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Universidade Estácio de Sá

Engenharia Mecânica

DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO PARA UMA


INSTITUIÇÃO SOCIAL

Fagner Alves de Oliveira


João Fellipe Nogueira Gomes
Pedro Renato Nascimento de Mendonça

Rio de Janeiro
2016
Fagner Alves de Oliveira
João Fellipe Nogueira Gomes
Pedro Renato Nascimento de Mendonça

DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO PARA UMA


INSTITUIÇÃO SOCIAL

Trabalho apresentado ao Curso de


Graduação em Engenharia Mecânica da
Universidade Estácio de Sá como
exigência para obtenção do Título de
Engenheiro Mecânico.

Orientador:
Prof. D.Sc Maurício Sanches García

Rio de Janeiro
2016
Fagner Alves de Oliveira

João Fellipe Nogueira Gomes

Pedro Renato Nascimento de Mendonça

DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO PARA UMA


INSTITUIÇÃO SOCIAL

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado para a obtenção do


título de Engenheiro Mecânico e aprovado em sua forma final pela Comissão
examinadora e pelo Curso de Graduação em Engenharia Mecânica da Universidade
Estácio de Sá.
COMISSÃO EXAMINADORA:

_____________________________________
Prof. D.Sc Maurício S. García
Orientador

_____________________________________
Prof. Esp. Marco Antônio Greco

_____________________________________
Prof. M.Sc Jorge Pinheiro

Rio de Janeiro, 20 de Junho de 2016.


AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela oportunidade da vida e, depois, ao corpo docente do


campus dessa instituição, com os quais tivemos a oportunidade de caminharmos
juntos, e de um modo muito especial:

Ao Professor Maurício Sanches, pela humildade, transparência e orientação; ao


Professor Paschoal, pela sua boa vontade em transmitir novos ensinamentos, que
nos fez crescer para a vida; ao Professor Marco Greco, pela dedicação e
determinação nas atitudes; ao Coordenador Jorge Pinheiro, pela paciência e
compreensão no atendimento aos alunos; ao Professor Cícero Abreu, pela
transmissão de novos conhecimentos; à Professora Maria de Lourdes Martins, pelo
carinho e atenção.

Aos nossos pais, pelo amor e pelo apoio que nos transmitiram durante essa
caminhada; aos nossos irmãos e irmãs pelo seu entusiasmo que nos contagiou; às
nossas respectivas cônjuges, pela compreensão.

Aos colegas de turma, pelo apoio, ajuda mútua e companheirismo.


RESUMO

Neste trabalho de conclusão de curso é explicada a metodologia para o


dimensionamento de sistemas de climatização de acordo com a norma brasileira
vigente, partindo dos conceitos básicos da climatização até a aplicação dos
mesmos. Para maior compreensão e detalhamento, foram feitas referências às
normas brasileiras ABNT NBR 16401 e NBR 6401, também foram utilizados outros
materiais didáticos e buscas em fontes confiáveis na internet. Para esse projeto foi
escolhido uma Igreja Evangélica, em Belford Roxo - RJ, onde foi implantado um
sistema VRF (Volume de Refrigerante Variável). Primeiramente foi feita a coleta de
dados e uma planta estrutural, foram utilizadas bases da termodinâmica e
transferência de calor para realização dos cálculos de carga térmica e o correto
dimensionamento do sistema de climatização, levando em consideração à eficiência
energética e o conforto térmico. O ambiente escolhido para esse projeto nunca
possuiu um sistema de climatização, com o aumento gradativo anual da temperatura
e por ser um local que tem um grande número de pessoas por metro quadrado,
tornou-se um ambiente desconfortável com o passar dos anos, então surgiu à
oportunidade de realizar esse projeto de climatização para resolver o problema e
tornar esse local um ambiente confortável termicamente, e ao mesmo tempo não
ocupar muito espaço físico com o posicionamento dos equipamentos desse sistema.

Palavras-chave: Climatização de ambientes, carga térmica, volume de refrigerante


variável (VRF), projeto de ar condicionado.
ABSTRACT

In this course conclusion work is explained the methodology for the design of
HVAC systems according to current Brazilian standard, building on the basics of air
conditioning to the application. For better understanding and detail, references were
made to Brazilian standards NBR 16401 and NBR 6401, were also used other
learning materials and search for reliable sources on the Internet. For this project was
chosen an evangelical church in Belford Roxo - RJ, where he deployed an VRF
system (Variable Refrigerant Volume). First data collection and structural plant was
made of thermodynamics bases were used and heat transfer to perform the thermal
load calculations and the correct sizing of the HVAC system, taking into account
energy efficiency and thermal comfort. The environment chosen for this project never
owned a HVAC system, with the annual gradual increase in temperature and to be a
site that has a large number of people per square meter, became an uncomfortable
environment over the years, then came the opportunity to perform this climate project
to solve the problem and make this place a thermally comfortable environment, and
at the same time not take up much physical space with the positioning of the
equipment of the system.

Keywords: Climate Control environments, thermal load, variable refrigerant flow


(VRF), air conditioning project.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - As primeiras geladeiras do início do século XIX ....................................... 14


Figura 2 - Engenheiro Willis Carrier, inventor do ar-condicionado ............................ 15
Figura 3 - Primeiro projeto de ar-condicionado ......................................................... 16
Figura 4 - A Fórmula Psicrométrica Racional de Willis Carrier .................................. 16
Figura 5 - Ciclo da Climatização................................................................................ 19
Figura 6 - Compressor .............................................................................................. 20
Figura 7 - Condensador ............................................................................................ 20
Figura 8 - Válvula de Expansão ................................................................................ 21
Figura 9 - Evaporador ............................................................................................... 22
Figura 10 - Evolução do compressor em relação à temperatura do ambiente .......... 23
Figura 11 - Representação esquemática do corpo humano e as trocas térmicas ..... 31
Figura 12 - Ilustração de um ciclo de compressão mecânica .................................... 32
Figura 13 - Ilustração qualitativa da insolação versus orientação solar da parede ... 41
Figura 14 - Ilustração de como encontrar o (hx) na carta psicrométrica ................... 46
Figura 15 - Cálculo de carga térmica ........................................................................ 52
Figura 16 - Exemplo de um Sistema VRF ................................................................. 55
Figura 17 - Compressor DC Inverter ......................................................................... 56
Figura 18 - Motor do ventilador. ................................................................................ 57
Figura 19 - Detalhe das aletas da unidade condensadora ........................................ 58
Figura 20 - Faixa de operação .................................................................................. 59
Figura 21 - Prioridade dos módulos da condensadora .............................................. 60
Figura 22 - Controle de fluido refrigerante ................................................................. 61
Figura 23 - Descongelamento inteligente .................................................................. 62
Figura 24 - Variação na Temperatura do ambiente ................................................... 62
Figura 25 - Exemplo de controlador .......................................................................... 63
LISTA DE SÍMBOLOS

COP - Coeficiente de performance [adimensional]


Qe - Potência de refrigeração [kW]
Wc - Potência de compressão [kW]
EER - Índice de eficiência de energia [adimensional]
QBTU - Potência de refrigeração [kBTU]
Qsi - Ganho de calor devido à transmissão entre ambientes internos [W]
A - Área de troca de calor [m²]
U - Coeficiente global de transmissão de calor de superfícies [W/(m².°C)]
Tnc - Temperatura do ambiente vizinho não condicionado [°C]
Ts - Temperatura de bulbo seco do ambiente que se quer condicionar [°C]
Qst - Ganho de calor de um recinto provocado por superfície transparente [W]
Ast - Área da superfície transparente [m²]
FGCImax - Fator de ganho de calor por insolação máximo [W/m²]
Cs - Coeficiente de sombreamento [adimensional]
FCR - Fator de carga de resfriamento [adimensional]
Qop - Ganho de calor por uma superfície opaca com insolação [W]
Aop - Área da superfície opaca (parede ou telhado) com insolação [m²]
Te - Temperatura externa [°C]
Ti - Temperatura interna no ambiente a ser condicionado [°C]
m - Fluxo de massa de ar de renovação [kg/s]
hx - Valor da entalpia obtida na carta psicrométrica [kJ/kg]
h1 - Entalpia 1 [kJ/kg]
h2 - Entalpia 2 [kJ/kg]
Qsens - Calor sensível [kW]
Qlat - Calor latente [kW]
Qoc - Carga térmica proveniente da ocupação de pessoas [kcal/h]
Vm - valor médio de calor por pessoas [kcal/h]
N - Número de pessoas no recinto [adimensional]
Qilu - Calor proveniente da iluminação do recinto [W]
Qeq - Calor proveniente dos equipamentos [W]
Vuc - Dissipação do calor por uso contínuo [W]
Neq - Número de equipamentos no recinto [adimensional]
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

VRF - Volume de Refrigerante Variável


HVAC - Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
SRD - Serpentina de Resfriamento e Desumidificação
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR - Norma Brasileira
HFC – HidroFluorCarbonos
CFCs - CloroFluorCarbonos
Cl - Cloro
F - Flúor
Br - Bromo
UV - UltraVioleta
C - Carbono
H - Hidrogénio
HCFCs - HidroCloroFluorCarbonos
HFC - HidroFluorCarbono
COP - Coeficiente de Performance
EER - Índice de Eficiência de Energia
TBS - Temperatura do Bulbo Seco
TBU - Temperatura de Bulbo Úmido
FCR - Fator de carga de resfriamento.
FGCI - Fator de ganho de calor por insolação
CS - Fator de correção
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................11
1.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 11
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 12
1.3 CONFORTO TÉRMICO ................................................................................... 12
1.4 HISTÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS DE
REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO.................................................................... 13
2 SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO .................................................................................................18
2.1 O PROCESSO DA CLIMATIZAÇÃO................................................................ 18
2.2 DETALHES DOS COMPONENTES ................................................................ 19
2.3 INOVAÇÕES DOS SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO ....................................... 22
2.3.1 TECNOLOGIA INVERTER ........................................................................ 22
2.3.2 A MUDANÇA DO GÁS REFRIGERANTE ................................................. 24
2.4 FLUÍDOS REFRIGERANTES .......................................................................... 25
2.4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS FLUÍDOS REFRIGERANTES.............................. 27
2.4.2 PRINCIPAIS TIPOS E CARACTERISTICAS DE FLUÍDOS
REFRIGERANTES ............................................................................................. 28
2.5 TRANSFERÊNCIA DE CALOR........................................................................ 29
2.6 COEFICIENTE DE PERFORMANCE (COP) E ÍNDICE DE EFICIÊNCIA DE
ENERGIA (EER) .................................................................................................... 31
3 CONDIÇÕES DE PROJETO ..........................................................................................................35
3.1 CARGA TÉRMICA ........................................................................................... 37
3.1.1 TRANSMISSÃO ......................................................................................... 38
3.1.2 INSOLAÇÃO ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES TRANSPARENTES ............. 40
3.1.3 INSOLAÇÃO ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES OPACAS.............................. 43
3.1.4 INFILTRAÇÃO E AR DE RENOVAÇÃO .................................................... 45
3.1.5 OCUPAÇÃO .............................................................................................. 47
3.1.6 ILUMINAÇÃO ............................................................................................ 49
3.1.7 EQUIPAMENTOS ...................................................................................... 50
3.1.8 RESUMO DE CÁLCULO ........................................................................... 51
4 SISTEMAS DO TIPO VRF ..............................................................................................................54
5 VRF MIDEA MV5-X48W/V2GN1 ..................................................................................................56
5.1 ECONOMIA DE ENERGIA ........................................................................... 56
5.1.1 MOTOR DO VENTILADOR DC DE ALTA EFICIÊNCIA ............................ 57
5.1.2 TROCADOR DE CALOR DE ALTA PERFORMANCE .............................. 57
5.2 DIFERENTES CAPACIDADES .................................................................... 58
5.2.1 AMPLA FAIXA DE OPERAÇÃO ................................................................ 58
5.2.2 ALTA PRESSÃO ESTÁTICA EXTERNA ................................................... 59
5.3 ALTA CONFIABILIDADE .............................................................................. 59
5.3.1 FUNÇÃO BACK-UP ................................................................................... 60
5.3.2 CONTROLE PRECISO DE REFRIGERANTE ........................................... 60
5.4 CONFORTO APRIMORADO ........................................................................ 61
5.4.1 MENOR FLUTUAÇÃO DE TEMPERATURA ............................................. 62
5.5 FLEXIBILIDADE NA INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO ................................ 63
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................64
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................65
ANEXOS ...............................................................................................................................................68
11

