ombros.
— Deixa esse mané aí, amor. Ele não sabe o que está perdendo.
— Ridículo.
Pulo as costas da poltrona, caindo sentado. Com o olhar dos caras sobre
mim.
— Parece que o descanso fez bem para você — Davi comenta, sorrindo.
— Muito bem, irmãozinho — respondo, piscando.
— Então, podemos começar? Tenho uma coisa séria para passar para
vocês.
— Aconteceu algo?
— Sem problemas, Shan. Ela não será um problema maior que nosso
Drake. — Dash caçoa.
— Se acalmem.
— Oh, por que tudo tem que se virar contra mim? Você sabe que nessa
sala a única que não tem pinto é você, né?
— Abusado!
Shan suspira.
— Sim, esse evento mesmo sendo sobre música é muito formal, vocês
não podem e nem vão usar essas coisas que usam nos shows. Nem por cima do
meu cadáver.
— Shan, o dia que você ganhar uma linda calcinha fio-dental de couro,
nunca mais vai reclamar de nosso estilo — brinco.
Alana — o Pinscher.
— Dash, pare de chamar Alana assim, ninguém pode mexer com uma
mulher raivosa — Davi também brinca.
— Meninos, parem com isso — digo de maneira séria, fazendo sete pares
de olhos se fixarem em mim, até mesmo Mich e Don que conversavam aos
sussurros param para me encarar. — Que foi gente, eu estou sendo sensato.
— Eu sou sim, não acho certo zoar com nosso irmão porque a mulher
dele foi abduzida e deixaram um Pinscher no lugar.
— Está tudo certo, eles farão a abertura do show de vocês em São Paulo
e no Rio de Janeiro.
— Sim, Drake. Inclusive já dei uma ordem clara para Victor controlar
seus viciados. Tudo que não quero é o nome da D’Five ou de qualquer um de
vocês envolvidos em problemas — Shan enfatiza.
Por incrível que pareça, essa pergunta não vem dos caras e sim de uma
cara incrédula da Shan. Seus olhos estão quase arregalados de surpresa, me
encarando.
— Uhum, sei.
— Tirando a parte que isso é normal. Já que é a primeira vez que você
realmente senta para escutar e participar sobre uma reunião da banda sem estar
dormindo ou com uma ressaca dos infernos...
Eu juro que um dia irei socar bem no meio desses seus olhos azuis
Dominic Ward. Juro! —penso.
— Minha obra de arte, meu querido, está muito bem guardada, estou com
um pequeno problema sobre acordes, eu acho incrível ela nos acordes “I—V—
2
vi—IV ”, mas quando toquei o refrão pela última vez, vi que nos acordes “ I—V
3
—vi—iii—IV—I—IV—V ” ela também fica boa pra cacete.
Davi segura o sorriso, como um pai olha para o filho depois de marcar
um gol na escola de futebol.
— É, ele tem uma batida legal. Por isso quando eu decidir a pegada que
vou dar, mostro para vocês.
— É ótimo ver você interagindo — Mich comenta, fumando seu décimo
cigarro.
CAPÍTULO CINCO
Gargalho olhando Alana pelo espelho, seu corpo de grávida está até que
sexy num vestido transpassado.
— Que merda, desde quando eles se tornaram mais rápidos que eu?
Dylan era uma noiva para ficar pronto.
— Viu, por isso não quero mulher e, sim, mulheres. Mas sem essa
chatice toda que vocês vivem — comento, saindo do quarto com Alana em meu
encalço.
— Meu pai costumava dizer que eu teria que buscar a mulher perfeita,
ela sendo muda e cega.
— Que horror!
— Mich ligou pela terceira vez e com toda certeza ele está surtando com
esse evento — Davi diz, colocando o celular no bolso da calça.
Não é à toa que Mich pode estar surtando, somos o maior investimento
dele. Cinco panacas que lotam os bolsos gordos dele de dinheiro.
— Shan fez como sempre um trabalho impecável, vai ser muito maneiro
chegar de limusine. — Dash praticamente dá pulinhos.
Nick conversa com uma mocinha, um pouco afastadas de nós, ela não
deve nem ter vinte anos, dá para escutar todas as ordens e recomendações que
Nick despeja para a babá. Enquanto isso, Vini se diverte destruindo o elaborado
penteado que Nick fez para a festa.
— Sem problemas, Sra. Ward. Vini está em boas mãos, vou cuidar bem
desse rapazinho.
Dizer que a entrada do evento está uma loucura seria até eufemismo, isso
está demais. Fãs e fotógrafos para todos os lados, carros luxuosos param a todos
os instantes na entrada do Madison Square.
— Meu Deus, tem muita gente — Alana comenta, quase colando o rosto
na janela.
Rimos, pois é exatamente assim que Shan fica quando está sob alguma
pressão. Ordens e mais ordens. Coitado de quem não as obedece, eu sei bem
sobre isso.
— Olhem para nosso irmão, Drake não abriu a boca para falar nada
ofensivo. Isso é um milagre, milagre pré-premiação.
— Obrigado pela parte que me toca, cunhadinha. Mas pensem nisso por
um instante. Já é complicado o bastante sendo esse roqueiro fora da lei que elas
tanto amam, imaginem se eu me tornasse “legalzinho” como vocês estão
querendo dizer que eu estou.
— Pronto, você não deveria ter mexido com a boca dele, Dash. — Dylan
ri.
— Seria o sonhos de vocês, né? Podem dizer, elas não irão capar seus
pintos murchos. Mulheres clamando realmente nas suas portas, com as bocas
abertas, prontas para chupá-los.
Shan tinha realmente dado um duro por tudo, uma equipe inteira está ao
nosso redor, assim como Pet e seus gorilas fantasiados de terno. A própria Shan
está vestida com muita classe, um vestido preto desce por todo seu corpo,
mostrando curvas que eu jamais imaginei nela e olha que eu já tinha fantasiado
com isso por um grande tempo, os cabelos claros enrolados no alto da cabeça, o
rosto todo maquiado.
Nosso nome é gritado, uma euforia rola enquanto assimilamos tudo que
Shan tenta nos passar em meio aos gritos de repórteres, fãs e dos nossos próprios
seguranças.
— Olá, doçura.
— Ah, com certeza, vocês terão uma de cair o queixo. Segredinho nosso.
— E fale uma coisa para alimentar o coração das suas fãs, alguma mulher
conseguiu amarrar o grande Drake Morrison?
— Vamos subir no palco daqui trinta minutos. Tente não se atrasar para
isso, ok? — Don chama minha atenção enquanto eu faço poses atrás de poses
para os fotógrafos. Saúdo o filho da mãe, mas ele já se virou para sair. As fãs que
tentam chamar a atenção dele reclamam desapontadas pela falta de atenção.
— Como assim?
— Seu guitarrista lindinho desprezou algumas fãs. Tudo que não
queremos são fãs deixando de nos seguir como loucas porque nosso irmãozinho
está na menopausa — reclamo.
— Don?
— Alguém dê calmantes para ele. Não estou fazendo nada e por falar em
encher o saco de alguém, depois que voltarmos para casa, eu me mudo para sua.
— Pobre Chico, prevejo que logo perderei meu auxiliar por sua causa.
— Acredito que vocês queiram ver com seus próprios olhos, portanto,
vem aí... D’FIVE!
Logo a geringonça que nos levará para o palco produz um ruído ao meu
lado nos levantando aos poucos mostrando o interior do Madison Square lotado.
A nuvem de gelo seco cobre nossos pés, as luzes de todos os tons possíveis de
azul iluminam o palco. O baque do bumbo vibra me chamando para juntar meu
baixo com a batida de Dylan, fazendo a música vibrar dentro do meu peito. No
centro do palco, Davi abre a canção com um rosnado rouco no microfone.
Dê uma olhada nos meus olhos, você irá ver a vida, sonhos
Para mim, tocar é como fazer amor. Tá, é escroto eu pensar uma coisa
dessas, Drake Morrison fazendo amor? Um sorriso se implanta em meu rosto
com esse pensamento. Mas com a música é exatamente isso, em uma foda, você
precisa ter tesão, paixão pelo que está prestes a fazer. Com a música não é
diferente, toda vez que eu piso no palco é como se estivesse fodendo com meu
baixo, é como se ele fosse a extensão dos meus braços, dos meus dedos...
Não desista, não perca a esperança, eu preciso disso mais do que nunca
Você iria ver a vida, você veria sonhos, um fogo dentro de mim, é o que
eu sou.
A música está no meio, o que virá agora é importante para mim, é a porra
da hora de mostrar para esses caras do que sou capaz. Davi caminha para perto
de Dash, abrindo caminho para que Don ganhe o centro do palco e toque o
último solo da canção.
Don joga charme quando as câmeras passam por ele, tirando a alça de
couro da guitarra de seu ombro, mas no momento que vai soltar o braço eu entro
na sua frente e executo o que ele faria em meu baixo. O som grave e
diferenciado faz as pessoas no ato procurarem quem está tocando, a banda toda
perde por um segundo o compasso enquanto caminho para a frente do palco com
um enorme sorriso no rosto, dedilhando o solo, com as luzes sobre mim. Esse
momento está sendo incrível, eu, o público e a porra toda virada para mim. Meu
corpo se move para frente no ritmo dos acordes que toco.
Pelo canto dos olhos vejo Davi voltar para seu lugar cantando o último
refrão da música.
Passo pelas cortinas encontrando com os caras de cara virada, não tento
me explicar ou pedir desculpas pelos meus atos. Don está tão furioso que nem
olha em minha direção, mas se bem conheço ele, isso durará até que nosso nome
seja chamado para receber o prêmio. Dash simplesmente balança a cabeça para
os lados, seguindo a mocinha do headset para fora daqui. Dylan e Davi não
esboçam muitas coisas, acredito mesmo que o único que não está completamente
irritado é Davi, mas saiu junto com Don. Para tentar acalmá-lo, creio eu.
— Maneiro, né. — Dou uma olhada para trás vendo que a carranca de
Don permanece do mesmo jeito. — Mas acho que seu principezinho não curtiu
muito.
— Relaxa, Mich. Todo mundo adorou, logo o cu de Don sai da cara dele.
CAPÍTULO SEIS
O carro chegou cedo pela manhã para nos levar até o aeroporto. Shan
chegou a ameaçar jogar água gelada em mim umas três vezes até que eu
realmente saí da cama. Minha sorte foi minhas malas já estarem prontas, então
era menos uma coisa para me preocupar. A turnê começará daqui quatro dias,
mas Shan fez questão que fôssemos antes para o Brasil. Começaremos com um
show em São Paulo e terminaremos com dois shows no Rio de Janeiro.
O sedan para ao lado do jato alugado por nossa equipe, o que me deixa
com o humor um pouco melhor, já que terei mais conforto. É um porre viajar em
voos comerciais, além de já termos passado por essa fase pobre de nossas
carreiras. Pelo amor de Deus, né? Se não conseguirmos bancar um jato para
viajar, é melhor parar com essa merda. Tudo que eu menos desejo é viajar com
crianças chorando, velhos reclamando e todo serviço de bordo de merda que os
voos comerciais têm. As únicas coisas de ponta que esses voos podem oferecer
são as comissárias de bordo.
Don não trocou uma palavra comigo desde ontem, mesmo eu morando na
mesma casa que ele. E assim que me vê saindo do carro, trata de seguir para o
avião na mesma hora. Não que eu me importe com o mau humor dele, ainda
estou radiante por ter feito o que fiz, sem nenhum peso na consciência. Além do
mais, eu mesmo estava na bronca com ele por achar que eu não merecia um
lugar ao sol. É óbvio que ele tinha medo que eu fosse bem melhor que ele, como
provei que sou.
Na real, ele está cagando nas calças de ser chutado para ficar na minha
bunda, enquanto eu brilho sob os holofotes.
— Pelo menos assumam que vocês não têm razão para duvidar do meu
talento, eu sou tão bom ou melhor que Don, se ontem eu estava com um baixo,
imaginem com uma guitarra? — questiono.
— Pare de encher, você foi ótimo. Agora seja homem e assuma suas
merdas, maioral.
Viro procurando Don com os olhos, ele está subindo o último degrau
quando eu o intercepto.
— E aí, cara.
— Não faça falsa modéstia, Drake. Não perca seu tempo. Que tal darmos
um tempo? Você fica trancado em sua enorme bolha egocêntrica e eu fico na
minha — propõe, com desdém.
Bufo, irritado. Porra, qual é o problema dele? Todo esse escarcéu por
que eu passei em sua frente no evento?
— Cara, desculpe se o fato de provar que também sou bom irritou você,
viu como a plateia vibrou quando eu surgi tocando o solo?
— Que porra é essa que “minha pose, merece uma coça”? Tão de
sacanagem comigo? — Encaro meus companheiros de banda, passando o olhar
de um por um, até mesmo para Shan e Mich que estão mais atrás, sobrou um
olhar irritado. — Agora falem, que porra é essa?
— Chega, Don, Drake. Isso foi uma briga tola e não quero mais isso
entre nós — argumenta Davi, calmamente. — O Grammy foi um sucesso,
ganhamos o prêmio. Concordo que todos estamos sofrendo com a pressão, a vida
corrida, sei lá que merda vocês estão tendo na mente. Mas saírem se socando não
é a maneira certa. Porra, Don, você sabendo como Drake é, vai justamente se
descontrolar?
— Vamos deixar isso tudo de lado e fazermos o que mais sabemos, tocar.
Bora incendiar os palcos e não a cara um do outro. Pode ser? — Dash pergunta
batendo em meu ombro.
— Deixe isso de lado, você ficar arranjando confusão com Don é dar um
tiro na banda toda. Todos estamos ligados, pense nisso.
— Tanto faz.
Ignoro todo o resto me sentando bem na frente. Davi está certo sobre
mantermos distância, os risos dos outros em suas conversinhas conseguem me
irritar ainda mais, por isso tiro o fone do pescoço recolocando-o no ouvido e
aumentando no máximo o volume permitindo que “We Are The Danger —
Blacklite District” quase me deixe surdo. Os babacas estão sempre pegando no
meu pé, tentando me prender a um padrão que é quase impossível de manter. Por
que eles não conseguem me aceitar como eu sou, em vez de tentar me obrigar a
ser alguém quem eles querem que eu seja? Não é assim que os amigos devem
ser?
Mas vamos para parte que mais me interessa, Victor já está com a banda
no hotel desde o começo da semana, tendo alguns dias a mais que eu para se
habituar ao clima quente e tropical do país, assim como organizar algumas
festinhas. Meus lábios se curvam num sorriso lento e provocante, observando o
burburinho à minha volta. Meu Deus, o que são aquelas mulatas? Loiras,
morenas, é um cardápio incrível para se escolher.
— Com certeza.
Sorrio de forma galante para duas mulheres que flertam comigo de forma
descarada, dando para ambas um pouco de atenção e deixando que elas apreciem
todos os detalhes, principalmente do meu pau marcando na calça de couro
sintético.
— O que você espera de quatro panacas? Eles estão capados e Davi fica
lunático perto de um show, ele não curte mais encher a cara.
— O tempo deixa as pessoas caretas, vamos beber por eles — Fred diz
erguendo sua garrafa de cerveja, brindando na minha.
Meus olhos voltam para o espaço entre os sofás onde as mulheres fazem
de pista de dança, rebolando de forma sensual, querendo chamar atenção dos
caras sentados por ali. Uma mulata em especial me faz fixar os olhos em suas
pernas exibidas com perfeição num vestido curto brilhante. Mesmo não sendo
algo que tenha escutado a batida das músicas que o DJ está tocando dá até uma
vontade de remexer o quadril no ritmo.
— Que porra é essa que está tocando? — grito perto do ouvido do Fred.
A mulata percebe que meu olhos estão fixos nela e isso faz com que se
exiba ainda mais. Ela abaixa de forma exagerada fazendo o vestido subir no
limite daquela curvinha deliciosa de sua bunda, enquanto ela faz um lance de
jogar o quadril de um lado para o outro como fosse feito de mola.
