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cuidar n o p rimei ro a n o d e v i d a

1ª Edição

Ca t ar i n a S . O live ira ; Ma r ta Mesquita; Sónia Al meid a; W il ma L op e s


R evisã o e e diçã o: Raq uel Zenha; Sofi a Figuei red o
FICHA TÉCNICA
Título
Cuidar no primeiro ano de vida

Direção editorial
Sofia Figueiredo, Raquel Zenha
Autores: Catarina S. Oliveira, Marta Mesquita,
Sónia Almeida, Wilma Lopes, Raquel Zenha,
Sofia Figueiredo

Design editorial
Joana Beja

ISBN 978-989-208406

1ª edição, 2018

To d o s o s co nte ú d os de s te l i v ro estão registados na Inspeção Gera l das


At i v id a d e s Cu l t u rai s (I GAC) . I nterdita a reprodução integral ou pa rci al
d e tex to s o u fotografias , s ob quaisquer meios e para quaisquer fi ns ,
i n c l u si ve co me rci ai s , s e m au torização prévia. O seu uso indevido
p o d e rá d a r ori ge m a proce s s o judic ial.
AUTORES
Catarina S. Oliveira
Méd i ca in te rn a d o i n te rn ato de formação espec ífi ca em Pediatria n o
Ce nt r o H o sp i t al ar d o Bai xo Vouga

Marta Mesquita
Méd i ca in te rn a d o i n te rn ato de formação espec ífi ca em Pediatria n o
Ce nt r o H o sp i t al ar d o Bai xo Vouga

Sónia Almeida
Méd i ca in te rn a d o i n te rn ato de formação espec ífi ca em Pediatria n o
Ce nt r o H o sp i t al ar d o Bai xo Vouga

Wilma Lopes
En fe r me i ra da Un i d ade de Cu idados na Comunidade da Boavista d o
ACe s P o r to O ci de n t al

Raquel Zenha
Méd i ca p e d iat ra, as s i s te n te h o spitalar no Centro Hospitalar do Bai xo
Vou g a

Sofia Figueiredo
Méd i ca p e d iat ra, as s i s te n te h o spitalar no Centro Hospitalar do Bai xo
Vou g a
APOIOS

AGRADECIMENTOS
Maria Filipa Figueiredo
Méd i ca in te rn a d o i n te rn ato de formação espec ífi ca em Medic ina
G e ra l e F a mi l i ar n a USF Bom Porto, ACeS Porto Oc idental

Olga Maria Telo Pousa


En fe r me i ra es pe ci al i s t a e m E nfermagem de Saúde Materna e
O b sté t r i ca na USF Garci a d e Orta, ACeS Porto Oc idental

Raquel Briosa Pereira


Méd i ca d e me d i ci n a ge ral e familiar da USF São João do Porto, ACeS
Po r to O c i d en t al
PREFÁCIO
Cuidar de uma criança no seu primeiro
ano de vida é um desafio. É um novo
elemento na família. É o ano da vida
em que ocorrem maiores aquisições, em
que todos os dias surgem mudanças e
por isso são necessárias aprendizagens
constantes. Todos os pais desejavam
que os filhos nascessem com liv ro de
instruções. Este e-book não tem essa
pretensão, até porque a complexidade
do ser humano bebé não o permite,
mas tenciona auxiliar os pais nos
cuidados neces sários nas várias etapas
do primeiro ano de vida, abordando as
áreas mais f undamentais deste período
de acordo com as últimas
recomendações científicas existentes.
As informações incluídas neste liv ro destinam-se aos
cuidados prestados a bebés saudáveis e de termo
(≥37 semanas de gestação)

Es t as i n for m a çõe s n ã o substi tuem as ind i cações d ad as p el o s


pr ofi ssion a is de saúd e que seguem o seu beb é.
CONTACTOS
DE EMERGÊNCIA
Número Europeu de Emergência
112

Saúde 24
808 24 24 24

Intoxicações ( Centro de Informação Antiveneno)


808 250 143

Bombeiros (Linha Verde )


800 20 24 25

CHBV (Hospital de Aveiro)


234 738 300

Cantinho da amamentação
2 3 4 8 9 2 0 8 8 (s e gu n da a s ext a-feira das 14h às 16h)

SOS Criança
2 1 7 9 3 1 6 1 7 (n º grat u i to 1 16 111)

SOS Amamentação
2 1 3 8 8 0   9 1 5 (di as ú te i s d as 10h às 18h)
ÍNDICE

1 No Hospital e regresso a casa | 14


S ó ni a Al m e i d a, W i l m a Lopes, Raquel Zenha, Sofi a F igueiredo

1.1 Hos p i t al
1.2 S om os pai s !
1.3 Vi s i t as
1.4 L e gi s l ação

2 Consultas e Vacinas | 24
S ó ni a Al m e i d a, Cat ari n a S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Ze n h a,
S ofia Fi gu e i re d o

3 Amamentação | 36
S ó ni a Al m e i d a, Cat ari n a S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Ze n h a,
S ofia Fi gu e i re d o

4 Aleit amento artificial | 62


S ó ni a Al m e i da, Cat ari n a S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Zen h a,
S ofia Fi gu e i re do

5 É normal (espirros, soluços, bolçar...) | 74


S ó ni a Al m e i d a, Cat ari n a S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Ze n h a,
S ofia Fi gu e i re d o

6 A pele do recém-nascido | 86
Ma r t a M e s qu i t a, Cat ari na S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Z en h a,
S ofia Fi gu e i re d o

7 Higiene e cuidados com a pele | 96


Ma r t a M e s qu i t a, Cat ari na S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Z en h a,
S ofia Fi gu e i re d o

8 Higiene oral | 110


Ma r t a M e s qu i t a, R aq u e l Zenha, Sofi a F igueiredo

9 Vestuário | 116
Marta Mesquita, Raquel Zenha, Sofia Figueiredo
10 Sono e Síndrome da Morte Súbita do Lactente | 122
Marta Mesquita, Catarina S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Zenha,
Sofia Figueiredo

11 Cólicas e hábitos intestinais | 136


Marta Mesquita, Catarina S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Zenha,
Sofia Figueiredo

12 Choro | 152
Marta Mesquita, Wilma Lopes, Catarina S. Oliveira, Raquel Zenha,
Sofia Figueiredo

13 Temperatura corporal | 162


Catarina S. Oliveira, Raquel Zenha, Sofia Figueiredo

14 Diversificação alimentar | 168


Marta Mesquita, Raquel Zenha, Sofia Figueiredo

15 Segurança e transporte do bebé | 178


Catarina S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Zenha, Sofia Figueiredo

16 Exposição solar | 188


Catarina S. Oliveira, Wilma Lopes, Raquel Zenha, Sofia Figueiredo

17 Estimular o desenvolvimento | 192


Catarina S. Oliveira, Raquel Zenha, Sofia Figueiredo
capítulo 1
Són i a Al m e i da, Wilma Lopes, Raquel Zenha,
Sofia F igueiredo
Ho spital e
r e g r e sso a casa
HO S PI TAL
ANTES DA ALTA

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


17

NÃO
ESQUECER:

REGISTO
Registe o bebé no Hospital, através do projeto
“Nascer Cidadão”. Se não for possível, pode
fazê-lo nos primeiros 20 dias de vida do bebé
em qualquer Conser vatória do Registo Civil.

DÚVIDAS
Na Maternidade não hesite em esclarecer as
suas dúvidas e inquietações junto dos
profissionais de saúde.

BOLETIM DE SAÚDE
Verifique se tem o Boletim de Saúde Infantil e
Juvenil (BSIJ) e o Boletim de Vacinas do seu
filho. Sempre que a criança necessite de
cuidados de saúde, deve levar estes
documentos consigo.

H o s p i tal e re gre sso a casa


R E G RE SSO A CASA
SOMOS PAIS! E
AGORA?

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


19

O reg ress o a casa é um dos p e ríodos


ma is desa fian te s p ara a v id a famil iar,
p o i s im pli ca m ud anças e re organização
das ro t inas d iárias.

PARTILH A
• É importante que o casal partilhe sentimentos e
emoçõe s para se ajudarem mutuamente;

• O nascimento, os cuidados ao bebé, as consultas,


assim como os afazeres domésticos devem ser
partilhados entre os dois;

• O envolvimento do pai nos cuidados ao bebé é


muito importante;

• Aproveitem os períodos de sono do bebé para


descansar.

H o s p i tal e re gre sso a casa


R E G RE SSO A CASA
VISITAS

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


21

1 3
Devem ser
ponderadas e
discutidas em
conjunto, antes
do bebé nascer
2
Devem ser em
Ninguém deve
pegar no bebé
sem lavar

4
número reduzido primeiro as mãos

6
e de breve
duração, pois
podem interferir
com os períodos
de descanso do
Peça para não bebé ou a rotina
darem beijinhos familiar Faça uma lista

5
nas mãos do antecipada
bebé, pois (fraldas,
facilmente as leva toalhetes, cadeira
à boca, e assim é de refeição,
contaminado com roupas,…) para
secreções sugerir às visitas
respiratórias; Não receba como presente
estes beijinhos visitas de para o bebé
podem ser dados pessoas doentes
na cabeça ou nos (ex: constipadas).
pés, em Os vírus
alternativa facilmente ficam
no ar da casa
após um
espirro/tosse e
podem passar
para o bebé

H o s p i tal e re gre sso a casa


R E G RE SSO A CASA
LEGISL AÇÃO

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


23

É i m porta nte que te nha conhe cime nto


d a leg i s la ção e m v igor p ara p l ane ar o
p erí odo e a s cond içõe s e m q ue vai
r ein i cia r o trab al ho (amame nt ação,
con s ultas , d ire itos p are nt ais, … )

Proteção na parentalidade
D i r e i to s excl u s i vos d a t rab alhadora grávida, puérpera e lac tante
D i r e i to s excl u s i vos d o p ai t rabalhador
D i r e i to s d os p ai s e das m ãe s trabalhadores/as
L ice n ça s p are n t ai s
 
Código do Trabalho
L e i n. º 7 / 2 009 d e 1 2 d e Fevereiro - Diário da República, 1.ª
s é r ie - N. º 30 - SUBSE CÇÃO I V ( Parentalidade)
Ar t i g o 3 9 . º M od al i dade s d e licença parental
Ar t i g o 4 7 . º Di s pe n s a para amamentação ou aleitação
Ar t i g o 4 8 º P roce d i m e n to de dispensa para amamentação ou
al e i t a çã o
Ar t i g o 4 9 . º Fal t a para as s i s tênc ia a fi lho
Ar t i g o 5 1 . º L i ce n ça p are n t al complementar
S e g u ra n ça Soci al : Ab on os e Subsídios sobre Maternidade e
P a te r ni d ad e : h t t p : //www. s e g-soc ial.pt/ maternidade-e-paternida de
Co mi ssã o para a Igu al dade no Trabalho e no Emprego:
h tt p : / / w w w. ci te . gov. pt /pt /ac ite/ protec parent.html

Ho s p ital e re gre sso a casa


capítulo 2
S ó n i a Al m e i da, Cat arina S. Oliveira, Wilma Lopes,
R aqu e l Z e nha, Sofi a F igueiredo
Co n su l ta s
e vacin as
26

CONSULTAS
n o 1 º a no d e v i da

• É necessário inscrever o bebé na Unidade de


Saúde. Contacte previamente o seu Centro de Saúde
para saber qual a melhor forma de o fazer;

• Agende a 1ª Consulta do bebé (1ª semana de vida


– pode ser no dia do Teste do Pezinho) e a consulta
de revisão de puerpério;

• Na 1ª visita ao Centro de Saúde leve o registo de


nascimento do bebé (cédula), cartão de
cidadão/bilhete de identidade dos pais, o Boletim
de Saúde Infantil e Juvenil (BSIJ) e o Boletim de
Vacinas;

• Durante o primeiro ano de vida o seu bebé deverá


ter Consultas de Saúde Infantil aos 1, 2, 4, 6, 9 e 12
meses;

• Antes das consultas leia as informações do BSIJ e


faça uma lista com as suas dúvidas, para as
esclarecer junto dos profissionais de saúde.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


27

1 ª s e m an a ( Te s te d o P ezinho )

1º mês

2º mês

4º mês

6º mês

9º mês

* Vacinas d o P ro grama
Nacio nal d e Vacina çã o

12º mês
Con sultas e vacinas
T E STE D E
DI AG NÓSTICO
PRECOCE
( TESTE DO P EZIN HO)

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


29

• É um exame laboratorial que tem como objetivo


despistar doenças congénitas graves (25 doenças),
antes de estas darem sinais;

• Deve ser realizado entre o 3º e o 6º dia de vida. A


colheita de sangue é feita através de picada no
calcanhar do bebé;

• Em alguns Centros de Saúde é aconselhável marcar


o Teste do Pezinho po r via telefónica ou este poderá
ser feito na 1ª visita domiciliária (verifique se a sua
Unidade faz visita domiciliária). Em caso de
internamento prolong ado, este será realizado a nível
hospitalar;

• Caso esteja alterado, os pais serão contactados


pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge. Porém, devem
sempre consultar o resultado no site oficial desta
instituição, através da introdução de um código que
é dado quando se realiza o teste (ver imagem) em
www.diagnosticoprecoce.pt. Desta forma tem a
certeza que a amostra foi recebida (o resultado deve
estar visível entre a 1ª e 2ª semana).

Con sultas e vacinas


30

VACINAS
do Pr o g ra ma Naci on al de
Va c i n a çã o (P NV)

• Protegem as crianças vacinadas contra várias


doenças graves (ou diminuem a sua severidade);

• Além da proteção individual, a maioria das vacinas


tem a capacidade de interromper a circulação dos
microrg anismos originando “imunidade de grupo”.
Mas isto só se consegue se a maioria das crianças
for vacinada!

• Em Portugal existe um Programa Nacional de


Vacinação (PNV) gratuito para todos os residentes.
O PNV é revisto periodicamente e a última
atualização é de julho de 2017;

• As vacinas que integ ram o PNV foram aprovadas


tendo em atenção a sua qualidade, eficácia e
seguran ça.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


31

Infeções por Streptococcus


Infeções por Haemophilus

Infeções por Neisseria


Difteria, tetano, tosse

Infeções por vírus do


Papiloma humano **
Sarampo, Parotidite
epidémica, Rubéola
meningitidis C
pneumoniae
influenzae b

Poliomielite
Hepatite B

convulsa *
VHB 1

N a sc .

VHB 2 Hib 1 DTPa 1 VIP 1 Pn 13 1

2 me ses

Hib 2 DTPa 2 VIP 2 Pn 13 2

4 me ses

VHB 3 Hib 3 DTPa 3 VIP 3

6 me ses
Pn 13 3 MenC VASPR 1

1 2 me ses

Hib 4 DTPa 4 VIP 4

1 8 me ses

DTPa 5 VIP 5 VASPR 2

5 a n os

Td 1 HPV 1,2

1 0 a nos

Td 2

2 5 a nos

Td 3

4 5 a nos

Td 4

6 5 a nos

Td 5

1 0 / 1 0 a n os
P r o g ra m a Na c ion a l d e Va c in a çã o – a t ua liza d o em 2017
* A s g ráv i d as se rão vacinad as co ntra a to sse co nvulsa, o
té tano e a d if te ria (Td pa) e m cad a gravid ez
** A p l i cáve l ape n as a raparigas, co m o e sq ue m a 0, 6 me se s

Con sultas e vacinas


32

VACINAS
opcionais / extra PNV
A l é m d a s vaci n as d o P N V ex istem outras vac inas recomendadas
p e l a Co mi s s ão d e Vaci n as da Soc iedade de Infec iologia Pediátr i ca
d a S o c ie d ade P ort u gu e s a d e Pediatria, como vac inação universal
o u e m d e te rm i n ad as ci rcu n stânc ias.
O c u sto d es t as vaci n as é s uportado pelos pais. Informe-se com o
se u E n fe r me i ro ou M é di co de F amília.

E st a s va ci n as deve m s e r acompanhadas pela receita, esquema de


a d m i n i s t ração e t ran s portadas em contentores térmicos até às
Un i dades de Saúde.

• Vacina contra Meningite B


(Bexsero®) Pode ser dada a partir das 8 semanas. O número de
doses varia com a idade de início. Recomendada a todas as crianças.
(Trumenba®) Pode ser dada a partir dos 10 anos de idade. São
recomendadas 2 doses com inter valos de 6 meses para crianças
saudáveis e 3 doses para crianças com risco de doença invasiva
meningocócica (conforme indicação médica).

• Vacina contra Rotavírus (RotaTeq® e Rotarix®)


As 2 ou 3 doses desta vacina (conforme a marca escolhida) têm de
ser dadas entre o 1,5 e os 6 meses. Recomendada a todas as
crianças saudáveis (sem doenças gastrointestinais crónicas).