1 INTRODUÇÃO

A refrigeração é o nome dado ao processo de remoção de calor de um


meio, reduzindo sua temperatura e mantendo essa condição por meios
mecânicos ou naturais. As aplicações da refrigeração são muitas. No entanto,
entre as principais temos a conservação de alimentos e a climatização de
ambientes ou condicionamento de ar.
Quando se fala em climatizar um ambiente se esta referindo ao processo
de controle de temperatura e umidade, para estabelecermos um conforto
térmico.
A climatização de um ambiente é feita através de um fluido refrigerante
que atravessa o evaporador dentro da SRD (serpentina de resfriamento e
desumidificação) retira energia do ambiente a ser resfriado através do
contato do ar. Essa energia retirada deve ser liberada para o meio exterior
por meio do condensador.
Para possibilitar esse processo, os sistemas de climatização são do tipo
de expansão direta ou de expansão indireta. No sistema de expansão direta,
o ar a ser climatizado entra em contato direto com a SRD (com fluido
refrigerante em seu interior), enquanto em um sistema de expansão indireta
utiliza um fluido intermediário para climatizar o ar do ambiente.

1.1 OBJETIVO GERAL

O projeto tem por objetivo a aplicação da engenharia no estudo das


etapas de climatização de um ambiente, baseando-se nas Normas Brasileiras
ABNT NBR 6401 e 16401.
12

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Com o intuito de atingir o objetivo geral proposto, necessita-se: revisar os


conceitos básicos de climatização; estudar as normas ABNT NBR 6401 e
16401; obter informações sobre as condições de projeto (localização,
temperaturas a serem atingidas, condições exteriores, entre outras); elaborar
estratégias para climatização (tipo de equipamento e divisão das unidades
internas) e calcular a carga térmica a ser combatida.

1.3 CONFORTO TÉRMICO

Conforto térmico é um estado de espírito que reflete a satisfação com o


ambiente térmico que envolve uma pessoa. Portanto, uma sensação
subjetiva que depende de aspectos biológicos, físicos e emocionais dos
ocupantes, não sendo, dessa forma, possível satisfazer, com uma
determinada condição térmica, todos os indivíduos que ocupam um recinto. O
estudo do conforto térmico tem como objetivo a determinação das condições
ambientais que possibilitam o conforto térmico para um maior número
possível de pessoas.
Esta sensação de conforto depende da facilidade com que o individuo
estabelece um balanço térmico com o meio, com o intuito de manter a
temperatura interna corporal em torno de 37ºC. Mesmo que o equilíbrio
térmico seja alcançado, uma pessoa pode não se sentir confortável.
O corpo humano pode perder calor pela evaporação do suor, bem como
receber ou ceder calor para o ambiente pelos mecanismos de respiração,
radiação e convecção, dependendo da temperatura do ar.
13

1.4 HISTÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS DE


REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

Antes da invenção dos sistemas de refrigeração, o homem era totalmente


dependente da natureza para a obtenção do gelo, que só se formava no
inverno e nas regiões de clima bastante frio. O fornecimento de gelo era
precário, a maior parte era perdida por derretimento durante o transporte, sua
estocagem era difícil e só era realizada por períodos relativamente curtos.
Por este motivo, engenheiros e pesquisadores voltaram-se para a busca
de meios e processos que permitissem a obtenção artificial de gelo, a fim de
livrar o homem da dependência da natureza.
Com a invenção do microscópio no século XVIII, verificou-se a existência
de micro-organismos (micróbios, bactérias, enzimas) que mais tarde,
cientistas demonstraram que alguns desses micróbios são responsáveis pela
decomposição dos alimentos. Outros estudos provaram que a propagação
dos micróbios pode ser impedida com o resfriamento dos alimentos, que
enquanto mantido no frio, permanecem conservados.
A descoberta da criogenia dos gases ocorreu por volta do século XIX,
esse feito trouxe o seguinte conhecimento: a capacidade de retirar calor de
um sistema quando o mesmo é submetido à expansão.
Em consequência desses estudos, em 1834 foi inventado, nos Estados
Unidos, o primeiro sistema mecânico de fabricação de gelo artificial e, que
constituiu a base precursora dos atuais sistemas de compressão frigorífica.
Em 1855 surgiu na Alemanha outro tipo de mecanismo para a fabricação
do gelo artificial, este, baseado no principio da absorção, descoberto em
1824, pelo físico e químico inglês Michael Faraday.
Desde então, começaram as atividades de preservação dos alimentos em
grande escala. Antes disso, só havia as fábricas de gelo. Nas moradias e no
comercio o gelo industrial era usado para conservar os alimentos em
14

pequenas quantidades.
Ainda no século XIX, foram criadas as primeiras geladeiras; tais aparelhos
eram constituídos simplesmente por um recipiente, quase sempre isolado por
meio de placas de cortiça, dentro do qual eram colocadas pedras de gelo e
os alimentos a conservar.
A fusão do gelo absorvia parte do calor dos alimentos e reduzia, de forma
considerável, a temperatura no interior da geladeira; surgiu, dessa forma, o
impulso que faltava à indústria de produção mecânica de gelo. A Figura 1
ilustra como eram as primeiras geladeiras.

Figura 1 - As primeiras geladeiras do início do século XIX

Fonte: Uma breve história da refrigeração no mundo

O gelo artificial teve uma aceitação considerável por parte da sociedade,


mas a sua fabricação continuava a ter de ser feita em instalações especiais,
as usinas de gelo, não sendo possível a produção do mesmo na própria casa
dos consumidores.
Após a invenção da geladeira, em 17 de julho de 1902, o engenheiro Willis
Carrier inventou um processo mecânico para condicionar o ar, e projetou o
primeiro sistema de ar condicionado moderno; a foto do engenheiro Willis
Carrier está na figura 2.
15

Figura 2 - Engenheiro Willis Carrier, inventor do ar-condicionado

Fonte: Conheça a história do ar-condicionado

A invenção de Carrier foi uma resposta aos problemas enfrentados pela


produção de uma gráfica chamada Sacket & Wilhelms Lithography and
Publishing no Brooklyn, Nova Iorque.
Essa gráfica tinha seu trabalho prejudicado durante o verão, na estação
em que o papel absorve a umidade do ar e se dilata. As cores impressas em
dias úmidos não se fixavam com as cores impressas em dias mais secos e
nem se alinhavam, o que gerava imagens borradas e obscuras. Na época, o
jovem engenheiro Willis Carrier, com 25 anos, acreditava ter a solução ideal
para reverter esse problema.
Então foi assim que surgiu o projeto e a instalação do primeiro aparelho
de ar condicionado.
Ele teorizou que poderia retirar a umidade da fábrica pelo resfriamento do
ar; projetou uma máquina que fazia circular o ar por dutos artificialmente
resfriados. Este processo que controlava a umidade e a temperatura foi o
primeiro exemplo de condicionamento de ar contínuo por processo mecânico,
ou seja, a primeira aplicação prática do ar condicionado atual, lançando
assim uma indústria que, fundamentalmente, melhoraria a nossa forma de
16

viver, trabalhar e se divertir; a foto do primeiro projeto de ar condicionado


está na figura 3.

Figura 3 - Primeiro projeto de ar-condicionado

Fonte: Conheça a história do ar-condicionado

Em 1911, A Fórmula Psicrométrica Racional de Willis trouxe a ciência que


faltava nos projetos de sistemas de ar condicionado, e esse processo fez de
Carrier um nome internacional. O modelo foi atualizado e reimpresso
regularmente, servindo como uma ferramenta essencial para gerações de
engenheiros. A capa desse documento está ilustrada na figura 4.

Figura 4 - A Fórmula Psicrométrica Racional de Willis Carrier

Fonte: Carrier do Brasil - Biografia Willis Carrier


17

Em 1913, Willis Carrier desenvolveu o umidificador de ar Carrier projetado


para umidificar o ar em um cômodo, tais como um escritório ou um
laboratório. Esse modelo foi o primeiro que continha um ventilador, motor,
eliminador e sprays, todos combinados em um único produto.
A partir do ano de 1920 que o ar condicionado começou a se popularizar
nos Estados Unidos, em 1926 Carrier apresentou a primeira casa com ar-
condicionado; em 1928 se vendeu o primeiro aparelho de ar-condicionado,
este foi projetado para uma companhia chamada Merchants Refrigeranting
Company, o equipamento foi utilizado para climatizar um ambiente que
armazenava ovos, situada em Newark, Nova Jersey.
Em 1949, se realizou um projeto de climatização para todos os
pavimentos de quatro edifícios comerciais.
Em 7 de outubro de 1950, pouco antes de completar 74 anos de idade,
Willis Carrier morreu durante uma viagem para Nova Iorque. Esse foi o fim de
uma vida rica e marcante, o encerramento de uma era tanto para uma
indústria como para uma empresa, mas apenas o começo de um legado
duradouro.
18

2 SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO

Quando uma substância em um estado inicial (contida em um sistema)


passa por mudanças de estados ou processos e retorna ao seu estado inicial,
o sistema executa um ciclo termodinâmico.
Esse ciclo também é conhecido como um ciclo mecânico. Um motor de
combustão interna de quatro tempos, por exemplo, são executadas duas
rotações em um ciclo. Entretanto o fluido de trabalho não fez um ciclo
termodinâmico dentro do motor, pois o ar e o combustível são queimados e
transformados nos produtos de combustão, que são descarregados para a
atmosfera. Já no ciclo da climatização se vale do processo de mudança do
estado físico do fluido refrigerante (líquido e gasoso). Os fluidos refrigerantes
são caracterizados por se liquefazerem (condensarem) a altas pressões e por
evaporarem a baixas pressões. A geração do frio nos sistemas se dá
justamente pela mudança de estado desse fluido refrigerante de líquido para
gasoso, onde a substância passa por mudanças de estados e processos e
retornando ao seu estado inicial, sendo assim executando um ciclo
termodinâmico.

