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Bem-aventurados os que
observam a justiça...
(Salmos 106:3)
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Rua José Alexandre Buaiz, nº 300 Vitória/ES (27) 99778-6930 / 3224-4950
Salas 1215/1216, Ed. Work Center Enseada do Suá marceloserafim.adv@gmail.com
SERAFIM - ASSESSORIA & CONSULTORIA JURÍDICA
MARCELO SERAFIM DE SOUZA - OAB/ES 18.472
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Ademais, nos termos do “caput”, do artigo 4º, da Lei 1.060/50 retrotranscrito, milita em seu
favor a presunção de veracidade do pedido indigitado, malgrado esteja representado por
advogado de sua livre escolha. Desse modo, o autor faz jus à concessão da gratuidade de Justiça
pugnada.
1
2º TACiv-SP. AI 555.868-0/0. Rel. Juiz Thales do Amaral
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Dessarte, tem-se que, entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso à
Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito.
Desse modo Exa., impende ressaltar, faz jus o autor a concessão da gratuidade de Justiça ora
propugnada.
Impende ressaltar que, aludido imóvel fora adquirido pelo requerente à época, da Imobiliária
Canaã Ltda., sendo seu anterior possuidor o Sr. Egídio José Rabelo.
Todavia, o imóvel em questão foi invadido pelas requeridas, que começaram a utilizar-se do
imóvel objeto da lide, de maneira clandestina e ilegal, e lá desmataram, realizaram sucessivas
queimadas, fizeram aterro de nascente, edificação de imóvel, sem nenhuma outorga do Poder
2
2º TACiv-SP. AI 405.660-00/5. Rel. Juiz Renato Sartorelli.
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Público, e o pior, em propriedade que não lhes pertence, como se Lei neste País não existisse, e
vivêssemos em uma completa anarquia.
Quadra registrar que, o requerente esbulhado de sua posse, conforme alhures afirmado, não
quedou-se inerte, desde o início de nefasta, funesta, perniciosa, amoral e ilegal invasão na
“calada da noite”.
O que por si só, é ser considerado um crime, diante da legislação pátria, que ao que parece, não
existe, na ótica das requeridas, esbulhadoras de imóvel alheio, ou se existe, não tem poder de
as atingir, não se sabe o motivo.
Cumpre ainda mencionar que, o requerente o Sr. Oiluarb Barbosa – Fiscal da Prefeitura
Municipal de Viana, diferentemente do Órgão Público que o remunera, entendeu ter havido
esbulho na propriedade do requerente. Tanto que, é signatário da DECLARAÇÃO DE
NOTIFICAÇÃO Nº 002550/06 – em que noticia aludido esbulho epigrafado.
Tanto é verdade o fato supra narrado, que, o requerente funcionou como ASSISTENTE de outro
esbulhado, nos autos de nº 0018575-87.2012.8.08.0050, em que o Sr. NIVERCINO RODRIGUES,
por sua vez, teve seu imóvel de 6.000,00 m² (seis mil metros quadrados) invadido, pela quase
totalidade dos requeridos, obtendo liminar favorável deste douto juízo, na data de 29 de
novembro de 2012.
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Há encartado à presente peça processual, até um vídeo, em mídia DVD, em que se vislumbra,
límpida, clara e cristalinamente, funcionários de parte dos componentes do Polo Passivo, em
flagrante invasão ao imóvel objeto da lide.
O que nos causa muita estranheza, é o fato de que um dos integrantes dos Polo Passivo da
presente demanda (RODA BRASIL LTDA.), em ação em trâmite perante esta Comarca e Juízo,
tombada sob o nº 0002261-95.2014.8.08.0050, um dos componentes do Polo Passivo, que
figura naquela demanda judicial, reconhece ser o requerente, devedor de mais de R$ 60.000,00
aos cofres públicos municipais, não pagando um mísero centavo sequer, preconiza.