Victor sorri, ele sabe que eu curto umas coisinhas mais animadas de vez
em quando. E por que não? Os caras com certeza estão dormindo a essas horas,
mal incomodados pela festa que rola do outro lado da cobertura. Pet e sua equipe
de segurança, assim como os seguranças da Smith Sings, devem estar como cães
de guarda do outro lado dessas portas impedindo qualquer pessoa não autorizada
até mesmo de andar por esse andar. Estamos livres de paparazzis nojentos e
companheiros de banda caretas, tendo como consolo todas essas bocetas prontas
para serem deliciadas.
— Meninas, levem nosso amigo para meu quarto — Victor diz num
português enrolado, mas entendível para as mulheres.
Victor Smith é um tarado de marca maior e bissexual, não que isso seja
um problema. O cara sempre soube que comigo não rola dedada no cu. Mas
sobre ser um tarado, ele curte coisas que não é todo mundo que vê com bons
olhos, por isso nessas festinhas privadas que ele dá, todas as mulheres são
selecionadas a dedo por ele e pelos caras da banda. Uma precaução que tomaram
depois de terem muitas merdas espalhadas pelos quatro ventos da mídia.
— Já que você não quer o outro incentivo, isso vai animar mais as coisas,
principalmente com elas.
Victor me observa com um sorriso, indico que estou de acordo, elas são
lindas, corpos esculturais. Sem hesitar, tiramos nossas roupas, uma vez nu me
aproximo da mulata, apreciando a curva que seu seio faz e como adoraria meter
meu pau já duro como uma tora no meio deles e gozar na cara dela.
— Deite-se — digo, indicando a cama, para que ela entenda o que quero
dizer.
Passo a ponta dos polegares por suas dobras, deixando seu clitóris
exposto, dando algumas lambidas. Satisfeito por sua respiração se perder quando
minha língua toca sua intimidade. E ao morder o pequeno montinho de pele ela
solta um grito. Porra, sinto vontade de me afundar ainda mais e lamber todo esse
corpo, fazendo ela desmaiar de tão bem fodida que será.
Pelo canto dos olhos sei que Victor também está atacando as duas garotas
que ele trouxe, enquanto uma lambe seu pau sugando-o todo, ele beija e
masturba a outra. Volto a masturbar a mulata por mais alguns segundos,
lambendo e mordendo sua boceta, sentindo meu corpo suar e replicar por uma
metida, os gemidos agudos dela estão fazendo tudo piorar. Como não quero
acabar logo com a brincadeira, abandono o corpo dela, indo até Victor.
Masturbo meu pau algumas vezes, caminhando até ela. Que sem
cerimônia segura minhas bolas, arrancando minhas mãos do meu pau e
colocando-o todo na boca. Gemo alto, sentindo meu pau estocando fundo a
garganta dela. Meu amigo está certo, ela tem uma boquinha de veludo.
Chamo a mulata com o dedo indicador, que se levanta feliz por não ser
largada para trás. Beijo sua boca, sugando os lábios carnudos, beliscando seus
seios, gemendo enquanto a morena dá um trato em meu pau. Victor ataca de
novo a boca da outra mulher com seu pau, enquanto sua mão passeia pela
morena que me chupa. Durante alguns minutos cada um de nós busca seu
próprio prazer, enquanto elas apenas se abrem totalmente para dois completos
estranhos. Vadias! Estoco mais fundo na boca da morena sentindo que posso
gozar na boca dela e, com certeza, ela tomará toda minha porra, grata. É assim
que as mulheres se comportam perto de nós, elas agradecem por qualquer merda
que possam receber, apenas para terem uma história como essas para contar.
A morena foge para o banheiro, acho que ela não curtiu muito engolir
minha porra pela cara de ânsia de vômito que ela saiu. Foda-se. Vou até o
banheiro rindo da garota curvada sobre a privada, pego um toalha e limpo meu
pau, observando Victor foder a loirinha com gosto, as bochechas da pobre
coitada estão em um lindo tom de vermelho, ela é tão magra que, se tivesse
como, acho que o pau do meu amigo estaria saindo por sua boca. O urro de
prazer de Victor e o gemido esganiçado que ela solta mostram que ambos
gozaram. Volto para a mulata que também observa a cena. Os bicos dos seios
dela estão eriçados de tesão, me agacho no meio de suas pernas, jogando a toalha
para o lado. Ela se abre deixando que eu faça o que bem quero com seu corpo,
caio de boca nos seios fartos, chupando e mordendo, e a cada marca que vou
deixando em seu peito ela geme mais.
— Tem que ser com ela, parece que você acabou com a loirinha, e aquela
ali não quer chegar perto de mim — digo, apontando para a porta do banheiro.
Victor gargalha escutando os sons de vômito vindo de seu banheiro.
— Espero que ela limpe a porra do assento, para quando eu quiser cagar.
Ponho o preservativo mesmo meu pau estando a meio mastro, vai ser até
mais confortável para ela quando me meter em seu cu, olho para a nádega
bombom, vendo que provavelmente poucas pessoas usaram o cuzinho lindo. De
joelhos na cama, passo a mão pelo clitóris dela, pegando um pouco da sua
umidade e inserindo meu dedo em sua bunda. Ela me espreme, reclama com
gemidos agudos, mas logo se abre e eu introduzo outro, depois três e mais uma
vez ela arfa como uma maluca, dou um tapa em sua bunda o que mexe com
Victor, que também geme alto quando ela desce com força sobre seu pau.
— Caralho, se eu soubesse que você valia tanto a pena, não teria perdido
tanto tempo com as outras — Victor diz socando fundo também.
— Quero os dois de pé — ela ordena em meio aos seus gemidos.
Victor sai, deixando-a apoiada sobre meu corpo, zonza depois de gozar e
vai em busca da sua garrafa de tequila. Deixo a gostosa sobre a cama, pescando
minha cueca do outro lado do quarto. No meio da putaria toda, mal percebemos
que as outras duas tinham ido embora.
— Que se foda, essas garotas querem foder, mas não têm fôlego.
— Porra, cara, se ela fodeu meu banheiro eu vou invadir seu quarto
amanhã.
CAPÍTULO SETE
Dois dias se passaram e Don finalmente superou seu mau humor. Não
chegou a puxar um papo muito longo comigo, mas pelo menos a constante “cara
de cu” tinha sumido, dando lugar até para uns quase sorrisos quando eu soltava
algo engraçado durante as refeições. Então isso era o máximo que conseguiria
por enquanto.
— Que cara?
— Aquela de que vai fazer merda, por favor, não quero outra confusão
com Don na véspera de um show. Shan anda no limite com o que seus
convidados andam aprontando.
— Porra, por que você aceita que ele dê o crédito para o Dash e não para
mim que faço a merda dos solos dele serem demais?
Queria ver eles arrumarem alguém tão foda quanto a mim para a banda.
— Fiz essa merda, vocês não queriam? Aqui está. Minha música,
confesso que a batida está fodástica.
— Naquele bar em ruínas tem uma placa, uma placa inútil de “procura-
se”. Meu rosto está estampado nela, em vez de ter “vivo ou morto” tem milhares
de declarações e corações partidos. — Davi recita minha composição. — Fazer
o que se elas sempre souberam que eu sou mau, muito mau. — Ele gargalha,
mas continua. — Nem mesmo o Diabo deixa sua mulher perto de mim, não tenho
culpa de ser irresistível.
— Ah, claro, combinaria perfeitamente com essa última parte: Não tenho
culpa que ao tocar minha guitarra faço até as mais santas gemerem.
— Você acha que o Nirvana venderia mais CD’s se falassem sobre como
o cu deles estava arrombado pelo amor? Claro, In Bloom foi feita para a alma
gêmea do Kurt Cobain.
— Claro, iríamos afetar o brilho celestial que nosso querido Don tem.
— Talvez eu possa testar sua teoria, mas já sabe. Don, Shan e até mesmo
Mich estão prontos para colocar as mãos em seu pescoço.
— Eu vou conversar com Dylan e Dash, você pode ter essa chance no
Rio, mas não torre a paciência de ninguém. Tente se controlar ou juro que
colocarei uma coleira de choque em seu pescoço. Aí sim você terá uma diversão
e tanto tomando choques de mim.
Declan é o primeiro que vejo quando entro na casa de shows. Ele mexe
em um emaranhado de fios e xinga baixinho, o que me faz sorrir.
— Ainda está em cima dela? Jurei que já havia traçado a gata, porra,
Declan, tu tá muito mole mesmo.
— Não venha me dizer que você sugeriu que dessem o bendito passo
além? Porra, o que anda acontecendo com os homens? — Sacudo a cabeça
levando esses pensamentos para longe. — Mas diz aí, você viu os caras da banda
por aí?
— Não é questão de não saber, temos que fazer o melhor para a banda.
Vocês acham mesmo que Drake é o melhor? Pelo amor de Deus! — Don retruca.
— Ele é parte da banda, Don. Não sei o que houve realmente para te
virar contra o Drake, mas ele sempre foi nosso irmão mesmo com todos os
defeitos — Davi diz em minha defesa.
— Acho que podemos dar uma chance, por que temos que nos prender a
rótulos? Don é o guitarrista, Dylan baterista... Será que não... — Dash diz até ser
novamente interrompido por Don.
A raiva fecha minha garganta de tal maneira que vejo tudo em vermelho,
como um boi fora do controle. Abro a porta do camarim com violência, vendo os
rostos surpresos deles.
— Don, deixa disso, cara. Sabemos que todos estão cansados devido à
loucura que vivemos nesses últimos anos, mas somos irmãos — Dash diz,
tentando amenizar o clima.
— Você tem medo que eu posso tocar melhor que você, tem medo de
perder seu posto, porque mesmo sendo capado com sua família feliz, adora ter as
fãs se jogando em cima de você. Quer todos os benefícios para você.
— Você quer seu precioso holofote? Então terá, você tocará a música
central de nosso show essa noite. Se conseguir provar que realmente sabe o que
está fazendo, o show do Rio de Janeiro é todo seu. Mas, se não conseguir, eu
quero que você cale a boca e enterre essa porra de “estou sendo penalizado, o
coitadinho” para sempre.
Se existe uma plateia mais calorosa que essa eu ainda não tive o prazer
de conhecer. O estádio está lotado, não tem um mísero espaço entre as pessoas, é
um verdadeiro mar de cabeças e braços pulantes. Não me opus a tocar “Storm” e
“Merry go round”, já que são nossas melhores músicas em minha opinião.
Estamos prestes a fazer o segundo intervalo da noite quando Don caminha para a
frente do palco recebendo gritos eufóricos dedicados a ele “Eu amo você, Don.
Don gostoso, nós te adoramos” e todo blablablá.
Ele vem em minha direção, tira o baixo de minhas mãos empurrando sua
guitarra contra meu peito. Seu olhar duro e contrariado, nada satisfeito por sentir
seu lugar se esvaindo por entre seus dedos.
— Davi, toquem “I’d for you”. Acho que você conseguirá acompanhar.
Davi faz que sim com a cabeça assumindo seu lugar no microfone, assim
como a bateria dá os primeiros compassos da introdução. Dylan começa com as
batidas pesadas, dando nossa entrada. Dash olha para mim com expectativa, já
que estou com a guitarra principal da banda nesse momento, ele será apenas um
complemento do que farei. Davi vira para trás me encarando, e eu, por um
momento, me sinto perdido. Porra! Quando era mesmo a entrada? Eu sei essa
porra de música, só pode ser o nervosismo.
Pelo canto dos olhos eu vejo Dash se preparando para segurar a barra
caso eu não comece a tocar. Mas tudo se encaixa em minha cabeça, ataco a
guitarra com toda a raiva que venho acumulando esses anos, a plateia grita
empolgada pelo solo que toco. Porém, apesar de ter arrebentado de verdade no
primeiro refrão, eu demoro para pegar o jeito e mesmo assim acabo errando
alguns acordes, recebendo olhadas estranhas dos caras. Olho para a plateia
andando até o começo palco no segundo solo, o suor escorre por minha testa e
por minhas costas, encharcando minha camisa.
A plateia pula animada com a música, não devem ter percebido meus
pequenos desarranjos.
A porra toda desanda quando percebo que não estou apenas tocando as
partes da guitarra como também do baixo, fazendo Don parar de tocar e me
encarar com ódio. Por vezes Davi, Dash e Dylan me encaram como se
perguntassem o que está acontecendo. Porra, eu não sei, não sei por que estou
errando. As músicas estão grudadas em minha mente desde que a tocamos pela
primeira vez. Ah, que se foda, tinha que ser o Don para compor essa merda.
A guitarra deveria ser ouvida com força total ao longo de toda a música.
Davi tem uma voz poderosa, ele poderia muito bem gritar sua rouquidão a noite
toda para ser ouvido acima da guitarra.
— Que porra foi aquela, Drake? — A porta do meu camarim se abre com
violência mostrando os quatro panacas plantados ali e o pior de todos me
encarando, Don. — Diga, você quer tanto meu lugar que não percebeu que um
mísero erro da guitarra destrói toda a composição ou será que você não percebeu
que chamamos o que eu toco de guitarra principal por um motivo?
— Don, vai tomar um ar. Eu quero falar com Drake — Davi pede.
Estou tão irritado que me jogo na poltrona mais próxima, vendo Don sair
com os outros, deixando que Davi feche a porta e se encoste nela. Eu não quero
ser grosseiro com ele, mas a raiva e frustração queimam minha garganta de uma
maneira que estou fazendo o máximo para me controlar.
— Que merda foi aquela? — Davi quer saber. — Você disse que sabia as
músicas, enfrentou Don, fez toda a banda andar pisando em ovos por dias.
— Aquilo não é por não tocar uma guitarra, Drake, você mal soube
quando começar a tocar. Nem fazia ideia do que estava tocando, sua sorte é que
os fãs estavam mais prestando atenção na mudança e empolgados, do que
propriamente no som.
— Viu só? É por esse e outros motivos que vão dizer não sobre isso,
Drake. Já passou do tempo de você ver que a banda não é mais sobre cinco
garotos que queriam brincar ou que queriam beijar meninas populares do
colégio. Não se trata mais disso, música é minha vida, essa banda é minha vida.
Evito mais uma vez responder Davi, eu sei o quanto a banda é importante
para ele, o quanto ele lutou para estar onde está. A D’Five também é muito
importante para mim, eu amo tocar, por mais contraditório que seja eu amo até
esses babacas. Mas não estou contente com eles tentando barrar alguém tão
impressionante quanto eu.
— Vou falar para Pet te acompanhar até o hotel, pense no que anda
fazendo, Drake. Eu amo você pra cacete, mas não posso ser mais sua babá. Nem
ficar dando broncas como se fosse seu velho, sei que você adora curtir a vida,
passamos anos fazendo isso juntos, mas tudo tem limite.
CAPÍTULO OITO
BIANY
Rolo o mouse pela tela do notebook lendo a matéria que Mackenna tratou
de enfiar em meu nariz logo que cheguei: “D’FIVE ESTÁ EM TURNÊ NO
BRASIL”. O que eu tenho a ver com aqueles caras? Basicamente nada, ou nada,
até o dia em que Drake Morrison me salvou de um abuso em um bar qualquer no
centro de Los Angeles. Se Mackenna tivesse cumprido o que prometeu e
chegado no horário, eu não teria encontrado com aqueles dois pervertidos
nojentos. Mas enfim, foi assim que conheci pessoalmente o baixista da banda e
para desmaio total de minha melhor amiga, o resto da banda também. Já que o
fato de Drake Morrison ter me salvado daqueles brutamontes, tinha causado
algumas escoriações nele, me fazendo acompanhá-lo até o hospital para fazer
alguns exames e algo sobre um sobrinho decidir nascer naquele mesmo dia.
Ele é quente, isso preciso admitir, mas Drake tem aquele olhar de dono
no mundo, um olhar que pisca em vermelho escarlate “Problema, sou bad boy e
vou foder com sua vida.”