2.1 O PROCESSO DA CLIMATIZAÇÃO

O processo da climatização começa pelo compressor, que comprime o


fluido refrigerante vindo do evaporador na fase gasosa. Com isso, o fluido
refrigerante tem sua pressão e temperatura aumentadas. Ao entrar no
condensador, ele transfere parte do calor para o meio ambiente, e faz com
que a sua temperatura diminua e ocorra o processo de mudança de fase de
gasoso para líquido, que é a condensação. Na sequência, o fluido
refrigerante passa pelo dispositivo de expansão, que restringe a sua
19

passagem para o evaporador, e faz com que a sua pressão diminua. Ao


longo do evaporador, o fluido refrigerante absorve o calor do ambiente, até
retornar ao compressor, reiniciando-se o ciclo.
Essa é a definição do ciclo da climatização, tanto para os grandes
sistemas de ar condicionado, como para os residenciais. O que difere os
sistemas pequenos dos de grande porte é o número de unidades
evaporadoras, condensadoras e compressores envolvidos no sistema.
Esse processo é ilustrado através da figura 5:

Figura 5 - Ciclo da Climatização

Fonte: Introdução à Tecnologia da Refrigeração e Climatização

2.2 DETALHES DOS COMPONENTES

Compressor: sua principal função é succionar o fluido refrigerante a baixa


pressão da linha de sucção e comprimi-lo em direção ao condensador a alta
pressão e alta temperatura na fase gasosa (vapor super aquecido); de acordo
com a figura 6.
20

Figura 6 - Compressor

Fonte: Polipartes

Vapor superaquecido é quando o vapor está a uma temperatura maior do


que a temperatura de saturação, que é a temperatura na qual se dá a
vaporização de uma substância pura a uma dada pressão.
Condensador: através do condensador e suas aletas, o fluido refrigerante
proveniente do compressor a alta temperatura, efetua a troca térmica com o
ambiente externo, liberando o calor absorvido no processo de compressão.
Nesta fase, ocorre uma transformação de vapor superaquecido para líquido
sub resfriado a alta pressão; de acordo com a figura 7.
Figura 7 - Condensador

Fonte: Carrier do Brasil


21

Líquido sub resfriado é quando a temperatura do líquido é menor do que a


temperatura de saturação para a pressão existente. Se a pressão for maior
do que a pressão de saturação para a temperatura dada, o líquido é
chamado de líquido comprimido.
Dispositivo de Expansão: Tem o diâmetro reduzido em relação ao
sistema, sua função é receber o fluido refrigerante do condensador e
promover a perda de carga do fluido refrigerante separando os lados de alta
e de baixa pressão; conforme a figura 8.

Figura 8 - Válvula de Expansão

Fonte: Controle Térmico de Ambientes

Evaporador: recebe o fluido refrigerante proveniente do dispositivo de


expansão, no estado líquido a baixa pressão e baixa temperatura. Nesta
condição, o fluido evapora absorvendo o calor da superfície da tubulação do
evaporador, ocorrendo a transformação de líquido sub resfriado para vapor
saturado a baixa pressão. Este efeito acarreta a redução da temperatura do
ambiente interno; conforme a figura 9.
22

Figura 9 - Evaporador

Fonte: Carrier do Brasil

2.3 INOVAÇÕES DOS SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO

Na atualidade, em um projeto condicionamento de ar, a preocupação do


projetista não é mais somente com o controle de temperatura e umidade
relativa, os projetos atuais visam também a eficiência energética e a
preocupação com a camada de ozônio.

2.3.1 TECNOLOGIA INVERTER

Inverter é uma tecnologia utilizada no compressor do ar condicionado,


consiste em controlar a sua velocidade de rotação, o compressor comum ao
contrario do compressor Inverter ao dar o arranque leva um choque elétrico,
trabalhando na sua capacidade máxima desde sua partida para resfriar o ar
até que chegue à temperatura desejada, logo após essa temperatura ser
alcançada ele desliga ocasionando picos elétricos; já o compressor Inverter
não desliga ao atingir a temperatura desejada, assim assumindo
comportamento similar a um modo Stand-by onde existe dispositivo interno
que controla a frequência do motor diminuindo ou aumentando a sua rotação
23

de acordo com a temperatura do ambiente. Assim a temperatura do ambiente


se mantém estável e evita picos e consumo excessivo que proporciona
sustentabilidade, economia, pouco ruído e proteção elétrica.
O compressor inverter tem um consumo de energia em até 40% menor
que o comum e sendo benéfico para o meio ambiente utilizando o gás
refrigerante ecológico o R-410A (HFC's – HidroFluorCarbonos), que é livre de
moléculas de cloro que são nocivos a camada de ozônio, ele também resfria
ou aquece o ambiente mais rapidamente do que o compressor convencional,
possui um funcionamento silencioso, pois uma vez estabilizada a
temperatura, o compressor inverter trabalha em baixa rotação. A economia
de energia é gerada devido ao compressor trabalhar em consonância com a
temperatura, o compressor inverter parte uma única vez quando ligado; Isso
está esquematizado na figura 10.

Figura 10 - Evolução do compressor em relação à temperatura do ambiente

Fonte: Fujitsu Tecnologia Inverter


24

2.3.2 A MUDANÇA DO GÁS REFRIGERANTE

O freon quando foi descoberto era tido como o gás ideal, pois não fazia
mal ao ser humano. Porém, em 1974 dois químicos norte-americanos
Sherwood Roland e Mario Molina descobriram que mesmo sendo inofensivo
para os seres humanos o CFC são muitos prejudiciais para o meio ambiente.
Desde que a teoria de destruição da camada de ozônio foi publicada pela
primeira vez, pesquisas científicas têm mostrado uma preocupação geral com
o aumento da concentração de cloro na estratosfera, que destruindo o
ozônio, tem como resultado danos à saúde e ao meio ambiente, como por
exemplo: aumento dos casos de câncer de pele; danos aos olhos (aumento
dos casos de cataratas); enfraquecimento do sistema imunológico; danos às
plantações; danos aos organismos aquáticos (algas marinhas); aumento da
temperatura ambiente.
O ozônio é artificialmente destruído pela presença de substâncias
químicas halogenadas contendo átomos de cloro (Cl), flúor (F) ou bromo (Br),
emitidas pela atividade humana. Por não serem reativos e por não serem
rapidamente removidos pela chuva nem pela neve, os gases contendo esses
átomos permanecem na baixa atmosfera por vários anos e, ao subirem até a
estratosfera, sofrem a ação da radiação ultravioleta, liberando radicais livres
que destroem de forma catalítica as moléculas de ozônio.
Um único radical livre de cloro é capaz de destruir 100 mil moléculas de
ozônio, o que provoca a diminuição da Camada de Ozônio e prejudica a
filtração dos raios UV.
Hidrocarbonetos Halogenados: São hidrocarbonetos que contêm, na sua
composição, um ou mais dos seguintes halogênios: Cl, F, Br. O hidrogênio
pode ou não aparecer. As designações numéricas destes hidrocarbonetos
são:
25

o o
1 . algarismo, n . de átomos de C-1 (se for nulo, omite-se)
o o
2 . algarismo, n . de átomos de H+1
o o
3 . algarismo, n . de átomos de F

Como por exemplo:

CCl3F - Tricloromonofluormetano, R-11 (CFC-11)

CHClF2 - Monoclorodifluormetano, R-22 (HCFC-22)

CHF2CHF2 - Tetrafluoretano, R-134 (HFC-134)

CF3CH2F - Tetrafluoretano, R-134a (HFC-134a)


o
CBrF3 - Bromotrifluormetano, R-13B1 (B1 indica o n . de átomos de Br)

Os isômeros são distinguidos por um critério de simetria, baseado nas


massas atômicas dos átomos ligados a cada átomo de carbono.
No ano de 1985, foi criado um acordo internacional para a proteção da
Camada de Ozônio, Esse acordo ficou conhecido como Protocolo de
Montreal. Nesse acordo os países se comprometeram a estudar, trocar
informações, desenvolver tecnologias para proteger a camada de ozônio.
A partir daí, tinha a necessidade de se produzir os gases ecológicos.
Esses gases, não emitem CFCs (CloroFluorCarbonos), substâncias à base
de cloro que são muito prejudiciais ao meio ambiente. Os tipos de gases
ecológicos mais usados para substituir o freon foram: R-410A e R-407C.

2.4 FLUÍDOS REFRIGERANTES

Fluido refrigerante é o fluido que absorve calor do ambiente a ser


climatizado.
Não há um fluido refrigerante que reúna todas as propriedades desejáveis,
de modo que, um refrigerante considerado bom para ser aplicado em
26

determinado tipo de instalação frigorífica nem sempre é recomendado para


ser utilizado em outra. O bom refrigerante é aquele que reúne o maior
número possível de boas qualidades, relativamente a um determinado fim.
Os primeiros gases que foram usados no princípio da refrigeração eram:
Cloreto de Metil, Dióxido de Enxofre e Amônia. Com esses gases o processo
de refrigeração foi considerado um processo muito perigoso, explosivo e
tóxico.
Além do mais, esses processos precisavam de pressões muito altas para
alcançar a capacidade criogênica suficiente para fabricar de forma econômica
o gelo. Os equipamentos industriais do sistema de refrigeração da época,
dada a insuficiência tecnológica, eram tidos perigosos, com risco de
explosão.
Por volta de 1932, foi descoberto pelo cientista Tomas Midgely o
Refrigerante 12, popularmente conhecido como “Freon 12”. O Freon 12 é um
CFC (cloroflúorcarbono), que tem como característica na expansão ou
vaporização de ser endotérmico. As vantagens que esse gás tinha na época
em que surgiu em relação aos demais, era que o Freon não era tóxico, nem
inflamável e não corroía metais. Além do mais, a pressão necessária para
que suas propriedades criogênicas ocorram com transferência de calor era
bem menor que as usadas pelos gases refrigerantes conhecidos até então.
As principais propriedades de um bom refrigerante são: condensar-se a
pressões moderadas; evaporar-se a pressões acima da atmosférica; ter
pequeno volume específico (menor trabalho do compressor); ter elevado
calor latente de vaporização; ser quimicamente estável (não se altera apesar
de suas repetidas mudanças de estado no circuito de refrigeração e
climatização); não ser corrosivo; não ser inflamável; não ser tóxico; ser
inodoro; deve permitir fácil localização de vazamentos; ter miscibilidade com
óleo lubrificante e não deve atacá-lo ou ter qualquer efeito indesejável sobre
os outros materiais da unidade; em caso de vazamentos, não deve atacar ou
deteriorar os alimentos, não deve contribuir para o aquecimento global e não
27

deve atacar a camada de ozônio.