Outro fato que nos causa muita estranheza Exa. é o fato de que, as requeridas
TRANSPORTADORA BELMOK LTDA., e BELMOK SERVIÇOS LTDA. (RODA BRASIL LTDA.),
possuem imóvel, assim como estão localizadas nos bairros PARQUE INDUSTRIAL e PRIMAVERA,
respectivamente, medindo 6.995,00 m² (seis mil novecentos e noventa e cinco metros
quadrados), e o imóvel esbulhado, de propriedade do requerente, invadido sorrateiramente na
“calada da noite”, o imóvel do requerente, que situa-se no bairro CANAÃ, medindo 13.000,00
m² (treze mil metros quadrados), conforme afirmado alhures.
A pergunta que não quer calar é: COMO PODE ALGUÉM QUE possui um imóvel medindo
6.995,00 m² (seis mil novecentos e noventa e cinco metros quadrados), constrói um
empreendimento, que só o estacionamento mede 10.000,00 m² (dez mil metros quadrados)
Conforme famigerado adágio popular, seria o mesmo que colocar SÃO PAULO dentro do RIO DE
JANEIRO.
LTDA., encontrar-se em bairro distinto onde encontra-se o imóvel esbulhado, e estas possuírem
legalmente um imóvel que mede míseros 6.995,00 m² (seis mil novecentos e noventa e cinco
metros quadrados), estas ainda têm a “insensatez”, a “parvoíce”, a “chocarrice”, a “nefasta”,
“funesta”, “amoral” e “perniciosa” ATITUDE ESBULHADORA de construir um empreendimento,
que só o estacionamento mede 10.000,00 m² (dez mil metros quadrados), conforme fotografias
recentes do local.
Aliás, Exa., para sua própria ignóbil, vergonhosa e sórdida “torpeza”, boa parte das requeridas
afirmam, conforme acima mencionado que o requerente encontra-se em débito de vultuosa
monta perante o Poder Público Municipal.
Aí sim Exa., encontramos verdade nas palavras de boa parte das requeridas, pois, realmente o
requerente encontra-se em débito perante o Poder Público Municipal (reconhecido até mesmo
por boa parte das requeridas). Dívida esta oriunda ausência de quitação de IPTU do imóvel
objeto da lide.
Ora Exa., boa parte das requeridas até se atropelam em seus argumentos e produzem provas
contra si mesmas, como afirmado acima, que encontra-se em outro processo em trâmite
perante esta Comarca, e que não passou despercebido neste momento.
Preconiza, famigerado adágio popular que “contra fatos não há argumentos”. Bom, Exa., contra
documentos verídicos, como in casu, também não há argumentos.
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O que mais nos intriga e nos deixa perplexo, é o fato de que, o requerente foi notificado pelo
Fiscal da Prefeitura de Viana, na data de 08/06/2006, sob o nº 002550, de fazer aterro no imóvel
objeto da lide, sendo este seu legítimo possuidor.
Agora, para o nefasto, funesto, amoral, pernicioso e sorrateiro esbulhador na “calada da noite”
que fez aterro no mesmo mangue, ao que parece, a lei não lhe atingiu, apesar de haver atingido
o requerente.
Ao que parece estamos diante de 2 (dois) pesos e 2 (duas) medidas. A lei que vale para um, para
outro não tem serventia alguma. É a impressão que se tem. Erraram os antigos, ao que se vê o
“pau que se bate em chico, não é o mesmo que bate em Francisco”. Em nosso humilde entender,
assim não deveria ser. A lei, pensamos, deve valer para todos, sem distinção. Este, pelo menos,
é o nosso humilde entendimento.
A impressão é como se aqui, vivêssemos em uma terra de ninguém, anárquica, onde qualquer
um pudesse fazer o que bem lhe conviesse, sem se importunar com o Poder Judiciário.
III – DO MÉRITO
Por respeito ao artigo 561 do Código de Processo Civil, insta declinar que o requerente possui a
posse mansa e pacífica do imóvel objeto da lide, há 32 (trinta e dois) anos, conforme afirmado
alhures, quando então os requeridos, há exatos 4 (quatro) anos, pois, por volta dos idos de
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Quadra registrar que a presente ação possessória, na festejada lição de Cristiano Farias e Nelson
Rosenvald, se justifica pela necessidade de restabelecimento do status quo ante, que fora
afetado pela violência do esbulhador. Haja vista, ser o possuidor merecedor de amparo, por
ser aquele que retira as utilidades do bem e lhe defere destinação econômica 3.