• Vacina contra o Papiloma Vírus Humano ( Gardasil®)


Confere proteção individual e dos parceiros sexuais. Para
adolescentes do sexo masculino (para o sexo feminino faz parte do
PNV).

• Vacina contra a Gripe


Pode ser dada a partir dos 6 meses de idade, conforme indicação
médica (p.ex. asmáticos).

• Vacina contra Varicela (Varilrix® e Varivax®)


Pode ser dada para proteção individual em maiores de 1 ano.
Recomendada a adolescentes sem história prévia de varicela (e com
serologia negativa) e a crianças que contactem com doentes
imunodeprimidos. São administradas 2 doses com inter valo de 12
meses.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


33

• Vacina contra Hepatite A (VATQA® e Hav rix®)


P o d e se r d ada para prote ção individual em maiores de 1 ano.
R e co m e n dada a: com u n i d ades com surto, viajantes para países
co m e nd em i ci d ade i n te rm édia a alta a hepatite A, c rianças com
do e nça he p át i ca crón i ca, h emofílicos ou que recebam
tra nsf u sõ e s , can d i d atos a t ransplante de órgão ou c rianças com
V I H . Nã o é n e ce s s ári a s e rol ogia prévia.

• Vacina contra a Tosse Convulsa, dif teria e tétano


(Boostri x®)
P a ra a d o l es ce n te s . P ode s u bstituir a vac ina do tétano e dif teria
d o P NV se op t are m p or p roteção adic ional contra a Tosse
Co nv u l sa .

para grupos de risco


A l g u m as vaci n as deve m ser administradas gratuitamente, sob
p re s cri ção médica, a grupos de risco.

• Vacina contra Formas de Tuberculose Grave (BCG®)


P o d e se r adm i n i s t rad a de s de o nasc imento e peso > 2000g, até
a o s 6 a no s d e i dade . É d ada por indicação médica aos grupos d e
r i sco e st i pu l ados n a N orm a da Direção Geral de Saúde ( DGS)
0 0 6 / 2 0 1 6 de 2 9/0 6/2 016.

• Vacina contra a Meningite B (Bexsero®)


Ad mi n i strad a aos gru pos de risco estipulados na Norma da DGS
n º 0 0 7 / 2 0 16 d e 0 9/0 8/2 016.

• Vacina contra a Gripe


D a d a a o s gru p os de ri s co e stipulados em Norma da DGS,
p u b l ica d a e m s e te m b ro d e cada ano.

• Vacina antipneumocócica 23valente (Pneumo23®)


D a d a co m re ce i t a m é d i ca, aos grupos de risco, estipulados na
N o r m a DGS 012/2 015 d e 0 6/ 11/ 2015.

• Vacina contra Meningite A,C,W e Y (Nimenrix® e


Menveo®)
Da d a , co m re ce i t a m é d i ca, aos grupos de risco estipulados no
d o c u m e n to “R e com e n dações sobre Vac inas Ex tra PNV -
At u a l iza ção 2018” d a Com i ssão de Vac inas da Soc iedade de
I n fe c i o l o g i a P e d i át ri ca e d a Soc iedade Portuguesa de Pediatria .

Co nsultas e vacin as
34

VACINAS
co n t ra i n d ica çõe s

VERDADEIRAS
• São ra ras .
• Podem ser permanentes ou transitóri as .
• P o d e m s e r con t rai n di cações para várias vac inas ou apenas para
uma determinada vaci n a.

FALSAS
• R eações l oca i s, l i ge i ra s a • Doenças neurológicas não
moderad a s , a u m a d o s e evolutivas, como a paralisia
anterior d a va c i n a ; cerebral;

• D oença l i g e i ra a g u d a , co m • Síndrome de Dow n ou outras


o u sem febre ( exe m pl o : patologias cromossómicas;
infeção d a s v i a s re s pi ra tó r i a s
sup eriores, di a r re i a ); • Doença autoimune;

• Terapêuti ca a n ti bi óti ca • Prematuridade;


concom ita n te ( exce to BCG se
a realizar tra ta m e n to pa ra • História anterior da doença
tu b erc ulo s e ); (para a qual vai ser vacinado);

• Im unotera pi a con com i ta n te • Exposição recente a uma


com extra to s d e a l é rge n o s; doença infeciosa;

• H istória fa m i l i a r d e a l e rg i a s • Convalescença de doença


(exemp lo : ovo s , pe n i c i l i n a , aguda;
asma, feb re d o s fe n o s , ri n i te
o u out ras m a n i fe s ta çõ e s • História familiar de reações
atóp icas) ; adversas graves à mesma
vacina ou a outras vacinas;
• Derm atose s , e cze m a s ou
infeções cutâ n e a s • História familiar de síndroma
localizad a s ; da morte súbita do lactente;

• Doença cr ón i ca ca rd í a ca , • História familiar de


p u lmonar, re n a l o u h e pá t i ca ; convulsões.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


35

rea çõ e s
no local

Vermelhidão, dor, edema. Aparecem algumas horas


após a injeção e geralmente desaparecem ao fim de
1 a 2 dias.

generalizadas

Febre, mal-estar, cansaço, irritabilidade, alterações


do sono, dores musculares, dor de cabeça, tonturas,
náuseas, diarreia e perda do apetite. Podem
aparecer entre 7 a 21 dias após a vacinação. São
sintomas inespecíficos, que podem aparecer noutras
situações, como nas infeções virais.

Se tiver dúvidas ou preocupações deve contactar os profissionais


da sua Unidade de Saúde!

Con sultas e vacinas


capítulo 3
S ó n i a Al m e i da, Cat arina S. Oliveira, Wilma Lopes,
R aqu e l Z e nha, Sofi a F igueiredo
Amamentação
Idealmente, a amamentação deve ser
iniciada na primeira hora após o parto,
mantida em exclusivo até aos 6 meses
de vida e continuada após a
diversificação alimentar.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


AMAMENTAÇÃO
va n t ag e n s

• O leite materno é o alimento mais completo e


equilibrado do ponto de vista nutricional, digestivo
e imunológico;

• É económico, está sempre pronto a usar e à


temperatura ideal;

• Adapta-se exatamente às necessidades


nutricionais do bebé nas diferentes etapas de
crescimento e desenvolvimento, modificando a sua
composição à medida que o bebé cresce;

• Ajuda a mãe na recuperação pós-parto, a retomar


o peso anterior à gravidez e diminui o risco de
cancro da mama e dos ovários e de osteoporose;

• Melhora a relação mãe-bebé.

Amam e ntação
40

AMAMENTAÇÃO
como a m a m e n t ar?

1 Lave sempre as mãos


antes de amamentar 2 Escolha a melhor
posição

E x i ste m vá ri a s po s i çõ es p ossíveis. Es co lha a p o s içã o em


qu e se se nt ir m a i s co n for tável.

SENTADA DEITADA
Na posição sentada pode Estando deitada também
optar pela posição de pode optar por várias
embalar clássica, cruzada ou posições (4ª e 5ª imagens),
de futebol (ver imagens). Se tendo sempre o cuidado de
necessário coloque um apoio virar o bebé de frente para si
para as costas e para os pés. e aconchegá-lo contra o seu
Pode usar uma almofada corpo, barriga com barriga.
entre o seu colo e o bebé para
que o peso deste esteja na

3
almofada e não no seu braço.

Leve o bebé à mama


e não a mama ao bebé
O bebé deve estar um pouco mais baixo que a mama para que
ao sentir o mamilo o bebé se incline para o agarrar (isto irá
direcionar o nariz para longe do peito, permitindo ao bebé
respirar à vontade e engolir corretamente, assim como a mãe e
o bébé olharem nos olhos um do outro).

Passe o mamilo nos lábios dele e assim que a boca se abrir,


mova o bebé suavemente em direção à mama e ajude-o a
introduzir todo o seu mamilo e a maior parte da aréola (parte
mais escura do mamilo) no interior da boca.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


P O S IÇÃO DE E M B A L A R C L ÁS S ICA P O S I ÇÃO D E EM BA L A R C R U Z A DA

POSIÇÃO DE FUT EB OL

P O S IÇÃO DE ITA DA 1 POSIÇÃO DEITADA 2


42

AMAMENTAÇÃO
si n a i s d e b o a p e ga

1 3
O queixo do
bebé toca na
sua mama
2 A boca apanha a

4
maior parte da
O lábio inferior auréola e o seu
est á virado para mamilo

6
fora

Vê-se mais
auréola acima
da boca do bebé
do que abaixo 5A língua está
por baixo da
O bebé enche as
bochechas de
leite e depois vê
mama no pescoço o
movimento dele
a engolir

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


B OA P EGA

boca cobre a maior


parte da auréol a

lá bi o inferior está
v i rado para fora

NOTA
S e n o i n í ci o d a am am e n t ação
se nt i r a l gu m de s con forto,
p o d e rá ser n orm al .
N o e n t a n to, s e evol u i r p ara dor
co nt í n u a e m todas as m amadas
é p o r q u e o be bé e s t á a fazer
u m a má pe ga.
P a ra o corri gi r, col oqu e o seu
d e d o m i n d i n h o n o can to da
b o ca d e l e p ara re t i rar
su ave m e n te o s e u m am i l o e
r e co me çar a té cn i ca.

Amam e ntação
COMO
TER
SU CESSO
NA AM AM EN TAÇÃO

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


45

AMAMENTAÇÃO
di ca s p a ra te r s u ce s s o

• Amamente em horár io liv re;

• Nos primeiros dias de vida o bebé pode ter


necessidade de mamar com mais frequência (8 a 12
mamadas por dia com 1h30 a 2h de inter valo); o
inter valo das horas é contado a partir do início das
mamadas;

• Durante o primeiro mês não deve fazer inter valos


superiores a 3h durante o dia e de 4h durante a
noite. Ao longo do tempo o horário das refeições
vai-se organizando e o estômago do bebé cresce,
necessitando de menos mamadas por dia (até cerca
de 6 mamadas/dia quando inicia diversificação
alimentar);

• Assegure uma pega correta;

• Evite a utilização de mamilos artifi ciais, chupetas


e biberões (pode provocar conf usão na técnica do
bebé chuchar);

• Aconchegue e toque no bebé;

• Dê de mamar num ambiente calmo e acolhedor;

• Procure estar relaxada e confi ar no seu papel


como mãe.

Amam e ntação
AMAMENTAÇÃO
u ma o u d u a s mam as ?

Ofereça as duas mamas, na mesma mamada até


cerca do 5º dia (subida do leite).

Depois da subida do leite, ofereça uma mama até a


esvaziar ou até o bebé largar, coloque o bebé a
arrotar e só se este ainda manifestar sinais de fome
é que oferece a outra mama.

É importante que faça aproximadamente 10 a 15


minutos de sucção eficaz, pois a composição do
leite é diferente ao longo do tempo da mamada. No
início da mamada o leite é rico em água com
lactose, proteínas e vitaminas. No final é mais rico
em gordura, que aumenta a saciedade do bebé entre
as mamadas e que permite um aumento de peso e
crescimento saudáveis. Por isso a importância de
oferecer uma mama até a esvaziar.

Na mamada seguinte comece pela mama da qual


ele não mamou, ou da qual ele mamou apenas
parte.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


Amam e ntação
e r u c tar (arrot ar)
Permite a eliminação de ar do
estômago, criando espaço para a
ingestão de mais leite, podendo reduzir
os episódios de cólicas porque diminui
o ar que passa para o intestino.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


49

• É importante colocar o bebé a eructar no fi nal de


cada mamada. Nos bebés mais sôfregos ou que
fazem inter valos pequenos entre mamadas, deve
optar por colocar o bebé a arrotar a meio da
mamada;

• Poderá adotar qualquer posição que seja


confortável para si e para o bebé, desde que o
tronco do bebé (esófago) esteja na vertical;

• A posição mais fácil e eficaz é a vertical (segure as


nádegas da criança com uma mão e com a outra
apoie a cabeça/pescoço, ficando o queixo encostado
ao seu ombro).

Amam e ntação
50

AMAMENTAÇÃO
si n a i s d e sa c ie dade

Sinais de saciedade e que indicam que o bebé está


a mamar o suficiente

MICÇÕES / dia
Ter várias micções por dia.

PERDA - RECUPERAÇÃO DE PESO


Perda de peso inferior a 10% nos primeiros
10 dias e recuperação desta perda até aos
15 dias de vida.

GANHO DE PESO
Ganho de peso entre 20-30g/dia a partir do
10-14º dia de vida (primeiros 3 meses de
vida) e de 20g/dia nos 3 meses seguintes.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


51

TOME NOTA:
Os bebés têm o reflexo de chuchar.

Q ua n d o o bebé mani fe st a os si nai s de


s a c ied a d e a n te r i or me nte de scr i tos, o
fac to d e continuar a pr ocurar a mama só
p ara c h uc h a r ou chuchar no de do, não
s i g nifi ca q ue a inda te nha fome . Trat a- se
ap e na s d a nece ssid ade nat ural que os
b e b és têm d e chuchar, pe lo se u efe ito
cal mante .

Amam e ntação
CO NSELHOS
À MÃE

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


53

1 3
Ingira pelo
m enos 1,5l de
água por dia
(sobretudo após
2
Faça uma
alimentação
Não f ume nem
ingira álcool

dar de mamar)

4
completa,
equilibrada e
SINAIS DA
variada, sem PRODUÇÃO
restrições. Não
há evidência de DE LEITE
que se deva NA MÃE
Limite o evitar
consumo de alimentos Mama maior e
café (até 3 cafés potencialmente mais tensa, saída
expressos/dia, alergénicos, espontânea do
sendo que mes mo na leite.
alguns bebés presença de
podem ser mais história familiar
sensíveis a de alergias SINAIS DE

5
quantidades SAÍDA DO
inferiores de
cafeína) e de LEITE
chá preto
Sensação de
formigueiro no
Não tome início da mamada
medicação e amolecimento
sem indicação da mama à
médica medida que a
criança mama

Amam e ntação
AMAMENTAÇÃO
re s olve r a l g u ns p rob l e m as

bebé adormece à mama


• Não o agasalhe durante a mamada (pode até ficar
parcialmente despido);

• Massaje as costas suavemente, mas com firmeza,


esfregue as mãos e os pés ou os lóbulos das orelhas;

• Massaje a mama no sentido do mamilo para


aumentar o fl uxo de leite;

• Se necessário, mude a fralda para o despertar.

bebé mama em inter valos inferiores a 1h/1h30


Pode não ser um verdadeiro problema,
especialmente nas primeiras semanas de vida, mas é
necessário verificar se a pega é eficaz e se as
mamadas não são muito curtas (as mamadas
geralmente duram pelo menos 10-15 minutos).

bebé chora e parece ter fome depois de mamar e/ou


mama em inter valos menores (após um período em
que mamava e ficava saciado e/ou fazia inter valos
maiores entre mamadas)
Podem tratar-se de surtos de crescimento:

• Estes ocorrem geralmente às 2 semanas de vida, às


6 semanas e aos 3 meses;

• Após o estímulo realizado pelo bebé, ao mamar


com uma frequência maior, a mama aumentará a
produção de leite e o padrão de comportamento
anterior voltará.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


Amam e ntação
56

AMAMENTAÇÃO
re s olve r a l g u ns p rob l e m as

ingurgitamento mamário
Pode ocorrer quando se dá a subida do leite. As
mamas podem ficar tensas, quentes e dolorosas. A
mãe pode ter febre, mas só durante 1 dia. Se os
sintomas se mantiverem passado 1 dia, apesar dos
cuidados abaixo indicados, deve recorrer ao seu
Médico de Família.

• Antes de iniciar a mamada, aplique compressas


quentes ou tome banho com água morna e massaje
a mama suavemente com movimentos circulares,
deixando fl uir o leite;

• Coloque o bebé a mamar primeiro na mama mais


cheia;

• Se a mama continua r cheia mesmo após


amamentar, esvazie a mama manualmente ou com
bomba;

• No final, aplique compressas frias ou gelo


protegido durante 5 minutos, retire durante 2
minutos e volte a colocá-lo mais 5 minutos.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


57

mamilos gretados ou fi ssurados


• Assegure-se que o bebé realiza uma pega correta;

• Evite interromper a mamada. Se tiver de o fazer,


introduza lentamente o seu dedo mindinho no canto
da boca do bebé, para ele parar de mamar;

• Após cada mamada molhe o mamilo (bico) e


aréola (parte escura da mama) com o seu próprio
leite (é um cicatrizante natural) e deixe secar ao ar;

• Use conchas de arejamento e cremes específicos


que ajudem a sua cicatrização (preferir cremes que
não necessitem de ser retirados quando
amamentar);

• Não use discos absor ventes


impermeáveis;

• Lave os mamilos ape nas


1 vez por dia.