2.4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS FLUÍDOS REFRIGERANTES

Os refrigerantes são divididos em três classes, conforme sua maneira de


absorção ou extração do calor das substâncias a serem refrigeradas. São
elas:
Classe 1 – essa classe inclui os refrigerantes que resfriam materiais por
absorção do calor latente. São exemplos dessa classe os CFC’s, HCFC’s e
os HFC’s;
Classe 2 – os refrigerantes dessa classe são os que resfriam substâncias
pela absorção de seus calores sensíveis. São elas: ar, salmoura de cloreto
de cálcio, salmoura de cloreto de sódio (sal comum) e álcool;
Classe 3 – esse grupo consiste de soluções que contêm vapores
absorvidos de agentes liquidificáveis ou meios refrigerantes. Essas soluções
funcionam pela natureza de sua habilidade em conduzir os vapores
liquidificáveis que produzem um efeito de resfriamento pela absorção do calor
latente. Um exemplo desse grupo é a água amônia ou amoníaco, que é uma
solução composta de água destilada e amônia pura. A amônia é também
usada em grandes máquinas com finalidades industriais. É um gás incolor,
com odor forte e característico. Sua temperatura de ebulição à pressão
atmosférica é aproximadamente -33°C. Esse gás é inflamável quando
misturado com ar em certas proporções (um volume de amônia para dois
volumes de ar). Devido ao seu alto calor latente, são possíveis grandes
efeitos de refrigeração com maquinaria relativamente reduzida. Esse gás é
muito tóxico e necessita de embalagens de aço para seu armazenamento.
Os refrigerantes da Classe 1 são empregados no tipo de compressão
padrão dos sistemas de refrigeração. Os refrigerantes da classe 2 são
28

empregados como agentes resfriadores imediatos entre a Classe 1 e a


substância a ser refrigerada, e fazem o mesmo trabalho que a Classe 3.
Esses últimos são empregados no tipo de absorção padrão dos sistemas de
refrigeração.

2.4.2 PRINCIPAIS TIPOS E CARACTERISTICAS DE FLUÍDOS


REFRIGERANTES

Os Principais tipos e características de fluidos refrigerantes são:


1. CFC - São moléculas formadas pelos elementos cloro, flúor e carbono.
(Exemplos: R-11, R-12, R-502, etc.).
Utilização: ar condicionado automotivo, refrigeração comercial,
refrigeração doméstica (refrigeradores e freezers) etc.
Os CFC’s destroem a camada de ozônio. A camada de ozônio sendo
danificada permite que raios ultravioleta (UV) alcancem a superfície da Terra.
As indústrias químicas nacionais cessaram a produção de CFC’s e a
importação destas substâncias virgens está controlada. Para converter ou
substituir um equipamento operado com CFC foram criados dois tipos de
refrigerantes alternativos: HCFC’s e HFC’s.
2. HCFC - Alguns átomos de cloro são substituídos por hidrogênio
(Exemplos: R-22, R-141b, etc.).
Utilização: ar condicionado de janela, split, self, câmaras frigoríficas, etc.
3. HFC - Todos os átomos de cloro são substituídos por hidrogênio (Ex: R-
134a, R-404A, R-407C, etc.).
Utilização: ar condicionado automotivo, refrigeração comercial,
refrigeração doméstica (refrigeradores e freezers), etc.
O R-134a (Tetrafluoretano) tem propriedades físicas e termodinâmicas
similares ao R-12. Pertence ao grupo dos HFC’s Fluorcarbonos parcialmente
halogenados, com potencial de destruição do ozônio igual a zero, devido ao
29

menor tempo de vida na atmosfera, apresenta uma redução no potencial de


efeito estufa de 90% comparado ao R-12. Além disso, é não inflamável, não
tóxico, possui alta estabilidade térmica e química, tem compatibilidade com
os materiais utilizados e tem propriedades físicas e termodinâmicas
adequadas.
O R-134a é compatível com todos os metais e ligas normalmente
utilizadas nos equipamentos de refrigeração e climatização.
Testes de armazenamento com refrigerante úmido apresentaram boa
estabilidade a hidrólise e nenhum ataque corrosivo em metais como aço
inoxidável, cobre, latão e alumínio.
O R-134a é isento de cloro e, por isso, apresenta boa compatibilidade com
elastômeros.
Na climatização a palavra Retrofit (abreviatura da expressão inglesa
“retroactive refit” que significa “readaptação posterior”) vem sendo
empregada para designar as adaptações que são realizadas em
equipamentos que trabalham com CFC’s para que esses possam trabalhar
com os fluidos alternativos, tornando-os eficientes, modernos e econômicos.
A linha de fluidos alternativos, também chamada de “blends” é uma boa
alternativa para a conversão de equipamentos que estão em operação no
campo, pois exigem mínimas alterações no sistema original e na maioria dos
casos não é necessária a substituição do compressor.

2.5 TRANSFERÊNCIA DE CALOR

A transferência de calor ocorre quando dois ou mais corpos que estão em


temperaturas diferentes são colocados em contato, ou em um mesmo local,
fazendo com que a energia térmica de um corpo seja transferida para outro.
Esta transferência de calor pode acontecer de três maneiras diferentes,
30

por condução, convecção ou irradiação.


Irradiação: ocorre através de ondas eletromagnéticas, especialmente as
radiações infravermelhas. Não é preciso haver contato direto entre os corpos
ou substâncias. O melhor exemplo é o do aquecimento da Terra pelo Sol.
Convecção: é a forma de transmissão de calor que ocorre principalmente
nos fluidos (líquidos e gases), consequência da circulação do fluido, gerada
naturalmente por diferença de densidade, resultante de um diferencial de
temperatura em partes do fluido ou forçada, por meio de um ventilador. Esse
importante processo é responsável pelas trocas que ocorrem no evaporador
e condensador.
Condução: ocorre entre dois corpos a diferentes temperaturas, ou em um
mesmo corpo, sempre do ponto mais quente para o mais frio. Está
relacionada à condutividade térmica de cada material; vale lembrar que o que
define um isolante térmico é a sua baixa condutividade térmica, que é
fundamental para um sistema de climatização eficiente. Temos como
exemplo o poliuretano.
Somente no corpo humano, ocorre o quarto tipo de troca de calor,
chamado de evaporação.
Evaporação: Acontece quando a temperatura corporal for maior que a do
ambiente, normalmente durante alguma atividade física.
Na figura 11 tem uma breve explicação sobre as trocas de calor.
31

Figura 11 - Representação esquemática do corpo humano e as trocas térmicas

Fonte: BryAir

2.6 COEFICIENTE DE PERFORMANCE (COP) E ÍNDICE DE EFICIÊNCIA


DE ENERGIA (EER)

O ciclo da refrigeração e climatização são analisados, em termos de sua


eficiência energética, através do coeficiente de performance (COP) e pelo
índice de eficiência de energia (EER), ambos são uma grandeza
adimensional. O COP é comumente utilizado para se avaliar a relação entre a
capacidade de refrigeração obtida e o trabalho gasto para tanto, Quanto
maior o COP, melhor o rendimento do equipamento.
O COP pode ser definido como:

(1)
32

Onde COP é o coeficiente de performance (adimensional); Qe é a potência


de refrigeração (kW) e Wc é a potência de compressão (kW) esses dados são
retirados através dos pontos inseridos no diagrama pressão e entalpia
ilustrado na figura 12.

Figura 12 - Ilustração de um ciclo de compressão mecânica

Fonte: CEFET SC - Coeficiente de Performance (COP)

Para o projeto, foi realizado o cálculo do COP da seguinte forma:


Qe = 134,5 kW;
Wc = 33,64 kW;
OBS: Dados fornecidos pelo fabricante do equipamento;

O termo EER é a sigla de Energy Efficiency Ratio. É a relação entre a


capacidade de refrigeração de um ar-condicionado e o consumo de energia
elétrica. Quanto mais alto for o EER, mais eficiente é o aparelho de ar
33

condicionado.
O EER pode ser definido como:

(2)

Onde EER é o índice de eficiência de energia (adimensional); QBTU é a


potência de refrigeração (kBTU) e Wc é a potência de compressão (kW)
esses dados normalmente são fornecidos pelos fabricantes de ar
condicionados.
Para o projeto, foi realizado o cálculo do EER da seguinte forma:
QBTU = 458,80 kBTU;
Wc = 33,64 kW;
OBS: Dados fornecidos pelo fabricante do equipamento;

Para análise dos dados obtidos no cálculo do COP e do EER, utiliza-se a


tabela 1.
Tabela 1 – EER e COP

Fonte: Fujitsu Tecnologia Inverter


34

Analisando a Tabela 1, pode-se verificar que o projeto elaborado tem um


COP A+ e um EER A+++; provando assim que se trata de um sistema
altamente eficiente.
35

3 CONDIÇÕES DE PROJETO

Muitos elementos entram em jogo ao projetar um sistema VRF (Volume de


Refrigerante Variável). Um deles é o desenho do espaço, como esse espaço
será utilizado; temos também o questionamento sobre quais tipos de
unidades internas e externas vão ser utilizadas.
O sistema VRF tem um baixo consumo de energia, isso porque o
compressor só fornece a capacidade necessária para satisfazer a procura, o
sistema utiliza apenas a energia necessária. Quando a demanda é baixa, o
consumo de energia também é menor. Quando se tem mais unidades
internas que exigem refrigeração, a velocidade do compressor aumenta para
atender a demanda.
Há diversas normas para climatização e refrigeração; cada uma delas é
apropriada a um contexto específico. Na Tabela 2 estão as condições
recomendadas para diferentes estados; TBS (Temperatura de Bulbo Seco) e
TBU (Temperatura de Bulbo Úmido);
As condições de temperaturas foram estabelecidas através da Norma
NBR 6401; considerou-se o mês de Fevereiro como o mais quente, com a
temperatura externa de 38°C; o ambiente a ser climatizado terá uma
temperatura interna de 25°C com umidade relativa de 50%.
36

Tabela 2 - Condições externas para verão (°C)

Cidades TBS TBU

Macapá (AP) 34 28,5


Manaus (AM) 35 29,0

João Pessoa (PB) 32 26

São Luís (MA) 33 28

Fortaleza (CE) 32 26

Natal (RN) 32 27

Recife (PE) 32 26

Maceió (AL) 33 27

Salvador (BA) 32 26

Aracajú (SE) 32 26

Vitória (ES) 33 28

Belo Horizonte (MG) 32 24

Rio de Janeiro (RJ) 38 26,5

São Paulo (SP) 31 24

Brasília (DF) 32 23,5

Goiânia (GO) 33 26

Cuiabá (MT) 36 27

Campo Grande (MS) 34 25

Curitiba (PR) 30 23,5

Florianópolis (SC) 32 26

Porto Alegre (RS) 34 26

Fonte: ABNT NBR 6401

Na Tabela 3 estão listadas as condições externas para o verão a serem


consideradas no projeto, conforme previsto na NBR 6401.
37

Tabela 3 - Condições internas de conforto para verão

TBS UR TBS UR
Finalidade Local Recomendável Recomendável Máxima Máxima
(°C) (%) (°C) (%)
Residências,
hotéis,
Conforto escritórios, 23 a 25 40 a 60 26,5 65
escolas e
bancos
Barbearias,
Lojas de
cabeleireiros,
curto
lojas e 24 a 26 40 a 60 27 65
tempo de
magazines e
ocupação
supermercados
Teatros,
Ambientes
auditórios,
com
templos,
grandes
cinemas,
cargas de
bares, 24 a 26 40 a 65 27 65
calor
lanchonetes,
latente
restaurantes,
e/ou
bibliotecas e
sensível
estúdios de TV

Fonte: ABNT NBR 6401

É necessário realizar a estimativa da carga térmica do ambiente para


realizar a seleção do equipamento de climatização.