Insta frisar que, ainda segundo os doutrinadores supra, a ação de reintegração de posse é o
remédio processual adequado à restituição da posse àquele que a tenha perdido em razão de
um esbulho, sendo privado do poder físico sobre a coisa4.
Segundo Caio Mário da Silva Pereira (v. IV, pg. 14 apud Cristiano Farias, Nelson Rosenvald, pg.
67), posse é:
Uma situação de fato, em que uma pessoa, que pode ou não ser a
proprietária, exerce sobre uma coisa atos e poderes ostensivos,
conservando-a e defendendo, com o nosso acréscimo, exercitando
sobre ela ingerência socioeconômica5. (sem grifos no original)
3 FARIAS, Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012
4 Idem
5 PEREIRA, Caio Mário da Silva, Vol. IV, pg. 14, in FARIAS, Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais.
Conforme afirmado alhures, o requerente não tem acesso ao imóvel objeto da lide, que lhe
pertence por direito, por todo o acima exposto, coadunado a documentação probante, acostada
à presente peça vestibular. Ainda por cima, recolhe os impostos exigidos pelo Poder
Competente, para que os requeridos o possam esbulhar?
Não Exa., nefasto ato, praticado ao logo do tempo pelos requeridos não pode continuar.
Devendo ser rechaçada pela via judicial.
É assaz consentâneo o entendimento do homem mediano que aquele que detém a posse de
determinado bem, a bem da verdade, “possui” este determinado bem. Nesta toada,
corroborando o brilhante ensinamento de Caio Mário da Silva Pereira acerca da posse, Silvio de
Salvo Venosa traz-nos interessante conceito acerca de “possuir”, in casu determinado bem, in
verbis7:
Para o leigo que se debruça desprevenidamente sobre o problema,
possuir é ter uma coisa em seu poder, podendo dela usar e gozar. É a
compreensão daquilo que a mão toca e mantém fisicamente junto ao
corpo. Essa é a noção primitiva. No entanto, quando a civilização torna-
se mais complexa, surge a compreensão de posse que não requer o
permanente contato físico com o objeto, nem a observação constante
6FARIAS, Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012
7VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Direitos Reais. Vol. V. 9ª ed. São Paulo. Ed. Atlas. 2009.
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Para o mestre, aquele que possui determinado bem, tem dentro de si o animus de possuí-lo,
que segundo este nada mais é do que o elemento subjetivo, a intenção de proceder com a coisa
como faz normalmente o proprietário8.
Ainda, conforme preciosa lição do nobre jurista, se alguém detém a coisa sabendo-a pertencer
a outrem, não há animus, destarte, não existindo posse9.
Cumpre fazer uma ressalva a respeito da má fé, diante da citação da Ilma. doutrinadora Maria
Helena Diniz: “A posse de má fé é aquela em que o possuidor tem ciência da ilegitimidade do
seu direito de posse, em virtude de vício ou obstáculo impeditivo de sua aquisição, na qual,
entretanto, se conserva10”.
8 Idem
9 Idem
10 Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. Vol. 4. 22° Ed. São Paulo: Saraiva. 2007.
11 Idem
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fé, detentor de uma posse injusta, maculada pela violência, clandestinidade ou precariedade a
bem da verdade não é possuidor, mas sim detentor. E a detenção na valiosa lição dos juristas
Cristiano Farias e Nelson Rosenvald é:
...uma posse degradada, juridicamente desqualificada pelo
ordenamento vigente. O detentor não poderá manejar ações
possessórias e nem tampouco alcançar a propriedade pela via da
usucapião. O legislador entendeu que, em determinadas situações,
alguém possui poder fático sobre a coisa sem que sua conduta alcance
repercussão jurídica, a ponto de ser negada ao detentor a tutela
possessória12. (sem grifos no original)
Porém, na valiosa dicção dos mestres Cristiano Farias e Nelson Rosenvald, o possuidor de má-fé
pode ser tanto aquele que desconhece o vício da posse, como também aquele que deveria
conhecê-los, em razão das circunstâncias.
A contrario sensu, a posse justa difere da posse injusta, ou de má-fé por sua negativa, haja vista,
o conceito de posse justa encontra-se definido de forma negativa na lei: “É justa a posse que
não for violenta, clandestina ou precária” nec vim, nec clam, nec precário. Ilação que se extrai
do artigo 1200 do diploma material civil.