Co ncha d e are j amento

S e os m a m ilos e st ive re m fi ssurad os e


s a ng ra ntes , os b e b é s e ngol e m sangue
m aterno, o que p ode re sul t ar na
pr e sen ça de s an gue nos b ol çare s ou nas
fezes, ca usa ndo grand e ansie d ade nos
proge nitore s.

Amam e ntação
AMAMENTAÇÃO
como ex t ra ir o l e i te m ate rn o

Pode ser feito manualmente ou com bomba


( extração manual ou elétrica).

Em qualquer um dos casos, antes da extração:

• Lave bem as mãos; • Estimule suavemente


os mamilos, rodando-os
• Escolha um local entre os dedos;
sossegado, onde se sinta
confortável e • As peças da bomba
descontraída; (caso vá usar uma) e/ou o
recipiente onde vai
• Tenha o bebé perto de armazenar o leite, devem
si, ou olhe para uma estar lavados com água
fotografia dele; quente e esterilizado s
(ver esterilização de
• Faça uma suave biberões).
massagem na mama, de
forma circular, com a
ponta dos dedos, para
ajudar o leite a fl uir;

A quantid ad e d e leite que se obtém em


cad a extra çã o pode va ria r.
De um mo d o gera l, dura nte a ma nh ã
cons e g ue extrair-se ma is leite do que
d u rante a ta rde.
N u n ca s e d eve ava lia r a produçã o de leite
p el a q u antid ad e que se consegue extra ir!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


59

MANUAL de todos os segmentos


da mama.
• Coloque o polegar na Alterne as mamas a cada
aréola acima do mamilo 5 minutos ou quando
e o indicador na aréola, diminuir o fluxo de le ite.
por baixo do mamilo, em
oposição ao polegar;

• Mantendo os dedos no
COM BOMBA
(manual ou e lé t r i ca)
mesmo lugar na pele,
pressione o polegar e o Deve ter os mesmos
indicador um pouco para cuidados da extração
dentro, contra as manual;
costelas;
• Antes de colocar a
• Mantendo esta suave bomba na mama, deve
pressão em direção às ter o cuidado de colocar
costelas, pressione a umas gotas de leite em
aréola atrás do mamilo, volta do mamilo;
entre o polegar e o
indicador, facilitando a • Seguir as instruções do
saída do leite dos fabricante.
reser vatórios até ao
mamilo;

• Pressione e solte,
pressione e solte.

A extração de leite não


deve doer – se doer, a
técnica está errada,
repita-a.
Pode demorar 1 ou 2
minutos até o leite
começar a sair.

Pressione a aréola da
mesma forma também
na sua parte lateral para
que o leite seja retirado

Amam e ntação
60

AMAMENTAÇÃO
co mo co nse r var o l e i te m ate rn o
• A refrigeração e congelamento do leite
devem ser feitos em recipientes de plástico
duro (polipropileno ou policarbonato) ou
vidro, preenchidos até um máximo de ¾ do
volume;

• O leite recentemente extraído não deve


ser misturado com outro já guardado no
frigorífico ou congelador, para evitar
variações de temperatura do primeiro leite.
As misturas, se necessárias, devem ser feitas
pouco antes da toma;

• Idealmente o leite deve ser utilizado tão brevemente


quanto possível, porque o leite materno vai-se
modificando, conforme as necessidades nutritivas e o
crescimento do bebé;

• Não coloque o leite na porta do frigorífico;

• Congeladores com função de auto-descongelação estão


contra-indicados para a conservação do leite materno.

LOCAL D E CO N SE RVAÇÃO D URAÇÃO M ÁX IM A

tem peratura amb ie nte 6 - 8 h o ras

f ri gorí fi co ( 0 a 4ºC) 4 8 h o ras


f u n do da p r im e ira p ra te l e ira

(temp. > - 2 0 º C) 2 a 3 seman as


congelador / arca conge ladora
(temp. ≤ - 2 0 º C) até 6 meses

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


61

como descongelar o leite materno


• Coloque-o na última prateleira do frigorífi co. Este
deve ser utilizado nas primeiras 24h após ter sido
retirado do congelado r;

• Se necessitar de o ut ilizar e ele ainda estiver


congelado, coloque-o por baixo de uma torneira,
passando por água morna;

• Não deve ser utilizado banho-maria nem


micro-ondas para o descongelar;

• Antes de oferecer o leite ao bebé, verifique a


temperatura deixando cair uma gota na face interna
do seu punho;

• Se o bebé não ingerir o leite todo numa hora, deite


fora o que sobrou.

co mo a q u e ce r com o
• Aqueça apenas a t ran s port ar
quantidade de leite que • Numa mala térmica
acha que o bebé vai com sacos de gelo, para
mamar. Pode aquecer o manter o leite a uma
leite depois de o retirar temperatura de 10ºC. O
do frigorífico leite pode ser assim
colocan do-o debaixo de transportado durante
uma torneira com água 24h. Nesses casos,
morna; utilizar de preferência,
leite retirado da mama
• Não deve ser utilizado no próprio dia e não
banho-maria nem leite congelado.
micro-ondas para o
aquecer.

Amam e ntação
capítulo 4
S ó n i a Al m e i da, Cat arina S. Oliveira, Wilma Lopes,
R aqu e l Z e nha, Sofi a F igueiredo
A l eitam ento
artificia l
O leite materno é o alimento mais
completo e equilibrado para o bebé
desde o primeiro dia de vida.
No entanto, por opção materna ou
quando amamentar não é possível, o
leite de fórmula também permite um
bom desenvolvimento do seu bebé!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


65

ALEITAMENTO
ARTIFICIAL
como escolher o leite de fórmula
Ao iniciar o aleitamento artificial, o Médico de
Família ou o Pediatra indicam-lhe qual o melhor
leite para o seu bebé.

Um bebé saudável deve ser alimentado com Leite


Infantil standard:
• 0-6 meses – Leite para lactentes 1
• 6-12/2 4 meses – Leite de transição 2

A maior parte das marcas de leite infantil possuem


o Leite Infantil 3 e outros números. No entanto,
poderá optar por manter o leite de transição 2,
porque é adequado até aos 2 anos de idade.

Existem ainda leites infantis 1 anti-cólica (AC),


anti-obstipantes (AO), anti-diarreia (AD) e conforto
( Confort - tem formulação idêntica aos anti-cólica),
entre outros.

O médico poderá indicar leites especiais, como nos


casos de:

• História familiar de atopia (asma, rinite alérgica e


dermatite atópica) Leite Infantil Hipoalergénico (HA);

• Refluxo-gastroesofágico associado a má evolução do


peso Fórmula infantil Anti-refluxo (AR);

• Alergia às proteínas do leite de vaca Fórmulas


extensamente hidrolisadas.

Durante o 1º ano de vida não deve dar ao seu bebé leite de vaca
(tem proteínas em excesso e quantidades de ferro insuficiente).

Al ei tame nto arti fi ci al


66

ALEITAMENTO
ARTIFICIAL
escolha do biberão e da tetina

1 3
Escolha um
biberão liv re
de BPA
(Bisfen ol A,
2Se ainda está a
amamentar,
Dê preferência a
tetinas que
evitem a ingestão
de ar, prevenindo
as cólicas
substância
compre um
tóxica que foi
biberão e/ou
proibida na
tetina que
fabricação de
favoreçam a
biberões em
amamentação
Portugal em

4
(aconselhe-se
2011)
junto do
profissional de
saúde)

O tamanho do
f uro da tetina
deve ser
adequado à
idade do bebé
(o leite deve
cair gota a gota
e não em fio
contínuo)

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


67

frequência e quantidade de leite


por cada biberão

0-6 meses 6-12 meses


A maioria dos bebés • Quando o seu filho
realiza 8 mamadas/dia começar a comer sólidos,
no primeiro mês e 6 a 8 na diversificação
mamadas/dia a partir do alimentar, cada biberão
2º mês. vai sendo substituído
por uma dessas refeições
Até aos 6 meses, pode sólidas;
utilizar a seguinte
fórmula como indicação: • Deve continuar a ingerir
leite e produtos lácteos
• Quantidade de num total de cerca de
ml/bibe rão = 150 ml x 500ml em 24h
Peso bebé (em kg) a (lembre-se que o iogurte
dividir pelo número total e a papa também entram
de mamadas que ele faz nos cálculos).
em 24h;

• Nunca se deve forçar a


ingestão de leite;

• Todo o leite que sobrar


depois da mamada tem
de ser deitado fora.
Nunca o pode
reaproveitar.

A l eitame n to artifi cial


COMO
P REPARAR
O B IBERÃO

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


69

1. Fer va a água durante 4. Deite a água no


1 minuto (para que não biberão esterilizado.
se concentrem os sais Verifique a quantidade
minerais); de água pela graduação 
do mesmo, ao nível dos
2. Pode fer ver a água seus olhos;
para vários biberões e
armazená-la numa 5. Encha bem o
garrafa térmica doseador do leite e
comprada e reser vada nivele bem raso, sem
apenas este efeito (esta comprimir o pó.
garrafa deve ser lavada Respeite a proporção 1
diariamente); colher de medida de
leite em pó por cada
3. Deixe arrefecer a água 30ml de água (p.ex. 30ml
até ficar morna; – 1 colher de medida de
leite em pó; 60ml – 2
colheres; 90ml – 3
colheres);
NOTA
6. Coloque a tetina e
S e u sa r á gu a e n garrafad a
feche o biberão e agite
o p te p o r u m a com bai xo teor
até dissolver bem;
d e m i n e rai s , ade qu ada para
l a te n te s/ be bé s (ve ri ficar n o
r ó tu l o ) , não pre ci s a d e a
7. Verifi que a
fe r ve r , m as ape n as aq u e ce r. temperatura do leite,
E sta g a r rafa d eve s e r deixando cair umas
u t i l iza d a ap e n as para o b e bé gotas na face anterior do
e a r maze n ada e m l u gar seu punho.
l im p o e f re s co.

A l eitame n to artifi cial


ALEITAMENTO
ARTIFICIAL
como dar o biberão
• Sente-se confortavelmente;

• Coloque o bebé ao seu colo, numa posição


semi-sentado;

• O biberão deve estar inclinado de modo a que a


tetina fique totalmente preenchida por leite e
dentro da boca do bebé (para que o bebé não
engula ar, prevenindo as cólicas e o bolçar);

• A meio e/ou após cada mamada coloque o bebé a


arrotar.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


71

cuidados a ter com a higiene


do biberão

1 Lavagem: logo após a sua utilização lave o


biberão e a tetina com um escovilhão próprio
com água quente e detergente da loiça e passe
muito bem por água corrente, para retirar todo

2
o sabão.

“Esterilização”: aconselhável até ao início da


diversificação alimentar (devendo-se manter a
lavagem descrita).

m o d o d e e ste ri l i zação

FERVURA OUTROS
• Coloque o biberão MÉTODOS
numa panela com água,
de modo a ficar todo • Equipamento próprio,
mergulhado; após 10 como um esterilizador
minutos de fer vura, junte elétrico, ou esterilizador
a tetina; retire tudo ao para micro-ondas -
fim de 5 minutos (total realizar o procedimento
fer vura 15 minutos); de acordo com as
instruções.
• Verifique condições do
plástico ao longo do uso.

A r m azen a m e n to: Os bi b er ões e tetina s pode m ser conse r va do s


d e n t r o do l ocal on d e foram e steriliza dos ou em loca l limpo

A l eitame n to artifi cial


72

ALEITAMENTO
ARTIFICIAL
ale i t a me n to m i s to

A p r od u çã o d e l e i te m a te r n o e s t á
dire tam e n te r e l ac i o n a d a co m o e s tí m u l o d e
ca d a m a m a d a . S e o b e b é p a s s a r a m a m a r
me n o s , m e n o r s e rá a s u a p r o d u çã o d e l e i te .
O u s e j a , a s i m p l e s tr o ca d e u m a d a s m a m a d a s
d o di a p e l o l e i te d e fó r m u l a n o b i b e rã o te m
i m pa c to n e g a t i vo n a p r o d u çã o d o l e i te .

Opte sempre por usar tetinas que ajudem a manter


o aleitamento materno.

como r e a l iza r o
a lei t a me n to m i s to
1. Ofereça primeiro a mama e permita que o bebé
mame até a esvaziar. Só depois das 2 mamas
estarem vazias, é que deve oferecer o leite de
fórmula;

2. Antes de dar o biberão, coloque-o para arrotar.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


A l eitame n to artifi cial
capítulo 5
S ó n i a Al m e i da, Cat arina S. Oliveira, Wilma Lopes,
R aqu e l Z e nha, Sofi a F igueiredo
Consultas
É normal
Há situações normais nos bebés que
assustam os recém-papás...
Mas que não devem ser alvo de
pr eocupação!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


77

É NORMAL
o b s t r u çã o na s al
• Nos primeiros dias de vida é muito frequente os
bebés apresentarem obstrução nasal (“nariz
entupido”);

• Pode causar algum desconforto ao bebé,


principalmente a dormir e a mamar. Nesse caso,
realize a higiene nasal do seu bebé, usando soro
fisiológico ou soluções de água do mar, sobretudo
antes de mamar ou dormir;

• Não existe número máximo de vezes durante o dia


para realizar higiene nasal. Faça-o quando achar
necessário.

e s p i rr o s
• É normal os bebés espirrarem, especialmente no s
primeiros meses;

• Nos primeiros dias de vida é uma reação natural


para expulsar as secreções que ainda persistem do
parto, uma vez que os espirros permitem limpar as
vias aéreas;

• São mais frequentes quando os bebés contactam


com cheiros fortes, muita luz ou outros estímulos
irritantes;

• Não significa que estejam constipados, com frio ou


que sejam alérgicos.

Recorra ao médico se a obstrução nasal ou os espirros


se acompanharem de febre, irritabilidade ou
dificuldades alimentares.
É n o rmal
78

soluços
• É muito frequente os bebés mais pequenos terem
soluços;

• São mais frequentes após as mamadas e após


episódios de choro, porque o leite e o ar enchem o
estômago e causam irritação do diafragma. Não
causam desconforto ao bebé e duram apenas alguns
minutos.

refluxos / bolçar
• É frequente os bebés mais pequenos bolçarem
após a mamada, especialmente quando estão a
arrotar;

• Podem bolçar até várias horas após a mamada;

• Não deve ser motivo de ansiedade para os pais,


desde que o seu bebé aumente bem de peso e não
tenha outros sintomas;

• À medida que o mús culo que separa o esófago do


estômago (chamado e sfíncter esofágico inferior)
amadurece, esses episódios vão diminuindo. São
menos frequentes depois dos 4 meses de vida.

F ale com o seu M é d ico Assiste nte se


o b ebé con tin uar a b ol çar muito l e ite
( s o bretudo > 6 me se s d e v id a), p e rde r
pes o ou ti ver vómitos e m jato.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


79

engasgamento
Episódio súbito de bloqueio parcial ou total da via
aérea por um corpo estranho (exemplo: comida ou
brinquedo).

se o bebé se engasgar • Aplique 5 pancadas


mas estiver a tossir com vigorosas no meio das
intensidade costas entre os ombros (2)

• Olhe para ele • Se ele mantiver


atentamente e sem dificuldade em respirar,
realizar movimentos coloque-o de barriga
bruscos coloque-o numa para cima na sua outra
posição mais vertical; perna e aplique 5
compressões torácicas
• Não lh e sopre para a rápidas (3)
cara (isso só o vai
atrapalhar mais). • Repita os passos 2 e 3
até o seu bebé expulsar
se ele não tossir ou tiver o corpo estranho,
dificuldade em respirar começar a tossir e
respirar efi cazmente;
• Sente- se, coloque-o de
imediato na sua perna • Leve-o sempre ao
apoiado no seu braço e hospital depois destes
segure-lhe a cabeça. O passos.
bebé deve ficar de
barriga para baixo, com
a cabeça levemente mais
baixa que o tórax (1)

1 2 3
É n o rmal
80

fontanelas (moleirinhas)
As fontanelas são zonas moles (sem ossos) do crânio
dos bebés. Existe uma maior à frente (fontanela
anterior) e uma mais pequena atrás (fontanela
posterior).

Frontal
• A fontanela posterior
encerra normalmente no
Fontanela
anterior 1º/2º mês de vida e a
anterior entre os 12 e os
Coronal
18 meses;
Co ro n al Sagital
• Devido às fontanelas, a
Fo n t anela Lambdoide cabeça do bebé é mais
po sterior
moldável;
Fo n tan elas e s uturas

• Por isso, quando o seu bebé estiver acordado, não


o deixe sempre na mesma posição para não
deformar a cabeça;

• Não faz mal lavar, secar e tocar na cabeça do


bebé.

queda de cabelo
• O cabelo do bebé po de cair até aos 3-6 meses de
vida;

• É normal cair de forma desigual, surgindo “zonas


carecas”. Não significa que tenha falta de vitaminas
ou que esteja doente;

• Entre os 6 e os 18 meses, nasce o verdadeiro


cabelo do bebé.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


81

estrabismo (trocar os olhos)


• É mais frequente até aos 3 meses;

• Até aos 6 meses de vida, pode ser normal;

• Deve-se à imaturidade dos músculos e ner vos que


permitem os movimentos dos olhos;

• Se o estrabismo for fi xo (sempre presente) ou


existir depois dos 6 meses de vida, necessita de
obser vação pelo médico Of talmologista.