3.1 CARGA TÉRMICA

Carga térmica é a quantidade total de calor sensível e latente que é


retirada do ambiente a ser climatizado, para que se mantenham as
considerações desejadas de temperatura e umidade relativa. Os ganhos de
calor são provenientes de fontes externas ao espaço condicionado e dele
próprio.
38

Como ganhos externos, se cita os decorrentes da radiação solar direta e


difusa através das janelas; radiação solar através das superfícies opacas
(paredes); calor transmitido através do vidro das janelas e das paredes
devido à transferência de temperatura entre o ar externo e o ar interno;
infiltração de ar quente do exterior. Esta infiltração engloba a infiltração ou ar
de renovação.
Como ganhos internos, cita-se os decorrentes da iluminação elétrica;
ocupação (calor liberado pelas pessoas que ocupam o ambiente) e
dissipação de potência em máquinas e equipamentos (computadores,
motores elétricos ou cafeteiras entre outros).
Algumas fontes de calor contribuem com carga sensível e latente
simultaneamente. As pessoas que ocupam o recinto contribuem com carga
sensível devido a maior temperatura da pele em relação ao ar do espaço
condicionado, e com carga latente devido à transpiração e à respiração.

3.1.1 TRANSMISSÃO

No caso de paredes internas, vidros internos, bem como teto e piso entre
andares, o cálculo de carga térmica por transmissão pode ser calculado por:

(3)

Onde Qsi é o ganho de calor de um recinto devido à transmissão entre


ambientes internos (W); A é a área de troca de calor (área de parede ou vidro
interno), em m²; U é o coeficiente global de transmissão de calor de
superfícies [W/(m².°C)]; Tnc é a temperatura do ambiente vizinho não
condicionado (°C); Considera-se que uma sala não condicionada esta 3°C
abaixo das condições externas de projeto e, Ts é a temperatura de bulbo
seco do ambiente que se quer condicionar (°C).
39

Para pisos que se encontram diretamente sobre o solo não existe perda
ou ganho de calor. Da mesma maneira, quando os ambientes vizinhos
encontram-se condicionados, a carga térmica através das paredes divisórias
com esses ambientes é desprezada. Na tabela 4 se observa alguns
coeficientes globais de transferência de calor.

Tabela 4 - Coeficientes globais de transferência de calor aproximados

Coeficiente global de
Material transferência
de calor U [W/(m².°C)]

Parede de tijolo de 6 furos com reboco nas duas faces 2,50

Cobertura de telha de barro com laje de concreto de 10cm


1,95
e espaço de ar não ventilado
Parede de tijolos de 6 furos com duas camadas de reboco
0,23
e isolamento de 15cm de isopor

Fonte: ABNT NBR 6401

Para o projeto, foi realizado o cálculo da seguinte forma:


Transmissão pelas paredes internas:
A = 111,85 m² + 189,85 m² + 119,75 m² (Anexo 2)
A = 421,45 m²
Para o coeficiente global, foi utilizado o valor da Tabela 3, no projeto
existem paredes de tijolo de 6 furos com reboco nas duas faces, logo:
U = 2,50 W/(m².°C).
As condições de temperaturas foram estabelecidas através da Norma
NBR 6401, 35°C para temperatura do ambiente vizinho e 25°C e UR 50% no
interior do recinto a ser climatizado para um conforto térmico satisfatório.
40

Transmissão pelas janelas internas:


A = 3,00 m² + 3,23 m² + 3,23 m² (Anexo 2)
A = 9,46 m²
Para o coeficiente global, foi utilizado o valor da Tabela 4:

Tabela 5 - Valores de coeficiente global de transferência de calor (U)

Coeficiente U Coeficiente U
Tipos de janela de vidro
[(kcal/h)/m².°C] [W/(m².°C)]
Janela de vidro comum
5,18 6,00
(simples)

Janela de vidro duplo 3,13 3,63

Janela de vidro triplo 1,66 1,93

Fonte: ABNT NBR 6401

Como as janelas utilizadas no projeto são de vidros simples, equivale ao


seguinte coeficiente: U = 6,00 W/(m².°C)
As condições de temperaturas foram as mesmas já estabelecidas, então:

Resultado da transmissão total: 11103,85 W ou 37 887,91 BTU/h.

3.1.2 INSOLAÇÃO ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES TRANSPARENTES

Uma das maiores parcelas externas de carga térmica vem do sol, que
penetra no ambiente através das superfícies transparentes e das superfícies
opacas.
No caso de superfícies transparentes, o calor é quase instantaneamente
41

absorvido pelo ambiente. A quantidade de radiação solar que incide sobre


uma superfície depende da natureza da superfície; da orientação geográfica;
da vizinhança (prédios, áreas com muitos vidros, bosques entre outros); da
cor da superfície; da latitude; da época do ano e da hora do dia. Outro fator
que está envolvido é a orientação geográfica da parede. Na figura 13,
observa-se o efeito do calor solar em função da orientação da abertura.

Figura 13 - Ilustração qualitativa da insolação versus orientação solar da parede

Fonte: Introdução à Tecnologia da Refrigeração e da Climatização

As janelas voltadas para o sul, assim como qualquer outro vidro que fique
a sombra durante todo o dia, recebem energia solar que é refletida da
atmosfera. Naturalmente, esse calor é bem menor quando comparado com a
luz solar direta.
O calor solar também é reduzido utilizando-se tipos especiais de vidro,
vidros duplos permitem redução da carga solar. O ganho térmico devido a
insolação em uma superfície transparente (vidros) é dado pela equação:

(4)

Onde Qst é o ganho de calor de um recinto provocado por superfície


transparente (W); Ast é a área da superfície transparente (m²); FGCImax é o
fator de ganho de calor por insolação máximo (W/m²); Cs é o coeficiente de
42

sombreamento adimensional e FCR é o fator de carga de resfriamento.


A tabela 6 contém os dados de insolação adaptados do ASHARAE
Handbook of Fundamentals. Os valores de FGCImax são dependentes da
latitude, da orientação solar e do mês do ano.

Tabela 6 - Fator de ganho de calor por insolação, FGCImax (W/m²), Latitude: -22°

Mês Horizontal S SO SE OL NO NE N

Janeiro 993 157 635 764 471 165


Fevereiro 955 132 534 762 580 265
Março 863 113 392 720 668 434
Abril 726 92 234 636 712 571
Maio 610 78 126 555 713 637
Junho 558 72 87 515 705 655
Julho 597 75 119 549 708 634
Agosto 710 86 233 633 703 558
Setembro 844 104 392 714 655 416
Outubro 938 122 532 757 570 251
Novembro 984 149 630 761 471 160
Dezembro 997 199 665 756 425 154

Fonte: ASHRAE Handbook of Fundamentals

Os fatores de FCR são consultados em literatura específica para cada tipo


de construção, para simplificação, pode-se considerar o FRC = 1,00; de
acordo com a tabela 7.
43

Tabela 7 - Fator de correção Cs em função do tipo de vidro

Tipo de vidro Fator Cs

Comum de 4mm 1,00


Comum de 6mm 0,94
60% de reflexão 0,80
30% de reflexão 0,62
Duplo 0,90

Fonte: NBR 6401

No projeto só existe janelas voltadas para ambientes internos, não há


janelas nas paredes que sofrem o efeito da insolação, logo:

3.1.3 INSOLAÇÃO ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES OPACAS

A carga térmica devido a transmissão em superfícies opacas (paredes e


telhados expostos ao sol) é calculada para a hora de maior fluxo térmico.
Essa carga é oriunda da absorção de calor pela superfície externa e pala
diferença de temperatura entre o lado interno e externo.
Para o cálculo, é usada a seguinte fórmula:

(5)

Onde Qop é o ganho de calor por uma superfície opaca com insolação
(W); Aop é a área da superfície opaca (parede ou telhado) com insolação
(m²); U é o coeficiente global de transmissão de calor (W/m².°C); FGCImax é o
valor da insolação sobre a superfície (W/m²); Te é a temperatura externa e Ti
44

a temperatura interna no ambiente a ser condicionado (°C).


Para os cálculos de carga térmica através da insolação de superfícies
opacas do projeto obteve-se o seguinte resultado:
Insolação através das paredes:
Aop = 207,90 m² (Anexo 2)
U = 2,50 W/m².°C (Tabela 4)
FGCImax = 580 W/m²(Tabela 6)
Considerou-se o mês de Fevereiro como o mês mais quente do ano e
temperatura externa de 38°C, de acordo com a NBR 16401; para a
temperatura interna arbitrou-se 25°C que é a temperatura de projeto, logo:

[ ]

Insolação através do telhado:


Aop = 521,24 m² (Anexo 1)
U = 1,95 W/m².°C (Tabela 4)
FGCImax = 955 W/m²(Tabela 6)
Utilizando a mesma temperatura interna e externa, temos:

[ ]

Resultado da insolação total: 30 147,26 W ou 102 866,73 BTU/h.


45

3.1.4 INFILTRAÇÃO E AR DE RENOVAÇÃO

Outra fonte de carga térmica é o ar exterior, que supre normalmente a


renovação de ar do ambiente. Uma forma de admissão de ar externo no
ambiente é através da infiltração do mesmo através de portas e janelas.
O Ministério da Saúde estabelece uma taxa de 27 m³/h, por pessoa para
renovação eficaz do ar, para se calcular a carga térmica devido ao ar externo
é preciso que se conheçam as condições de TBS e TBU do ar no final e no
início do processo. Utilizou-se a equação abaixo para obter a quantidade de
calor referente ao ar de renovação.