Destarte, por todos os lados que se olha, não se vislumbra boa-fé na fruição do combatido
imóvel pelos requeridos. Eis que o ato de esbulhar, fruir e obter vantagens para si, com aludido
imóvel objeto da lide, denota a má-fé dos requeridos, que se com seus atos repulsivos, nos
afigura, que nem um pouco se importaram com a aleivosidade, insensatez e leviandade de seus
feitos.
12
FARIAS, Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012
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Destarte, não há falar que a posse dos requeridos é de boa-fé, eis que lhes falta característica
de suma importância, qual seja, o animus. Apenas o que querem é constranger e tumultuar a
vida do requerente, com o nefasto, pernicioso, pérfido, ignóbil, amoral, funesto, leviano e
sorrateiro esbulho dos autos.
Andou bem o novel legislador infraconstitucional ao dispor na lei material civil a proteção que
detém o legítimo possuidor, ao conceder-lhe a faculdade de intentar a ação possessória até
mesmo contar terceiro que recebeu a coisa esbulhada, sabendo que o era, verbis:
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de
indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo
que o era. (sem grifos no original)
Por outras palavras, é a posse clandestina, um desdobramento da posse injusta, que na brilhante
lição dos insignes mestres Cristiano Farias e Nelson Rosenvald:
... é aquela que se adquire às ocultas de quem exerce a posse atual,
sem publicidade ou ostensividade, mesmo que a ocupação seja
eventualmente constatada por outras pessoas. DESTARTE, OCULTA-SE
DA PESSOA QUE TEM INTERESSE EM RECUPERAR A COISA POSSUÍDA,
NÃO OBSTANTE OSTENTAR-SE ÀS ESCÂNCARAS EM RELAÇÃO AOS
DEMAIS13. (grifamos)
Para os mestres suso, não é suficiente o mero desconhecimento por parte de quem foi privado
do bem para definir a conduta como viciosa; imperioso é demonstrar que o arrebatador agiu
sorrateiramente – na sorrelfa – pois deseja camuflar o ato de subtração daquele que é
13FARIAS, Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012
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Na preciosa lição dos juristas supra, acerca deste intrigante tema, tem-se que a publicidade é
um pressuposto para qualquer posse. A posse é um poder fático que se manifesta pela
exteriorização de atos materiais. Assim, com ela não se coaduna a condição de
clandestinidade, haja vista, clandestina não é a posse, mas a sua aquisição. E, em regra a posse
preserva o caráter pelo qual foi adquirida, ilação que se extrai do artigo 1203 do Código
Civil/0215.
O que não se coaduna com a situação trazida pela presente peça processual. Eis que em nenhum
momento o requerente agiu com desídia para com a posse objeto da lide. Somente não tem
acesso a este, pois é obstaculizado pelos requeridos.
14 Idem
15 Idem
16 Idem
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17 APELAÇÃO CÍVEL Nº 011020594385. Desembargador Relator: Arnaldo Santos Souza. Órgão Julgador: Primeira Câmara Cível.
Data do julgamento: 28/08/2012. Acesso em: 01/10/2012. Disponível em:
http://www.tjes.jus.br/consulta/cfmx/portal/Novo/cons_jurisp.cfm?StartRow=1&edProcesso=&edPesquisaJuris=esbulho&
seOrgaoJulgador=&seDes=&edIni=01/01/2002&edFim=25/09/2012&tipo=A.