— Bom, para quem gosta de correr alguns riscos. Até que vale o risco —
concluo, fechando a matéria sobre a banda. E nem cogito em comentar que
recebi uma ligação do tal gostosão que Mackenna é fissurada. Se tem uma coisa
que tenho muito para fazer é trabalhar, não dá para ficar admirando astros de
rock cheios da grana, muito menos um que tem um código de barras tatuado na
coxa. Quem tem um código de barras tatuado no próprio corpo?
— Acho que vou precisar de uns cinco tipos diferentes de café para me
manter alerta hoje.
— Se você não tivesse saído ontem para sua noite selvagem, estaria
disposta — brinco.
— Puta que pariu, amiga, quem me dera ter tido essa noite selvagem que
você está falando, o cara mal pagou a parte dele no restaurante e ainda me fez
pagar o motel.
— É sério. E transar que é bom? Que nada, foi uma meleca. — Ela
continua narrando seu vigésimo encontro frustrado.
Mackenna dá de ombros.
Ela é viciada em redes sociais de namoro, acredito que todas que possam
existir no mundo hoje em dia, Mackenna tem um perfil, o que a leva para alguns,
senão, muitos encontros furados.
— Logo ele estará melhor, amiga, eu acredito nisso, Deus não será tão
sacana a ponto de deixar meu pequeno mal.
— Não brinque com isso, já ouviu aquele ditado que Deus castiga?
— Ele deveria castigar aquele pinto mole que saiu ontem comigo.
— Nem me fale, ele ainda jura de pés juntos que não fez a outra pobre
coitada cair da escada — digo, rindo.
DRAKE
— Drake, sente-se.
— Fala aí, por que fui convocado para essa reunião? Os outros vão
aparecer também?
— Não é sobre a turnê, mas isso também seria um assunto para estarmos
conversando. — Mich endireita sua postura, apoiando os cotovelos sobre a mesa.
— Recebi uma proposta enquanto vocês estavam fora, eu iria fazer essa proposta
para Davi ou Don...
Tirar uns dias uma porra, contar para banda? Pra quê? Para eles
derrubarem mais uma oportunidade para mim? NUNCA!
— Eu aceito!
— Você nem ouviu sobre o cachê, não sabe qual será seu papel...
— Você disse que eles precisam de alguém descolado, alguém que seja
demais e astro do rock, todos sabemos que eu sou. E outra, se eles querem
alguém tão foda assim nunca será para um papelzinho qualquer.
— Tudo bem então, vou passar tudo para meu amigo e a produção dele
entrará em contato com você.
— Oh...
— Clara.
— É, isso aí! Clara, que papo é esse que não esperava menos de mim,
pelo jeito que acordei com você enfiando seus peitos na minha cara e o enorme
sorriso que deu quando eu os chupei, bem fodida você foi.
— Sim, até que bem fodida, como você mesmo disse, eu fui. Mas
sabemos que você é apenas conhecido por isso, né?
A tal da Clara solta uma gargalha andando pelo quarto enquanto busca
suas coisas no meio das caixas entulhadas no meu quarto.
— Ambos sabemos que você não precisa de ninguém inflando seu ego.
Acorda, Drake, eu só quis dizer que você é isso: sexo, muita bebedeira e um som
razoável.
— Vamos lá, você estava num bar badalado em Los Angeles, entrou sem
nem mesmo apresentar um documento para os seguranças, o que fez não só eu,
como algumas mulheres prestarem atenção em você. Conta também o fato que
você deixou sua BMW parada de qualquer jeito em frente ao bar?
— E aposto que foi por tudo isso que você decidiu vir parar em minha
cama, ou seja, você é interesseira.
— Foi uma aposta com minhas amigas. Como ia dizendo, um cara tão
foda como você nem precisa me expulsar. Estou realmente atrasada. Muito
obrigada pela noite. Foi... divertido. — Clara anda até mim selando meus lábios
com os seus e sai do meu apartamento fechando a porta com um baque suave,
deixando-me olhando para onde ela estava segundos antes praticamente jogando
na minha cara que eu fui a foda dessa noite.
Pelo menos ela não reclamou da transa. Sacudo o cabelo, preciso renovar
minha cara, agora sou um astro do cinema, não posso sair com qualquer
aparência. Mich, e muito menos eu, não informou os caras, pelo menos por
enquanto. Queremos oficializar realmente a proposta, tudo indica que semana
que vem já estarei fazendo o piloto para o filme e fazendo a primeira sessão de
fotos. Isso é demais.
— Não vai me dizer que já não está aguentando morar sozinho... Faz o
quê? Umas três semanas?
— Não, eu não estou escutando isso. Porra, Drake, você não sabe
desempacotar suas próprias coisas? Quer dizer que suas coisas ainda estão
dentro de caixas? — Davi gargalha do outro lado da linha.
Davi tenta controlar a risada, passa alguns segundos até que ele volte ao
normal e possa falar sem ter um surto.
— Ok, vacilão.
— Porra, cara, essa foi a mais...
Outro lado bom desse apartamento é que na outra quadra tem uma
cafeteria e isso é fantástico para quem acordou faminto. Reviro as primeiras
caixas tentando encontrar algo decente para sair, mas, porra, o que as caixas do
banheiro estão fazendo no meio do meu quarto? Vou para outro canto revirando
tudo e nada das porras das minhas roupas.
O dia ensolarado me cega assim que piso para fora do hall do prédio,
puxo os óculos de sol colocando sobre os olhos. Como é perto, decido ir
andando e é delicioso cruzar com algumas meninas e verem que elas param do
nada ao me reconhecer. Mando alguns beijos e piscadelas entrando finalmente na
cafeteria, agradecendo pelo jato de ar frio que banha minha pele assim que entro.
Uma das garçonetes roda pelo lugar com a bandeja explodindo de coisas,
quando finalmente sua bandeja está vazia faço um sinal com a mão chamando
sua atenção. Ela tem uma bela bunda empinada.
— É, isso eu já percebi. Muito mais gato do que nas fotos, você pode me
dar um autógrafo?
Enquanto espero meu pedido chegar, abro alguns sites de fofoca pelo
celular, me atualizando de tudo que podem ter falado da banda ou de mim pela
internet. Mas um garoto sentado em uma das banquetas altas do balcão chama a
minha atenção, ele batuca frequentemente o garfo na ponta do prato, irritando
quem está por perto.
Desvio os olhos do garoto, eu conheço essa voz, onde foi que ouvi?
Porra, será que já fodi com ela? Ergo o olhar, vendo um corpo lindo, curvas bem
acentuadas, seios fartos por baixo da camisa branca, boca carnuda e... Biany?
CAPÍTULO NOVE
Ela esboça um sorriso simpático e... só. Nada de especial sai daquela
boca carnuda, apenas um simples.
— Oi, Drake.
— Nossa, achei que ficaria feliz em ver seu herói — brinco, dando uma
mordida no bolinho que ela acaba de colocar em minha frente, me deliciando
com os pedaços de maçã caramelada.
— Acredito que você já está tendo comoção demais, quase fez minha
amiga desmaiar e ainda tem atenção de quase setenta por cento da clientela.
Biany empurra a caneca com meu café para perto e isso é tempo
suficiente para que eu segure sua mão.
— Bem, obrigada.
— Bibi?
— Que tal um jantar? — questiono assim que ela para em minha frente
para entregar um enorme pedaço de bolo de chocolate para o menino, que, por
sua vez, me encara como se estivesse vendo um inimigo. Encaro o rapazinho,
arqueando a sobrancelha, com muita vontade de perguntar se ele não tem nada
mais útil do que encarar os outros. Que coisa, a mãe desse pirralho não deve ter
dado educação. Mas o que sai da minha boca é bem diferente. — Quer um
autógrafo, rapazinho?
— E eu lá te conheço?
— Vendo pelo seu tamanho, pirralho, acho que nem teria a possibilidade,
mas saiba que eu sou muito famoso. As mulheres me amam.
— Vamos lá, sem cérebro. O cara tem duas ex-mulheres lindas e uma
mulher gostosa...
— Se você não conhece ou não sabe por que as mulheres caem aos pés
desse cara, eu só posso dizer que você não faz sucesso com as mulheres, como
diz.
Ele dá de ombros, pega o prato com seu bolo e sai em direção ao fundo
da loja.
— Olha, não acho uma boa ideia. — Ela não deixa que eu diga nada e
trata logo de acrescentar. — Drake, vivemos em mundos completamente
diferentes, somos completamente opostos, mas olha aí, você é... Você, né. Eu sou
uma simples garçonete numa cafeteria que rala muito para ter minhas coisas.
— Ei, espera aí, tá querendo dizer que não ralo por minhas coisas?
— Não foi isso que disse, apenas que não combinamos. — Biany encara
para além do meu ombro, me fazendo girar na banqueta e encarar três garotas de
sorrisinhos frouxos.
— E aí.
— Uma foto também, ninguém vai acreditar que eu estive com você.
Meu Deus! — diz. quase surtando.
Ela revira os olhos indo até o caixa, revirando o porta canetas. Pego a
caneta que ela empurra em minha direção pronto para assinar a camisa.
Eu nunca entendi essas fãs que desejam seus autógrafos pelo corpo, qual
a lógica disso? Em vez de pedirem em um papel em qualquer outro lugar, até
mesmo para venderem, como já aconteceu. Não que eu vá reclamar sobre o fato
de assinar os seios e até mesmo a virilha das fãs.
Assino sua cintura dando uma lambida perto do meu autógrafo. Fazendo
ela dar gritinhos empolgados. A gordinha me entrega um guardanapo, logo
assino devolvendo com um sorriso simpático. Eu quero que elas vão logo
embora para poder terminar minha conversa com Biany.
— Mal acredito que cruzamos com você, nossa! Os outros estão por
aqui? Meu Deus, já pensou em também encontrar Davi? Don... Eu acho que
desmaio.
Depois de tirar foto com cada uma delas e mais um monte com as três
juntas. Elas finalmente me deixam em paz para girar sobre a banqueta e voltar
minha atenção para Biany.
— Que tal na parte que você entende que entre meu mundo e o seu existe
um enorme buraco negro com umas mil galáxias entre eles? Pode também pagar
seu café e parar de tumultuar meu trabalho?
Ela se afasta por um segundo entregando mais uma bandeja de cafés para
a outra atendente, me fazendo trocar de lugar para me aproximar novamente
dela.
— Isso é ótimo, Shan. Estou indo para lá agora mesmo. Valeu, coração
— digo, rindo.
— Tchau, Drake!
Ela me olha, mas não diz nada. Me dou por satisfeito, sei que ela vai
terminar esquentando minha cama mesmo, é questão de tempo.
Duas horas se passam e nada da tal pessoa que Shan indicou chegar.
Porra, eu poderia estar fazendo algo mais útil do que ficar sentado no sofá com
um monte de caixas à minha volta.
Estou pronto para ir caçar novamente meu celular por esse apartamento e
ligar para Shan, quando a campainha toca como uma maluca.
— Sabe, Drake, queria poder dizer o mesmo, mas tudo que é bom precisa
ser provado.
Gargalho alto.
— Não se faça de santa, você sabe muito bem como é o Drake aqui, pode
acabar deixando você assada. Esqueceu do verão do ano retrasado?
— Ah, se passou tantos depois, mal lembro. Você vai me deixar plantada
aqui na soleira ou vai me convidar para entrar?
— Eu posso saber como descobriu meu endereço? Sua tia não vai gostar
muito da ideia. Lembro que ela foi bem explícita sobre manter os paus
escondidos quando você estivesse no mesmo ambiente.
— Shan?
Ela passa por mim, dando uma longa olhada para meu apartamento.
Confesso, tá tudo uma zona, mas ele tem uma das melhores vistas de Los
Angeles.
— É, talvez também tenha algo a ver com Alana tendo chilique porque
fiquei próxima demais do Dylan. E como temos toda essa história de gravidez e
todo blablablá, vim parar aqui.
— Entendo.
— Você sabe que eu estaria correndo o risco da sua tia arrancar minhas
bolas, não sabe?
— Sim, e ambos sabemos que você nunca ligou para isso, não é mesmo?
Mas se você quiser posso te deixar com essas caixas e... — Ela interrompe o que
fala pegando uma cueca boxer, vira o rosto para mim mordiscando o lábio
inferior. — Acredito que será bastante interessante arrumar a bagunça do grande
Drake Morrison, posso até leiloar algumas peças mais polêmicas na internet.
— Eu topo, mas você terá que deixar tudo um brinco. E nada de ficar
roubando minhas cuecas ou minhas coisas, entendeu?
Olho para o relógio em meu punho, já passa das sete da noite. Quando
Julianne se embrenhou no quarto após terminar a sala, eu tratei de deitar no sofá
e jogar meu novo jogo do Injustice 2. Mas já estou quase dando pausa e
procurando onde aquela maluca se meteu, meu estômago também está
começando a roncar de fome.
— Esse roupão é meu, nunca te ensinaram a não pegar o que não é seu?
— Para saber você teria que perguntar diretamente, sabe do que eu estou
falando, pequena Julianne?
Ela caminha confiante até mim, suas mãos já procuram pelo zíper da
minha calça, arrancando-a junto com a cueca de uma vez, o que me faz sorrir.
Em menos de um segundo Julianne já está com a cabeça enfiada no meio de
minhas pernas chupando meu pau enquanto suas mãos tocam minhas bolas,
causando arrepios em meu corpo.
Ela suga com força meu pau, olhando em meus olhos. Minha mão agarra
seu cabelo, forçando sua cabeça para baixo, sentindo meu pau bater no fundo de
sua garganta. Em nenhum momento ela retruca ou se nega a fazer o que
proponho, ela gosta disso, sempre foi assim. Puxo sua cabeça, arrancando a boca
do meu pau, içando sua cintura para cima.
Julianne abre as pernas sentando sobre meu pau, minha mão livre
masturba seu clítoris, sentindo-o pulsar em meus dedos, molhado e sedento, ela
está inteira sedenta para ser fodida. Ela agarra meu ombros, enfiando
lascivamente a língua em minha boca ao mesmo tempo em que cavalga sobre
meu pau. Estamos literalmente fodendo, ela se esfregava de forma frenética
sobre meu pau, nossas línguas se esfregando de forma selvagem. Julianne finca
as unhas em meu ombro, apoia seus pés ao lado de minhas coxas no sofá
fazendo aquilo que fode o psicológico de qualquer homem. Juro, as mulheres
deviam entender que existem certas posições que conseguem acabar com
qualquer homem. Basta três metidas assim para o gozo subir na cabeça, minhas
bolas endurecem prontas para liberar meu orgasmo.
— Caralho, se você não diminuir o ritmo, ninfeta, eu vou gozar.
Ela ignora meu comentário, subindo e descendo com força sobre meu
pau. E o gozo vem rápido, varrendo meu corpo. Fazendo-me urrar cravando as
mãos na cintura de Julianne.
Julianne joga o cabelo para trás, saindo de cima de mim. Espero uma
reclamação, aquele “mi-mi-mi” sobre ter gozado e ela não, mas ela apenas volta
para onde tinha deixado meu roupão jogado.
— Por que estou achando que entrei numa furada assim que abri a porta
para você, ninfeta?
— Não, vamos ver o que você aprendeu nesses dois anos. — Dou de
ombros. — Até que essa provinha foi satisfatória — acrescento, dando um
risinho abafado.
— Filho da puta.
— Ah, baby, isso eu não posso discordar. Minha mãe deve ter sido muito
puta mesmo para fazer um cara tão foda como eu.
CAPÍTULO DEZ
Goze, penso. Será o máximo ouvir você gemendo enlouquecida pelo meu
pau, daria tudo para ver a cara que Mich ficaria.
Dou um tapa em sua bunda, eu quero que escutem ela gemer, mas
também não quero que descubram que é com a sobrinha da Shan que estou
fodendo.