(6)

Segue abaixo a tabela 8 com os casos de portas abertas para uma


estimativa mais adequada da vazão de ar:

Tabela 8 - Infiltração de ar

Infiltração
Local
(m³/h)
Portas Abertas
Até 90 cm 1350
De 90 cm até 180
2000
cm
Fonte: NBR 6401

(7)

(8)
46

Onde m é o fluxo de massa de ar de renovação, hx é o valor da entalpia


obtida a partir de um triangulo traçado na carta psicrométrica (Anexo 1); Na
Figura 14 Abaixo, podemos ver como se acha o hx na carta psicrométrica.

Figura 14 - Ilustração de como encontrar o (hx) na carta psicrométrica

Fonte: Introdução à Tecnologia da Refrigeração e da Climatização

Para o cálculo do projeto, se considera a vazão de ar retirada da tabela 8,


e foram realizados os seguintes cálculos:
Fluxo de massa de ar de renovação:
Vazão de ar proveniente de uma porta aberta com 180 cm = 2000 m³/h,
logo:

Com os dados de projetos já definidos (25°C e UR 50%) e os dados de


temperatura externa e umidade definidos pela norma NBR 16401 (38°C e UR
53%); Na carta psicrométrica obtém-se a entalpia do ar externo como sendo
95 kJ/kg, e a do ar no ambiente condicionado como sendo 51 kJ/kg, foi
coletado o hx da carta psicrométrica como sendo 64 kJ/kg e realizado o
cálculo:
47

Dessa forma, tem-se que a carga térmica total decorrente do ar externo é


de 27,59 kW ou 94 140,98 BTU/h.

3.1.5 OCUPAÇÃO

As fontes externas de calor variam com as condições atmosféricas. Já as


fontes internas não sofrem variação. Uma das maiores fontes de calor interno
é constituída por pessoas. No projeto que está sendo executado não é
diferente, a carga térmica devido à ocupação é predominante.
As pessoas liberam calor para o ambiente, tanto na forma sensível como
na forma latente. Essa quantidade depende do grau de atividade das
pessoas e pelas condições do recinto. A NBR 6401 apresenta uma estimativa
de calor latente e sensível liberada por cada pessoa.
Para determinação dessa parcela de carga térmica é preciso que se faça
uma estimativa do número de pessoas que ocupam o ambiente em cada
horário do dia. Embora difícil de ser obtida, essa quantidade é fundamental,
de tal modo que, sem ela uma estimativa de carga pode ter pouco valor. Para
realizar o cálculo de carga térmica proveniente da ocupação de pessoas
(Qoc), Pela tabela 9 obtém-se o valor médio (Vm) de calor pessoas, então
multiplica esse valor pelo número de pessoas (N) no recinto conforme mostra
a fórmula abaixo:

(9)
48

Tabela 9 - Calor liberado por pessoa (kcal/h)

Metabolismo
Local
Médio
Teatro, escola
88
primária
Escola
100
secundária
Escritórios,
hotéis,
residências, lojas, 113
universidades,
supermercado
Farmácias,
126
drogarias, bancos
Restaurante 139
Fábrica, Trabalho
202
leve

Fonte: NBR 6401

Para a realização da estimativa de pessoas no recinto, foram feitas as


seguintes considerações:
Sentadas = 7 x 20 x 4 = 560 pessoas;
No altar = 15 pessoas;
Na mesa de som = 5 pessoas;
Em pé = 10 pessoas;
Total = 590 pessoas;
Após essa estimativa, calculou-se o calor proveniente da ocupação:
49

3.1.6 ILUMINAÇÃO

O calor liberado por lâmpadas incandescentes ou fluorescentes não é


afetado pela temperatura do ambiente climatizado. Depende apenas da
potência da lâmpada. As potências totais das lâmpadas incandescentes são
bastante próximas dos valores nominais indicados na lâmpada. Entretanto,
as lâmpadas fluorescentes requerem energia extra para o reator.
Dessa forma, a iluminação local, quer seja feita por lâmpadas
incandescentes ou fluorescentes, produz um ganho de calor sensível no
recinto. Esse ganho é calculado como sendo igual a potência das lâmpadas,
no caso de lâmpadas incandescentes. Já no caso das lâmpadas
fluorescentes, multiplica-se a potência de iluminação pelo fator de 1,25,
porque o reator que está contido nessas lâmpadas libera 25% a mais de
calor. A NBR 6401 estabelece a potência por m² variando com o local, pode-
se verificar alguns locais na tabela 10.

Tabela 10 - Energia dissipada pelas luminárias

Potência
Tipo de
Local dissipada
Iluminação
(W/m²)
Cinemas e
Incandescente 15
teatros
Museus e
Fluorescente 45
bibliotecas
Restaurantes Fluorescente 15
Bancos Fluorescente 35
Auditórios:
a) Tribuna Incandescente 50
b) Plateia Incandescente 30
c) Sala de
Incandescente 20
Espera
Nota: Os valores de dissipação das lâmpadas fluorescentes já incluem os reatores
Fonte: NBR 6401
50

Pela tabela, a potência necessária para local é de 30 W/m² das lâmpadas


incandescentes, dessa forma foram realizados os cálculos para o projeto:
Dimensão do ambiente = 521,24 m²
Potência dissipada de lâmpadas incandescentes = 30 W/m²
Logo:

Em média 52 Lâmpadas incandescentes de 300 W; para o projeto as


lâmpadas utilizadas são de LED, muito mais econômicas se comparadas com
as incandescentes; uma lâmpada LED de 50W substitui as incandescentes
de 300W (Anexo 3), logo:

3.1.7 EQUIPAMENTOS

O calor liberado por equipamentos, máquinas, motores e eletrodomésticos


é, também, até certo ponto, independente da temperatura do recinto. Na
norma existe uma tabela que prevê a dissipação média de calor dos
equipamentos mais comuns.
Uma possível fonte de informação do consumo de energia, para cada
período do dia, é a concessionária de energia elétrica local.
Para o calculo térmico dos equipamentos (Qeq), usamos a tabela 11 para
obter a dissipação do calor por uso contínuo (Vuc) e multiplicamos pelo
número de equipamentos no recinto (Neq), conforme a fórmula:

(10)
51

Tabela 11 - Energia dissipada por equipamentos

Equipamento Uso Modo


Contínuo (W) Econômico (W)
Computador 55 20
Monitores Pequenos (13” – 15”) 55 0

Monitores Médios (16” – 18”) 70 0


Monitores Grandes (19” – 20”) 80 0
Fonte: NBR 16401

Para o Cálculo do projeto:

3.1.8 RESUMO DE CÁLCULO

Uma vez apresentada as parcelas que compõem a carga térmica de uma


instalação de ar condicionado, se calcula a carga térmica total necessária
para se definir a capacidade do equipamento; para tanto, basta somar o valor
de todas as parcelas; para simplificar essa soma, foram distribuídos os dados
calculados na tabela 12.
52

Tabela 12 - Cálculo de carga térmica


Cálculo de Carga Térmica

Projeto: Igreja Evangélica


Local: Belford Roxo - Rio de Janeiro

Carga Térmica
Procedências do Calor Valor
Transmissão 37 887,91 BTU/h
Insolação Superfícies
Transparentes 0,00 BTU/h
Insolação Superfícies Opacas 102 866,73 BTU/h
Infiltração e ar de renovação 94 140,98 BTU/h
Ocupação 206 035,21 BTU/h
Iluminação 2 600,00 BTU/h
Equipamentos 375,34 BTU/h

Resultado da Carga Térmica


(BTU/h) 443 906 BTU/h
Resultado da Carga Térmica (kW) 130 kW
Resultado da Carga Térmica (HP) 48 HP

Fonte: Autoria própria.

Para uma melhor visualização, na figura 15 esses ganhos de calor são


vistos em porcentagem.
Figura 15 - Cálculo de carga térmica

Cálculo de Carga Térmica


Transmissão Insolação Superfícies Transparentes
Insolação Superfícies Opacas Infiltração e ar de renovação
Ocupação Iluminação
Equipamentos
1% 0% 9% 0%

46% 23%

21%

Fonte: Autoria própria.


53

Uma vez que encontrado o valor total da carga térmica, já se seleciona o


equipamento condicionador de ar que melhor atende ao ambiente, lembrando
que o espaço físico também é primordial nessa seleção. Como o local para o
projeto conta com um espaço físico limitado, escolheu-se o sistema do tipo
VRF.
54

4 SISTEMAS DO TIPO VRF

A tecnologia VRF é um conceito atrelado a equipamentos de


condicionamento de ar desenvolvido especialmente para residências amplas
e edifícios comerciais de médio e grande porte; VRF é um sistema multi-split,
em que uma unidade externa é ligada a múltiplas unidades internas, que
operam individualmente por ambiente, através dos chamados sistemas de
expansão direta, nos quais o fluido refrigerante troca calor com o ar do
ambiente – e depois retorna para sua condição inicial no ciclo do sistema de
climatização.
O grande diferencial do sistema VRF, em resumo, está na combinação
entre a tecnologia eletrônica e sistemas de controle multifuncional, além da
interligação de múltiplas unidades internas em um só ciclo de climatização.
A instalação de equipamentos com tecnologia VRF tende a crescer,
sobretudo por sua ecoeficiência de operação e preço acessível, com baixo
nível de ruído e baixo consumo elétrico.
Acredita-se que um dos principais desafios para consolidação desses
equipamentos na região da América Latina, no entanto, resida no treinamento
de mão de obra para sua instalação e manutenção.
VRF nada mais é do que um sistema de ar condicionado de expansão
direta. Nele, o ar do ambiente troca calor diretamente com o fluido
refrigerante, por intermédio da ação de um componente que chamamos de
evaporadora. Os equipamentos VRF, em resumo, são diferentes, práticos e
altamente ecoeficientes, principalmente porque com um único compressor
eles “atendem” um número maior de ambientes, em comparação aos
equipamentos convencionais.
Ao contrário dos chamados sistemas de expansão indireta (água gelada),
o VRF mantém uniformidade na capacidade de refrigeração fornecida a cada
unidade evaporadora. Ao mesmo tempo, pode ser acionado por apenas um
55

usuário sem que outros componentes do sistema tenham de ser ligados ao


mesmo tempo, situação que acontece, invariavelmente, nos sistemas de
expansão indireta. Outra vantagem é o seu preço acessível.
Se, eventualmente, um desses equipamentos contiver fluido refrigerante
de má qualidade, seu desempenho certamente é prejudicado, entre outros
fatores, por alterações na pressão de operação, com a interrupção do
funcionamento do equipamento. Fluido refrigerante de boa qualidade é
garantia de bom desempenho para equipamentos de todos os tipos; O
sistema VRF está ilustrado na figura 16.