É n o rmal
82

obstrução do canal lacrimal


• Afeta cerca de 6% dos recém-nascidos;

• Os que têm o canal lacrimal pouco aberto


l acrimejam mais, têm mais secreções nos olhos e
podem acordar com as pálpebras coladas. Não
significa que tenham uma infeção nos olhos
(conjuntivite);

• A maioria resolve es pontaneamente (até aos 12


meses de idade) e não precisa de tratamento;

• A massagem do canal lacrimal faz-se exercendo


uma ligeira pressão com o seu indicador, desde o
canto do olho até à asa do nariz. Deve ser realizada
várias vezes por dia durante 5 minutos;

MASSAGEM
deve ser realizad a
com um
movimento do s eu
dedo do canto do
olho até à asa do
nariz

• A higiene ocular deve ser feita com uma compressa


esterilizada molhada em soro fi siológico, utilizando
uma compressa para cada olho;

• Se, apesar dos cuidados de higiene, persistir a


presença de secreções oculares ou surgirem outros
sintomas, deverá procurar ajuda médica.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


83

icterícia
• Caracteriza-se pela coloração amarelada da pele e
escleróticas (parte branca do olho);

• É normal quando surge entre o 2º e o 14º dia de


vida e não se estende abaixo do umbigo;

• Nesta situação, aumente a frequência da


amamentação.

situações que exigem obser vação médica e que


poderão ter indicação de fazer fototerapia
(tratamento com "luzinha azul”):

• Icterícia com agravamento progressivo ou que se


estende para baixo do umbigo;

• Icterícia que persiste depois dos 14 dias de vida;

• Icterícia com febre e/ou irritabilidade;

• Icterícia associada
a dejeções brancas
e/ou uri na
acastanhada;

• Icterícia em bebé
demasiado
quieto/sonolento e
com recusa nas
mamadas.

É n o rmal
84

fezes
• As primeiras fezes do recém-nascido (mecónio) são
de cor preto-esverdeadas e pegajosas (ver imagem);

• As fezes de transição geralmente aparecem no


terceiro dia após início do aleitamento, e podem
variar de cor (castanhas, esverdeadas ou
amareladas);

• Após este período, as fezes do bebé costumam ser


moles e podem acontecer após cada mamada (sem
que isso signifique que tem uma gastroenterite) ou
apenas 1x/dia.

consulte o seu médico caso as


fezes sejam:
• De cor preta, vermelha
ou branca;

• Muito duras e o seu


bebé parecer
desconfortável;

• Muito mais moles e em


maior número que o
habitual, sobretudo se acompanhadas de vómitos ou
febre.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


85

urina
• Nos primeiros dias, a urina
do bebé pode apresentar
cristais avermelhados (uratos),
que parecem sangue na fralda
(ver imagem);

• Não significam doença, mas


são um sinal de que deve
reforçar a amamentação.

hipertrofia mamária
• É comum nos recém-nascidos aparecerem uns
“caroços” nas maminhas entre a 1ª e a 3ª semana de
vida, que desaparecem até aos 2-3 meses;

• Pode haver saída de conteúdo leitoso;

• Deve-se à ação das hormonas maternas.

NUNCA ESPREMA!
Procure ajuda médica, se surgir vermelhidão
ou noçã o de dor ao toque

órgãos genitais
• No recém-nascido, os órgãos genitais podem
parecer grandes ou desproporcionados;

• Na menina pode haver um ligeiro corrimento


vaginal esbranquiçado tipo clara de ovo ou perda de
sangue;

• Tal como a hipertrofia mamária, isso deve-se às


hormonas maternas que ainda se encontram no bebé.

É n o rmal
capítulo 6
Mart a M e s q u i t a, Cat arina S. Oliveira, Wilma Lopes,
R aqu e l Z e nha, Sofi a F igueiredo
A pel e d o
r e cé m-n ascido
A pele do recém-nascido é um órgão
imaturo, que sofreu alterações
substanciais com o nascimento, ao
passar da vida intrauterina para um
ambiente seco. Apresenta
características próprias, por isso é
importante conhecer algumas
alterações frequentes.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


89

A PELE
vér n i x
O vernix caseosa é uma substância gordurosa que
reveste a pele do feto e que atua como lubrifi cante
durante o trabalho de parto. Após o nascimento
permite maior estabilidade da temperatura do
bebé. Habitualmente desaparece após as 24 horas
de vida.

vérnix caseosa a envolver o b e b é

des cama çã o
É um processo fisiológico da pele, bastante comum,
que parece estar associada à remoção do vérnix.
Geralmente aparece na primeira semana de vida e
desaparece na terceira semana. Não é necessário
realizar qualquer tratamento nem ter nenhum
cuidado especial.

A p e l e d o re cé m- nascid o
90

lanugo eritema tóxico


(penugem) Erupção cutânea de
causa desconhecida que
Uma espécie de ocorre em cerca de 50%
penugem que cobre todo dos recém-nascidos.
o corpo do feto desde o Surge geralmente entre
segundo trimestre da as 24 e as 48h após o
gravidez e que tende a nascimento e
desaparecer ao longo desaparece
das primeiras semanas espontaneamente
de vida. Geralmente durante a primeira
encontra-se em maior semana de vida.
quantidade nas orelhas, Tratam-se de pápulas
face, pescoço e costas . O (muito pequeninas)
bebé prematuro vermelhas que surgem
apresenta uma maior na face e depois no
quantidade de lanugo . tronco e membros. Não
necessita de qualquer
cuidado.

l an u g o (pen ugem) a cobrir a pele

eritema tóxico

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


91

hemangioma manchas salmão


São aglomerados de É uma situação
vasos sanguíneos que frequente que surge em
geralmente se localizam 70% dos bebés de raça
na pele, levando a caucasiana. São manchas
manchas bem avermelhadas/cor de
delimitadas, de salmão que resultam de
coloração vermelho vivo alterações dos vasos
ou púrpura, com ou sem sanguíneos da pele e que
relevo. Tendem a na maioria dos casos
desaparecer de forma aparecem ao nascime nto
espontânea até aos 7-10 na nuca, nas pálpebras
anos. Alguns carecem de ou entre as
seguimento médico, sobrancelhas.
dependendo do Geralmente,
tamanho, localização, desaparecem ao longo
evolução e complicações dos primeiros anos de
(ulceração, hemorragia). vida.

heman g io ma manchas salmão

A p e l e d o re cé m- nascid o
92

cutis marmorata manchas


Alteração fisiológica que mongólicas
resulta da dilatação dos
São manchas de cor azul
pequenos vasos
acinzentada que
sanguíneos da pele
geralmente aparecem
quando o bebé é
nas nádegas ou um
exposto ao frio.
pouco acima destas. São
Caracteriza-se pela
mais frequentes nos
presença de manchas
bebés de raça negra.
vermelhas/violáceas em
Habitualmente,
forma reticulada (em
tornam-se mais ténues
rede) que surgem no
durante o primeiro ano
tronco e extremidades e
de vida e tendem a
que normalmente
desaparecer até aos 5
desaparecem quando o
anos.
bebé é aquecido.

cu tis m armo rata

mancha mongólica

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


93

milia acne neonatal


É uma das alterações (”medranças”)
cutâneas mais
Alguns recém-nascidos
frequentes no
têm borbulhas
recém-nascido e resulta
semelhantes ao acne
de rolhões de queratina.
dos adolescentes. As
São pápulas do tamanho
lesões habitualmente
de um ponto, brancas/
surgem entre a 2ª e a 3ª
amareladas, que
semana de vida,
geralmente aparecem no
localizam-se sobretudo
nariz, nas bochechas e
na face (região
no queixo. Desaparecem
malar/bochechas) e
ao longo dos primeiros
resolvem
meses de vida.
espontaneamente ao
fi m de 2 a 3 meses.
Geralmente não é
necessário aplicar
qualquer tipo de
tratamento, se tiver
dúvidas procure o seu
médico assistente.

milia

acne neonatal

A p e l e d o re cé m- nascid o
94

crosta láctea miliaria


É comum nos Caracteriza-se por
recém-nascidos. Surgem grupos de pequenas
pequenas escamas bolhas cheias de suor,
espessas, amareladas e que surgem sobretudo
oleosas que revestem o no peito e nas costas do
couro cabeludo (e por bebé em situações de
vezes a testa), formando muito calor. Os poros da
uma crosta em alguns pele do bebé ficam
pontos. Não incomoda o obstruídos e impedem
bebé e habitualmente as glândulas de libertar
desaparece antes do ano o suor.
de idade. Pode ser
utilizado um champô
adequado para a
lavagem do cabelo, ou
aplicado um óleo ou
emoliente com posterior
massagem suave do
couro cabeludo para
soltar a crosta. Fale com
o seu Enfermeiro ou
Médico assistentes.
miliaria

cro sta láctea

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


A p e l e d o re cé m- nascid o
capítulo 7
Mart a M e s q u i t a, Cat arina S. Oliveira, Wilma Lopes,
R aqu e l Z e nha, Sofi a F igueiredo
Higiene e
cuidados com a
pele
98

HIGIENE
o banho

O banho do bebé pode ser um momento de


ansiedade e um verdadeiro desafio para os pais!
Para além de uma eta pa da higiene, deve ser
também um momento de prazer e relaxamento
para o bebé.

Deve dispor de tempo para dedicar ao bebé nessa


rotina!

com que frequência devo dar banho ao meu bebé?

• Durante os primeiros meses de vida, especialmente


no 1º mês, a pele do bebé é muito imatura e o
banho pode ser uma agressão para a pele. Os bebés
sujam-se pouco, pelo que o banho pode realizar-se
em dias alternados (dia sim, dia não);

• Se decidir dar banho em dias alternados, deve


l impar diariamente os olhos, o rosto, as preguinhas
da pele, a zona da fra lda e as mãos. O cabelo, por
exemplo, não precisa de ser lavado diariamente a
não ser que esteja muito calor e o bebé transpire;

• Contudo, se o relaxamento do banho for muito


importante para o seu bebé, desde que use produtos
corporais adequados e hidratantes pode optar por
dar ban ho todos os dias!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


99

quando devo dar banho ao bebé?


• O banho deve ser incluído na rotina do bebé e da
família;

• Idealmente, ao final da tarde, antes da última


refeição, pelo seu efeito relaxante;

• Desde que o banho seja dado à temperatura


recomendada e o seu bebé não seja muito bolçador,
pode ser após a refeição!

N o r e cé m -n asci do o b an h o deve ser rá pido! Cerca de 5 minutos ,


d e for m a a n ã o de sta biliza r a sua temp eratura corp oral . Nos
b e b é s m a i s cresci dos , p od e se r ma is de morado, a té 15 a 20
m i n u to s .

A ban heira deve e st ar fi xa e num l ocal


se guro!
N unca deixe o se u b e b é sozinho na
ban heira , é muito p e rigoso e p od e
m es mo se r fat al .

Hi g i e n e e cuid ad o s co m a pe le
100

HIGIENE
o b a n h o : p a sso a p as s o

PREPARAÇÃO
Reúna todo o material necessário antes de
iniciar o banho (roupa, fralda, produtos de
limpeza e de hidratação), para não ter que o
interromper nem expôr o bebé ao frio.

TEMPERATURA
Mantenha o ambiente aquecido (cerca de
22ºC) e sem correntes de ar. Evite os
aquecedores a gás, pois são perigosos.

A temperatura da água não deve ultrapassar


os 37ºC (pode medi-la com um termómetro
ou senti-la com o seu cotovelo). Comece por
colocar a água fria e só depois a água
quente para controlar melhor a
temperatura. O bebé nunca deve ser
colocado na água sem que a temperatura
seja avaliada primeiro!

COBRIR O CORPO ATÉ...


A água do banho deve cobrir o corpo do
bebé apenas até à região abdominal (cerca
de 1 palmo) e não pode cobrir a maior parte
do tronco nem a face do bebé na posição
deitado (para evitar acidentes).

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


101

MUITA ÁGUA, POUCO SABÃO


Durante o primeiro mês de vida poderá dar
banho apenas com água. Se preferir dar
banho com algum produto opte por
gel/óleo/loção emoliente adequados à
idade, que possam ser usados para lavar o
corpo e cabelo. Estes devem ser usados em
pequena quantidade. A regra de ouro nes ta
idade é muita água e pouco sabão!

Não utilize es ponja (fonte de bactérias),


prefira uma compressa suave ou apenas a
sua mão que é sufi ciente para limpar o
bebé. Não esf regue a pele!

O banho pode ser iniciado pela face apenas


com água, seguida pela cabeça, pelo corpo
e por último os genitais.

SECAR A PELE
Após o banho a pele deve ser bem seca de
modo suave, sem fricção. Seque primeiro a
cabeça. Seque cada preguinha: sem
esquecer axilas, região atrás das orelhas,
pescoço, pele entre os dedinhos e os
genitais.

Hi g i e n e e cuid ad o s co m a pe le
COMO
PE GAR NO
SE U BEBÉ
D URAN TE O B AN HO

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


103

BARRIGA
PARA CIMA
Apoie a cabeça do
bébé no seu antebraço
e segure-o colocando
a mão por baixo da
axila.

BARRIGA
PARA BAIXO
Apoie o peito do bébé
no seu antebraço para
lavar costas e rabinho.

hidratação da pele
• Deve ser realizada imediatamente após o banho,
depois de ter secado a pele;

• Aplique uma fina camada de creme e aproveite


para massajar o bebé e relaxá-lo ainda mais!

• Sempre que possível, nos recém-nascidos, use um


creme emoliente sem fragrâncias, perf ume ou
conser vantes (produto geralmente utilizado em
crianças com dermatite atópica).

Hi g i e n e e cuid ad o s co m a pe le
104

HIGIENE
c u i dad o s d e h i gi e n e e s p e ci ai s

1
COTO / CORDÃO
UMBILICAL

• Habit ualmente cai entre o 5º e 15º dia;

• Deve ficar sempre por fora da fralda (de modo


que este não fique sujo com dejeções ou urina);

• Mantenha-o sempre limpo e seco, especialmente


após o banho e a cada muda de fralda;

• A limpeza deve ser feita até à total cicatrização,


sem medo de magoar o bebé, pois o seu
manuseamento não provoca dor;

• Geralmente, é suficiente a limpeza apenas com


água; se indicado pelo profissional de saúde, então
use desinfetantes (álcool a 70% ou clorohexidina a
4%). Não use pensos, adesivos, faixas ou outros;

• Se tiver mau cheiro e/ou se a zona à volta ficar


vermelha e/ou com secreções, deve ser obser vado
por um profissional de saúde.

2
OLHOS

• Lave os olhos usando compressas e soro


fisiológico sempre que obser var secreções;

• Use uma compressa para cada olho.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


105

3
OUVIDOS

• Limpe apenas a parte externa dos ouvidos do se u


bebé usando uma compressa humedecida! Não use
cotonetes!

4
NARIZ

• Sempre que estiver sujo,


limpe cuidadosamente o nariz
usando compressas e soro
fisiológico;

• Pode aspirar as secreções do


nariz com material adequado
à venda nas farmácia s
(aspiradores manuais);

• Evite as aspirações
recorrentes que podem lesar
as paredes das narinas do seu
bebé.

5
UNHAS

• As unhas do seu bebé devem estar sempre curtas


e limpas, para evitar que se arranhe e provoque
possíveis infeções;

• Corte semanalmente! Aproveite para cortá-las


cuidadosamente após o banho, já que estão
amolecidas e o bebé está mais calmo.

Hi g i e n e e cuid ad o s co m a pe le
106

• Use uma tesoura de pontas redondas ou uma


lima especial e use exclusivamente para o seu
bebé;

• Devem ser cortadas de forma reta (os cantos não


devem estar arredondados), para evitar que a unha
cresça para dentro da pele e encrave.

6
FRALDA

• Escolha as fraldas mais absor ventes;

• Troque a fralda do seu bebé sempre que


necessário, se tiver dejeção ou maior volume de
urina, de dia ou de noite. Verifique a fralda após a
mamada, quando o bebé acorda de manhã e antes
de dormir à noite;

• Para limpar o rabinho prefira compressas de


tecido não tecido, algodão ou panos macios que
podem ser molhados em água (sem qualquer
sabão), para diminuir o risco de irritações;

• Evite os toalhetes (especialmente no 1º mês de


vida). Quando necess ário, opte por toalhetes sem
álcool, perf umes ou outros produtos adicionados;

• Depois de limpar seque muito bem a pele antes


de colocar a fralda!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


107

HIGIENE
m u d a d e fra l d a: p as s o a p as s o

PREPARAÇÃO
Assegure-se que tem acesso fácil a todo o
material necessário à muda de fralda (fralda
limpa, compressas, muda de roupa).
Nunca perca o contacto físico com o bebé
durante a troca da fralda!