Com o passar dos dias está ficando difícil esconder isso dos caras, Mich
também está todos os dias me cobrando essa posição. Então decidimos, iremos
contar para a banda sobre isso, logo meu rosto estará estampado por toda cidade
e, de acordo com Mich, não será legal para o futuro da banda e nem para nossa
convivência, que já anda uma merda, que descobrissem assim. Até coletiva de
impressa ele já planeja fazer. Eu odeio essas merdas.
A reunião foi marcada para a tarde em seu escritório, decidi dar atenção
na parte da manhã para minha pequena obsessão. Tinha deixado Biany em paz.
Não que aquele segundo encontro casual no café conte, naquele dia eu só quis
impor minha presença, mal toquei no assunto sobre nosso encontro, mas com o
passar dessa semana, está mais do que na hora de conseguir isso.
Entro na cafeteira vendo que está muito mais vazia do que as últimas
vezes, deve ser pelo horário. Talvez em meia hora eu seja descoberto por alguma
fã.
— Bi, teu perseguidor — Mackenna, a garçonete pirada nos D’Five,
brinca, mandando um beijinho em minha direção.
— Diga logo o que você quer, Drake, alguém aqui precisa trabalhar —
Biany retruca, parando em minha frente de braços cruzados. Talvez hoje não
esteja sendo um bom dia.
— Vim te ver e tomar um delicioso café expresso, antes de ter uma tarde
de completo pé no saco com meu agente.
— Um rosto tão lindo como o seu não pode ter nem uma ruguinha de
cansaço.
Nem penso em mais uma de suas negativas fajutas, fracasso não é uma
opção para mim. Essa aproximação deixa meu corpo tenso. Porra, por que fui
encanar logo com uma que não sai gritando e implorando pelo meu pau dentro
dela?
Biany é o tipo de mulher gostosa, seu corpo tem curvas, suas coxas são
grossas, os seios fartos. Caralho, só de olhar um pouco para seu corpo já sinto
meu amigo animado. Ela é puro chocolate derretido.
— Bem na minha frente, louquinha para pular esse balcão e cair sobre
mim.
Passo a ponta dos meus dedos pelo seu rosto, no melhor estilo sedução.
— Ah, Drake... Eu juro que tento, meu Deus, como resistir? — Ela se
curva toda sedutora sobre o balcão, fazendo meu sorriso triplicar de tamanho.
— Como eu ainda não dei um soco em você? Isso que estou querendo
dizer. Mas acho que seu ego é tão imenso, mas tão imenso que eu não atingiria
sua cara, ou melhor, seu ego é maior que seu pênis?
— Tudo bem. Vou dar mais uns dias para que reflita sobre meu convite,
tenho mesmo que ir. Por sinal, estou atrasado.
— Tchau!
Será que eu sempre encontrarei um dos caras de mau humor? Eles não
conseguem ver como o dia está lindo?
— Foi mal, carinha, diz aí... é um menino ou uma menininha como você
que vem ao mundo?
Don deixou há muito tempo de ser aquele cara engraçado, que vivia para
a música. Vai lá que ele nunca foi nada tão fantástico como eu, nem tão
engraçado como Dash. Ou até mesmo como Dylan... Mas nesses últimos anos
ele parece ter envelhecido uns trinta anos a mais do que realmente tem. Será que
é uma crise de idade ou falta de sexo? Se bem que com Nicky ao lado, eu duvido
muito, quando eles eram apenas namorados transavam mais que coelhos, logo
perderam esse cargo para o Dylan. O que Alana tem de chata, às vezes, deve ter
de safada. Relembro quando fomos acampar, no parque em Louisiana, por mais
que eu estivesse de porre lembro bem ela gritando a plenos pulmões para meu
irmãozinho acabar com ela.
— Drake, você poderia ter pelo menos falado comigo, em vez de... fazer
isso, assim — Davi diz baixo.
— Até você?
— Stella. Eu vejo ela rondando você. Sei que você mantém alguns
encontros com ela. Aquela vadia é podre, Drake. Ela quer isso. Te ver na lama.
— Ela não tem nada com isso, Dash — afirmo. — Vocês, principalmente
você, Don, estão fazendo uma puta tempestade em copo d’água. A culpa não é
minha, vocês deixaram que Shan colocasse entrevista atrás de entrevista, viagens
promocionais e até a porra de um talk show.
— Eu sei, fica frio… Eu sei o que estou fazendo, Mich está nessa
também. E ele não faria nada que mexesse com os seus ovos de ouro.
— Drake, você faz parte da banda, sempre fez, era você quem sempre
investiu e pensou em nosso futuro. Antes mesmo de tudo explodir — diz Dylan.
— Relaxe, Don. Eu não vou deixar seus shows sem um baixista. Se o que
você tanto quer é me ver cair fora da banda, eu caio.
CAPÍTULO ONZE
BIANY
Drake Morrison é um cara canalha, arrogante, arrota seu ego como quem
toma Coca-Cola demais. Paro por um segundo relembrando quando ele
praticamente me puxou para cima do balcão, o maldito ainda teve a cara de pau
de derrubar café em nós dois e ainda armar uma ceninha dizendo que a culpa era
minha. Ou como ele disse na frente do meu gerente: “Você não presta atenção
porque não descola os olhos de mim. Tenha mais cuidado, lindinha, você agora
me deve uma ajudinha para limpar essa meleca.”, disse, acrescentando aquela
piscadela cretina que ele sempre me lança. Perco qualquer linha de raciocínio
coerente quando meus pensamentos trazem o momento que esbarrei nele, seu
corpo totalmente colado ao meu, e quando digo todo colado no meu, quero dizer
até as partes mais...
Vamos lá, dona Biany, ele é gostoso. Isso eu não posso negar, tudo bem.
Ele sabe usar todo aquele ego imenso que tem para alguma coisa. Mas em uma
escala de “nem fodendo” a “você está completamente maluca” sobre aceitar o
convite dele para sair, eu estou mais para o completamente maluca.
Olho para Josh parado perto da escada, me encarando com aqueles olhos
mortais.
— Já disse que não quero ter problemas com essa babá, mocinho. Ainda
não engoli a história que uma lagartixa saiu da bolsa dela.
— Juro que sou inocente. E, mãe, pare de chamar Marta como minha
babá. Isso acaba com minha reputação — diz após alguns segundos, totalmente
sério.
— Reputação? Que tipo de reputação com dez anos você deseja ter?
Josh, como sempre, revira os olhos, o que me faz querer rir. Desde que o
pai nos deixou para servir o exército, Josh assumiu o lugar de homem da casa, o
problema mesmo é eu como mãe ver ele como o homenzinho que está se
tornando e não como meu bebê.
— Pare com isso — digo alto para que ele me escute da sala, mas, ao
olhar o conteúdo dentro das panelas, meu próprio estômago reclama. — Que
meleca é essa? — questiono em voz alta, sentindo o cheiro estranho que aquilo
produz.
— Eu avisei, segundo aquela maluca é uma sopa para nos fazer relaxar.
— Ela só não explicou que o tal relaxamento que ela queria nos dar seria
passar a noite cagando.
— Pode deixar!
JOSH
Minha intenção não era ser mal-educado, mas a fome é grande e meu
estômago já está rocando alto como um Tiranossauro Rex.
Quem é esse bobalhão? E por que ele quer saber se minha mãe está
esperando ele bem cheirosa?
Consigo entender que minha mãe é uma gata, já escutei muito isso dos
meninos mais velhos da minha escola. Vejo como os homens olham para ela,
além de ser uma gata, ela é demais, em todos os sentidos. Por isso, desde que me
tornei o homem da casa tenho como tarefa chutar alguns traseiros, como eu sei
que minha mãe fará com minhas futuras namoradas.
Minha mãe merece um cara como o Richard Gere. Como meu pai era.
Meu pai, quando não estava de serviço, sempre vinha para casa com uma flor na
mão, podia ser qualquer uma, até mesmo roubada do jardim da Dona Olinda —
nossa vizinha. Mas ele sempre surpreendia minha mãe, erámos uma família de
dar inveja, nunca tivemos muito dinheiro, meus pais sempre trabalharam muito
para termos a vida confortável de hoje, ainda mais com o pequeno defeito que
tenho no coração. Mesmo que isso não esteja me afetando tanto já faz um ano,
sei que sou motivo constante de preocupação para minha mãe.
— Josh?
— Você não é como todo mundo e quem assisti filme assim tem besteiras
na cabeça — ela alega.
Ela dá aquele sorriso que não me deixar ficar com raiva por ser tratado
como um bebê chorão.
— Conversa adulta? Meu Deus, onde foi parar meu filho de dez anos?
Alguém abduziu aquele menino ranhento — ela argumenta, na maior encenação.
— Para com isso. Por que tem um panacão dizendo que espera que você
esteja cheirosa? Você tem um namorado, mãe? — questiono.
— E eu como sua mãe posso lhe dar uma surra por ser tão valente. O que
já disse sobre isso? Você é uma criança...
Ela para assim que menciono meu pai, foi muito triste perder ele. Passei
meses escutando minha mãe chorando no meio da noite, bancando sempre a
heroína e uma mulher forte durante o dia. Minha mãe vem em minha direção
agachando-se na minha frente.
— Seu pai é um homem muito orgulhoso, onde estiver, ele tem um filho
lindo. Mas isso não vai te livrar do castigo, mocinho.
— Sério, mãe?
A campainha faz com que eu largue minha mãe plantada no meio da sala,
correndo até a porta. Só de pensar já posso sentir o cheiro da pizza, mas quando
abro a porta não é o Regis, entregador da pizzaria, e sim o bocó daquele dia no
café.
— Pirralho?
Ele dá um passo para trás, olha a frente de minha casa, depois a rua. Sim,
esperto, moramos em um bairro com casas iguais e você com certeza errou o
número.
— Biany.
Encaro novamente minha mãe, vendo sua boca se torcer e fico contente
por isso. Ela só faz esse gesto quando não está gostando de algo e nesse
momento tenho certeza que é do bobão parado em nossa porta.
Tiro meus olhos da minha mãe e sua careta feia vendo o entregador parar
no meio fio, trazendo finalmente uma janta decente para essa casa. Porque
aquela gororoba que Marta deixou para janta, nem cachorro come.
— De nada, baixinho.
Saio correndo para dentro deixando que minha mãe despache o bobão e
venha jantar comigo. Mas, pela demora e por não ouvir a porta bater, deixo a
pizza triste e sozinha na cozinha e volto para o hall de entrada.
— Eu não te devo satisfações, mas foi bom que tenha descoberto. Agora
pode voltar para as modelos esqueléticas e me deixar em paz.
Ele tem que ser muito burro para gostar de umas varas de cutucar estrelas
do que minha mãe. Mas, olhando o bobalhão da cabeça aos pés, eu realmente
prefiro que ele vá chupar uns ossos, penso.
Diz não logo, mãe, nem em sonho ela pode aceitar sair com um cara
desse.
Escuto passos vindo do corredor, por isso volto correndo para a sala e
sento no sofá.
— Ei, o que você acha que está fazendo? — minha mãe pergunta,
batendo a porta de nossa casa.
— Eu estou me autoconvidando para jantar, afinal, se ficar parado na
porta da sua casa, posso ser reconhecido — o tal de Drake diz entrando na sala
com um enorme sorriso no rosto. — E eu aposto que você não quer uma
aglomeração de paparazzi em sua porta, tirando fotos e enchendo você e a mim
de perguntas.
— Primeiro que você está atrapalhando minha janta, segundo que você é
um verdadeiro bocózão. O filme que você está citando não foi feito com a
Sandra Bullock, mas sim com Julia Roberts. — Vejo novamente aquela
expressão confusa em seu rosto, a mesmo quando falei sobre Richard Gere no
trabalho de minha mãe. — Vejo que você não saca nada de filmes, né?
Ele dá de ombros.
— Poxa, Bibi. Eu vim aqui com todo amor do mundo e você vai me
recusar um pedaço de pizza? — O bobalhão faz uma cara de cachorro sarnento
esperando um carinho, mas tudo que consegue de minha mãe é que ela cruze os
braços impaciente.
— Nem pensar, Drake, por favor. Nos falamos outra hora — diz,
apontando para a entrada, quer dizer, no caso dele, para a saída.
Faço uma careta para minha mãe olhando dela para o bobalhão sorridente
no outro sofá.
— Josh!
Bufo, contrariado, eu não quero deixar minha mãe com esse cara, mas
mesmo assim levanto e antes de ir para cozinha faço questão de dar uma olhada
bem feia para ele. Eu posso fazer da sua vida um caos, é isso que mostro com
esse olhar.
CAPÍTULO DOZE
O que foi essa olhada? Eu quero gargalhar, está sendo realmente difícil
segurar a risada.
— Não.
— Não.
Biany dá um passo travando minha passagem para o que deve ser sua
cozinha.
Ela coloca a mão sobre meu peito me detendo, o que me faz rir.
Dou de ombros.
— Você não consegue perceber que isso é um erro, sério, não digo por
você ser um astro do rock, como gosta de ser chamado, mas por ser você — ela
retruca.
— Exatamente por isso que não dará certo, eu tenho uma vida muito
diferente da sua, incompatibilidade no nível mais alto. Enquanto você está
curtindo suas noitadas regadas a mulheres glamorosas, eu trabalho e cuido do
meu filho. — Ela respira fundo vendo que não demonstro nem um pouco de
resistência. — Perspectivas diferentes da vida, mas nada vai fazer você ir
embora, né?
— Apenas uma coisa, saia comigo. Eu posso ser tudo isso aí que falou
até agora, mas eu posso fazer nosso... nossa saída inesquecível para você —
acrescento, piscando.
— Porque Deus me fez sensacional e Ele sabe o quanto você precisa dar
uma mexida em sua vidinha.
— Eu saio com você. Uma noite e acabou, você esquece que eu existo.
Certo?
— Ah, teu filho um dia vai saber como é delicioso estar com uma mulher
tão gostosa assim colada em seu corpo.
Não dou espaço para qualquer contra-ataque que possa vir dela, minha
boca suga a sua, sentindo a maciez de seus lábios carnudos, minha língua força
passagem e um pouco da resistência se rompe. Isso, veja como eu sou incrível,
gatinha.
— Josh, eu...
Ele encara a mãe com raiva, o que me faz dar um passo para trás
erguendo as mãos. Temos aqui um pequeno galinho de briga.
— Eu vou indo. Ligo para confirmar nosso acordo. — Biany mal me
olha, sei que ela está envergonhada por ter sido pega no ato por seu filho, mas
isso não diminui minha satisfação de tê-la beijado. — Até mais, pirralho.
Viro indo para a entrada rindo desse pequeno confronto. Realmente vai
ser interessante...
— Que bom que você perguntou! Vamos fazer um tour pelo set de
filmagem e depois você vai para o camarim, onde vamos cuidar do seu cabelo e
maquiagem. Vou apresentá-lo ao restante do elenco, em seguida vamos fazer
uma leitura coletiva do texto. Se tudo correr bem, as filmagens começarão
amanhã.
— Espero que tenha decorado suas falas. Quando escolhi você para ser
nosso Delly Crown, devo dizer que Mich me informou sobre ser um novato
nesse esquema de filmagem.
O que torna meu trabalho muito mais fácil é que eu já me sinto em casa.
Já me sinto completamente à vontade com cada pessoa que vem me
cumprimentar com um enorme sorriso. Aqui eu não sou o baixista de uma
banda. Aqui eu sou Drake Morrison, um astro ou “nosso astro” como Andres faz
questão de me apresentar.
CAPÍTULO TREZE
Paro em frente à porta da casa, respirando fundo. Porra, qual foi a última
vez que eu tive um encontro? Sério, pegar uma mulher na casa dela, levar para
algum lugar que não fosse direto para minha cama?
Vamos acabar logo com isso, penso, tocando a campainha. Logo passos
surgem por trás da porta.
Passo pela mulher escutando uma porta se batendo com violência e a voz
de Biany irritada.
— Eu prefiro ficar de castigo do que ver você saindo com esse bobalhão
— Josh grita no primeiro degrau da escada, me fazendo sorrir.
