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Bernardete A. Gatti
Fundação Carlos Chagas
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All content following this page was uploaded by Bernardete A. Gatti on 19 February 2016.
Bernardete A. Gatti
gatti@fcc.org.br
Fundação Carlos Chagas, São Paulo, Brasil
Resumo:
Este artigo apresenta em seqüência temporal algumas iniciativas e modelos de avaliação
de sistemas educacionais no Brasil. Lembra a estrutura federativa do Estado brasileiro e
o desdobramento das avaliações nos sistemas federal, estaduais e municipais de ensino.
Aborda a questão da formação de pessoal em avaliação educacional, as características assu‑
midas pelas avaliações implementadas, tanto na educação básica, como no ensino superior.
Apontam‑se as mudanças de modelo e as controvérsias advindas com o desenvolvimento
dessas avaliações. Comentam‑se alguns de seus efeitos.
Palavras‑chave:
Avaliação educacional, Sistemas de ensino, Rendimento escolar, Avaliação institucional.
Gatti, Bernardete (2009). Avaliação de sistemas educacionais no Brasil. Sísifo. Revista de Ciências da
Educação, 09, pp. 7‑18.
Consultado em [mês, ano] em http://sisifo.fpce.ul.pt
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A Avaliação Educacional, hoje, é um campo de políticas nacionais de capacitação de pessoal, vem
estudos com teorias, processos e métodos espe‑ aumentando o número de pesquisadores na área.
cíficos, mas também, um campo abrangente que Com isso, tem se tornado possível melhor qualificar
comporta sub‑áreas, com características diferentes, os processos avaliativos de amplo espectro, relati‑
por exemplo, avaliação de sistemas educacionais, vos ao desempenho de alunos da educação básica
avaliação de desempenho escolar em nível de sala (ensino fundamental e médio), ou do nível superior,
de aula, avaliação institucional, avaliação de progra‑ e, de instituições de ensino. Neste artigo pretende‑
mas, auto‑avaliação. Comporta, também, diferentes mos tratar desses processos avaliativos, os de maior
abordagens teóricas como a sistêmica, a iluminativa porte, no Brasil, recuperando sua trajetória no tem‑
ou compreensiva, a avaliação participativa, etc. No po. Sendo o Brasil uma federação, lembramos que
Brasil este campo de conhecimento só veio a mere‑ o sistema educacional comporta a rede pública de
cer maior atenção, estudos e análises críticas mais ensino — com gestão federal, estadual ou municipal
fundamentadas, há relativamente pouco tempo. — e, a rede de escolas privadas, autorizadas e super‑
As questões ligadas à avaliação educacional tendo visionadas por um dos três níveis federativos. Cada
adentrado muito tardiamente nas discussões no nível federativo tem seu grau de responsabilidade
campo da educação, também sofreu aqui, em sua va‑ definido pela Constituição de 1988, e, no referente
lorização e desenvolvimento como campo teórico, às redes de ensino, pela Lei de Diretrizes e Bases da
dos efeitos relativos à quase ausência de formação Educação Nacional, aprovada no ano de 1996.
nos cursos de educação de profissionais especiali‑
zados. Esta formação vem se dando por outros ca‑
minhos. Campo sujeito ainda a fortes críticas ideo‑ AVALIAÇÕES EM LARGA
lógicas, conta com massa crítica intelectual relativa‑ ESCALA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:
mente pequena, a qual está em crescimento em fun‑ ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
ção de programas avaliativos postos em prática em
vários níveis do sistema educacional brasileiro, com Dada a constituição tríplice das redes de ensino no
abrangência nacional ou regional. Isto implicou em Brasil estaremos nos referindo ora a avaliações na‑
preparação especial de funcionários nos diferentes cionais, ora a estaduais, ora a municipais.
níveis de administração do sistema escolar brasilei‑ Para traçar a trajetória das avaliações de desem‑
ro, e na formação de pessoal universitário no exte‑ penho de redes de ensino tomamos como ponto de
rior. Alguns grupos de especialistas foram se cons‑ partida os anos mil novecentos e sessenta, porque
tituindo em universidades e centros de pesquisa, foi nessa década que surgiu fortemente a preocupa‑
e, com os estímulos de formação no exterior pelas ção específica com processos avaliativos escolares,