PASSO A PASSO
Abra a fralda, colando as fi tas adesivas para
evitar que se colem na pele do bebé;

Nas meninas limpe a região genital,


afastando ligeiramente os grandes lábios de
modo a remover apenas o excesso das
secreções vaginais. Limpe no sentido
vagina-ânus (da frente para trás), de forma
a evitar contaminações com fezes e
possíveis infeções;

Nos meninos limpe bem a zona dos


testículos, incluindo por baixo do saco
escrotal;

Limpe suavemente todas as preguinhas;

Depois de limpar, seque muito bem (evita as


assaduras) , sem esfregar;

Levante as pernas do bebé pelos pés com


uma mão e com a outra retire a fralda suja e
deslize a nova fralda por baixo das nádegas.

Em nenhuma circunstância deve puxar para trás o


prepúcio (pele que cobre a pilinha)!

Hi g i e n e e cuid ad o s co m a pe le
108

HIGIENE
fra ld a : p e q u e nos p rob l e m as

N o bebé com uma p e l e saud áve l não é


n e ces sá rio colocar cre me b arre ira a pós
cada muda .
Na e s co lha destes cremes, prefira
a q u e l e s q u e co ntenh a m óxido de zinco.

O conta cto prolongado entre a pele e a urina ou as


fezes na zona da fralda pode levar a irritação da
pele, que pode evoluir para infeção por f ungos
( candidíase).

dermatite da fralda (”assadura do rabinho”,


“rabinho vermelho”)

A pele do rabinho fica com aspeto infl amado e pode


ter algumas pequenas pápulas (borbulhas)
vermelhas.
Geralmente as pregas não são atingidas.
A zona próxima do ânus também pode ficar
vermelha. Nesse caso, verifique se não houve
introdução de algum alimento novo que possa ser a
causa do eritema.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


109

como evitar?

• Mude
frequentemente a
fralda;

• Realize uma limpeza


suave;

• Seque muito bem


antes de colocar a
nova fralda.

dermatite das fraldas

o que fazer?

• Verifique se existiu alteração recente no


t ipo/marca das fraldas ou nos cremes usados ou na
dieta, que possam ser a causa da assadura;

• Redobre os cuidados anteriormente referidos e


aplique uma camada fina de creme barreira com
óxido de zinco;

• Se estas medidas não forem suficientes ou se


houver agravamento e atingimento das pregas,
consulte o seu Médico Assistente.

Hi g i e n e e cuid ad o s co m a pe le
capítulo 8
M art a M e s qu i t a, R aquel Zenha, Sofia F igueiredo
Consultas
Higiene oral
Os hábitos de higiene oral devem ini-
ciar-se o mais precocemente possível,
tornando-os numa rotina diária.
Promover uma boa higiene oral é
muito importa nte para a saúde f utura
do seu bebé!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


113

HIGIENE ORAL
e r u p çã o d e n t ári a

• A formação dos dentes ocorre durante o


desenvolvimento fetal mas só mais tarde acontece a
erupção dentária;

• Habitualmente os dentes decíduos (“de leite”)


surgem aos 6 meses mas é muito variável, podendo
ser considerada normal acontecer até aos 2 anos;

• Os primeiros dentes a nascer são os incisivos


centrais inferiores;

• A dentição decídua completa é composta por 20


dentes (10 superiores + 10 inferiores).

cronologia

6
me s es
INCISIVOS CENTRAIS
INFERIORES
14
meses
PRIMEIROS MOLARES
SUPERIORES

7
me s es
INCISIVOS CENTRAIS
SUPERIORES
16
meses
CANINOS INFERIORES

9
me s es
INCISIVOS LATERAIS
SUPERIORES
18
meses
CANINOS SUPERIORES

10
me s es
INCISIVOS LATERAIS
INFERIORES
20
meses
SEGUNDOS MOLARES
INFERIORES

12
me s es
PRIMEIROS MOLARES
INFERIORES
24
meses
SEGUNDOS MOLARES
SUPERIORES

Higie n e o ral
114

higiene da boca e dentes


• A higiene, enquanto não existem dentes, deve ser
feita diariamente após a amamentação, com uma
compressa embebida em água morna em volta do
dedo e com movimentos rotativos: limpar os lábios e
a boca, passando pela gengiva e língua;

• Com o aparecimento dos primeiros dentes, a


higiene deve ser feita com compressa, dedeira ou
escova macia (trocar a cada 3 meses);

• A quantidade de pasta a colocar é muito reduzida,


o equivalente à unha do dedo mindinho do bebé.
Deve utilizar uma pasta de dentes que contenha
1000-1500ppm de flúor (confirmar na lista de
ingredientes da pasta dos dentes);

• Lave pelo menos 2 vezes por dia, sendo a lavagem


mais importante após a ultima refeição do dia.

cuidados de higiene com os


objetos que o bebé leva à boca
chupeta
• Quando suja, a chupeta deve ser lavada com água
quente corrente e posteriormente muito bem seca.
Durante os primeiros 3 meses pode optar por
esterilizar;

• Não limpe a chupeta com a sua saliva (a cavidade


oral tem bactérias que podem ser prejudiciais ao
seu bebé);

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


115

• Mude regularmente
de chupeta (verifique
nas inst ruções de uso).
À medida que o bebé
vai usando a chupeta
verifique se esta se
encontra íntegra (sem
rasgões ou outros
danos causados pelo
uso, que possam
colocar em risco a
vida do bebé);

• Não adicione mel,


açúcar ou outra
substância à chupeta
do seu bebé!

brinquedos

• Após os 4-6 meses os bebés começam a levar à


boca objetos/brinquedos a que têm acesso, devendo
ter especial atenção a os mesmos;

• Os brinquedos
devem ser idealmente
sem pelos e
facilmente laváveis;

• Procure lavá-los com


regularidade (se
tiverem pelos lave
mais
frequentemente!),
especialmente
durante os primeiros 6
meses de vida.

Higie n e o ral
capítulo 9
M art a M e s qu i t a, R aquel Zenha, Sofia F igueiredo
Consultas
Vestuário
As roupinhas para o seu bebé devem,
acima de tudo, ser confortáveis.

Opte por peças de algodão e evite lãs e


tecidos sintéticos.

Escolha roupinhas práticas, fáceis de


vestir. Prefira as peças que apertam à
frente ou de lado, com molas em vez
de botões ou fechos de correr. Evite
fitas, elásticos e atilhos.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


119

VESTUÁRIO
qu e q u a n t i d a de d e rou pa deve
o b e b é ve st i r ?

• Deve ajustar à idade do bebé e à temperatura


exterior;

• De uma forma prática, deve vestir o seu bebé com


mais uma “camada” / peça de roupa que a pessoa
mais friorenta da família! E essa roupinha deve ser
um body para usar bem junto ao corpo;

• No 1º mês a temperatura corporal do bebé não é


tão estável e este gosta de se sentir aconchegado.
Use roupinhas mais justas;

• Após os 2 meses, opte por roupinhas mais largas,


que não prendam os movimentos;

• Após os 6-9 meses, j á o pode vestir como se veste


a si, porque os mecanismos de regulação da
temperatura corporal já estão melhor estabelecidos;

• No verão pode optar por roupas mais largas e


arejadas de forma a que a pele respire e o seu bebé
se sinta confortável.

Ve stuário
120

VESTUÁRIO
como t ra ta r a rou pa do b e bé ?

ANTES DE USAR...
Antes de usar, retire as etiquetas na sua
totalidade para evitar irritações na pele do
seu bebé.

A L AVAGEM
Lave a roupa com detergente para bebés.
Pode ser lavada na máquina de lavar, mas
nos primeiros meses deve ser lavada
separadamente da roupa da família;

Não é necessário utilizar amaciador.


Quanto menos químicos melhor!

Após lavar, a roupinha deve ser muito bem


enxaguada para não ficarem resíduos de
detergente;

Se possível, seque a roupa ao sol e passe a


ferro antes de usar.

calçado
Na ansiedade de ver os bebés a andar, alguns pais
começam a pôr-lhes sapatos cedo demais.

An te s d os 1 2-18 m e se s n ã o há necessid ad e de sap atos, a não s er


n a s sa í d a s de cas a!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


121

• Preferencialmente, o seu bebé deve andar


descalço. Se o solo estiver frio, calce umas meias.
Opte por meias antiderrapantes para evitar
acidentes. É necessário o bebé sentir o chão e as
suas irregularidades, para poder adaptar o pé e
equilibrar-se;

• Os sapatos foram concebidos para proteger o pé


de objetos que se encontrem no chão e que lhe
possam fazer mal;

• Os sapatos não evitam as deformações do pé


nem contribuem, de nenhuma forma, para o
desenvolvimento psicomotor.

que sapatos deve usar o bebé?


• Opte por sapatos suficientemente amplos para
acomodar os pés, sem os pressionar;

• Escolha sapatos
confortáveis e
L EMBRE-SE:
flexíveis com solas
antiderrapantes; o s pé s vão
cre sce r

• Os contrafortes rapid ame n te

laterais e posteriores d uran te e sse s

devem ser mais me se s, o s

rigidos e sapato s te rão d e


man te r o ritm o !
suficientemente
apoiantes para evitar
que o pé resvale para
o lado, e para manter os ténis são uma boa op ção

o pé direito;

• Não precisa de ter cunhas, inserções, saltos


reforçados, arcos especiais e outros recursos
projetados para dar forma aos pés, uma vez que
não têm benefício co mprovado para a maioria das
crianças.

Ve stuário
capítulo 10
Mart a M e s q u i t a, Cat arina S. Oliveira, Wilma Lopes,
R aqu e l Z e nha, Sofia F igueiredo
Sono e
Síndrome da
Morte Súbita do
Lactente
O sono do bebé é muito importante
para o seu crescimento e
desenvolvimento, porque algumas das
hormonas necessárias neste processo
são produzidas neste período.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


125

SONO
son o d o b e b é
O número de horas de sono diminui com a idade
mas, dentro de cada grupo etário, cada bebé tem as
suas necessidades próprias em horas de sono!

0 a o s 3 me se s 6 aos 12 m e s es
16-18 horas de sono/dia 14-15 horas de sono/dia
• Os períodos de sono do • Regra geral estes bebés
bebé são irregulares e necessitam de cerca de
condicionados 15h de sono, embora
sobretudo pela fome. À algumas crianças
medida que o bebé possam precisar de
cresce, a duração do mais;
sono vai-se adaptando ao
dia e à noite e aos • Com um ano de idade é
horários dos pais; habitual fazerem apenas
2 sestas, com a duração
• No 1º mês, a maioria, média de 2h cada uma.
não dorme mais de 3 a 4
horas seguidas. Os be bés
amamentados fazem,
geralmente, períodos de
sono mais curtos.

4 a o s 5 me se s
16 horas de sono/dia
• O bebé começa a ficar
mais tempo acordado
durante o dia. No
entanto, ainda necessita
de várias sestas.

S o n o e S í n d ro m e d a M o rte S úbita d o Lacte n te


126

SONO
son o d o b e b é
Fique atento aos sinais de sono e cansaço do bebé

sinais precoces de sono sinais tardios de sono


• Bocejo, maior agitação • Choro e irritabilidade.
e desvio do olhar. À Se o seu bebé ficou
medida que o bebé vai satisfeito após a
crescendo, pode esfregar mamada, está acordado
as orelhas e os olhos há mais de 1h e chora, é
quando tem sono; provável que tenha sono!

• É importante iniciar a
rotina do sono assim
que detete estes sinais!

c i clo so no - v i g í l i a
Os bebés quando nascem não têm bem
estabelecido o ciclo sono-vigília (dia/noite) e é
importante criá-lo!

de dia

Mantenha a casa bem iluminada e com os ruídos


habituais do quotidiano (rádio, televisão,
eletrodomésticos). Antes e depois das mamadas,
enquanto o seu bebé estiver acordado, brinque e fale
com ele.

de noite

Mantenha um ambiente mais tranquilo e silencioso.


Deixe o quarto pouco ou nada iluminado e procure
não estimular o seu bebé, de modo que ele vá
percebendo que à noite deve dormir.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


127

os bebés são capazes de


adormecerem sozinhos?
Nos primeiros meses de vida é natural que o bebé
adormeça durante ou após a mamada.

No entanto, é importa nte que o bebé vá sendo


colocado no berço ainda acordado, para que possa
aprender a adormecer sozinho, mesmo quando
acorda durante a noite.

O modo como o seu b ebé se habituar a adormecer é


como ele vai querer a dormecer mais tarde (se
adormecer à mama, vai querer mamar para dormir;
se adormecer a ser embalado, vai querer o embalo
para dormir...).

Perto dos 12 meses a criança já tem capacidade


para adormecer sozinha. Habitue-a gradualmente a
fazer essa transição, sem a sua presença.

É i m porta nte criar d e sde ce d o uma


rotina d e sono!

S o n o e S í n d ro m e d a M o rte S úbita d o Lacte n te


128

rotina do sono

1 2Aos primeiros
sinais de sono,
Estabeleça um deve colocar o Após os 4
horário fixo bebé no berço
meses o sono
para o sono para dormir,
criando um
do bebé está
noturno do seu
bebé. Procure ritual do mais
relaxá-lo adormecimento estruturado e é
(banho, diário (diminuir importante
massagem…) e a iluminação, nesta altura
diminua todos cantar uma que as rotinas
os estímulos melodia, de sono
(iluminação e colocar alguma
estejam

3
ruído) música…), de
modo que o estabelecidas
bebé relaxe e de forma a que
associe essa o ato de

4
rot ina ao sono adormecer seja
natural, parte
A transição integrante do
final para o seu quotidiano,
sono deve ser para que este
feita pelo seu se sinta seguro.
bebé, sozinho A chupeta pode
ser um bom
aliado neste
ritual, pois
chuchar tem
um efeito
calmante para o
bebé

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


129

SONO
ca m a : c u i d a d os

O quarto deve estar a uma temperatura entre os


18-20ºC.
Não deve ter televisão ou outros dispositivos
eletróni cos no quarto.

onde deve tamanho da cama, para


que não fique espaço
dormir o bebé? entre o colchão e as
grades;
O seu bebé deve dormir,
preferencialmente, numa • A cama deve estar
cama de grades desde o liv re, sem almofadas,
nascimento! brinquedos, fraldas ou
outros objetos
• A cama deve ser bem (“rolinhos”, toalhas,
arejada; mantas..) que podem
provocar asfixia.
• As grades da cama
devem ter no mínimo 60 As alcofas, salvo indicação
médica, não são boa opção pois
cm de altura e a
aumentam o risco de
distância entre as barras sobreaquecimento e, tal como
deve ser inferior a 6 cm; os berços, são mais instáveis e
propícios a cair.
• O colchão deve ser
firme e bem adaptado ao

N u n ca coloque o b e b é a dormir no sofá


ou p ol t rona!

S o n o e S í n d ro m e d a M o rte S úbita d o Lacte n te


130

que roupa de cama deve ter o


bebé?

• Use pouca roupa de cama! De preferência apenas


lençol e manta ou edr edrão ou saco de dormir de
bebé (verifique nas instruções, o quanto aquece o
bebé);

• Não utilize cobertores pesados!

• Prenda bem o lençol/manta/edredão, de forma a


diminuir o risco de se deslocarem para cima da cara
do bebé;

• De preferência não use protetores de berço! Se os


tiver, verifique frequentemente que estão bem
presos às grades;

• Não use almofadas;

• Se o quarto estiver mais frio, vista um pijama mais


quente ao seu bebé. Não lhe vista gorros ou
carapuços para dormi r!

As correntes das chupetas só devem ser utilizadas quando o bebé


começa a mexer-se mais! Assegure-se que o seu comprimento não
é superior a 22 cm, para evitar o risco de estrangulamento. Retire
sempre a corrente da chupeta quando deitar o bebé.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


131

como deitar o bebé para dormir?

• O seu bebé deve dormir de barriga para cima! Esta


é a posi ção mais segura. Os bebés não bolsam nem
aspiram mais o vómito do que se estiverem noutra
posição;

• Os pés devem ficar encostados ao f undo da cama;

• O lençol e o cobertor devem ir apenas até à parte


superior do tronco (não ultrapassar os ombros) de
forma a ficarem os bracinhos e a cabeça
descobertos por cima do cobertor.