18 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 066129000056. Desembargador Relator: Arnaldo Santos Souza. Órgão Julgador: Primeira
Câmara Cível. Data do julgamento: 28/08/2012. Acesso em: 01/10/2012. Disponível em:
http://www.tjes.jus.br/consulta/cfmx/portal/Novo/cons_jurisp.cfm?StartRow=1&edProcesso=&edPesquisaJuris=esbulho&
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19TJPR – 4ª Câmara Cível. Apelação Cível 512732. Des. Rel. Regina Afonso Portes. Data do julgamento: 23/12/92
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20 Agravo de Instrumento nº 70017537630. Décima Oitava Câmara Cível. Tribunal de Justiça do RS. Des. Rel. André Luiz
Planella Villarinho. Data de julgamento: 21/12/2006. Acesso em: 01/10/2012. Disponível em:
http://www.tjrs.jus.br/busca/?q=reintegra%E7%E3o+de+posse+for%E7a+nova&tb=jurisnova&partialfields=tribunal%3ATri
bunal%2520de%2520Justi%25C3%25A7a%2520do%2520RS.%28TipoDecisao%3Aac%25C3%25B3rd%25C3%25A3o%7CTipoD
ecisao%3Amonocr%25C3%25A1tica%7CTipoDecisao%3Anull%29&requiredfields=&as_q=&ini=20
21 Agravo de Instrumento nº AG 1027 RN 2010.000102-7. Relator: Juiz Cícero Macêdo. 1ª Câmara Cível. Data de julgamento:
Portanto, no nefasto ato de esbulhar o requerente do imóvel objeto da lide, impedindo-a de dar
a este a destinação que melhor lhe convier, resta caracterizado o esbulho.
Neste desiderato, torna-se assaz importante trazer a lume valiosa lição do festejado jurista Sílvio
Venosa, sobre o exposto acima, senão vejamos23:
Na vigente lei do inquilinato (Lei 8.245/91), entre as obrigações do
locador elencadas no art. 22 encontra-se a de garantir, durante o
tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado (inciso II). Esse dever
do locador é inerente à locação. Contra terceiros, tanto o locador como
o locatário podem utilizar-se das ações possessórias. No entanto, em
virtude da natureza da relação negocial, cumpre ao locatário, ainda que
não se valha do remédio possessório, levar prontamente ao
22
STJ – 3ª T. – REsp 768.102/SC – Rel. Min. Nancy Andrighi – j. em 17/04/2008
23VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Direitos Reais. Vol. V. 9ª ed. São Paulo. Ed. Atlas. 2009.
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Quanto à documentação que deve vir carreada aos autos, seja para se averiguar a pretensão
iuris tantum do possuidor, seja para opor perante terceiros, Antônio Cláudio da Costa Machado
(cf. Código de Processo Civil Interpretado, pg. 1408 apud Cristiano Farias, Nelson Rosenvald, pg.
227), preleciona que:
...caso ocorra a hipótese do autor não possuir documentos, ou, ainda,
aqueles que apresente não despertem convicção suficiente, ao
momento em que obrigatoriamente o magistrado designar audiência
de justificação, aduzindo para tanto algumas considerações: “(a) tal
audiência não tem escopo conciliatório, mas o juiz pode provocar a
autocomposição; (b) nela o juiz deve ouvir as testemunhas arroladas
pelo autor, mas pode ouvir as que o réu traga consigo (cabem
contradito e reinquirição pelas partes); (c) nela o juiz pode admitir a
juntada de documentos por ambas as partes; (d) ao seu final o juiz pode
proferir decisão sobre a liminar se se sentir habilitado24. (grifo nosso)
24MACHADO, Antônio Cláudio da Costa, Código de Processo Civil Interpretado, pg. 1408, in FARIAS, Cristiano Chaves,
ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012, pg. 227
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Segundo preconiza os insignes juristas Cristiano Farias e Nelson Rosenvald, a liminar possessória
não tem natureza cautelar, prescindindo da demonstração do periculum in mora e, em dois
momentos cronológicos sucessivos esta poderá ser concedida pelo juiz, quais sejam: inaudita
altera parte, ao despachar a inicial, caso documentalmente comprovado o fumus boni iuris
dos requisitos do art. 927 do Código de Processo Civil, com base em juízo superficial de
plausibilidade; ou após audiência de justificação, citado o réu para comparecimento, quando,
então, fará o autor prova testemunhal dos fato alegados na inicial e insuficientemente
documentados (art. 928, CPC)25.
Torna-se assaz de bom alvitre mencionar que, imprescindível lição acerca do justo título, como
presunção iuris tantum da boa-fé do possuidor pode ser encontrada no Enunciado nº 303 do
Conselho de Justiça Federal, senão vejamos:
Considera-se justo título para presunção relativa da boa-fé do
possuidor o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da
posse, esteja ou não materializada em instrumento público ou
particular. Compreensão na perspectiva na função social da posse26.