Deixo o pirralho para lá. Ele está tentando defender seu território.
— Drake, não ouvi você chegando. — Coço a barba por fazer, preferindo
dar apenas um sorriso. — Eu vou apenas buscar minha bolsa e podemos ir.
Ela olha por um pequeno instante de mim para o filho, indecisa. Quando
seu olhar volta para mim, esboço um sorriso amplo, como se dissesse que não
teremos nenhum tipo de confronto quando ela sair.
Biany decide confiar em meu sorriso, pelo menos é isso que decido
pensar quando ela sobe apressada a escada. A velhota que me recebeu se
refugiou na cozinha me deixando sozinho com a criança. Coloco meu pé sobre a
mesinha de centro, ficando mais à vontade. Eu nunca passei por uma situação
assim. O pequeno fedelho se acha adulto e com armas suficientes para impedir
que eu saia com sua mãe.
— Gaston.
Arqueio a sobrancelha.
Moleque doido.
Viro, tentando entender o que está acontecendo. Ele estava ótimo não
tem nem dois segundos. Quando vejo Biany curvada sobre ele e a pontinha de
sorriso em sua boca sei que tudo não passa de um truque.
— Pode ir, mãe, foi apenas uma pontada — ele diz com voz melosa.
Que porra é essa? Ele vai fingir um enfarto? Crianças nem podem
enfartar ou podem?
Desvio meus olhos para Biany, e tenho certeza que minha expressão
nesse momento não é nada amigável.
— Você não acha que está exagerando? Ele deu um pulo enorme para
sentar no sofá, com certeza bateu a bunda na mola ou madeira sei lá.
Ela se ergue encarando o filho com um olhar mortal.
— Josh?
— Tudo bem, eu vou pedir para Marta dar um pouco da sopa que ela
preparou para você.
O pirralho bufa, mas concorda. Lógico, tudo que ele menos deseja é que
sua farsa seja ainda mais desmascarada. Biany some por alguns segundos na
cozinha, mas o suficiente para eu soltar um “se lascou” para o pirralho e fazer
cara de paisagem bem a tempo.
Lanço uma piscada para o moleque que fecha a cara, contrariado. Isso
mesmo, 1X0. Ninguém passa a perna em mim, pirralho!
Dois dias atrás, quando finalmente tive uma folga das gravações, eu
pensei onde poderia levar uma mulher e... entenda, eu não precisava pensar
nesses detalhes idiotas. Era apenas convidar ou sorrir e pronto, eu sabia que a
foda estava garantida, mas com Biany as coisas não são assim, onde eu poderia
levá-la? Na hora o show da D’Five me veio à mente, eu poderia matar três
coelhos com uma só paulada.
E de outro lado a D’Five retomou com força sua agenda de shows o que
complicou ainda mais o meu relacionamento com os outros, principalmente
pelos atrasos por conta das filmagens.
Olho para o lado com um imenso sorriso, Biany acompanha cada passo
que damos para dentro do backstage, seus olhos viajam pelas pessoas correndo
de um lado para o outro, a equipe de filmagem acompanha cada passo que dei
desde que pisei no estádio e mesmo não tendo contado, Biany aparecerá nas
filmagens já que os caras não desligam essas câmeras para nada.
Ela vira o rosto deixando sua boca próxima à minha. Garota, cuidado,
isso é muito perigoso.
— Meio caótico demais. Quando você ligou avisando que iríamos sair,
eu estava pensando em algo diferente disso daqui — ela comenta, apontando um
pequeno grupo de groupies quase seminuas pegando suas pulseiras para a sessão
de fotos.
— É show business, baby. — Puxo-a pela mão levando direto para meu
camarim, não estou com saco para aturar aqueles caras me aporrinhando pelo
atraso. — Este é meu camarim, fique à vontade, eu tenho que fazer umas
filmagens para o filme, outra coisa que anda arrancando meu couro, e procurar
os caras, se você quiser ver o show é só seguir o fluxo dos roadies e vai dar de
cara no palco, delícia.
Ah, não me olhe assim. Eu sei o que esse olhar significa, mas eu já fodi
demais o tempo. Não posso dar um pouco do Drakezinho aqui, penso. Mas,
mesmo assim, caminho em direção a ela. Sentindo satisfação ao ver seus olhos
se arregalarem minimamente.
— Hãn...
Rio sabendo muito bem o que passa pela mente desse anjo delicioso.
— Não adianta mais fingir que não sabe o que rola entre nós.
— Sério isso?
Outra risada.
— Nem um beijinho de despedida?
Ela tem algo dentro dela que me acende o desejo como se fosse um
fósforo. Seus braços param de bater contra meu peito e enlaçam meu pescoço, os
dedos agarrando firmemente meu cabelo na nuca, me fazendo soltar um ruído de
prazer. Porra, irei procurar os caras com o pau duro.
— Hoje meu show é para você e essa boca venenosa — digo, pronto para
sair.
— Isso mesmo, o que ela tem de osso duro de roer tem de gostosa —
Andres diz, rindo como se tivesse acabado de contar a piada mais hilária do
planeta.
— Melhor não falar isso, cara, Shan não é como essas groupies
ensandecidas.
— Imagino.
— Você sabe o que tem que fazer, meu astro, faça o show e antes de
acabar toque seu solo. É o seu momento — diz, batendo em meu ombro.
— Eu disse para Mich que Alana deveria ter ficado em casa, ela vai sair
socando as groupies. — Escuto Dash rindo assim que abro a porta do camarim.
Eles se viram no mesmo instante, todos me encarando. Eu consigo sentir
o descontentamento de Don, é visível.
— Que show, que show! Fiquem tranquilos sobre nossa equipe perto de
vocês, Mich e Shan estão avisados que serão poucas cenas.
— Então você trouxe seu showzinho para nossa noite? — Don pergunta.
Coço a cabeça. Porra, por que raios ele não pode entender? Por que
toda vez que nos encontramos é sempre assim?
Shan passa pela porta bem na hora que Don abre a boca para retrucar,
mas com aparição de Shan ele torna a fechá-la. E o pesadelo de todos está com
ela: Julianne, aquela diaba imediatamente coloca os olhos sobre mim, me
lançando uma piscada.
— Pode deixar, amor, eu estou bem esperta para tirar qualquer abusada
de cima de você — Mary diz, entrando na brincadeira.
Assim que Shan torna a fechar a porta do camarim, colocando para fora a
última fã, me largo sobre o sofá massageando os dedos.
— Dylan, pode relaxar, juro que estou cronometrando o tempo que você
está sem respirar. — Dash caçoa.
— Você conseguiu pelo menos assinar o seio daquela fã? Juro que vi
você tremer — brinco.
Coço a cabeça.
— Deve ser mais uma vadia, ele está até com vergonha de mostrar. E aí,
Drake, andou pegando um dragãozinho para chamar de seu? — Davi brinca,
soltando uma piscadela para mim.
Evito comentar, fico de pé, aos poucos todos vão saindo seguindo para o
palco, assim como as garotas vão para a área vip. Os roadies já correm de um
lado para o outro agitados, gritando coisas em seus headsets, assim como Shan
despeja ordens, expulsando câmeras das filmagens de sua frente. Eu falo que
essa mulher é ruim na queda.
Viro dando de cara com Julianne. Olho para os lados verificando que
ninguém tenha escutado essa sua voz melosa.
— Você está maluca? Quer que sua tia arranque minhas bolas?
Ela sorri se aproximando de mim, sua mão desliza sobre meu corpo,
parando em cima de meu pau.
— Beleza, cara. Estou indo. — Espero que ele esteja a uma distância
segura para me voltar para aquela diaba. — Olha aqui, garota, nós fodemos, foi
ótimo. Mas não vem querer me foder.
Ela gargalha.
Refaço meu caminho até o palco, deixando aquela maluca para trás.
Meus olhos encontram com os de Biany, paro perto delas ignorando as groupies
que só faltam tirar a roupa para chamar minha atenção.
— Sim.
— Certo, eu preciso entrar, mas assim que tudo acabar, vamos para um
lugar mais tranquilo.
— Ok.
BIANY
Não acredito que estou aqui. Onde eu fui me meter? Com o passar dos
dias eu sinceramente acreditei que o fato de Drake ter descoberto a existência do
Josh tivesse sido o bastante para ele sumir.
Mero engano...
Bibi? Lá vem esse apelido idiota. Inferno, por que isso soa tão sensual
saindo daquela boca? Quero dar um soco em mim mesma.
— Pensei que tinha desistido — comento, vendo o caminhar lento que ele
faz até o balcão, chamando a atenção do público feminino. É puro magnetismo,
podia tanto causar atração como repulsão. Ao me lembrar da proximidade dele,
esmagando sua boca na minha, meu estômago entra em ebulição, borbulhando
uma quantidade inacreditável de sentimentos tóxicos.
— Disse que não desisto fácil, vim finalmente dizer quando será nosso
encontro.
— Hoje usamos muito o telefone, sabia? — desafio.
Ele solta uma gargalhada alta e pelo canto do olho vejo uma possível fã
tendo um treco do coração do outro lado do café.
Mais um sorriso e juro que a garota terá um treco. Drake sabe muito
bem o que causa nas pessoas, pois vejo ele olhando para a possível fã pelo
canto dos olhos. E a forma como abre um imenso sorriso e joga o cabelo para o
lado é puramente para chamar ainda mais a atenção, mostrando toda essa
rebeldia e masculinidade. Ainda posso ser demitida por conta de todo o tumulto
que ele causa quando entra aqui.
— Sexta à noite.
— Pare já com isso. A culpa é sua, se não tivesse dado chilique aquele
dia ele não teria nem colocado os olhos sobre mim — retruco baixo.
— Ela deve estar dando para alguém da banda — a mais baixa das
quatro resmunga.
Franzo a testa.
Pelo pouco que li, três membros da banda são muito bem casados,
inclusive um tem filho. Eu não posso dizer muito sobre eles, a única vez que
fiquei realmente frente a frente com eles foi no dia que conheci Drake. E mesmo
hoje, Drake não me levou para o camarim central e sim para o seu próprio, onde
tínhamos ficado por alguns poucos minutos até chamarem ele para começar o
show.
Realmente essa vibe de ser cantor não é fácil, só de ver a correria que é
os bastidores eu já sinto meus pés latejarem. Agora entendo também porque
Drake não tentou nenhuma gracinha comigo antes do show. Ele devia estar
apreensivo com tudo que está rolando, se bem que isso não é muito o tipo do
Drake, eu sei que estaria realmente me cagando se estivesse no lugar dele.
— ... eu ficaria com todos, pena que os mais gostosos já estão enrolados.
— A menina continua seu pequeno discurso.
— Morreria feliz.
Elas trocam olhares e sei o que esses olhares querem dizer, elas estão
imaginando que eu tinha chupado o Drake para ter acesso aos bastidores.
— Claro que não. Estamos falando dos caras da D’Five, até mesmo com
o Smith Sings... eu chuparia aquele chapado do Mellin.
— Deixe de ser cínica, Poly, você chupou um dos roadies atrás do palco
no último show para entrar no camarim deles. Esse papo que chuparia apenas
eles é pura babaquice.
— Biany?
Viro ao ser chamada, dando de cara com uma mulher extremamente linda
e totalmente grávida. O que ela tem na cabeça? Nunca eu viria para um show de
rock com uma barriga desse tamanho.
— Sou eu.
— Venha comigo, Drake é maluco por deixar você no meio dessas vadias
sequeladas.
— Isso mesmo.
Sigo Alana para longe da coxia, passando por vários profissionais de som
e iluminação, assim como seguranças, dando direto na tal área vip que ela tinha
dito. Aos poucos vou reconhecendo os rostos das outras, todas mulheres da
banda.
— Biany, que bom que se juntou a nós. Meu nome é Mary, sou esposa do
Dash.
Aceito o beijo e o abraço desse mulherão, encantada pelo seu cabelo todo
colorido.
— Diz logo, amiga, duvido que ele tenha alguma amiga na vida. Ele não
é de honrar muito as amizades — Alana retruca.
— Podem ficar tranquilas, eu sei muito bem a erva daninha que ele é.
— Não ligue para ela, todas andam bem chateados com Drake, mas é
passageiro. Somos uma família — Nicky sussurra perto do meu ouvido.
— Seria mais por acreditar que o mundo habita o umbigo dele — Mary
diz, sorrindo.
Não é possível mentir sobre isso, Drake não é apenas um cara quente... é
como um meteoro em pessoa. Os lábios finos e seu nariz elegante, aquele corte
de cabelo despojado combinando e dando ainda mais ênfase para a beleza em
seu rosto. Até suas narinas se expandindo naturalmente a cada respiração
enquanto dedilha algum acorde no baixo dá um ar sensual.
Dando uma olhada geral para a banda, não tem um integrante feio, muito
pelo contrário, parece que eles tomaram um banho de beleza reluzente. Puta que
pariu, eles são quentes. Agora entendo o fascínio que as fãs têm em cima deles,
até de Mackenna por eles.
CAPÍTULO QUATORZE
— Sim, sim. Tenho tudo sobre controle. — Viro procurando por Biany,
eu tinha certeza que ela estava ali na beirada do palco com as outras fãs. Para
onde ela foi? — Ei, você viu a morena que estava comigo?
O tagarela coça a cabeça sem entender nada. Logo percebo que daquele
cérebro não sai nada de útil. Encaro o corredor tentando encontrar alguém que
possa me dar o paradeiro de Biany e no fim dele, conversando com outro roadie,
encontro Pet. Meu garoto, ele com certeza sabe.
— Pet!
— Você viu uma morena de arrasar passando por aqui? — Ele arqueia a
sobrancelha. — Alta, uma mulata de arrasar, cabelo comprido. Um verdadeiro
bombom. A bunda é sem comentários.
— Apressado como sempre. Ronald a viu indo para área vip com Alana.
Puta merda, o que esse Pinscher quer com ela? Será que ela teve tempo
suficiente para azedar as coisas para meu lado? Olho para trás vendo Shan falar
no comunicador, no mesmo instante a voz dela sai pelo rádio de Pet.
— Eu juro que te dou uma folga e ainda pago uma viagem, diz que estou
cagando. — Ele gargalha com o comunicador perto dos lábios. — Seu filho da
puta, ganhe dez minutos para mim e eu te dou.
— Valeu, garotão!
— Biany.
— Olha, seu...
— Sim, confesso que um show seria o último lugar que imaginaria ser
levada num primeiro encontro. Mas estamos falando de Drake Morrison. — Ela
dá de ombros.
O olhar de Biany está fixo no meu e isso meio que me mantém colado no
chão, estático no lugar.
— Como assim? Está querendo dizer que não sou um cara legal? Eu sou
incrível!
— Você faz uma máscara em torno de si próprio, seria bacana ver por
trás. Fora que é irritante ficar perto de você quando seu ego está solto como um
cachorro afoito por atenção.
Agarro-a pela cintura, ciente que Pet com certeza já está vindo me buscar
pelo cangote como tinha ameaçado, mas não perco a oportunidade de sentir
novamente o calor que seu corpo emana colado no meu.
— Eu posso mostrar o que tem por trás de várias coisas, Bibi — digo,
mordiscando o lóbulo de seu ouvido, sentindo sua pele se arrepiar.
— Não sabia que tinha ficado maluco — Pet resmunga, olhando para
mim.
— Você tem direito a uma música, não me peça mais nada, Sr. Antures,
sua equipe já tumultuou demais todo o backstage e meu show.
— Estava ajustando sua entrada com Shan, que tal você já entrar no
palco tocando nossa música?
Dou de ombros.
— Você pode me dizer como você pretende fazer isso, já que a minha
banda foi avisada dessa palhaçada de gravação hoje? Eles nem ao menos sabem
essa música. E se não for algo compatível com que os fãs estão acostumados a
escutar? — Shan questiona.
— Davi, você faz aquilo que combinamos, finjam que tocam, sabe que
odeio essa história de playback.
— Hoje temos uma surpresinha para vocês, algo especial que nosso
irmão Drake compôs.