Q u and o o bebé e st á acordad o e sob


v i g i l ânc ia, p o d e d e it á-l o d e b arriga p ara
bai xo. É impo rta nte pa ra estimula r o
d e s envo lv ime nto psicomotor e minimiza r
o d e s e nvo lv ime nto de ma lforma ções da
cabe ça ( pla giocefa lia ).

S o n o e S í n d ro m e d a M o rte S úbita d o Lacte n te


132

SONO
S í n d r o me d a Morte Sú bi t a
do L ac te n te

A Síndrome da Morte Súbita do Lactente é a morte


súbita e sem explicação de um bebé durante o
primeiro ano de vida.
É a primeira causa de morte entre o 1º mês e os 12
meses de idade! É rara no primeiro mês de vida,
sendo mais frequente entre os 2 e os 4 meses.
A maioria está associada ao sono, sendo conhecida
por “morte no berço”.

como prevenir?
• Deite o s eu bebé na
cam a , de a cordo com o
explicado anteriormente
(p ág. 131);

• Ev ite o seu
so breaqueci mento
(ve rifique a temperatu ra
do quarto e ro upa de
cam a - p ág . 1 29-130);

• O be bé deve dormir
numa cama de grades ao
la do da cama dos pais;

• U se a chupe ta para
do rmir;

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


133

• A amamentação é
recomendada e
protetora;

• Não durma com o bebé


na sua cama e nunca
adormeça com ele no
sofá. É ainda mais
perigoso dormir com o
bebé se está cansado, é
f umador ou se tomou
bebidas alcoólicas ou
medicamentos;

• Não f ume! Fumar no


ambiente do bebé ou
durante a gravidez
aumenta o risco de Síndrome de Morte Súbita;

• Evite o álcool e drogas ilícitas durante a gravidez e


após o nascimento.

S o n o e S í n d ro m e d a M o rte S úbita d o Lacte n te


134

q u a nd o d evo m u dar o be bé para


o q u a r to d e l e ?
depende do bebé e da família!

Como regra, deverá ser depois dos 6 meses:

• Menor risco de morte súbita;

• O bebé começa a fazer períodos de sono mais


longos;

• Deixam de mamar durante a noite.

NOTE:
Depois da decisão em mudá-lo de quarto
não recue!

Não deve colocá-lo para dormir uma noite com


os pais e outra no seu quarto, este tipo de
comportamento cria insegurança no seu bebé.
No início é natural que ele estranhe,
especialmente se ele acordava durante a noite e
os pais o adormeciam ao colo ou o levavam para
a cama deles. Dependendo dos hábitos criados,
a família poderá ter algumas noites mal
dormidas, até se estabelecer uma rotina mais
saudável.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


135

a lgu ns co nse l h os :

• Durante as sestas diurnas coloque-o na cama


sonolen to, mas ainda acordado;

• Se ele acordar durante a noite, caso não esteja a


chorar ou se só estiver a choramingar, aguarde para
ver se adormece sozinho. Se se mantiver acordado
ou a chorar, aproxime-se e faça contacto físico com
ele para que se sinta seguro;

• Tente não lhe pegar ou tirá-lo da cama. Vá dizendo


de forma suave e calma que ele tem de dormir;

• Coloque junto dele um boneco do qual ele goste


(mole, lavável, de preferência sem pelos e sem peças
pequenas que se possam desprender) e que poderá
ajudá-lo a adormecer.

S o n o e S í n d ro m e d a M o rte S úbita d o Lacte n te


capítulo 11
Mart a M e s q u i t a, Cat arina S. Oliveira, Wilma Lopes,
R aqu e l Z e nha, Sofia F igueiredo
Có l icas e
hábitos
i ntestinais
138

CÓLICAS
Nome que se dá ao choro que não tem
“CÓLICAS DO 1º TRIMESTRE”
motivo aparente num bebé com menos de
3 meses, que dura mais de 3h por dia e
ocorre em mais de 3 dias da semana (regra
dos 3).
É uma situação benigna e transitória, mas
motivo de inquietação e angústia para os
pais!

quais os sinais que indicam


que o meu bebé pode sofrer
de cólicas?
• O bebé apresenta um choro intenso, alto,
gritado, que tem início súbito e não se
associa a nenhuma atividade em particular.
Por vezes pode ocorrer após a refeição;

• O bebé contorce-se, a face fica vermelha ,


o abdómen “inchado” e tenso, os braços
tensos com as mãos fechadas, as pernas
encolhidas so bre o tronco e pode
arquear-se todo para trás, parecendo ter
dor;

• É um choro difícil de consolar! Pode


diminuir de intensidade com algumas
manobras (pág. 141), mas não pára de
imediato. Por vezes, melhora após o bebé
ter uma dejeção ou libertar gases
intestinais;

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


139

• Ocorre sobretudo ao fi nal da tarde, noite ou


madrugada, habitualmente à mesma hora!

• Desaparecem a partir dos 3 a 4 meses.

o que provoca as cólicas?

N ã o s e s abe a o ce rto a causa! Pensa -se


q u e s e d eve s o b retudo à ima turida de do
s is te ma d igestivo dos bebés.

Diversos fatores, em conjunto, parecem contribuir


para o mal estar do bebé, que levam ao choro:

• Gastrointestinal
(imaturidade do
sistema digestivo,
alteração da fl ora
intestinal, ar no
sistema digestivo,
intolerância às
proteínas do leite de
vaca, intolerância à
lactose);

• Biológicos (imaturidade dos sistemas reguladores);

• Psicossocial (temperamento da criança e


ansiedade/tensão nos cuidadores);

• Exposição ao f umo do tabaco.

Có l i ca s e hábito s in te stinais
CO MO POSSO
A JU DAR O MEU
BEBÉ
CO M CÓL ICAS

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


141

1
MANTENHA
A CALMA

• Se está ansioso com a situação peça a outra


pessoa que cuide dele nesse momento. Se não
tiver essa opção, coloque-o na cama e respire
f undo, alivie o stress. Depois de estar mais calmo
volte, então, a pegar nele.

2
ACALME
O BEBÉ

• Fale calmamente co m o seu bebé! Pode também


usar a chupeta para o tentar acalmar.

3
TENTE AS
TÉCNICAS

Pode recorrer a diferentes técnicas para aliviar as


cólicas do seu bebé. Aplique a(s) que melhor
f uncionar(em):

• Coloque-o de barriga movimentos mais


para baixo sobre o seu limitados. Embale-o para
braço, colocando a sua a frente e para trás e vá
mão na barriga dele e repetindo o som “Shhhh”
ficando a cabeça do bebé ou cante para ele;
confortável no seu
antebraço. Com a palma • Se lhe parecer que tem
da sua mão pressione um o abdómen inchado,
pouco a barriguinha dele tente ajudá-lo a libertar
e com a outra mão junte alguns gases fazendo uma
os bracinhos dele de massagem abdominal
forma a ficar com os suave no sentido dos

Có l i ca s e hábito s in te stinais
142

ponteiros do relógio
(coloque óleo de
amêndoas doces ou
creme hidratante nas
mãos, para que deslizem
melhor) e movimente as
pernas suavemente
imitando o pedalar.

outras técnicas:

• Deite- o de barriga para


baixo sobre as suas
coxas e “esfregue-lhe” as
costas;

• Envolva o bebé numa


manta de modo a ficar
aconchegado e com os
movimentos dos braços
mais limitados e
embale-o;

• Coloque-o no seu co lo
num pano sling ou
coloque-o deitado de
barriga para baixo sobre
o seu peito, para se
acalmar com o som do
bater do coração;

• Use os chamados ruídos


brancos (secador de
cabelo, aspirador,
exaustor…).

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


143

como posso ajudar a diminuir a


intensidade das cólicas?

1
ALIMENTAÇÃO

• Não alimente o seu bebé em excesso! Faça


inter valos de pelo menos 2h30. Se ele fizer leite de
biberão, prepare apenas o recomendado para a
idade e para o peso, segundo a indicação do seu
médico.

2
ARROTAR

• Certifique-se que, durante ou após todas as


mamadas, o seu bebé arrota. Se não arrotar,
deixe-o ficar na posição vertical com a cabecinha
sobre o seu ombro, cerca de 15 minutos.

3
TÉCNICA

• No be bé que faz leite de fórmula: dê-lhe o


biberão com ele sentado, com a coluna mais
vertical. Certifique-se que a tetina fica totalmente
preenchida de leite. Coloque-o para arrotar a meio
e no final da mamada. Use tetinas que previnam a
ingestão de ar!

Có l i ca s e hábito s in te stinais
144

• Se for alimentado a leite materno: corrija a


técnica de amamentação, para que o bebé não
engula muito ar.

4
ESTÍMULO

• Após a mamada, quando mudar a fralda, pode


procurar estimular a região anal (com uma
compressa, por exemplo) de forma a despertar o
“reflexo gastro-cólico”, e ajudar o bebé a ter
dejeção e libertar alguns gases intestinais.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


145

CÓLICAS
m e d i d a s te ra pê u t i cas
fa r m a co l ó g icas

N en h um a terapêut ica farmacol ógica e st á


c i en tificam ente p rovada como se nd o
eficaz nas có l ica s. No enta nto, a lguns
e s tud o s mo s trara m re sul t ados favoráve is
e m r elaçã o a a lgumas de l as. Fa le com o
s e u Médico A ssiste nte ou Enfe rme iro
ante s de a s inicia r!

alguns exemplos

• Probióticos que ATENÇÃO


contenham L. reuteri;
Nunca d ê chás
• Lactas e (degrada a ou p rod utos
lactose); home op át icos ao
se u b e b é , exceto
• Simeticone (rompe as por indica çã o
bolhas de gás
médica !
diminui ndo o seu
tamanho).

Có l i ca s e hábito s in te stinais
HÁBITOS
INTESTINAIS
Os hábitos intestinais dos bebés
variam muito, cada bebé tem o seu
próprio padrão!
Por um lado, o número de dejeções e
a sua frequência diária variam de
bebé para bebé; por outro lado, o
aspeto e a consistência das fezes vão
mudando ao longo do tempo e com a
alimentação.

As fezes do re cém-nascido, nos


primeiros 3-4 dias de vida, têm uma
coloração verde-escuro (quase preto),
com um aspeto pastoso e viscoso, o
chamado mecónio. Após este período,
as características das fezes do seu
bebé dependem sobretudo da sua
alimentação.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


147

menos de 4-6 mais de 4-6


meses de idade meses de idade
bebés alimentados com
leite materno Após a introdução
• Geralmente apresentam de novos alimentos
fezes de cor amarelada, (leite de fórmula,
esverdeada ou sopa, fruta, papa, ...)
acastanhada;
na dieta do bebé, as
• Podem ter fezes características das
líquidas, pastosas, fezes mudam, quer
homogéneas ou em em termos de
farrapos; consistência, cheiro
• No geral, têm pelo
e cor, bem como a
menos 5 dejeções por sua frequência,
dia. É normal ter dejeção aproximando-se do
durante a mamada, após aspeto e padrão dos
a mamada ou não ter
adultos.
dejeções todos os dia s
(desde que não cause
desconforto).
• O bebé apresenta fezes
mais escuras, duras e
bebés alimentados com com odor mais forte;
leite de fórmula
• A partir desta idade
• Geralmente apresentam
pode diminuir o número
fezes de cor amarelada a
de dejeções diárias e por
acastanhada, com
vezes apresentar alguma
textura mais sólida.
dificuldade e
Têm um cheiro mais
desconforto. É muito
intenso;
importante hidratar bem
o seu bebé,
• Podem ter 3 a 4
oferecendo-lhe água ao
dejeções por dia (por
longo do dia.
vezes menos);

Có l i ca s e hábito s in te stinais
148

HÁBITOS
INTESTINAIS
pr ob l e ma s fr equ e n te s :
ob s t i p a çã o / pri s ão d e ve n t re
Problema de saúde que se caracteriza pela
diminuição do número de dejeções associado a
fezes duras, o que provoca desconforto ao bebé.

Qual é a causa?

FALTA DE HIDRATAÇÃO
Se sob aleitamento materno, a mãe deve
ingerir mais líquidos e aumentar a frequência
das mamadas, avaliando se o trânsito
intestinal do bebé melhora. Após ter iniciado
a diversificação alimentar, é importante
oferecer água no inter valo das refeições.

LEITE DE FÓRMUL A
Alguns leites poderão causar obstipação. Se
suspeita que isso está a acontecer,
informe-se junto do seu médico!
Certifique-se também que está a preparar
corretamente o leite, na proporção indicada
na embalagem e colocando primeiro a água
e só depois o leite em pó.

DIVERSIFICAÇÃO ALIMENTAR
Após a introdução de alimentos sólidos, o
sistema diges tivo do bebé precisa de algu m
tempo para se adaptar ao processamento
destes alimentos. Aposte em alimentos ricos
em fibra (legumes e frutas) e reduza nos
alimentos obstipantes (cenoura, banana,
arroz…).

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


149

Que sintomas pode apresentar o bebé?

• Dejeções de fezes duras, tipo cíbalas (“às


bolinhas”);

• Irritabilidade e desconforto abdominal. Os bebés


durante a dejeção podem chorar, ficar muito
vermelhos, com abdómen inchado e duro, e com
gases;

• Em casos mais raros, pode provocar fi ssuras no


rabinho e sangue nas fezes.

d eve
con su l t a r o
m é d ico se o
seu bebé:
• Faz leite materno e
não tem dejeções há
mais de 3 dias, ou faz
leite de fórmula e
não tem há mais de
5 dias;

• Tem fezes duras, em


forma de bolinhas,
com sangue ou
apresenta fissura
anal.

Có l i ca s e hábito s in te stinais
150

HÁBITOS
INTESTINAIS
pr ob l e ma s fr equ e n te s :
di a r r e i a
Define-se pelo aumento do número de dejeções
diárias e/ou pela diminuição da consistência das
fezes (fezes mais líquidas).

Características e causas:
• Nos bebés amamentados com leite materno, as
fezes são geralmente líquidas. Assim, o melhor
indicador de que o seu bebé poderá estar com
diarreia é ter um número de dejeções muito
superior ao padrão habitual, sobretudo se associado
a vómitos, perda de apetite e febre;

• A principal causa de diarreia são as infeções


gastrointestinais (gastroenterite), sendo a maioria
provocada por vírus. Outras causas: preparação
incorreta do leite de fórmula, alergia alimentar,
medicamentos (antibióticos)…;

• A diarreia pode provocar grande perda de líquidos


corporais sendo essencial reforçar a ingestão de
líquidos (leite materno, água, soros de re-hidratação
oral) de forma a evitar a desidratação!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


151

deve co n su l t ar o
m é d ico se o s e u
beb é :
• Tiver menos de 6 meses;

• Apresentar vómitos ou
dejeções frequentes;

• Tiver febre elevada


(>39ºC);

• Apresentar sangue nas


feze s;

• Apresentar sinais de
desidratação (olhos
encovados, lábios secos,
diminuição do número de
fraldas húmidas,
prostração…);

• Apresentar fezes
brancas, pretas ou com
sangue;

• Mudar os seus hábitos


intestinais, apresentar
perda de apetite e não
crescer bem.

Có l i ca s e hábito s in te stinais
capítulo 12
Mart a M e s q u i t a, W i l ma Lopes, Catarina S. Oliveira,
R aqu e l Z e nha, Sofia F igueiredo
Consultas
Choro
O choro do bebé é o seu
primeiro meio de comunicação,
exprimindo através dele as suas
necessidades e sentimentos.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


155

CHORO
do s e u b e b é

todas as Todas as crianças choram mais


durante os 3 primeiros meses do
crianças que em qualquer outra altura das
suas vidas (em média 40 minutos a
choram 2 horas por dia).
À medida que o bebé cresce,
mais adquire outras capacidades de
durante comunicação, aprende a acalmar-se
e a consolar-se, diminuindo
os 3 progressivamente os períodos de
choro.
primeiros O tempo de choro aumenta
rapidamente até às seis semanas de
meses de vida e tende a diminuir até aos
quatro meses.
vida

Para os pais, o choro do bebé é um


motivo de grande angústia! Descodificá-lo
é uma aprendizagem, um misto de
intuição e conhecimento. Aos poucos vai
compreendendo que o seu bebé chora de
diferentes formas e intensidades, de
acordo com aquilo que quer transmitir.

Cho ro
156

CHORO
po r q u e c h o ra o be bé ?

1
CAUSAS
FÍSICAS

• Fome, desconforto (frio ou calor, fralda suja,


roupa desconfortável…), cansaço (sono, fadiga,
excesso de estímulos ).

2
CAUSAS
EMOCIONAIS

• Necessidade da presença dos pais; de consolo;


por tédio; devido ao seu temperamento.

3
CAUSAS
PATOLÓGICAS

• Dor (distensão abdominal por gases, cólicas,


dificuldade em ter dejeções, erupção dentária…),
sinal de doença (quando associado a outros sinais
como febre, recusa alimentar, prostração,
irritabilidade, etc).