(grifei)
Farta jurisprudência pátria, possui assaz assente o entendimento quanto a relevância da prova
testemunhal nas ações possessórias. Como exemplo citamos o aresto infra, verbis:
Nas ações possessórias o que se discute é apenas a posse esbulhada e
sua perda de forma violenta ou precária, não servindo de sede para
discussões a respeito da validade ou eficácia do negócio que justificaria
a posse dos réus (sentença). Ao autor cumpre fazer a prova
25FARIAS, Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012.
26
Enunciado nº 303 do Conselho de Justiça Federal, in FARIAS, Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil:
Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012, pg. 153.
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O que busca o requerente com a presença peça processual é a proteção de sua posse esbulhada
clandestinamente, à surdina, sorrateiramente, pelos requeridos.
Todavia, torna-se de bom alvitre trazer à baila, festejado ensinamento dos mestres Cristiano
Farias e Nelson Rosenvald, acerca do esposado no dispositivo retro, verbis:
A posse não é protegida em razão da proibição à violência; pelo
contrário, por se proteger a posse é que se evita a violência. Aliás, toda
a ordem jurídica em sua essência deseja evitar a violência, não se trata
de uma peculiaridade capaz de justificar isoladamente a tutela da
posse. No mais, proteger a posse como forma de zelar pela propriedade
27TJ/RS, Ac. Unân. 18ª Câm. Cív. ApCív. 70015342710. Rel. Des. Cláudio Augusto Rosa Lopes Nunes. DJ. 08.01.08, in FARIAS,
Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012, pg. 204.
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Conforme afirmado alhures, o requerente sabedor que violência gera mais violência, e a esta
altura qualquer proximidade com os requeridos pode se traduzir em alteração de ânimos, busca
então do judiciário, como longa manus, uma resposta ao esbulho sofrido, pois a competência
deste para dirimir a presente lide encontra guarida em farta previsão legiferante e
jurisprudencial.
Nesta toada, é assaz imperioso mencionar que, o requerente assim que tomou ciência do
esbulho contra si praticado, não se quedou inerte, haja vista, busca deste douto juízo uma
solução à lide em comento. Destarte, não há se falar em aplicação in casu do disposto no artigo
1224 do Código Civil/02.
Cumpre ressaltar que, nossa legislação busca coibir a prática de turbação, esbulho ou sua
ameaça contra o possuidor. Exemplo legiferante maior temos na Lex Mater, que no inciso XXII
do artigo 5º consagra o direito de propriedade.
Insta frisar que, o direito de propriedade é um direito individual e como todo direito individual,
uma cláusula pétrea. Por direito de propriedade, tem-se que, é o direito de usar, gozar, usufruir
e dispor de um determinado bem, e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o esteja
possuindo.
Nesta toada, verifica-se que além das ações possessórias que dispõe o possuidor para amainar
ou estancar a agressão contra sua posse, pode o mesmo exigir do judiciário, além da condenação
28FARIAS, Cristiano Chaves, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Reais. Vol. 5. 8ª ed. Bahia. Ed. Jus Podivm. 2012.
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em perdas e danos e indenização dos frutos, seja-lhe deferido a imposição de medida necessária
e adequada para evitar nova turbação ou esbulho. Ex vi dos incisos I e II, c/c Parágrafo único, do
artigo 555 do NCPC, in verbis:
Artigo 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I – Condenação em perdas e danos;
II – Indenização dos frutos.
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida
necessária e adequada para:
I – Evitar nova turbação ou esbulho. (grifei)
A esse respeito, festejada lição encontramos no magistério dos doutos jurisconsultos Cristiano
Farias e Nelson Rosenvald, in verbis:
No art. 921 do Código de Processo Civil há ainda menção ao pedido de
cominação de pena para o caso de nova turbação ou esbulho. Trata-se
de uma forma de amparar o receio do autor quanto a uma eventual
reiteração de atos de agressão à posse. A obrigação de não fazer se
aproxima ao mecanismo das astreintes vislumbrado no art. 461, § 4º,
do Código de Processo Civil, pelo fato de consistir em tutela inibitória,
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Portanto, pelo tempo que os requeridos obstaculizam o acesso do requerente ao imóvel objeto
da lide, causando a este amargura tristeza, desilusão, deixando-o espavorido, ora se requer a
título de indenização, acrescido de justa correção monetária, haja vista, não constituir um plus
que se acrescenta, mas mero mecanismo de preservação no tempo do valor aquisitivo da
moeda, visando compensar os prejuízos causados ao requerente, pelo esbulho praticado pelos
requeridos.