Figura 16 - Exemplo de um Sistema VRF

Fonte: Sistemas VRF


56

5 VRF MIDEA MV5-X48W/V2GN1

O sistema VRF MIDEA MV5-X48W/V2GN1, é um modelo de ar


condicionado da empresa Midea Carrier; esse sistema é um dos mais
modernos da linha de VRF dessa empresa, conta com compressores inverter
que aumenta sua eficiência energética, diversos modelos de controladores
entre outras vantagens.
Desenvolvido especialmente para residências amplas, edifícios comerciais
de pequeno e médio porte, o sistema VRF opera com apenas uma unidade
externa que pode ser ligada em até 64 máquinas internas.

5.1 ECONOMIA DE ENERGIA

Utilizando compressor DC, motor DC no ventilador e trocador de calor de


alto desempenho, a série V5X alcançou a classe mais alta da indústria
tratando-se de eficiência energética em aquecimento e resfriamento; ilustrado
na figura 17.
Figura 17 - Compressor DC Inverter

Fonte: Carrier do Brasil


57

5.1.1 MOTOR DO VENTILADOR DC DE ALTA EFICIÊNCIA

Para alcançar o mínimo consumo de energia e o melhor desempenho, o


sistema controla a velocidade do ventilador DC de acordo com a carga e a
pressão de operação; ilustrado na figura 18

Figura 18 - Motor do ventilador.

Fonte: Carrier do Brasil

5.1.2 TROCADOR DE CALOR DE ALTA PERFORMANCE

As aletas da unidade condensadora foram reajustadas para aumentar a


área de troca de calor e diminuir a resistência do ar gerando uma economia
de energia e a otimização da troca de calor.
Aletas hidrofílicas e tubos de cobre internamente tratados otimizam a
eficiência na troca de calor; ilustrado na figura 19.
58

Figura 19 - Detalhe das aletas da unidade condensadora

Fonte: Carrier do Brasil

5.2 DIFERENTES CAPACIDADES

A capacidade das unidades externas varia de 8HP a 88HP, em


incrementos de 2HP. Suporta até 64 unidades internas conectadas com
capacidade de até 130% da capacidade das unidades externas.

5.2.1 AMPLA FAIXA DE OPERAÇÃO

O sistema da serie V5X permite operação estável inclusive em


temperaturas extremas, com uma faixa de operação entre -20°C e 48°C; essa
faixa de operação está representada na figura 20.
59

Figura 20 - Faixa de operação

Fonte: Carrier do Brasil

5.2.2 ALTA PRESSÃO ESTÁTICA EXTERNA

Hélice de alta pressão estática e estrutura otimizada do ventilador tornam


possível a adaptação a vários ambientes de instalação.
A série V5 X oferece pressão estática externa padrão de 0 Pa e retirando
a grade metálica acima do ventilador, o usuário tem disponível uma pressão
de 20Pa. Esta alteração pode ser feita em campo pelo usuário. Para
aplicações que exigem alta pressão estática é oferecido um modelo especial
que atinge até 40 Pa.

5.3 ALTA CONFIABILIDADE

Quando operando em conjunto, qualquer uma das unidades do conjunto


pode operar como principal, igualando assim a vida útil das unidades.
60

Figura 21 - Prioridade dos módulos da condensadora

Fonte: Carrier do Brasil

5.3.1 FUNÇÃO BACK-UP

Em um sistema com mais de uma unidade externa, quando a unidade


principal falha, qualquer outra unidade pode ser definida como principal,
evitando assim a parada de todas as outras unidades. Isto pode ser
configurado na placa principal através do DIP switch.

5.3.2 CONTROLE PRECISO DE REFRIGERANTE

O sistema de controle de fluido refrigerante em cinco estágios garante que


as unidades externas e compressores operem sempre com um nível seguro
de refrigerante, resolvendo completamente o problema de falta de
refrigerante no compressor.
1° Estágio: Separação do refrigerante no compressor;
2° Estágio: Separador de óleo de alta eficiência;
3° Estágio: Equilíbrio de refrigerante entra os compressores e a unidade
externa;
61

4° Estágio: Linha de balanceamento de óleo;


5° Estágio: Balanceamento de refrigerante controlado por procedimento
inteligente.

Figura 22 - Controle de fluido refrigerante

Fonte: Carrier do Brasil

5.4 CONFORTO APRIMORADO

Essa unidade de condensação utiliza um programa que analisa e define o


momento do descongelamento de acordo com a necessidade do sistema,
reduzindo a perda de calor devido a ciclos desnecessários de
descongelamento e aumentando o conforto no interior do ambiente.
Cada ciclo de descongelamento dura apenas 4 minutos devido a utilização
de uma válvula especialmente projetada para esta função.
62

Figura 23 - Descongelamento inteligente

Fonte: Carrier do Brasil

5.4.1 MENOR FLUTUAÇÃO DE TEMPERATURA

Utilizando os benefícios do compressor DC Inverter, o V5X oferece uma


solução imediata e confortável para o ambiente interno.
O sistema pode alcançar rapidamente a carga total, diminuindo assim o
tempo para atingir a temperatura desejada tanto no aquecimento quanto no
resfriamento.
Figura 24 - Variação na Temperatura do ambiente

Fonte: Carrier do Brasil


63

5.5 FLEXIBILIDADE NA INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO

O controle central (CCM) pode conectar-se ao sistema a partir de qualquer


terminal XYE, interna ou externamente.
Com apenas um conjunto de cabos é possível realizar a transferência de
dados da rede e também do sistema. Este sistema simples de cabos permite
maior conveniência durante a instalação do sistema.

Figura 25 - Exemplo de controlador

Fonte: Carrier do Brasil

A caixa elétrica do V5X pode girar até 150°, tornando mais simples a
manutenção das tubulações e reduzindo o tempo de remoção da caixa
elétrica; Esse modelo também conta com uma janela que permite rápida
inspeção do sistema e os compressores estão localizados ao lado da caixa
elétrica, facilitando o acesso para checagem e substituição de peças.
64

6 CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho de conclusão de curso foi a explanação dos


elementos necessários para a realização de um projeto de engenharia
mecânica na área de climatização. Foram abordados os passos necessários
exigidos durante o processo de desenvolvimento de um projeto segundo as
normas brasileiras, desde o levantamento da carga térmica, respeitando a
orientação do ambiente e os demais fatores que influenciam no cálculo, até a
escolha dos equipamentos de condicionamento de ar.
As etapas se mostraram trabalhosas e complexas em uma primeira
abordagem. Para a aplicação dos conceitos físicos em seus mínimos
detalhes, demanda-se muito tempo em busca de referências, especificações
de materiais, cálculos, entre outras tarefas. O contato com profissionais da
área possibilitou a simplificação de conceitos e a orientação do tempo e de
ferramentas, visando soluções práticas e aceitáveis, porém que ainda
respeitam às normas e atendem às necessidades.
Após todos os cálculos realizados, a máquina selecionada foi um VRF da
Midea de 48HP, essa seleção foi simplificada por conta do espaço físico
limitado no local; o sistema de condicionamento de ar é só uma parte do
conjunto de construção, estando sujeito a alterações até a conclusão da obra.
Conclui-se que o objetivo foi alcançado de forma satisfatória e o projeto
está dimensionado, dentro das normas brasileiras, para atender de forma
satisfatória o maior número de pessoas dentro do recinto.
65

REFERÊNCIAS

CREDER, H. Instalações de Ar Condicionado. 2ª. ed. Rio de Janeiro: LTC,


1985. 298p.

SILVA, J. G. Introdução à Tecnologia da Refrigeração e da Climatização.


1ª. ed. São Paulo: Artliber, 2003. 224p.

SILVA, J. G. Introdução à Tecnologia da Refrigeração e da Climatização.


2ª. ed. São Paulo: Artliber, 2010. 263p.

ABNT NBR 16401 – Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e


Unitários Parte 1: Projeto das Instalações

ABNT NBR 16401 – Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e


Unitários Parte 2: Parâmetros de conforto térmico

ABNT NBR 16401 – Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e


Unitários Parte 3: Qualidade do ar interior

ABNT NBR 6401 – Instalações centrais de ar-condicionado para conforto -


Parâmetros básicos de projeto

ABNT NBR 14724 – Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos –


Apresentação

ASHRAE Handbook of Fundamentals

Ar condicionado Inverter. Disponível em:


<http://www.arcondicionado.com.br/o-que-e-o-ar-condicionado-inverter>
Acesso em: 1 mai. 2016

Bitzer. Disponível em: <https://www.bitzer.de/pt/pt/produtos/> Acesso em: 20


nov. 2015

BryAir. Disponível em: <www.bryair.com.br> Acesso em: 20 nov. 2015

Carrier do Brasil. Disponível em: <http://www.carrierdobrasil.com.br/>


Acesso em: 20 nov. 2015

Carrier do Brasil - Biografia Willis Carrier. Disponível em:


<http://www.carrierdobrasil.com.br/willis-carrier> Acesso em: 15 nov. 2015

CEFET SC - Coeficiente de Performance (COP). Disponível em:


<http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/7/74/Cop1.swf> Acesso em: 20 nov.
66

2015

Clube da Refrigeração. Disponível em:


<http://www.clubedarefrigeracao.com.br/> Acesso em: 20 nov. 2015

Conheça a história do ar-condicionado. Disponível em:


<http://blog.newtemp.com.br/index.php/curiosidades/curiosidades-conheca-a-
historia-do-ar-condicionado/> Acesso em: 15 nov. 2015

Controle Térmico de Ambientes. Disponível em:


<www.fem.unicamp.br/~em672/Ciclo_Refrigeracao_Refrigerantes.doc>
Acesso em: 20 nov. 2015

Conversor de Unidades. Disponível em:


<http://www.converter-unidades.info/conversor-de-
unidades.php?tipo=potencia> Acesso em: 15 mai. 2016

Efeito Joule - Transferência de Calor. Disponível em:


<http://www.efeitojoule.com/2010/06/transferencia-de-calor-
transferencia.html> Acesso em: 20 nov. 2015

Fujitsu Tecnologia Inverter. Disponível em: <http://www.fujitsu-


general.com/br/products/tecnologiainverter.html> Acesso em: 1 mai. 2016

Info Escola - Clorofluorcarboneto (CFC). Disponível em:


<http://www.infoescola.com/quimica/clorofluorcarboneto-cfc/> Acesso em: 8
nov. 2015

Johnson Controls. Disponível em: <http://www.johnsoncontrols.com/pt_br>


Acesso em: 1 mai. 2016

Lâmpadas Golden. Disponível em:


<http://www.lampadasgolden.com.br/> Acesso em: 29 mai. 2016

O que é uma instituição social?. Disponível em:


<http://www.cafecomsociologia.com/2013/01/o-que-e-instituicao-social.html>
Acesso em: 1 mar. 2016

Polipartes. Disponível em: <http://www.polipartes.com.br/pecas/ar-


condicionado-split/compressor-rotativo> Acesso em: 20 nov. 2015

PROCEL - Sistemas de Ar Condicionado. Disponível em:


<http://www.mme.gov.br/documents/10584/1985241/Manual%20Pratico%20P
ROCEL-Man%20Ar-Cond-Procel-Eletr-11.pdf> Acesso em: 20 nov. 2015
67