Tá, eu não criei nada. Nem sei quem criou isso, mas tá valendo.
— Essa música envolve uma grande surpresa para vocês, que logo
estarão sabendo. Espero que gostem. — Ajeito o baixo no pescoço.
Estou nervoso! Dou uma olhada rápida em direção à área vip, Biany me
encara lá de baixo, seus olhos capturam os meus por um segundo, emanando
uma elétrica e inegável faísca de desejo. Eu preciso ter essa mulher ainda hoje.
Brincando e me torturando
Oooooh, oh, oh
Duas dançarinas que Andres tinha contratado para essa hora entram no
palco rebolando e dançando em volta de mim, passando a mão sobre meu corpo
enquanto despedaço o baixo nos refrães, animado pela plateia que pula e grita
enquanto toco. Eu sei que é isso que precisamos para a banda. Sangue de
verdade, muito rock. É disso que eles realmente gostam, minha vontade de olhar
para trás com um olhar triunfante é quase grande o suficiente para que realmente
faça isso, mas prefiro curtir meu momento, deixar essa energia enlouquecida da
multidão entrar em minhas veias como a mais deliciosa adrenalina.
Quando os últimos acordes da música são tocados, eu me curvo
agradecendo. O palco escurece de novo e tudo que consigo é sorrir, sorrir e sorrir
ainda mais, me sentindo eletrizado.
— É, você foi bem — Don comenta, voltando para sua posição. Nem
realmente se importando que a reação do público foi de endoidecer qualquer um.
CAPÍTULO QUINZE
BIANY
Ele me encara com um sorriso depravado no rosto, mas isso não diminui
minha postura. Você não é um bom adversário para mim nesse momento, Sr.
Morrison. No caminho até o apartamento luxuoso de Drake, eu coloquei meus
pensamentos em ordem. Não sou daquelas que ficam se questionando o porquê
de um cara estar com ela, sei de minhas qualidades, de minha beleza e
principalmente inteligência. E é por minha inteligência que sei que Drake não é
do tipo que realmente se esforça por algo, simplesmente porque ele tem tudo de
mão beijada. O fato de eu ter negado tanto o ajudou em sua caçada, eu realmente
me tornei um bicho para o abate.
Drake quer transar e infelizmente minha negação para um cara que não
está acostumado com o “não”, tornou tudo ainda mais divertido para ele, quase
físico.
— E por que eu trouxe você para cá? — Drake faz questão de perguntar,
quase deitando a cabeça sobre o ombro.
— Você está acostumado a viver tendo tudo que quer, como quer. Se
acha incrível, muitas vezes faz tanta merda que nem nota. Aposto meu salário
que mal percebe que suas atitudes estão afastando as pessoas que mais estiveram
junto de você. — Respiro fundo e continuo, mesmo que seu semblante mostre
uma rigidez no maxilar.
Drake não está acostumado com pessoas dizendo a verdade na cara dele,
está mais acostumado com todos passando a mão e limpando as merdas que ele
provavelmente deixa para trás. E mesmo aquele olhar com um pingo mínimo de
preocupação que ele me lançou no meio do show não é forte o suficiente para
abrir realmente os olhos dele para tudo que pode estar fazendo.
Ele solta uma risada irônica, seus olhos estreitos como um falcão pronto
para dar o bote.
— Essa merda toda é o que você deve fazer quando encontrar a mulher
da sua vida. E não me faça essa cara, porque ela virá e te deixará tão no chão que
você não vai saber nem o que te destruiu.
Ele torna a rir alto, fazendo sua risada até mesmo cobrir o início da
música.
Paro no meio de sua sala, com ele tudo tem a ver com motivação. Por
que não? Não dizem que quando estamos no inferno, temos que abraçar o
Diabo? Pois então, tudo bem que não será tão torturante transar com um cara
como Drake, ele é lindo, gostoso e parece derrubar uma mulher durante a transa.
Pode valer a pena por uma noite, como naqueles contos infantis que a plebeia sai
com os sapatos nas mãos antes de dar a última badalada.
Ohh, sim
Não sei porque escolhi logo essa música, acredito que foi apenas pelo
fato de ser uma bela canção.
— Você mexe seu corpo de um lado para o outro, um pequeno passo para
cada lado e eu finjo que você sabe algo. — Franzo o nariz somente para irritá-lo.
Suas mãos descem por meu quadril, fazendo pequenos círculos no fim de
minhas costas, brincando de infiltrar a ponta dos dedos no cós do jeans. Um
movimento rápido e provocante, Drake esfrega os lábios nos meus e eu não
gosto do som que emito, como se estivesse esperando por isso há muito tempo.
Algo dentro de mim ri, concordando... Tudo bem, com Josh, a correria do
dia a dia, não tenho tido muitas paqueras ou encontros, mas meu corpo me trair
assim, tão rapidamente, é humilhação demais.
O fato de ele roçar o quadril com sua ereção proeminente contra o meu
também não ajuda meu cérebro falho.
Ele arranca a camisa ainda no meio da sala, dando a visão dos seus
músculos definidos, sorrindo ainda mais ao ver como encaro seu corpo.
Convencido de uma figa.
— Só seguir reto, agora se quiser saber onde fica meu quarto, final do
corredor à direita — responde com uma piscada.
Minha boca ainda está quente, formigando e, pior, com o gosto dele.
Ah, Deus, tenho que deixá-lo se aproximar. Não. Não posso deixá-lo se
aproximar. Biany, se recomponha, você está sendo uma vergonha para você
mesma — ralho em pensamento.
Ele morde meu lábio inferior, chupa. É tão quente, molhado e gostoso.
Tão gostoso. Mordo seu lábio ferozmente, cravando as unhas em sua cabeça.
— Vamos, minha delícia, deixe essa marra para lá. Foi divertido até aqui,
mas eu realmente preciso ouvi-la gemer.
Ele afasta os braços, meus mamilos se enrijecem quando ele arranca meu
sutiã.
— Eu queria levar você para meu quarto, tenho uma cama fantástica, mas
essa bancada terá que servir.
Drake não fica de pé como eu esperei que ficasse, ele abre minhas
pernas, acariciando com os dedos o caminho entre minhas coxas, passando a
mão em meu clitóris por cima da calcinha. Minhas pernas nuas tremem quando
sua língua se infiltra em minha calcinha tocando meus lábios vaginais, me
fazendo arfar e gemer.
Quando Drake ergue a cabeça para me olhar, seus olhos estão reluzentes.
O que me faz segurar meus seios com mais força.
— Posso parar agora para você me ensinar como tratar uma mulher de
verdade, como você? — Ele não espera resposta, e acredito que nem tenho uma
depois disso.
Em pé, ele me puxa contra seu corpo. Cada músculo quente, duro e firme
contra mim, o corpo fervendo contra minha pele nua. Drake se apossa de mim
como um animal, a boca, os dentes, a língua subindo pelo meu corpo. Sinto seu
pênis brincando em minha intimidade e isso faz com que eu me movimente sem
parar. Quero-o mais perto, eu o quero em mim. Já não tem mais porque negar.
Pelo menos por essa noite esse é meu desejo.
Uma... duas... três... perco a conta de quantas vezes ele entra e sai com
uma série de rápidas investidas.
Ele para no meio de uma investida, sustentando o peso do seu corpo nas
mãos.
— Como é que é?
— Não, estou falando sério. — Empurro novamente seu peitoral, até que
ele, com um suspiro, sai de cima de mim, ficando de pé. Evito olhar para seu
corpo, porque, Jesus... aquilo é tentação e posso realmente ignorar o toque
incessante do telefone.
Desço da bancada com ajuda de Drake, seguindo para sala. O toque cessa
assim que encontro o aparelho dentro de minha bolsa. Cinco ligações de Marta e
dois recados na caixa postal, nem perco tempo escutando, retorno a ligação no
ato.
— Fique tranquila, srta. Biany. Ele está nesse momento sendo atendido
pelo médico.
— Como você pode saber? Ele quase fingiu um enfarto antes de sairmos
— resmunga.
Suspiro.
— Josh tem arritmia cardíaca desde que nasceu, ele toma remédios
controlados e por vezes tem algumas crises.
— Tranquilo, sei como Josh pode ser pirracento, mas com isso eu não
posso brincar. Eu vou chamar um táxi, desculpe... você sabe.
— Olha, posso ser o canalha que todos dizem, sou mesmo, curto isso.
Mas não deixaria você procurar um táxi quase às quatro da madrugada.
Ele sai da cozinha e, enquanto termino de ajeitar minhas coisas, ele surge
vestindo uma calça jeans e um moletom preto com capuz.
— Com esse cabelo bagunçado e essa roupa você pode passar fácil por
um maluco — brinco, caminhando para fora do apartamento.
Ele dá de ombros.
— Adoro ser reconhecido, mas se tirarem uma foto minha entrando num
hospital, amanhã terei minha caixa de mensagens lotada de ligações e recados
ridículos.
O pequeno apito indica que chegamos na garagem faz com que eu respire
aliviada.
Corro pelo saguão passando pelas pessoas com pressa, parando ofegante
na recepção.
— Por favor, sou mãe de Josh Philips. Onde ele está?
CAPÍTULO DEZESSEIS
Eu adoro...
Surpreso?
Mexo a boca sobre sua boceta, buscando seu clitóris e quando o encontro
sugo sem qualquer piedade. Ela se remexe de prazer em minhas mãos, se
abrindo cada vez que geme ou arfa para mim. Nem mesmo sua pose marrenta no
começo conseguiu se manter quando coloquei minhas mãos sobre ela.
E então... Porra! Então o pirralho inventa de passar mal, por mais que eu
ainda tenha algo dentro de mim dizendo que é mais um truque daquele moleque
ardiloso, mas quando Biany contou sobre a doença, eu corri para o hospital com
ela. Não poderia deixá-la sozinha nessa hora.
Como disse, sou canalha, mas não um grande filho da puta. É, talvez eu
seja, penso enquanto estaciono o carro.
A enfermeira me encara.
— Claro, desculpe, srta. Philips, ele está no quarto andar. Quarto 406.
— Muito obrigada.
Biany marcha para o elevador com pressa e sigo em seu encalço. Ela mal
abre a boca durante o curto trajeto do elevador, quando as portas se abrem,
indico a porta do quatro que fica praticamente em frente ao elevador.
— Filho?
— Srta. Biany.
— O que ele está fazendo aqui? Acredito que estranhos não possam
entrar nos quartos, ainda mais sem serem convidados.
Ô moleque topetudo.
— Vejo que está melhor, Josh. — Ela sorri, cumprimenta Biany e eu com
um aperto de mão. — Sou a Dra. Lindsey.
— É um prazer conhecê-los.
— Doutora, o que Josh tem? Ele está bem?
— Como assim, Josh? Quando saí de casa você tinha me dito que havia
tomado todos.
Josh se senta na cama como se não tivesse nada, mais saudável do que
eu.
— Veremos, então.
— Sim, apenas essa máquina que começou a apitar com mais frequência.
— Sim, Josh. Estresse pode ser sim um dos fatores que desencadeiam
alguns pormenores, porém não vejo isso acontecendo com você.
— Josh, pare de fazer perguntas tolas para a doutora. — Biany ralha com
ele.
— Mãe, não é uma pergunta tola, já que sofri um pequeno estresse essa
noite — ele alega, olhando da mãe para mim.
— Se nosso pir... pequeno Josh está melhor, eu vou indo. Estou destruído
— comento, ficando de pé.
“Seu filho é prioridade”, que porra é essa Drake? Seu pau é prioridade,
ninguém nunca te deixou com uma ereção filha da puta e não terminou o
serviço, além de eu ter desejado por dias gozar nessa boceta deliciosa, ainda tive
que pensar na avó do Dash pelada. Que ele não saiba nunca disso.
— Josh! Pelo amor de Deus, vou mandar aplicar uma injeção na sua
língua — Biany exclama, nervosa.
— Desculpe também por... você sabe... sair correndo, foi uma noite
surpreendentemente agradável.
Biany desce os olhos pelo meu corpo o que me faz sorrir. Isso mesmo,
garota, você deixou meu pobre pau despedaçado.
— Isso era para ser um elogio à minha parte íntima ou devo dar um tapa
em sua cara e deixá-lo falando sozinho?
— Ah, vai dizer que você não gostou da festa nas minhas calças? —
pergunto, dando uma piscadinha.
— Eu ouvi, delícia.
Destravo o carro sorrindo, mais ainda por ver o rosto indignado de Biany
em frente ao hospital.
CAPÍTULO DEZESSETE
Para Andres sempre há algo que não está legal ou algo que não tenha
ficado legal ou a bunda dele que não está agradando. Eu que sou acusado de
estragar as coisas, ser forçado a ser o mais profissional e focado do grupo, é um
choque. E se eu não podia acreditar que a semana seria ainda mais um pé no
saco, tive que aturar Klen Bungs do talk show nos enchendo de perguntas sobre
os novos projetos que a banda planeja. Cochilei por duas vezes, sendo cutucado
por Davi para acordar e prestar atenção.
O pior é que, por mais que rolem problemas com o elenco, suas disputas
são fichinha em comparação com o caos que rola nos bastidores. Eu nunca tinha
visto ou estado frequentemente perto de um grupo relativo de mulheres, vocês já
notaram como elas praticamente se matam?
Mal tenho ciência de quanto tempo eu fiquei sem sexo. Porra, acho que
nunca fiquei sem sexo.
— Drake?
— Por que você está me ligando a essa hora, por falar nisso, que horas
são?
Abro os olhos, afasto o telefone do ouvido, espremendo os olhos por
conta da luz forte.
— Porra, Drake. Onde você está? Aposto que está bêbado e perdido em
algum lugar.
— Oh, vai na manha, seu mané. Eu não estou bêbado, estou jogado em
meu sofá.
— Porra, então por que está me ligando? — Davi pergunta. Uma voz
feminina murmura algo de fundo.
— Não, espera aí! Tem certeza que você não está chapado? Andou
saindo com o Victor de novo?
— Pai eterno, estou surpreso pelo fato de você realmente estar querendo
ou perdendo seu precioso tempo para isso, um encontro, mesmo que o final do
seu pequeno discurso de ajuda seja um tanto escroto.
— Sério isso?
— É onde começamos.
Bufo irritado, por que ter amigos quando não podemos contar com eles?
Desligo e tento novamente, se ela acredita que não irei cobrar nossa
noite, está muito enganada.
Estaciono meu carro perto do estúdio querendo socar o telefone. Até que
pelo toque divino a voz suave de Biany soa do outro lado da linha.
— Drake.
— Sabe que horas são? Por que você sempre cisma em me ligar de
madrugada?
— Por que todo mundo está preocupado com a porra das horas hoje? —
questiono.
— Talvez, só talvez, seja por que você sempre procurar ótimas horas
para ligar para as pessoas? — ela devolve a pergunta.
Ela ri.
— Eu não posso sair hoje, não estou com babá disponível para o Josh.
— Mackenna.
Essa mulher é um porre, se existe uma pessoa que me tira do sério nos
sets de filmagem é a Inês. Por isso, respiro fundo três vezes antes de bater na
porta de seu trailer, em poucos segundos escuto passos vindo em direção à porta.
— Drake, em que posso ajudá-lo? Achei que você estava ansioso pela
sua folga ontem.
— Não sei não, Drake. Isso está me cheirando à encrenca e Andres não
vai gostar nada da ideia.
— Está bem, está bem. Mas você vai jurar arrumar tudo, não quero nada
fora do lugar e se eu encontrar alguma camisinha jogada pelo set eu juro que
mato você. Entendeu bem, Morrison?
CAPÍTULO DEZOITO
BIANY
Eu me encontro com o estômago se contorcendo em pequenos nós,
andando de um lado para o outro no meio do quarto. Ainda não tenho certeza
sobre o vestido que coloquei, algo fácil demais para ser arrancado por Drake.