O que por si só, é ser considerado um crime, diante da legislação pátria, que ao que parece, não
existe, na ótica das requeridas, esbulhadoras de imóvel alheio, ou se existe, não tem poder de
as atingir, não se sabe o motivo.
29
Idem
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Todavia, o pior de tudo é que as requeridas, começaram a utilizar-se do imóvel objeto da lide,
de maneira clandestina e ilegal, e lá desmataram, realizaram sucessivas queimadas, fizeram
aterro de nascente, edificação de imóvel, sem nenhuma outorga do Poder Público, e o pior, em
propriedade que não lhes pertence, como se Lei neste País não existisse, e vivêssemos em uma
completa anarquia.
Por tudo isto, pugna-se, seja decretada a Prisão do Sr. Gilson Daniel Batista, Prefeito Municipal
de Viana, bem como da Sra. Gabriela Siqueira de Souza, Secretária Municipal de Obras de Viana
(SEMOB), pelo crime de PREVARICAÇÃO, previsto no artigo 319 do Código Penal, verbis:
Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal:
Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. (grifamos)
Pois, é de assaz sabença que a estes incumbem, a fiscalização de todos os imóveis existentes no
Município de Viana, e as construções que se erigem sobre estes, bem como do Meio Ambiente
local.
Por isto, devem os responsáveis a quem incumbe a fiscalização dos imóveis e construções sobre
estes erigidos, nos limites da municipalidade, serem civil e penalmente responsabilizados, e isso,
conforme o delito por estes praticados, in casu, o crime de PREVARICAÇÃO, conforme
supramencionado.
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Sendo determinada por este douto juízo a iminente retirada em 24 horas dos requeridos do
imóvel objeto da lide, bem como de todos os que lá se encontram, sob a responsabilidade
destes.
Para tanto se faz necessária a aplicação de multa diária, no importe de R$ 50.000,00, por cada
dia de descumprimento da ordem judicial.
Portanto, pede-se e requer-se deste douto juízo seja deferido à título de indenização pelo uso
indevido de imóvel alheio, o valor de R$ 823.525,24, pela sua forçada utilização desde novembro
de 2012, até a data do protocolo, monetariamente reajustado, conforme infra segue:
R$ 15.000,00 (Nov/2012 à Nov/2013) = R$ 180.000,00
Reajuste em 01/Novembro/2013: Variação do índice: 2,95%
Valor reajustado: R$16.256,09 x 12 meses = R$ 195.073,08.
Reajuste em 01/Novembro/2014: Variação do índice: 10,10%
Valor reajustado: R$17.897,72 x 12 meses = R$ 214.772,64.
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IV - DA TUTELA ANTECIPADA
A tutela pretendida nesta demanda (pugna-se), deverá ser concedida de forma antecipada,
posto que o requerente, preenche os requisitos do artigo 562 do NCPC. Senão vejamos, verbis:
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá,
sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de
reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique
previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência
que for designada. (grifo nosso)
Ora Exa., a antecipação da tutela, tem como maior finalidade amparar o requerente até o
julgamento definitivo, evitando assim dano irreparável ou de difícil reparação.
Logo, conforme o disposto na redação legal, o requerente faz jus a concessão da antecipação da
tutela jurisdicional propugnada, já que preenche todos os requisitos por ela exigidos, conforme
alhures afirmado.
O fumus boni iuris se mostra claramente pelos fatos acima exposto e pela documentação que
guarnece e instrui a presente peça processual, onde o requerente comprova ser proprietário de
fato do imóvel objeto da lide, há exatos 32 (trinta e dois) anos. Sendo que há 4 (quatro) anos,
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vem sendo funesta, nefasta, perniciosa, ignóbil e sorrateiramente esbulhado pelas requeridas.
