X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

AVALIAÇÃO DO NÚMERO DE AMOSTRAS DE SOLO PARA

DETERMINAÇÃO DE CA++, MG++ E K+ EM PLANTA
CULTIVADO COM CANA-DE-AÇÚCAR COM APLICAÇÃO
PERIÓDICA DE VINHAÇA

Silas Alves Monteiro da Silva1, Alexandre Campelo de Oliveira2, Felizarda Viana Bebé 3, Daniella Batista Costa4,
Fernando José Freire5 & Ricardo Nunes Souza6

Introdução
O Brasil hoje é o maior produtor de cana-de-açúcar
do mundo, onde os dados mostram que na safra
2008/2009, foram produzidos 700 milhões de
toneladas de cana no país, ocupando uma área de 8,9
milhões de hectare, isso representa cerca de 2,3% da
área agrícola do país, o que a torna uma das principais
culturas geradoras de renda e emprego no Brasil [1].
Assim medidas devem ser tomadas para elevação de
produtividade, tendo a diagnose foliar como um
parâmetro para que associado junto com analise de
solo, para indicativo de problemas com fertilidade.
Diante do exposto alguns autores como Rozane et.
al.[2] destaca que dentre os diversos aspectos que
compõe a diagnose foliar, a amostragem é sem dúvida,
a mais sensível e sujeita a erros e ainda estabelecer o
tipo, o número de folhas e a época de coleta entre
outras definições permitem padronizar os resultados e
extrapolar as informações para outras regiões. Orlando
Filho & Campos [3] cita que é necessário apenas duas
amostras da folha +3 para representar o canavial,
entretato recomendam a retirada de um número maior
para que se tenha material vegetal suficiente para
realizar as análises. Rozane et al.[4] cita que a
amostragem de tecido vegetal ideal é aquela que
represente a área a ser avaliada, com um mínimo de
plantas amostradas para atender a esse objetivo.
Devido a carência de dados que subsidiem uma
adequada amostragem representativa da fertilidade do
solo assim como da análise do tecido vegetal de áreas
que utilizam a vinhaça como adubo, essa pesquisa teve
como objetivo verificar o número de amostras simples
que sejam capazes de representar adequadamente os
teores de K, Ca e Mg, em solo e planta de área com
aplicação de vinhaça.
Material e métodos
A coleta das de planta foi realizada em área localizada
na mata norte do Estado de Pernambuco em um Argissolo
cultivado com cana-de-açúcar, onde o relevo se apresenta
naturalmente plano. Foram coletadas também amostras da
folha +3 de 20 plantas da cultura, variedade: RB 867515
em (socaria) com 4 meses de idade, conforme metodologia
proposta por Gallo et al.[5]
Foram determinados os teores de Ca++, Mg++ e K+ em
folha de acordo com metodologia proposta pela
EMBRAPA [6]. A área recebeu a aplicação de 751,32 m 3
ha-1 de vinhaça, 120 m3 de irrigação convencional, 2
toneladas de calcário dolomítico e 1,5 toneladas de gesso
mineral.
Somente para folha, tomando como base os resultados
dos teores de nutrientes, foram calculadas as médias,
variâncias, erros-padrão das médias, o intervalo de
confiança para a média e a porcentagem de erro em
relação à média, através da semi-amplitude do intervalo de
confiança com 95% de probabilidade sendo expresso em
porcentagem da média, conforme a formula: % de Erro =
(t.s(m)/m) x 100, onde t é o valor da distribuição t de
Student, a 5% de probabilidade bilateral para o grau de
liberdade do número de amostras simples, s(m) é o erro-
padrão da média, e m é a media amostral. Foram
utilizados para a avaliação da percentagem de erro a
comparação entre a amostragem de 5, 10, 15 e 20 plantas.
Resultados
De acordo com Espironelo et al.[7] o cálcio e o magnésio
são antagônicos ao potássio e em seus experimentos, a
adubação potássica teve efeito negativo nos teores de
cálcio em dois experimentos e nos teores de magnésio em
cinco experimentos. Para os mesmos autores os teores
desses dois elementos referentes aos tratamentos com