Merda! Parte de mim quer muito as mãos dele novamente em meu corpo, a outra
apenas está sentada num canto do quarto sacudindo a cabeça para a enorme
burrada que estou prestes a fazer.
Estou sexy, esse vestido preto, mesmo sendo simples, destaca bem o
tamanho da minha bunda e olha que não é uma bundinha, mas uma tamanho 46.
Mas isso é o que menos importa, Drake não ligaria se eu estivesse usando um
vestido como esse ou um saco de estopa. Nem mesmo se importaria por estar de
salto, acredito que se fosse de chinelo ele nem perceberia. Transaria comigo de
qualquer forma, já que percebemos que o forte dele não é bem a cabeça de cima.
— Obrigada por ficar com Josh. — Agradeço assim que abro a porta.
— Você acreditou mesmo que eu não viria? — Mackenna passa por mim,
indo para sala. — E aí, pentelho!
— Pode deixar, amiga, vamos deixar tudo em ordem. Você só tem que se
preocupar na noite incrível que irá ter.
Dou uma olhada feia, indicando que não quero comentários na frente da
criança. Ela responde com um dar de ombros.
— Josh!
— Eu não vou mentir, você mesma diz que é horrível uma pessoa
mentirosa. E Drake é um panaca.
— Eu não entendo o que você pode ter visto naquele bobalhão. É por que
ele é famoso? Eu vi ele se achando em um desses programas de televisão.
— Desculpe.
— Como disse, você não sabe nada da vida, Josh. E eu não devo
explicações do que faço.
— Mackenna!
E Drake está... bem, ele está arrumado, não que não andasse bem vestido,
mas está diferente. Sua jaqueta de couro que mais parece uma segunda pele, não
consta hoje em seu look. Nem mesmo as camisas pretas de sempre.
— Vamos.
— Você também.
— É, está demais.
— Vão à merda, seus putos — Drake grita, mas fecha a porta, dando a
volta para se sentar no banco do motorista.
— Por que você acha que não estou com segurança? — Dou de ombros.
— Olhe para trás, minha delícia.
Faço o que ele manda, vendo um SUV totalmente preto, até os vidros.
Já disse que é fato que Drake dirige como um maluco. Santo Deus, esse
homem não respeita nenhuma lei de trânsito. Os carros à nossa volta buzinam
com uma frequência inacreditável e, mesmo na loucura de tudo isso, ele não
deixa por nenhuma vez de permanecer com sua mão em mim, principalmente em
minha coxa, juntamente com seus sorrisinhos sacanas.
Enquanto ele segue pela N Beachwood Dr, as casas comuns vão ficando
para trás, é apenas em Mulholland Hwy que eu finalmente abro a boca. Essa
estrada parece uma cobra de tantas curvas e Drake acelera cada vez mais nelas,
me deixando desconfortável.
— Ah, não! Você não estragará minha surpresa. E, por falar nela,
estamos chegando.
— Pervertido.
Escuto a risada de Drake e, por mais grosseiro que ele seja, a risada dele
me dá vontade de sorrir.
Saio do carro não reconhecendo essa parte da cidade, não que eu tenha
explorado tanto, faz apenas um ano que nos mudamos para Los Angeles. Onde
estamos a estrada é de terra, com mato de ambos os lados.
— Onde estamos?
— Você vai ver. Infelizmente essa parte do nosso passeio não tem um
terreno muito bom para seus saltos. Mas garanto que irá gostar.
— Desde que não me jogue lá para baixo, está tudo certo — digo,
olhando para as pequenas luzes da cidade.
Drake gargalha saindo do carro, pouco tempo depois minha porta se abre
e pela luz fraca de dentro do carro vejo um amplo sorriso em seu rosto.
— Ok.
Ele sobe na estrutura estendendo a mão para mim, como é incrível aqui, a
vista, é como uma dessas cenas de filmes que assistimos. E o fato de um cara
egocêntrico, orgulhoso, machista e... ser o Drake... pensar em algo assim é como
um... progresso? Levando em consideração que nosso primeiro encontro
começou no meio de um monte de modelos esqueléticas prontas para lançarem
suas bocetas na cara dele? Acho que sim.
Drake me puxa para a beirada, colando seu corpo atrás do meu, seus
músculos flexionados pressionando meu corpo todo no dele. Sua boca brinca
com o lóbulo da minha orelha provocando mais arrepios do que o vento gélido
que tem aqui. Suas mãos descem sobre meu corpo com a pressão exata para me
fazer suar, ele me gira no lugar, me fazendo colidir com seu corpo.
— Oi.
Ele pisca para mim antes de se inclinar para beijar minha boca. Os lábios
gelados pelo clima frio esmagam os meus, Drake aprofunda o beijo, suas mãos
passando livremente pelo meu corpo, passando pelas laterais dos meus seios
antes de segurar com firmeza minha cintura.
— Eu poderia foder você aqui mesmo, iria até para a cadeia com você
novamente.
— Não acredito que seja uma boa ideia — consigo falar, mesmo meu
coração vibrando rapidamente.
— Drake...
Seus dedos brincam de se infiltrarem por minha lingerie, mas Drake não
se contenta em apenas brincar, ele quer tudo que puder arrancar de mim. Nem se
importa por estarmos em um local público e que a qualquer momento pode
surgir alguém.
— Você adora quando faço isso, né? Eu vi aquele dia como você derreteu
em minha boca. — Ofego. — Apesar de ter um histórico incrível em fazer
mulheres gozarem, eu adoro ver como você reage a mim. Mesmo nessa casca de
durona.
Planto minhas mãos com firmeza em sua cintura, meu pau se espreme
dentro da cueca, exigindo sua liberdade. Só de puxar a bainha do vestido de
Biany para cima e ver a linda bunda empinada num fio dental branco já deixa
meu pobre amigo ensandecido.
A festa está rolando na própria casa do Andres, e que puta casarão o cara
tem. Acredito que pode caber umas cinco casas do Davi dentro dessa. Creio até
que o banheiro tem inteligência própria, sabe daqueles que vemos em filmes?
Onde a privada conversa com você mostrando os tipos de limpezas de cu? Assim
que piso na entrada da mansão, já enfiam uma taça de champanhe em minhas
mãos. Eu devo mesmo ser tratado como um rei, se Andres está enchendo ainda
mais seus bolsos de lindas notas de cem dólares, é às minhas custas. A mansão
está repleta de pessoas, metade eu havia conhecido nesse tempo de filmagens,
são atores e atrizes de seriados, filmes, tem também muita gente rica e
celebridades por aqui. Eu já estou esperando ver Brad Pitt desfilando com suas
bolas de quinhentos milhões de dólares.
Isso é outra coisa, já que estão gastando os tufos de dinheiro numa festa
tão glamorosa, por que não me dão um bom e velho uísque envelhecido e
aumentam as porções de comida? Porra, pego um canapé que um dos garçons
me oferece e quase engasgo com a merda do tamanho, nem uma criança ficaria
satisfeita com isso, além de ser horrível. Outro garçom passa por mim e me
oferece o que tem na bandeja. Porra, ovas de peixe? Com certeza terei que parar
no fast-food depois que sair.
— Lógico que sim, como você está, cara? — indago coçando a cabeça,
quase rindo de deboche.
— Estou contente por Andres ter contratado você, o filme está sendo
comentado por todo meio da indústria, até quem não curte filmes assim está
curioso para vê-lo.
— É, será incrível.
Faço uma cara de interrogação. Que mulher? Será que ele está mais
bêbado do que eu estou ficando?
— Está se divertindo? Obrigado por ter vindo a esta festa, sei o quanto é
desgastante todos esses eventos — diz de forma baixa.
O restante da festa foi praticamente isso, eu bebendo cada vez mais taças
de champanhe, tantas que ao sair da festa mal enxerguei os degraus da escadaria.
Consegui dobrar o número dos meus contatos, sempre que era apresentado para
alguém, por Andres,, ou cruzava com algum famoso para tirar uma foto, as
pessoas ficavam empolgadas para conversar comigo e tentar arrancar mais
informações sobre o filme.
Estou me sentindo estranho.
Minha relação sempre foi unilateral, pelo menos para mim, somente
baseada no que me interessa: mais sexo. Mas passar nem que seja um dia com
Biany... é estranho, mais estranho ainda por me sentir bem, muito bem.
— Você está muito sexy para ficar todo esse tempo dentro das roupas.
Ela anda ousada, uma atrevida linda, seu dedo percorre ao longo do
profundo decote de sua blusa, dando mais relevo aos seios que quero chupar.
Conforme vou abrindo caminho lentamente sobre seu corpo, tocando com a
ponta dos dedos sua barriga, sussurro em seu ouvido:
— Vou deixá-la fora dessa roupa, deitá-la nesta mesa e fazer você gozar
tão forte que todo mundo nessa festa vai ouvi-la. E, quando eles ouvirem você
gritar implorando por mais, serei como um deus para eles.
— Você pode tentar ser esse deus todo, mas será que vai conseguir me
fazer implorar por mais? — Ela pega minha mão e a empurra para dentro de sua
calcinha. Na mesma hora eu a acaricio para poder sentir quanto ela me quer,
aceitando seu desafio. Biany solta um gemido lânguido, o que me faz enfiar dois
dedos dentro dela.
O tesão também brilha em seus olhos, ela não apenas se recosta na mesa,
mas deita sobre a superfície, arqueando as costas, exibindo cada um dos
predicados que tem.
— Caralho! — murmuro.
Meu pau lateja contra a calça. Puxo-o para fora acariciando meu pau
lentamente, de cima para baixo, às vezes girando o punho para dar mais fricção.
Ela tira a calcinha por completo me fazendo abandonar meu pau e cair de boca,
saboreando seu corpo como tinha prometido. Ela grita enquanto segura a minha
cabeça no lugar, rebolando e totalmente molhada, pronta para me receber.
Levanto a cabeça, tirando minha boca da sua boceta, dando uma palmadinha em
seu clitóris, fazendo ela arquear novamente sua cintura, jogando ainda mais seu
corpo em minha cara.
— Podemos pular para a parte que você fica nu? — Ela move o quadril
mais para frente, para eu poder ficar de pé, me ajeitando para penetrá-la.
Porra, caralho! Torço para conseguir me segurar, iria ser uma grande
perda de tempo se eu com três bombadas fortes em sua boceta, já gozasse.
Escorrego lentamente para dentro dela, os sons da festa parecem flutuar no ar
dentro do cômodo, e essa sensação de poder ser pego a qualquer momento com
as pernas de Biany sobre meu ombro enquanto fodo seu corpo aumenta muito o
tesão. Os ruídos fracos são rapidamente substituídos pelos gemidos guturais
dela.
Tento manter um ritmo lento para que possa apreciar todo o comprimento
do meu pau deslizando para dentro e para fora dela… isso é bom demais. Mas,
como disse, é bom demais, e logo estou batendo no fundo de sua boceta. Biany
tem que se agarrar com mais força na borda da mesa para se manter imóvel e
mesmo assim as suas costas deslizam para cima e para baixo sobre a madeira. Os
gritos dela se intensificam e sei que ela está perto de gozar. Graças a Deus… Eu
também estou pronto para jorrar minha porra a qualquer momento. Ela arqueia
as costas quando se libera com força e grita meu nome bem alto. Gozo um
segundo depois dela.
Ela sai da mesa com minha ajuda, ajeitando as próprias roupas enquanto
eu espero por ela para voltarmos para a festa.
Sento com Biany entre Victor e Melin que sorriem amplamente para a
minha garota, o que me deixa por alguns segundos incomodado. Até relembrar
que eles nunca quebraram qualquer código sobre minhas fodas comigo. Ao
mesmo tempo que penso nisso, sei que fui um total escroto. Eu vejo Biany
apenas como isso, uma foda?
Meu olhar paira sobre ela sorridente, sua mão ainda entrelaçada na
minha, fazendo um leve carinho com o polegar.
Dou uma olhada fria e calculada para ela, voltando minha atenção para
meus amigos.
Eu mal vejo tudo acontecer, quando dou por mim, meu punho cerrado
voa em direção ao rosto de Victor, acertando-o bem no nariz. A festa, o
burburinho de pessoas conversando, a música, tudo para. É como se apertassem
o stop.
— Que porra foi essa? — Victor fica de pé com a mão sobre o nariz
sangrento.
Sinto Biany tensa ao meu lado. Tomo mais um gole da cerveja, deixando
na mesinha ao lado, ciente que meus amigos esperam uma explicação enquanto
os convidados estão mais interessados se pode rolar uma carnificina entre os
roqueiros, prontos para filmarem tudo e jogarem na internet, fodendo com nossa
carreira.
Faço um sinal para Biany me acompanhar, deixando tudo para trás. Foi
um erro, apesar de divertido, foi um erro trazer Biany aqui. Ela não é desse meio
e não está acostumada com as putarias que Victor costuma fazer.
— Não tem problema, foi até divertida nossa escapada e seu ataque de
ciúmes — ela diz, rindo.
Estico o braço, pegando seu rosto entre minhas mãos, tentando reprimir
um pouco desse tesão que me assola toda vez que estamos assim.
— Você teria gostado do toque dele? Gostou quando ele tocou você?
— Ah, não, minha delícia. Você não é nadinha parecida com elas, isso eu
posso afirmar.
CAPÍTULO VINTE E UM
ES-GO-TA-DO!
Porra, tudo que eu tenho de mais sensacional dentro do meu corpo foi
sugado pelo Andres e os constantes ensaios para a turnê de verão. Se tem uma
coisa que não estou nada contente em ter que cumprir é essa agenda maluca que
me enfiaram goela a baixo. Eu praticamente viverei em aeroportos, no meio de
shows da D’Five e algumas premières do filme que estreará no fim de
novembro.
Para completar, ainda tenho que aturar toda a vibe de bebê recém-nascido
na família, eu não pude ir até o hospital ver a filha de Dylan, estou em uma
semana intensa de gravações, mas prometi em algumas mensagens de texto que
irei conhecer o mini Pinscher.
Assinei tantas camisas, CDs e partes do corpo que a minha mão está
pesada e dolorida. E ainda estou tentando entender que porra foi aquela da
Alana, pensei em questionar, até mesmo colocar Dylan na parede para botar um
pouco de juízo no rabo da sua mulher, mas hoje finalmente foi um dia agradável
com a banda, depois de meses em que brigamos por merdas. Segundo ouvi
comentários, Julianne está em algum lugar do hotel com Shan e eu só quero
distância daquela maluca, aquilo é chave de cadeia.
Por isso, quando chegamos ao hotel, fico com os caras enchendo a cara e
curtindo a noite. Biany também não atendeu minhas ligações, o que é frustrante.
Nem para retornar e eu poder fazer um delicioso sexo por telefone? Pelo visto
vodca e tequila serão minhas únicas companheiras fiéis essa noite.
Hailen e Taty, como descobri uma hora depois de conversar com os
caras, também ficaram para nossa agitação na cobertura. Hailen, além de imenso
e meio retardado como Dash, fica a maior parte do tempo bebendo uma soda e
conversando com Davi sobre tons de vocal. Taty, apesar de ser mais calado,
também engata uma conversa comigo e com Dash sobre acordes e nossos ídolos
na guitarra. O que quase causa uma briga já que cada um tem o seu, mas
ninguém, ninguém mesmo é tão foda quanto Paul McCartney. Porra, o cara ainda
é considerado o guitarrista mais rico do mundo, seus dedos e bolas valem pouco
mais de novecentos e trinta e dois milhões de dólares.
— O cara é mesmo incrível.
Volto minha atenção para a conversa, tomando o último gole da tequila e
me sentindo zonzo. Talvez seja melhor seguir para meu quarto. Não conseguirei
nenhuma diversão aqui com esse bando de homens casados e capados. Essa
suspeita só aumenta quando vejo Julianne entrando sorrateira na cobertura, meus
olhos já buscam por Alana, vai que acontece uma briga de peitos?
— Galera, eu vou recolher meu incrível e fenomenal traseiro para meu
quarto.
— Tão cedo? O que aconteceu com o Drake? — Dash brinca.