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


o q u e faze r?
• Oiça atentamente o choro
do seu bebé e obser ve-o,
com calma e paciência: veja
o que faz com a boca, como
mexe os braços e as pernas e
o resto do corpo;

• Muitas vezes só conseguirá


descobrir o que o bebé tem
por tentativa e erro;

• Primeiro verifique as
causas físicas: se o bebé
mamou há pouco tempo,
poderá estar com frio ou
calor ou ter a fralda suja… Se
mantiver o choro pode ter
desconforto emocional:
procure acalmá-lo e
confortá-lo. Se tiver cólicas,
procure minimizá-las (veja
capítulo “Cólicas”). Na
maioria das vezes, o choro
resolve.

Cho ro
158

S e ma ntiver um choro mais p e rsiste nte


q ue o habitual , difíc il de consol ar e
a presentar a lgum sinal de d oe nça
a s s oci a do (ge mido, prostra çã o, recusa
al ime ntar, febre ou dificulda de
r e s pirató ria) , deve p roc urar o se u M é dico
Assiste nte

Apesar de todo o esforço e empenho dos pais, há


bebés mais difíceis de consolar!

os bebés com
temperamento mais fácil Por vezes criam-se
ciclos viciosos de
• Choram menos, têm
choro persistente
ciclos regulares para
comer, dormir e do bebé e
respostas positivas ansiedade dos pais,
perante novas situações. complicados de
quebrar!
os bebés com
temperamento mais
difícil

• São mais agitados,


choram mais, mostram
irregularidade nos
hábitos alimentares e de
sono, podendo ser
bastante exigentes com
os cuidadores.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


159

CHORO
devo d e i xa r c horar o m e u b e bé ?
• Nos bebés pequenos, deve responder de forma
imediata e tranquila ao choro do bebé (ver atrás
como). Assim o bebé sentir-se-á mais seguro;

• À medida que o bebé cresce, adquire capacidades


para resolver por si algumas das suas necessidades e
aprende a comunicar com os pais. Por isso, não é
aconselhável responder prontamente ao choro do
seu bebé mais crescido! Aguarde um pouco, deixe-o
lidar com a situação e ajude-o a conhecer-se e a
acalmar-se. Se mantiver o choro, deve então
responder ao seu apelo.

di fer e nte s t i p o s d e ch oro e


l i n g u a g e m co rp oral

1
CHORO
POR FOME

• O choro é um sinal tardio de fome! Este choro


ocorre em soluços contínuos e curtos, não muito
alto. É acompanhado frequentemente por
movimentos laterais da cabeça, abertura ligeira
da boca e movimentos das mãos em direção à
boca.

Cho ro
160

2
CHORO POR
DESCONFORTO

• Choro que pode ser agudo, geralmente menos


intenso que o choro por dor. Testa ligeiramente
franzida, olhar de interrogação e membros tensos.

3
CHORO POR NECESSIDADE
DE CONSOLO / COLO / TÉDIO

• Choraminga em soluços. O rosto está relaxado, os


olhos e as mãos normalmente estão abertos,
enquanto os pés se a gitam no ar, como se estivesse
a pedalar. O choro cessa a partir do momento que
se fala com ele, pega ao colo, brinca ou é
acariciado.

4
CHORO POR
CANSAÇO

• Choro inicialmente pouco intenso, quase como


um gemido, que tende a ir aumentando de
intensi dade até se tornar um choro forte. Sobrolho
ligeiramente franzido, que alterna com
relaxamento do corp o e do rosto.

5
CHORO
POR DOR

• Choro curto, agudo e muito alto, ao qual se


segue um período em que parece que deixa de
respirar, seguido de outro grito.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


161

Dor por cólica intestinal: geralmente choro mais


frequente e intenso a o fim do dia. A dor é causada
por distensão abdominal pelos gases: geralmente
aparece depois das mamadas e alivia com a saída
de gases ou fezes.
Se tiver dúvidas fale com o seu Médico Assistente ou Enfermeiro.

Cho ro
capítulo 13
Ca t ari n a S. O l i ve i ra, Raquel Zenha, Sofia F igueiredo
Consultas
Temperatura
corporal
164

TEMPERATURA
CORPORAL
ava li a çã o d a te m p e rat u ra
que termómetro escolher?
DIGITAIS VIDRO / OUTROS TIPOS
São os mais (ex: tira de plástico, termómetros chupeta...)
precisos Não são recomendados

local de avaliação da temperatura corporal


RETAL
• A mais precisa, a ideal na criança pequena.

AXILAR
• A mais prática e comum.

TIMPÂNICA
• Mede a temperatura da membrana timpânica do ouvido,
pode ser uma alternativa nas crianças com mais de 3 anos.

ORAL
• Alternativa em crianças com mais de 5 anos.

como medir a temperatura retal?


1. Lubrifique a ponta do
termómetro (p.ex. com um pouco de
óleo de amêndoas doces) e introduza cerca
de 1,5cm da ponta do termómetro no
rabinho (ânus) do bebé;

2. O bebé pode estar de barriga


para cima com as pernas
levantadas ou de barriga para
baixo;
3. Depois de usar o termómetro limpe-o com
algodão embebido em álcool

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


165

febre
A febre desempenha um papel importante como
mecanismo de defesa contra a infeção.

quando tratar?
• Se a temperatura retal e/ou timpânica é superior a
38,5ºC ou temperatura axilar superior a 38ºC;

• Se a criança está desconfortável;

• Se tem antecedentes de convulsões febris ou outro


problema médico subjacente (cardíaco, pulmonar,
neurológico), poderá ter de realizar medicação para
a febre antes de ating ir as temperaturas acima
referidas. Fale com o seu médico.

como tratar?
medidas gerais
HIDRATAÇÃO
Ofereça líquidos com frequência.

A ROUPA
Deve retirar a roupa, exceto se a criança
está com arrepios e refere frio, nesse caso,
não a dispa completamente.

APÓS UMA HORA...


Se tiver dificuldade em baixar a
temperatura, cerca de 1 hora após a toma
de antipirético, aplique panos humedecidos
em água tépida em diferentes zonas
corporais (testa, peito, costas).

Te m pe ratura co rpo ral


166

ATENÇÃO
• Nã o d eve s ubmergir a cria nça em á gua
f r i a ou e nvo lvê - l a em toa lh a s molh a da s;

• Nu nca u til ize pa nos embebidos em


á g u a f ria o u álco ol pa ra a rrefecer.

medidas farmacológicas
PARACETAMOL
A composição dos
Tratamento de eleição.
supositórios não é
IBUPROFENO homogénea, por
isso não deve
Deve ser apenas dividi-los. Se a
utilizado quando a febre dose é superior às
reaparece num inter valo necessidades da
inferior a 6 horas, apó s a criança, use o
toma do paracetamol.
xarope.
As doses devem ser ajustadas
ao peso da criança.

NÃO SE ESQUEÇA:
Aponte a hora a que a criança fez febre e a
medicação que lhe deu.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


167

indicações para avaliação médica


• Febre em lactente com menos de 3 meses;

• Febre de duração igual ou superior a 72h;

• Febre associada a sinais de alarme:

• G e m i d o ou m a u e sta do • Di fi cul dade resp i ratória;


g e ral;
• Petéquias (pequenas
• S onolê n cia exce ssiva e manchas vermel has tipo
p r os t ra çã o; “cabeça d e al fi nete” q ue
não desaparecem quando
• I r r i t a bilida de ou ch or o são p ressionadas);
i ncons oláve l;
• Qual quer ti p o d e
• Col ora çã o a r r oxe a da dos manchas na pel e q ue
lá b i os , u n h a s e / ou pe le ; surj am com feb re com
menos de 24h d e evol ução;
• Vóm i tos pe r siste n te s,
d i a r r e ia a bu n da n te , sin ai s d e • Conv ul são (p ri meiro
d es i d rata çã o ( olh os episód i o).
e n cova dos, se de in te n sa,
c h or o se m lá gr im a s, n ã o
u r i n a) ;

• Convulsão febril em criança com história de


convulsão febril, diferente do habitual;

• Criança com problema médico específico (doença


cardíaca, pulmonar...).

N o s 3 pri m eiros me se s d e v id a se o bebé


ti ve r fe b re leve - o a o médico l ogo ap ós o
1º pico d e fe b re !

Te m pe ratura co rpo ral


capítulo 14
M art a M e s qu i t a, R aquel Zenha, Sofia F igueiredo
Diversificação
alimentar
A Diversificação Alimentar é
o período em que outros
alimentos ou líquidos são
fornecidos ao lactente, para
além do leite materno.
Deve ser iniciada entre os
4-6 meses e estar completa
entre os 12 e os 24 meses.
Deve permitir ao bebé um
aporte de nutrientes
adequado às suas
necessidades, estimular e
acompanhar o
desenvolvimento motor,
minimizar o risco de alergias
e intolerâncias alimentares
e ser a base para uma
alimentação saudável no
f uturo, prevenindo a
Obesidade Infantil.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


171

DIVERSIFICAÇÃO
ALIMENTAR

2 3
re come n d a çõ e s ge rai s

1
A introdução
dos alimentos
Deve iniciar cada
novo alimento
em pequenas
Obedeça sempre
a um intervalo
de 3 a 5 dias na
introdução de
não se faz por quantidades e ir cada novo
uma ordem aumentando alimento

4
gradualmente

5 6
rígida

Dos 6 aos 12 Ofereça os


meses deve Cada refeição alimentos sólidos
fornecer cerca de introduzida à colher e
500 ml de (sopa, papa) deve aumente lenta e
produtos lácteos substituir uma progressivamente

7
refeição de leite a quantidade e a

8 9
consistência das
refeições

Tente fazer as
refeições em Não faça fritos ou
horários refogados e
regulares utilize sempre o
Ofereça água
azeite em cru
várias vezes ao
dia

D i ve r sificação alime n tar


172

DIVERSIFICAÇÃO
ALIMENTAR
re come n d a çõ e s ge rai s

ali m e n to s al i m e n tos a
pr o i bi d o s n o ev i t ar n o
1º a n o d e v i d a 1 º an o de v i da
• Açúcar, sal, mel; • Frutos vermelhos e kiwi;
• Sumos e refrigerantes; • Espinafres, aipo,
• Conser vas e marisco; beterraba, nabo e nabiça.

• Frutos secos (podem


levar a engasgamento).

1
ATÉ AOS 5-6 MESES
todas as refeições de leite

• O leite materno é o alimento


ideal para o seu bebé (veja o
capítulo “Amamentação”). O
número de refeições deve ser
adaptado às exigências do bebé,
devendo mamar sempre que
quiser;

• Se o seu bebé fizer apenas leite


de fórmula, poderá iniciar a
diversificação alimentar mais
precocemente (4-5meses).

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


173

2
AOS 5-6 MESES
uma refeição de sopa de legumes + fruta

• Se possível mantenha o leite materno. Se faz leite


de fórmula aos 6 meses pode manter o leite 1 (leite
para la ctentes) ou substituir pelo leite 2 (leite de
transição);

• Substituir uma refeição de leite por uma sopa/puré


de legumes.

como
fazer a • Inicie com 3 legumes
(batata, alface, cenoura ou
primeira a bóbora);

sopa? • Coza em lume brando os


legumes e reduza-os a puré;

• Antes de dar, acrescente um


fio de azeite em cru.

• A cada 3-5 dias introduza


um novo alimento, como
couve-flor, alho-francês,
brócolos, vagem, penca,
cebola...;

Pode congelar a sopa em


doses individuais.

NÃO adicione sal!

A partir dos 12 meses:


espinafres, aipo, beterraba,
nabo e nabiça.

D i ve r sificação alime n tar


174

• Introduzir fruta como sobremesa (não deve


constituir refeição).

como
preparar a • Comece pela pera, maçã ou
banana;
primeira
• Sir va-a de preferência
fruta? madura e crua, ralada ou
esmagada.

Nas frutas seguintes, opte por fruta da


época

NÃO ofereça sumos ou boiões


de fruta! (exceto em situações
especiais)

• Em alternativa, pode iniciar a diversificação com


uma papa de cereais sem glúten ou introduzi-la
cerca de 2 semanas após a sopa.

como
fazer a • As papas não lácteas
preparam-se com o leite que o
primeira bebé toma (pode ser leite
materno), enquanto que as
papa? papas lácteas preparam-se
com água.

Cada refeição deve conter cerca de


150ml de água/leite que terá de ser
misturada com a farinha, até obter um
puré. Só deve fazer uma papa por dia.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


175

3
AOS 6 MESES
introduza carne na sopa + uma refeição de
papa de cereais com glúten

• Introduza a carne na sopa gradualmente (porções


de 10g ) até um máximo de 25-30g por dia;

• Inicie pelas carnes brancas (frango, peru, coelho) e


posteriormente introduza as carnes vermelhas como
borrego e vaca, e por último o porco;

• Introduza papas de cereais com glúten.

4
AOS 7 MESES
duas refeições de sopa + peixe na sopa

• Introduza o peixe na sopa de forma semelhante à


carne;

• Comece com peixes magros: pescada, solha,


maruca. Pode ser fresco ou congelado (neste caso,
coloque-o na panela com água a fer ver, sem
descongelar). Coza-o separadamente e retire as
espinhas.

Pode fazer 2 refeições de sopa!

• A proteína (carne ou peixe) poderá ser oferecida


toda n uma refeição do dia (almoço – 30g) ou metade
desta dose nas duas refeições principais (15g+15g).

D i ve r sificação alime n tar


176

5
AOS 9 MESES
gema de ovo na sopa + massa, açorda, farinha de
pau + iogurte natural

• Introduza o iogurte natural não açucarado. Pode


prepará-lo com bolacha e/ou fruta e oferece-lo ao
lanche, em vez da refeição de leite/papa;

• Coloque a gema de ovo na sopa, em substituição


da carne ou do peixe. Introduza de forma gradual
até um máximo de 1 gema/refeição e 3
gemas/semana;

• Poderá iniciar a farinha de mandioca, açorda,


massa, arroz (na sopa ou separadamente);

• Triture cada vez menos os alimentos.

6
AOS 12 MESES
integra a alimentação equilibrada e saudável
da família

• Pode introduzir o leite de vaca gordo e o queijo


meio-gordo;

• Introduza a clara do ovo;

• Adicione as leguminosas (bem demolhadas e sem


casca).

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


177

SUPLEMENTAÇÃO
v i t a m í n i ca e m i n e ral

vitamin a D

• O bebé não produz vitamina D em quantidade


suficiente;

• Está indicada a suplementação com vitamina D a


todos os bebés, após a primeira semana de vida e,
pelo menos, até aos 12 meses.

ferro

• O défice de ferro é frequente na infância (a


maioria das vezes associa-se a uma ingestão
excessiva de leite);

• A suplementação por rotina está apenas


recomendada nos recém-nascidos prematuros.

dietas vegetarianas

• As mães a amamentar e a realizar dietas


vegetarianas deverão realizar suplementação com
DHA, vitamina B12 e ferro;

• Os bebés têm indicação para realizar suplementos


de vitamina B12 (5µg/dia).

D i ve r sificação alime n tar


capítulo 15
Cat ari n a S. Ol i ve i ra, Wilma Lopes, Raquel Zenha,
Sofia F igueiredo
Segurança e
transporte do
bebé
180

SEGURANÇA
e t ra n sp o r te do b e bé

como
t ra n sp o r t a r o
be b é a p é :
sli n g
O ideal para bebés
pequenos.
Na posição de deitado, a
cabeça do bebé deve
estar sempre virada para
cima, e nunca virada
para o seu corpo ou para
o tecido.
Com o bebé na posição
de sentado, verifique
que a cara do bebé está visível e destapada e que
consegue colocar dois dedos entre o queixo e o
peito do bebé. As pernas devem fi car bem afastadas
uma da outra ao nível da anca.

cu i da d o s a te r n a com pra
1. O sling tem de estar adequado ao peso do
bebé e ao seu tamanho. Se tiver dúvidas escolha
o mais pequeno (melhor apertado e seguro do
que largo);

2. Assegure-se que o tecido do sling é respirável.


Quando se baixar, apoie o bebé com uma das mãos.
Baixe-se com as costas direitas fletindo os joelhos, para
segurança do bebé e para seu conforto.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


181

como
t ra n sp o r t a r o
be b é a p é :
m a r sú p io
Geralmente, só a partir
dos 3/4 meses é que os
bebés
conseguem ser
transportados de forma
confortável no
marsúpio.
Siga o manual de
instruções do seu
marsúpio, só assim
transportará o seu bebé de forma segura!