Sistemas VRF. Disponível em: <http://www.webarcondicionado.com.br/saiba-


tudo-sobre-vrv> Acesso em: 1 mai. 2016

Termorregulação. Disponível em:


<http://www.uff.br/WebQuest/pdf/termo.htm> Acesso em: 20 nov. 2015

Uma breve história da refrigeração no mundo. Disponível em:


<http://refrimaq.org/historia-da-refrigeracao/> Acesso em: 15 nov. 2015

Web Ar Condicionado - A História do Ar Condicionado. Disponível em:


<http://www.webarcondicionado.com.br/a-historia-do-ar-condicionado>
Acesso em: 12 nov. 2015

Web Ar Condicionado - Condicionadores de ar que utilizam gás


ecológico. Disponível em: <http://www.webarcondicionado.com.br/ar-
condicionados-que-utilizam-gas-ecologico> Acesso em: 8 nov. 2015
68

ANEXOS

ANEXO 1
69

ANEXO 2
70

ANEXO 3
71

ANEXO 4

CÁLCULO E RESULTADO DE SELEÇÃO

1.Parametros do projeto

Project Name: IGREJA EVANGÉLICA


Nation: Brazil
Location: RIO DE JANEIRO
Address: AREIA BRANCA - BELFORD ROXO
Name: PEDRO MENDONCA
Job Title: ESTACIO DE SÁ
Outdoor barometric pressure in 101320
summer(Pa):
Outdoor mean air velocity in 10.05
summer(m/s):
Summer Outdoor Dry-bulb: 38.1
Summer Outdoor Wet-bulb: 25
72

2. Lista de Material

Model Qty Description


MV5-X48W/V2GN1 1 All DC Inverter V5 X
(380V)
MV5-X10W/V2GN1 1 All DC Inverter V5 X
(380V)
MV5-X16W/V2GN1 1 All DC Inverter V5 X
(380V)
MV5-X22W/V2GN1 1 All DC Inverter V5 X
(380V)
MDV-D160DL/N1-C 3 Ceiling & Floor
MDV-D140DL/N1-C 6 Ceiling & Floor
FQZHN-04D 1 Distributor
FQZHN-03D 5 Distributor
FQZHN-02D 2 Distributor
FQZHW-03N1D 1 Distributor
Ø38.1 15.7m Copper Pipe
Ø19.1 33.8m Copper Pipe
Ø31.8 32.8m Copper Pipe
Ø15.9 32.2m Copper Pipe
Ø9.53 17.5m Copper Pipe
Ø25.4 17.6m Copper Pipe
Ø12.7 17.6m Copper Pipe
NIM09 1 Infrared sensor controller
CCM02 1 Outdoor Central Monitor
MD-LonGW64/E 1
73

3.VRF

3.1 Lista de Material

Model Qty Description


MV5-X48W/V2GN1 1 All DC Inverter V5 X
(380V)
MV5-X10W/V2GN1 1 All DC Inverter V5 X
(380V)
MV5-X16W/V2GN1 1 All DC Inverter V5 X
(380V)
MV5-X22W/V2GN1 1 All DC Inverter V5 X
(380V)
MDV-D160DL/N1-C 3 Ceiling & Floor
MDV-D140DL/N1-C 6 Ceiling & Floor
FQZHN-04D 1 Distributor
FQZHN-03D 5 Distributor
FQZHN-02D 2 Distributor
FQZHW-03N1D 1 Distributor
Ø38.1 15.7m Copper Pipe
Ø19.1 33.8m Copper Pipe
Ø31.8 32.8m Copper Pipe
Ø15.9 32.2m Copper Pipe
Ø9.53 17.5m Copper Pipe
Ø25.4 17.6m Copper Pipe
Ø12.7 17.6m Copper Pipe
74

3.2 Especificações

Roo Descripti Model RT AT RT AT Air Soun Dimension Weigh Static Power Rated
m on C C H H Flow d mm t Pressure Supply Load
kW kW kW kW m^3/h dBA kg Pa Amperes
EV-1 Indoor MDV- 16 15. 18 18.0 2300 47 1670*680* 57.5 0 220- N/A
Unit D160DL/N 595 86 285 240,60,1
1-C
EV-2 Indoor MDV- 14 13. 15.5 15.4 1980 47 1670*680* 54 0 220- N/A
Unit D140DL/N 617 79 285 240,60,1
1-C
EV-3 Indoor MDV- 14 13. 15.5 15.3 1980 47 1670*680* 54 0 220- N/A
Unit D140DL/N 579 43 285 240,60,1
1-C
EV-4 Indoor MDV- 14 13. 15.5 15.2 1980 47 1670*680* 54 0 220- N/A
Unit D140DL/N 55 35 285 240,60,1
1-C
EV-5 Indoor MDV- 16 15. 18 18.0 2300 47 1670*680* 57.5 0 220- N/A
Unit D160DL/N 583 44 285 240,60,1
1-C
EV-6 Indoor MDV- 16 15. 18 17.7 2300 47 1670*680* 57.5 0 220- N/A
Unit D160DL/N 513 95 285 240,60,1
75

Roo Descripti Model RT AT RT AT Air Soun Dimension Weigh Static Power Rated
m on C C H H Flow d mm t Pressure Supply Load
kW kW kW kW m^3/h dBA kg Pa Amperes
1-C
EV-7 Indoor MDV- 14 13. 15.5 15.2 1980 47 1670*680* 54 0 220- N/A
Unit D140DL/N 539 08 285 240,60,1
1-C
EV-8 Indoor MDV- 14 13. 15.5 15.0 1980 47 1670*680* 54 0 220- N/A
Unit D140DL/N 498 5 285 240,60,1
1-C
EV-9 Indoor MDV- 14 13. 15.5 14.9 1980 47 1670*680* 54 0 220- N/A
Unit D140DL/N 468 29 285 240,60,1
1-C
CON Outdoor MV5- 132 129 147 147. N/A 63 990*1635* 856 N/A 380-415-3- 66.28
Unit X48W/V2G .2 7 790+1340* 60
N1 1635*790+
1340*1635
*790
76

3.3 Tubos e distribuidores de gás refrigerante

IU quantity 9/64
Combination Ratio 98.14%
Additional refrigerant charge 15.28kg
= 17.50(Ф9.53) * 0.057 +
18.60(Ф12.7) * 0.11 + 15.70(Ф15.9) *
0.17 + 36.80(Ф19.1) * 0.26
Total pipe length 83.6m/1000m
Furthest Actual 50.1m/175m
Furthest equivalent 52.6m/200m
Drop height between IU and IU 6.7m/30m
After first branch length 44.4m/40.0(90.0)m
Drop height between IU and 6.7m/110m
OU(Above OU)
Available Capacity Cooling 129.2 kW
Available Capacity Heating 147.7 kW
1 branch 0.5m Copper pipe.

Tubos
No Length Gas Pipe Liquid Pipe
(1) 7.7m Ф38.1 Ф19.1
(2) 4.4m Ø31.8 Ø19.1
(3) 6.3m Ø31.8 Ø15.9
(4) 0.5m Ф15.9 Ф9.53
(5) 0.5m Ф15.9 Ф9.53
(6) 8.3m Ø25.4 Ø12.7
(7) 0.5m Ф15.9 Ф9.53
(8) 7.0m Ф15.9 Ф9.53
(9) 7.0m Ø38.1 Ø19.1
(10) 0.5m Ф15.9 Ф9.53
(11) 13.7m Ø31.8 Ø19.1
(12) 0.5m Ф15.9 Ф9.53
(13) 6.4m Ø31.8 Ø15.9
(14) 0.5m Ф15.9 Ф9.53
(15) 8.3m Ø25.4 Ø12.7
(16) 0.5m Ф15.9 Ф9.53
(17) 7.0m Ф15.9 Ф9.53
77

Distribuidores
No Load kW Model
(1) 132 FQZHN-04D
(2) 58 FQZHN-03D
(3) 42 FQZHN-03D
(4) 28 FQZHN-02D
(5) 74 FQZHN-03D
(6) 58 FQZHN-03D
(7) 42 FQZHN-03D
(8) 28 FQZHN-02D
VRF 60Hz R410A
129.2 kW

MV5-X48W/V2GN1

(1) (2) (3) (4) 13.55 kW


Ф38.1,Ф19.1 Ø31.8,Ø19.1 Ø31.8,Ø15.9 Ø25.4,Ø12.7 Ф15.9,Ф9.53 MDV-D140DL/N1-C
EV-4
FQZHN-04D FQZHN-03D FQZHN-03D FQZHN-02D

13.579 kW
Ф15.9,Ф9.53 MDV-D140DL/N1-C
EV-3
3.4 Desenho Esquemático

13.617 kW
Ф15.9,Ф9.53 MDV-D140DL/N1-C
EV-2

15.595 kW
Ф15.9,Ф9.53 MDV-D160DL/N1-C
EV-1

(5) (6) (7) (8) 13.468 kW


Ø38.1,Ø19.1 Ø31.8,Ø19.1 Ø31.8,Ø15.9 Ø25.4,Ø12.7 Ф15.9,Ф9.53 MDV-D140DL/N1-C
EV-9
FQZHN-03D FQZHN-03D FQZHN-03D FQZHN-02D

13.498 kW
Ф15.9,Ф9.53 MDV-D140DL/N1-C
EV-8

13.539 kW
Ф15.9,Ф9.53 MDV-D140DL/N1-C
EV-7

15.513 kW
Ф15.9,Ф9.53 MDV-D160DL/N1-C
EV-6

15.583 kW
Ф15.9,Ф9.53 MDV-D160DL/N1-C
EV-5
78

The piping size may be different with the actual situation because of the software's illustration limitation, please confirm the piping size according to the installation manual
before installation.
79

ANEXO 5

ESTIMATIVA DE PREÇO DOS EQUIPAMENTOS

CÓDIGO DESCRIÇÃO QTDE


MV5-X10W/V2GN1 Condensador 10HP 380V/3F V5X 100% INVERTER 1
MV5-X16W/V2GN1 Condensador 16HP 380V/3F V5X 100% INVERTER 1
MV5-X22W/V2GN1 Condensador 22HP 380V/3F V5X 100% INVERTER 1
MDV-D140DL/N1-C Piso teto 5,0 HP 6
MDV-D160DL/N1-C Piso teto 6,0 HP 3
CCM02 Controle remoto central 32u.e. 1
MD-LONGW64/E Interface Lonworks 1
FQZHN-02D Derivação "Y" (de 10kw a 16kw) - V4+ - (com isolamento) 2
FQZHN-03D Derivacao "Y" (de 16kw a 33kw) - V4+ - (com isolamento) 5
FQZHN-04D Derivacao "Y" (de 33kw a 64kw) - V4+ - (com isolamento) 1
FQZHW-03N1D Junta Condensador "T" - 1
Total Geral R$ 213.296,58

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