________________
1. Graduando em Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – Dom Manoel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900,-
Bolsista CNPq/PIBIC – silasalves@hotmail.com (apresentador do trabalho),
2. Doutorando em Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – Dom Manoel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900
3. Doutorando em Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – Dom Manoel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900
4. Doutorando em Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – Dom Manoel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900
5. Professor Adjunto, Universidade Federal Rural de Pernambuco - Bolsista de Produtividade em Pesquisa 2.- Dom Manoel de
Medeiros, s/n, CEP 52171-900.
6 Graduando em agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – Bolsista PIBIC/CNPq – Dom Manoel de Medeiros, s/n,
CEP 52171-900.
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adubo potássico poderão ser admitidos como
adequados: Ca - 0,38 a 0,71% e Mg - 0,11 a 0,20%.
Os teores médios de Ca dos oito ensaios em relação a
doses de adubo potássico variaram de 0,54 a 0,56% e
os de Mg, de 0,15 a 0,18% e devido às variações
acentuadas dos teores de macronutrientes das folhas de
cana-soca em relação a diferentes localidades, as
seguintes faixas de teores poderão ser consideradas
provisoriamente como adequadas: K - 1,24 a 1,59%;
Ca - 0,38 a 0,71%; Mg - 0,11 a 0,20%. Valores bem
próximos aos encontrados no presente estudo.
Na figura 1 pode ser observada a estimativa de erro
para os parâmetros avaliados. É possível verificar que
a medida que aumentou o número de plantas
amostradas, o erro amostral foi sendo reduzido, com
quedas mais acentuadas para potássio e cálcio, sendo
menor para magnésio.
Na tabela 2 podemos observar os números de
percentagem de erro e do CV, notadamente na das
amostragens a medida que o erro diminui é diminuído
também o CV, mas não é um comportamento
generalizado, demonstrando que somente o CV não
deve ser considerado e pode levar a conclusões
equivocadas.
No presente estudo devido a equação utilizada, foi
demonstrado que o erro padrão é fundamental pois
influencia diretamente o cálculo da percentagem de
erro e assim também o número de plantas a ser
amostrada para uma adequada diagnose foliar.
Discussão
Diante dos resultados apresentados anteriormente,
para que se tenha uma correta determinação do
numero de amostras para avaliação de Ca +2,Mg+2 e K+
em planta é necessário que se tenha uma média de 10
a 15 amostras da folha+3, tendo assim uma maior
confiabilidade nos resultados esperados
Agradecimentos
Agradeço ao PIBIC/FACEPE pela disponibilidade da
bolsa para desenvolvimento desta pesquisa, ao professor
Fernando José Freire por orientar essa pesquisa e aos
alunos de pós-graduação Alexandre Campello e Daniella
Batista por ajuda na pesquisa.
Referências
[1]CONAB. Companhia Nacional de abastecimento.
Acompanhamento de safra brasileira: cana-de-açúcar,
segundo levantamento, setembro/2009. Companhia
Nacional de Abastecimento – Brasília: CONAB, 2009.
14p.
[2]BARBOSA, J. C. 2008. Tamanho da amostra foliar
para avaliação do estado nutricional de goiabeiras com e
sem irrigação Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, v.13, n.3, p.233–239.
[3]ROZANE, D. E.; NATALE, W.; PRADO, R. M.;
BARBOSA, J. C. 2007. Amostragem para diagnose do
estado nutricional de mangueiras. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 29, n. 2, p. 371-376.
[4]ORLANDO FILHO, J.; CAMPOS, H. 1975. Número
ideal de folhas para a diagnose foliar em cana-de-açúcar
(soqueira). Brasil Açucareiro, Rio de Janeiro, v.85, n.4,
p.23-28.
[5]GALLO, J.R.; ALVAREZ, R. & ABRAMIDES, E.
1962 Amostragem de cana-de-açúcar para fins de análise
foliar. Bragantia, Campinas, 21:899-922,].
[6]EMBRAPA. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
AGROPECUÁRIA. 1999. Manual de analises químicas
de solos plantas e fertilizantes. 1.ed. Brasília. 370p.
[7]ESPIRONELO, A.; GALLO, J. R.; LAVORENTI, A.;
IGUE, T. & HIROCE, R. 1986. Efeitos da adubação NPK
nos teores de macronutrientes das folhas de cana-de-
açúcar (cana-soca). Bragantia, Campinas, n.45, v.2, 377-
382,
ROZANE, D. E.; NATALE, W.; PRADO, R. M. &
Tabela 1. Teores médios de potássio, cálcio e magnésio em solo e planta da área experimental.
Prof. Potássio Cálcio Magnésio
-1
Planta dg kg
1,115 0,703 0,136

Figura 1. Estimativa de erro para potássio, cálcio e magnésio em folha+3 de cana-de-açúcar de

acordo com o número de amostras simples.

Potássio
Cálcio

Magnésio

Tabela 2. Percentagem de erro e coeficiente de variação em relação ao número de plantas

amostradas.

Parâmetro K Ca Mg
5 Plantas
% erro 14,56 13,83 17,60
Erro padrão 0.059 0.033 0.009
CV 11.72 11.14 14.16
10 Plantas
% erro 7,50 9,84 8,51
Erro padrão 0.038 0.030 0.005
CV 10.50 13.75 11.90
15 Plantas
% erro 6,52 7,30 6,75
Erro padrão 0.038 0.030 0.005
CV 11.77 13.18 12.19
20 Plantas
% erro 5,50 5,40 5,89
Erro padrão 0.029 0.018 0.004
CV 11.70 11.52 12.58