I n s t i t u to N ac i o n a l d a D i s p l a s i a d a Anca
cuidados a ter na
compra
compre um que permita
que as pernas fiquem
bem afastadas uma da
outra (para prevenir a
displasia congénita da
anca).

como t ra nsp o rt ar o b e bé a p é :
ca r r i n h o d e p as s e i o
É f undamental que o bebé vá seguro, sempre com
os cintos colocados.
As alcofas e os carrinhos que não trazem cinto são
completamente desaconselhados. Bastará um
desequilíbrio da estrutura e o bebé embaterá nas
laterais ou cairá de cabeça (que é a parte mais
pesada do corpo).

S e g u ra n ça e Tran spo rte d o be bé


COMO
TRA N SPORTAR O
ME U BEBÉ
NO CARRO

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


183

SEGURANÇA
e t ra n sp o r te do b e bé

pela vida • A criança deve ser SEMPRE


transportada em sistemas de
do seu retenção;
bebé
• Jamais transporte o bebé ao colo,
tome por mais pequena que seja a
viagem. É nos trajetos habituais e
decisões
curtos, que acontecem mais
responsáveis acidentes;

• Só retire a criança, durante a viagem, em caso de


morte eminente (engasgamento); em todas as outras
situações, pare o automóvel em local seguro e só
depois tire o bebé do sistema de retenção!

• Todos os viajantes do automóvel devem colocar


cinto, pois em caso de acidente podem ir contra o
bebé, que pode sofrer um impacto mortal. Uma
pessoa que pese 75kg numa colisão a 65km/h
transforma o seu peso em 3 toneladas! Pelo mesmo
motivo, no carro não devem ir objetos soltos
(garrafas de água, liv ros, sacos, mochilas, carteiras…);

• Transporte o bebé voltado contra o sentido da


marcha, o máximo de tempo possível.

S e g u ra n ça e Tran spo rte d o be bé


184

como
t ra n sp o r t a r o
be b é n o ca r r o:
ovo e
ca deir i n h a

cu i da d o s a
te r n a
comp ra
1. Verifique que foram
fabricados de acordo
com as normas
internacionais mais recentes, terá de ter uma
etiqueta com o símbolo R44/04, R129 (i-size) ou
R129-02;

2. Experimente-os sempre no carro antes de


efetivar a compra. Verifique que os cintos têm
comprimento suficiente para os instalar!

comprar em segunda mão


1. Não usar, se já sofreu um acidente (mesmo que
ligeiro);

2. Não é aconselhável o seu uso após 2 utilizações / 2


crianças (por desgaste e deformidade do
equipamento);

3. Evite comprar em segunda mão, porque é difícil


assegurar as questões referidas (envolvimento em
acidente e número total de utilizações).

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


185

qua n d o p a ssar d o ovo para a


ca d e i r i n h a
1. O ovo é o sistema de retenção de segurança
que está indicado para o transporte de crianças
desde nascimento;

2. Só deve passar o bebé para a cadeirinha


quando se verifica uma das seguintes situações:
2 . 1 O pe so ou a ltu ra do 2.3 O arnês (ci nto do
b eb é ultra pa ssa m a s p róp ri o ovo) começa
m e d i d as qu e con sta m n o abai xo do terço sup erior
m a n ua l de in str u çõe s do das costas d a criança
ovo

2 . 2 A p a r te su pe r ior da
ca b eça do be bé e stá a cima
d o li m ite su pe r ior da s
cos t a s do ovo

qua nd o u sa r a cade i ri n h a
volt a d a p a ra a f re n te
O mais tarde possível!

Devido à fragilidade da coluna cer vical, a criança


deveria ir voltada para trás (no sentido contrário
da marcha) até aos 3 anos. O facto de ir com as
pernas cruzadas, não deve ser motivo para a virar
no sentido da marcha.
Em viagens longas, ajuda retirar-lhe os sapatos

S e g u ra n ça e Tran spo rte d o be bé


186

SEGURANÇA
automóvel: cuidados na utilização

• Após colocar o bebé no ovo/cadeirinha, coloque logo


o arnês (cinto interno);

• A parte superior do cinto deve assentar diretamente


no ombro ou vir do terço superior das costas (cerca de
2-3cm abaixo dos ombros). Nunca deve vir de cima do
ombro;

• A distância entre o cinto e o ombro do bebé deve ser


de apenas 1 dedo;

• As mantas devem ser colocadas depois de colocado o


arnês, e não entre o cinto e o bebé;

• Use redutores de cabeça, caso o


bebé fique sem apoio na cabeça e
esta balance de um lado para o outro,
durante a marcha;

• Coloque uma fralda enrolada entre


os genitais e a parte inferior do
cinto, caso o bebé escorregue e se
afunde na parte inferior do ovo;

• No carro, o ovo/cadeirinha deve ser


colocado no banco de trás, atrás do
lugar do passageiro da frente (lado
contrário ao do condutor);

• Se tiver de colocar no banco da


frente (veículo comercial com 2
lugares), certifique-se que tem o airbag desligado (há
risco de morte em caso de acidente, mesmo a 50km/h,
caso o airbag esteja ligado);

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


187

• O ovo/cadeirinha tem de ficar preso ao banco do


carro em 3 pontos, com o cinto de segurança do carro
ou com o isofix e um terceiro ponto. Siga o manual de
instruções!

• Caso viaje sozinho com o bebé, instale um espelho


próprio nos assentos traseiros, para que possa ver o
bebé através do retrovisor e ele o possa ver a si!

ATENÇÃO
Nunca deixe a criança no ovo sem o cinto
posto, mesmo que dentro de casa. O risco
de queda é muito grande!
Fora do automóvel, pouse sempre o ovo no
chão (risco de queda se colocado em locais

Em viagens longas faça paragens de 2/2h e


retire o bebé do ovo/cadeirinha durante
esse período.

S e gu ra n ça e Transpo rte do bebé


capítulo 16
Cat ari n a S. Ol i ve i ra, Wilma Lopes, Raquel Zenha,
Sofia F igueiredo
Exposição solar
EXPOSIÇÃO SOL AR
cuidados a ter

0 a o s 6 me se s
devem passear pela sombra

• Nos dias mais soalheiros, necessitam de ser


protegidos com roupas escuras, chapéu (com abas) e
óculos de sol;

• Quando não é possível evitar a exposição direta ao


sol, devem ser aplicados protetores solares minerais,
com filtros anti-UVA e UVB e com fator de proteção
(FPS) de 50 ou mais, nas zonas expostas;

• O protetor solar deve ser renovado a cada 2h.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


191

6 a o s 1 2 m e ses
não devem ser expostos ao sol por longos períodos

• A permanência ao sol, particularmente na praia,


deve ser evitada nas horas de maior intensidade
solar (11-16h);

• Verifique o índice de radiação ultravioleta emitido


pelo Instituto de Meteorologia (especial precaução
se superior a 8);

• Prefira protetores solares minerais, com filtros


anti-UVA e UVB e com fator de proteção (FPS) de
50 ou mais;

• Renovar o protetor a cada 2h e logo após ter sido


retirado por algum motivo;

• Estão disponíveis fatos


com índice de proteção
solar, embora poucos
sejam certificados pela
norma europeia EN
13758. Como não há base
científica forte que
recomende o seu uso em
exclusivo, sugerimos que,
caso opte pelos fatos,
mantenha os mesmos
cuidados com os cremes
de proteção solar.

Le mbre - s e que a proteçã o física


( ves tuário , c hapéu com a la s e óculos de
s o l) é s e m pre a ma is eficaz!

Expo sição S o lar


capítulo 17
Cat ari n a S. Ol i ve i ra, Wilma Lopes, Raquel Zenha,
Sofia F igueiredo
Estimular o
desenvolvimento
1º AO 2º
M ÊS DE VIDA
Lembre-se, nos primeiros meses o bebé
permanece alerta durante poucos minutos!
Tão importante quanto estimular é não estimular
demais, se isso acontecer ele vai chorar!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


195

ESTIMUL AR
o desenvolvimento

Estimule o desenvolvimento da visão, da


audição e do tato. Promova a criação de
memórias visuais, auditivas e sensitivas,
criando ligações entre diferentes partes do
cérebro.

VISÃO
• Aproveite cada momento que o seu bebé
abre os olhos para olhá-lo olhos nos olhos,
sorria e brinque fazendo caretas!

AUDIÇÃO
• Enquanto interage com o bebé, fale com
ele, num tom meigo e calmo (p.ex. descreva o
qu e e stá a faze r ) ;

• Cante músicas infantis/lengalengas


enquanto lhe muda a fralda ou amamenta;

• Encontre um momento do dia para dançar


com ele ao colo, em forma de embalo, uma
música suave;

• Nos momentos
em que está
mais desperto,
faça sons simples
próximos do seu
ouvido ( p.ex . co m
u m ch oca lh o ou com
a s ch ave s) .

Es ti m u l ar o d e se nvo lvime n to
196

TATO
• Na rotina do banho ou muda da fralda,
realize uma massagem suave no corpo do seu
bebé, procurando conhecer cada pequeno
pormenor do seu corpo. Se ele se mostrar
desconfortável, pare ou experimente fazer
apenas em algumas partes do corpo.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


BRINQUEDOS
• Chocalhos simples;
• Brinquedos/bonecos com cores;
contrastantes (p.ex. branco/preto);
• Brinquedos/bonecos luminosos (luz pouco
intensa).

Es ti m u l ar o de senvo lvim ento


3º AO 5º
M ÊS DE VIDA
A interação dos pais com o bebé é o melhor
estímulo neurológico e emocional!
Um boneco, por mais interessante que possa
parecer, é sempre um estímulo mais pobre.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


199

ESTIMUL AR
o desenvolvimento

Continue a estimular a formação de


ligações cerebrais entre diferentes partes
do cérebro. Aumente o estímulo para o
desenvolvimento psicomotor.

estimule em simultâneo a visão, audição, tato e a


coordenação motora

• Ofereça objetos com cores contrastadas (como


preto/branco) e com diferentes texturas (qualquer
objeto é bom, desde que não seja cortante ou
demasiado pesado; no caso de objetos pequenos,
fique sempre atento para que ele não os leve à boca);

• Estimule-o a agarrar os objetos na linha média do


corpo, mas também com mãos alternadas;

Es ti m u l ar o d e se nvo lvime n to
200

• Use objetos que produzam sons ou produza os sons


adequados ao brinquedo que está a oferecer;

• Leia livros com desenhos coloridos! Prefira livros que


ele possa mexer sem estragar (p.ex. plástico, pano).

coordenação e desenvolvimento motor

• Coloque-o de barriga para baixo nos períodos em


que está acordado;

• Mais próximo dos 4 meses, se tiver uma “bola de


pilates”, aproveite para colocar o seu bebé de barriga
para baixo sobre a bola e com suavidade movimente-a
para a frente e para trás (sempre com cuidado para o
bebé não cair).

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


BRI N QUEDOS
• Coloridos, com cores contrastadas e com
diferentes texturas;
• Manipuláveis e que produzam sons (p.ex.
quando ele os aperta);
• Bolas/discos/anéis de plástico interligados
que ele consiga segurar com as mãos;
• Livros coloridos;
• Ginásio/ tapete de atividades para bebés.

Es ti m u l ar o d e se nvo lvime n to
6º AO 8º
M ÊS DE VIDA
As gargalhadas e o bater de palmas dos pais são
um incentivo muito poderoso, faça uso deles
quando quer reforçar um comportamento.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


20 3

ESTIMUL AR
o desenvolvimento

Aumente a exigência nas brincadeiras que


estimulam a coordenação psicomotora.
Continue a promover em simultâneo o
desenvolvimento da visão, audição, tato e
da linguagem.

estimule em simultâneo a visão, audição, tato e a


coordenação motora

• Coloque-o de barriga para baixo e incentive-o a


rolar/arrastar-se para chegar aos objetos

• Coloque-o sentado (apoiado por almofadas) e


estimule-o a chegar a objetos cada vez mais afastados
dele (pendentes mais altos que ele, à frente e dos
lados).

• Ofereça objetos que façam sons;

• Coloque-o à frente do
espelho e mostre-lhe
onde estão o seu nariz,
boca, olhos... e os dele.
Incentive-o a tocar com
a mão no seu nariz
enquanto lhe vai
dizendo “nariz”;

• Leia livros com


desenhos coloridos ou
que produzam sons!

Es ti m u l ar o d e se nvo lvime n to
20 4

permanência do objeto

• Com ele sentado no seu colo e o espelho à frente,


tape com um pano o espelho e pergunte “Onde está
(nome dele)?”. Estimule-o a tirar o pano. Esconda-se
atrás do pano e pergunte “Onde está a mamã?”. Faça o
mesmo com objetos.

linguagem e audição

• Imite sons que o seu


filho produz, olhando-o.
Quando ele repetir esse
som, mostre-se muito
contente (bata palmas,
dê gargalhadas).

Cu i d ar n o prim eiro an o d e vid a


B RI N QUEDOS
• Macios (madeira/borracha/pano) que
produzam sons quando se abanam ou
apertam;
• Mordedores;
• Caixas para encher e esvaziar;
• Livros coloridos.

d e senvo
Es ti m u l ar o de se nvo lvim
lvime n to
ento
9º AO 12º
M ÊS DE VIDA
Experimentar a frustração, quando é recusado
algo que se deseja, faz parte do desenvolvimento
saudável.
Ajude o seu filho a saber lidar com essa emoção,
ficando ao lado dele, acarinhando e dizendo que
percebe que ele está triste porque queria... mas
não pode ser.

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


207

ESTIMUL AR
o desenvolvimento

Ajude-o no desenvolvimento de conexões


cerebrais superiores (noção de
permanência do objeto, causa-efeito).
Continue a estimular de modo mais
exigente o desenvolvimento psicomotor.

permanência do objeto

• Continue a realizar as
brincadeiras já referidas,
mas aumente a
dificuldade (p.ex. brinque
com várias caixas e
esconda um objeto por
baixo de uma delas e
depois incentive-o a
procurar o objeto).

causa-efeito

• Ofereça brinquedos com


botões, que provoquem
diferentes
acontecimentos;

• Seja firme no “não” e


efusivo quando quer que
ele repita determinado
comportamento.

Es ti m u l ar o d e se nvo lvime n to
208

linguagem e audição

• Sempre que lhe oferecer um objeto/brinquedo, diga


o nome deste, de forma correta;

• Imite sons de animais e incentive-o a fazer o


mesmo;

• Continue a ler livros e ajude-o a virar as páginas.

coordenação motora

• Coloque objetos num nível mais elevado, para que


ele tenha de se levantar para o atingir;

• Dê-lhe folhas para a mão para que possa amassar e


rasgar.

Cu i d ar n o prim eiro an o d e vid a


BRINQUEDOS
• Caixas/blocos/argolas para empilhar;
• Bonecos/objetos de tamanho mais
pequeno manipuláveis só com uma mão
(mas que não caibam na boca);
• Carros/objetos que possam ser puxados;
• Caixas “pop-up”;
• Livros com folhas grossas e flexíveis.

Es ti m u l ar o de senvo lvim ento


12º
MÊS DE VIDA
Lembre-se: é mais fácil alterar comportamentos
incentivando os comportamentos corretos.
Utilize o “não” para quando precisa mesmo dele
e nesse caso, não volte atrás na sua decisão!

Cu i d a r no prim e iro ano d e vid a


211

ESTIMUL AR
o desenvolvimento

Continue a estimular o desenvolvimento


psicomotor, linguagem e outras
competências mentais superiores.

l inguagem

• Continue a ler livros e cada vez que a criança


verbalizar alguma coisa, mostre-lhe o seu agrado;

• Enquanto faz as suas rotinas diárias, vá descrevendo


o que está a fazer e aponte (com o seu dedo indicador
e depois com o do seu filho), o nome dos
objetos/pessoa a que se está a referir;

• Apontar com o indicador é um sinal pré-linguístico


muito importante, e ajuda o seu filho a comunicar
com os outros, mostrando o que quer;

• Quando a
criança já
conseguir nomear
objetos ou
pessoas (exemplo:
papa, água, bola,
mamã, papá),
incentive-a a
dizê-lo, sempre
que for oportuno.

Es ti m u l ar o d e se nvo lvime n to
212

desenvolvimento psicomotor

• Coloque objetos em vários pontos elevados de


modo a estimular a marcha;

• Não use andarilhos, porque atrasam a marcha e


propiciam acidentes graves;

• Ofereça marcadores para ele segurar e rabiscar.

f unções mentais superiores

• Estando a criança com objetos nas 2 mãos,


ofereça-lhe um terceiro e deixe que ela decida o que
fazer;

• Incentive-a a fazer uma brincadeira de cada vez e a


explorar a brincadeira até ao fim.

Cu i d ar n o prim eiro an o d e vid a


BRINQUEDOS
• De encaixar e de empilhar;
• Com botões/alavancas que produzam
diferentes acontecimentos;
• Para manipular e ver flutuar durante o
banho;
• Instrumentos musicais simples
(p.ex. xilofone).

Es ti m u l ar o de senvo lvim ento


no p rimei ro a n o d e v i d a
1ª Edição
217

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