No que atine ao requisito periculum in mora, já é cediço e de assaz sabença que o imóvel objeto
da lide, de propriedade de fato do requerente, vem sofrendo constantemente com atos
funestos, nefastos e perniciosos, praticados por parte das requeridas, que de maneira ilegal e
clandestina, no imóvel objeto da lide, vem provocando vem provocando desmatamento,
queimadas, aterro de nascente, edificação de imóvel, e demais que necessitam de outorga do
PODER PÚBLICO, e sem qualquer autorização dos ÓRGÃOS COMPETENTES.
Destaca-se que ao se tratar de ação de reintegração de posse, dispõe a lei processual no seu
artigo 562 que, “Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o
réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário,
determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer
à audiência que for designada”. (grifos acrescidos)
Assim sendo, pelos motivos acima elencados, desde já, se requer, seja concedida a propugnada
TUTELA ANTECIPADA, para que, requer, seja expedido MANDADO LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO
DE POSSE, “inaudita altera parte” para que o requerente seja reintegrado na posse do seu bem.
Ou alternativamente mandado de manutenção LIMINAR, por não restarem dúvidas a respeito
da necessidade do Requerente, sob pena de agravar-se ainda mais a situação nos autos desta
exordial noticiada “periculum in mora”.
2. A concessão dos benefícios da gratuidade de Justiça, haja vista, ser o reclamante pobre
na acepção jurídica do termo;
4. Determinar a citação dos os requeridos, para que, querendo, contestem a presente ação,
sob pena de revelia e ciente de que os fatos articulados e não contestados, serão tidos
como verdadeiros.
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6. Seja decretada a Prisão do Sr. Gilson Daniel Batista, Prefeito Municipal de Viana, bem
como da Sra. Gabriela Siqueira de Souza, Secretária Municipal de Obras de Viana
(SEMOB), pelo crime de PREVARICAÇÃO, previsto no artigo 319 do Código Penal, pelo
fato de não atentarem com o devido cuidado aos fatos narrados nos autos, e se omitirem
quanto a fiscalização atinente a utilização pelos requeridos, do imóvel objeto da lide, de
maneira clandestina e ilegal, sendo que lá estes desmataram, realizaram sucessivas
queimadas, fizeram aterro de nascente, edificação de imóvel, sem nenhuma outorga do
Poder Público, e o pior, em propriedade que não lhes pertence, conforme supra
declinado.
8. Deferir a juntada dos documentos anexos, para que se produzam todos os efeitos legais
e jurídicos, inclusive do rol de testemunhas, caso seja necessária a audiência de
justificação prévia;
10. Determinar que sejam todos as publicações e intimações deste r. juízo feitas em nome
do advogado que firma a presente no endereço profissional constante do rodapé desta
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11. Ad cautelam, aplicar o princípio da fungibilidade das ações possessórias (art. 554 do
NCPC) (conversibilidade dos interditos) outorgando a correta proteção legal, bem como
a fungibilidade entre tutela cautelar e tutela antecipatória (Parágrafo Único, 305 do
NCPC).
13. Seja deferida justa indenização, acrescida de correção monetária pelos prejuízos
resultantes do esbulho contra o requerente cometido.
Requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente por
prova documental e documentos novos que se fizerem necessário, além do depoimento pessoal
dos requeridos, oitiva de testemunha, realização de perícia, etc.
Impende ressaltar que o subscritor garante, sob sua responsabilidade pessoal, que todas as
cópias anexas são autênticas e conferem com os originais.
Para eventual designação de audiência de justificativa prévia, requer a intimação e a oitiva das
testemunhas abaixo arroladas:
1. NIVERCINO RODRIGUES. RG n° 902.448 SPTC/ES, residente e domiciliado na Rua Barão
Almeida Valim, n° 87, bairro Itaim, São Paulo/SP.
2. OILUARB BARBOSA - RG n° 473.264 SPTC/ES, residente e domiciliado na Rua Alevina
Chacam, n° 166, bairro Viana Sede, Viana/ES.
3. VALÉRIO RODRIGUES DE SOUZA. RG n° 1.615.150 SPTC/ES, residente e domiciliado nno
bairro Canaã, Viana/ES.
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VI - DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
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