— Seu otário. Me passa essa garrafa — digo tomando a garrafa de vodca
de suas mãos.
— Agora segurem, logo mais teremos mais um show de strip-tease do
nosso irmãozinho aqui — Dash continua zombando, fazendo Hailen e Taty
rirem.
— Nossa, por esse eu não esperava — Hailen comenta rindo alto, sua
risada está mais para um gigante derrubando uma floresta inteira. — Você rebola
bem? Posso até dar umas gorjetas.
— Vão se foder.
— Ele é incrível, não é à toa que foi convidado para estrelar num filme
do High School Music. — Davi entra na brincadeira, literalmente trepando em
minhas costas.
— Seu filho da puta! — exclamo, jogando-o no sofá. — Eu vou embora
daqui senão vou enfiar minhas bolas em suas bocas.
Quanto mais puto eu fico, mais gás eles têm para infernizar minha vida.
Vou meio cambaleante para meu quarto, já arrancando a roupa, jogando
meu sapato e calça para um lado, camisa para o outro. Paro perto da cama
somente para tomar generosos goles da vodca e me jogar no meio da cama.
Nem sei por quanto tempo eu dormi ou se estou imaginando coisas por
conta da bebida, mas sinto dedos leves passando pelo meu corpo, tocando
principalmente minha bunda. Até que está gostoso... continue — penso, ainda
deitado de bruços, permanecendo de olhos fechados.
A mão continua passeando pelo meu corpo, causando bons arrepios. Será
que era sobre isso que Alana estava cochichando mais cedo com as garotas, será
mesmo que aquele Pinscher fez uma boa ação na vida e trouxe a delícia da Biany
para Seattle?
Tento abrir os olhos, mas além de estar tudo escuro, poucas luzes entram
através da cortina. Me sinto tão zonzo pelo grande excesso do álcool que é difícil
discernir quem está aqui.
Os dedos param de passar pelo meu corpo quando viro na cama, deitando
de costas, pelo menos tentando enxergar quem está comigo. Sinto a língua passar
pela minha coxa, o que me faz gemer. Porra, isso é melhor que as mãos. Ela
sobe, passando por minha cueca, uma mordiscada em meu pau por cima da
cueca me faz remexer ansioso pelo que virá, a boca sobe, sinto o calor em meu
abdômen assim como a língua brincando por tudo.
— Porra! — exclamo quando chupa meu mamilo.
— Sabia que adoraria minha surpresinha.
Paro com minha mão a centímetros da cabeça, segurando de leve o
cabelo comprido. Eu conheço essa porra de voz, eu conheço a vadia.
— Julianne! — berro, escutando a risada baixa que ela solta.
— Que foi, gostoso? Não gostou da minha surpresinha? — sussurra
ainda sentada sobre mim. — Acreditei que seus gemidos eram um incentivo.
— Eu achei que fosse outra pessoa. Você, eu quero que suma.
— Ei, fale baixo. Está querendo que minha tia pare de conversar com
aquelas idiotas e venha aqui?
— Eu devia mesmo chamar ela para ver a vadia que você é.
Ela gargalha.
— Isso ela já sabe. Você acha que estou aqui presa com ela enquanto meu
pai está trabalhando por quê?
— Saia daqui.
— Ah, vamos continuar nossa festinha. — Julianne se abaixa, beijando
minha boca.
Merda de movimentos lentos. Por que eu fui beber? Jogo ela na cama ao
meu lado, nem ligando para suas reclamações.
— Porra, Drake. Me machucou.
— Foda-se, saia daqui — exclamo, bêbado.
Sinto a cama se movimentar.
— Você vai se arrepender de me expulsar assim.
— Vai embora logo!
Deito de novo na cama escutando a porta abrir e fechar, o que me faz
ceder ao sono que me domina devido à bebedeira.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
BIANY
— Isso é uma loucura completa.
— Pare com isso, menina, aproveite que recebeu um convite e vá mesmo
— Mackenna incentiva com um sorriso enorme.
— Mãe, você estava reclamando até ontem que Drake havia sumido, que
não ligava para você.
— Josh! Andou escutando minhas conversas de novo?
Ele dá de ombros.
— Eu tenho culpa que a casa faz eco?
Quando Alana me ligou no final da noite, mal acreditei. Drake tinha feito
questão de passar um perfil de todos os integrantes da banda e pelo pouco que
senti tanto dele como de Alana naquele show, eles não eram tão amigos. Por isso
que eu não entendi sua verdadeira intenção ao me convidar para o show em
Seattle, mas, assim como prometeu na ligação, ela enviou os ingressos e as
passagens de avião. Só decidi mesmo ir até Drake quando Mackenna veio mais
uma vez puxar minha orelha sobre “deixar meu homem solto por aí”.
Na real, eu não quero um relacionamento com Drake, ele é encrenca, do
pior tipo. Drake é um mulherengo de marca maior, vale menos que aqueles
covers que ficam na calçada das estrelas no centro de Los Angeles. Pode até me
perguntar o que estou fazendo agora, nesse momento, indo para Seattle com Josh
ou até mesmo saindo com tanta frequência com ele. Confesso, culpada! Estou
me envolvendo, mesmo sabendo que dará em merda algum dia desses.
Pet está me esperando no aeroporto como combinado, mesmo eu tendo
chego extremamente atrasada para ir realmente ao show.
— Srta Philip.
— Biany, Pet. Por favor.
Ele abre um sorriso singelo.
— Fizeram boa viagem?
— Sim, obrigada.
— Uau, vamos nesse carrão? — Josh pergunta, empolgado.
— Isso mesmo, a sra. Bandle deixou tudo organizado para sua chegada.
— Sim, foi muita gentileza dela, mas eu vou direto para o hotel.
— Poxa, mãe! Eu queria ver como o panac... Drake toca, se ele realmente
é tudo que fala — Josh retruca, entrando no carro, arrancando uma risada de Pet.
— Sem problemas, srta... Biany. Vocês ficarão no mesmo andar que a
banda, como eles chegam tarde do show, você ainda pode tirar algumas horas
para descansar.
— Isso será perfeito — digo, sorrindo.
DRAKE
A maldita semana passou sem eu ter uma notícia dela. E pela primeira
vez me vejo como um louco, um lunático, desesperado e ogro com todo mundo.
Porra de mulher difícil. Essa será minha última chance de fazê-la escutar
o que eu tenho para falar, se ela não ouvir a cretina da Julianne, eu desistirei.
Existem outras bocetas, existem outras... Porra, eu comecei a enganar a mim
mesmo agora? Que patético.
— Você está praticamente me sequestrando, sabe disso, não?
— Cala sua boca! Tem sorte que não bato em mulher, senão teria
quebrado sua mão — digo, olhando para a vadia pelo retrovisor.
Estaciono de qualquer jeito em frente à cafeteria, recebendo buzinadas e
mostrando o dedo do meio para todos. Mackenna está no balcão atendendo
alguns clientes, olho pelo lugar tentando encontrar Biany.
— Cadê a Biany? — pergunto, encostando no balcão.
— Ela não está — Mackenna termina de servir o cliente, vindo até mim.
— Estou falando sério, onde Biany está?
— Ela está no hospital, seu maluco. Josh passou mal na escola e foi
internado às pressas.
— Como assim?
Mackenna aqueia a sobrancelha para mim.
— Você sabe que ele sofre com um problema no coração, certo?
— Sim, sim.
— Ele arrumou uma briga na escola, parece que o menino bateu forte
demais. Uma coisa levou a outra.
— Qual hospital? — pergunto, com pressa.
— Drake, não força a barra. Biany está passando por um momento
complicado, você aparecer lá, só piorará as coisas.
— Não pedi sua opinião. Eu vou atrás dela.
Saio correndo do café, entrando no carro, eles podem estar no mesmo
hospital que levei ela no primeiro encontro. Acelero como um louco na rua,
ultrapassando todos os carros que entram em minha frente. Em menos de dez
minutos já estou entrando no estacionamento do hospital, paro o carro em
qualquer vaga. Me virando para Julianne no banco de trás.
— Vou entrar, se você tentar qualquer gracinha e fugir, eu posto na
internet aquele videozinho nosso fodendo, onde mostra você como uma
verdadeira vadia.
— Você não seria maluco de fazer isso, seria? — ela pergunta com os
olhos arregalados.
— Fuja daqui ou conte mais alguma mentira para você ver.
Entro no hospital parando na recepção, preciso saber onde eles estão
antes de sair correndo e ser expulso daqui. Coloco um amplo sorriso no rosto,
olhando para a recepcionista.
— Por favor, eu vim ver Josh Pihlips.
— Ele está internado, você seria o que do paciente?
— Tio, sou irmão de Biany Philips.
Ela me encara por um segundo, não sei se está acreditando tão bem em
minha mentira ou decidi permitir minha entrada pelos meus sorrisos.
— Ele está no quarto 506.
— Muito obrigado.
Ando apressado pelo imenso corredor, o quarto de Josh não é muito
diferente do último que me recordo, só fica num corredor diferente. Quando
entro no quarto Josh está deitado na cama, cheio de fios pelo corpo, com a
máscara de oxigênio em seu rosto.
Mas Biany não está aqui. Por um instante não sei se fico e aguardo por
ela ou decido ir embora e ver um dia melhor para conversarmos.
— E ele não desiste.
Viro ao escutar a voz fraca de Josh.
— Oi, pirralho, como você está?
— Cortado — diz, com um sorriso fraco no rosto.
— Como assim?
— Eu passei por uma cirurgia, o que está fazendo minha mãe chorar no
banheiro achando que não percebo.
— Mas você está bem?
— Sim, estou.
Um dos olhos de Josh está com um grande hematoma, deve ser da briga
que ele se meteu no colégio.
— Eu quero muito falar com ela.
— Minha mãe foi chamada pelo médico, ou deve estar tentando vender o
próprio rim para pagar minha operação.
— Você não tem convênio?
Ele esboça um sorriso irônico.
— Tenho, mas, segundo eles, não cobre minha cirurgia que parece custar
a vida de minha mãe, ou pelo que andei escutando enquanto fingia que dormia, o
carro do meu avó.
— Moleque danado, eu vou procurar sua mãe.
— Antes de ir pode me passar uma dessas barrinhas de chocolate? — ele
pergunta.
— Você pode comer isso?
— Desde quando vai cumprir alguma regra? Justo agora? —Sorrio
entregando a barra para ele. — Prometo que não falo que foi você.
Volto para a recepção esperando que a mocinha me atenda novamente,
ela preenche uma ficha extensa de folhas antes de me dar atenção.
— Eu gostaria de conversar com o diretor do hospital.
— Desculpe, mas ele não atende assim.
— É caso do interesse dele, pode apostar, gatinha — digo, dando uma
piscada para ela.
Ela fica com as bochechas rosadas.
— O escritório dele fica no final do corredor, só não conte que eu que
passei a informação.
— Pode deixar, doçura.
Sigo para onde ela apontou, nem deixando um tempo para que ele
respondesse minha batida na porta, entro pegando o velho grisalho devorando
seu almoço.
— Você não pode entrar assim.
— Desculpe, mas é rápido, garanto que logo volta a comer essa
gororoba.
— Em que posso ajudá-lo? — ele pergunta, abandonando o prato.
— Eu vim pagar todos os custos de Josh Philips.
— Você é...
— Meu nome é a última coisa que interessa, o que realmente importa
aqui é que o menino tenha um atendimento de primeira classe, assim como sua
mãe Biany pare de ser cobrada.
— Eu entendo e como pretende quitar esse débito? Afinal, o paciente
passou por uma cirurgia delicada em uma das veias do coração, por causa do
seu...
— Eu sei de tudo isso. O que eu estou esperando é você passar os dados
bancários ou dizer se preciso assinar um cheque para finalizarmos esse papinho e
você voltar para seu almoço estranho — concluo, sorrindo.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
BIANY
Depois de uma hora discutindo com o diretor do hospital, mal
entendendo que a dívida que eu tinha foi paga por alguém, me preparo para levar
Josh finalmente para casa e me surpreendo por descobrir que Drake esteve aqui
no hospital. Uma peça vai se encaixando na outra. Meus pais vieram para me
ajudar com as coisas, como tenho que trabalhar irão ficar com Josh em nossa
casa. Mas... eu preciso fazer algo antes. Passo no quarto de Josh, onde peço que
meus pais o levem para casa, para que eu possa resolver minhas coisas. E só de
imaginar meu peito se comprimi e meus batimentos aceleram.
Pego um táxi e em meia hora estou em frente à casa dele. Converso com
o porteiro para saber se posso subir e fico abismada, eu não sabia que tinha
autorização para subir direto. E se ele estiver com outra mulher? Só esse
pensamento me faz querer dar meia volta e ir embora.
Toco a campainha escutando tudo no mais absoluto silêncio dentro do
apartamento. Passa alguns segundos e insisto. Ouço o barulho da porta se
abrindo no mesmo nível que meu coração batendo dentro do peito.
— Oi — sussurro.
Ele não responde, apenas fica me olhando, nossos olhos fixos um no
outro.
— Posso entrar?
Ele dá um passo para o lado. Por que ele está apenas com um roupão?
Isso é alguma provação divina?
O silêncio entre nós chega a assustar, nunca vi Drake tão calado.
— Se você quiser, posso ir embora.
— Não. Foi apenas a surpresa de ver você aqui.
— Eu queria agradecer por tudo que fez pelo Josh, eu mal sei como vou
devolver toda aquela quantia.
— Eu não quero seu dinheiro. Será que ninguém sabe manter a porra das
coisas em segredo?
— Na verdade não foi o diretor que me contou, Josh disse que você
passou pelo hospital e Mackenna também contou que você esteve no café.
— Eu queria explicar sobre o que tinha acontecido, já que você estava
sendo tão pé no saco. Mas não sabia que Josh tinha sido operado.
— Aconteceu tudo tão depressa — digo, passando a mão na nuca. Estou
suando.
Ele me surpreende ao segurar meus braços e me puxar para ele, seu corpo
colado no meu me faz arrepiar e Drake se mostra totalmente satisfeito por ver
como isso me afeta. O quanto o fato de ele passar a língua por meu lábio
superior me arranca suspiros. Que o desejo de beijá-lo se torna quase latente.
Não deixo que ele se afaste, enrosco meus braços em seu pescoço,
devorando sua boca, é tão deliciosa... Ele chupa meus lábios com prazer, arranco
o roupão de seus ombros sentindo o calor de seu corpo, Drake puxa minha
camisa para cima, jogando-a longe, puxando meu sutiã para baixo, enfiando meu
seio na boca. Praticamente fazendo eu me quebrar em mil pedaços.
— Você é linda.
— Você é um erro — sussurro entre um gemido e outro.
Ele solta meu seio de forma brusca, olhando dentro de meus olhos,
estamos com a respiração ofegante, incendiados por nosso desejo.
— Você é um erro que vale a pena cometer — acrescento.
Com um sorriso suave no rosto ele toma novamente minha boca para ele,
nos deitando no chão, aqui mesmo, no meio de sua sala. E apesar de saber que
esse cara tem muito o que se consertar, eu assumo o risco, deixo que ele me
tome, me consuma como nas outras vezes, confiando num destino cego. Porque
nem todo acerto é bom, assim como nem todo erro é ruim. E Drake Morrison é o
erro mais delicioso que cometi.
PRÓXIMA PUBLICAÇÃO
Notes
[←1]
Stacee Jaxx é uma mistura de Iggy Pop, Axl Rose e Dave Mustaine. Representado no filme Rock of
Ages, onde rock, sexo e bebidas eram as coisas que mais importavam na década de 80.
[←2]
² Para os músicos os acordes são representados em números romanos. São como: DÓ, RÉ, MI, FÁ,
SOL, LÁ, SI. Sendo o Dó igual a I, assim por diante.
[←3]
No caso sobre conter letras minúsculas, é como se representassem os acordes menores, que soam
mais melancólicos e fechados.
Table of Contents
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
PRÓXIMA PUBLICAÇÃO