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INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOFÍSICA
Interpretação Sismoestratigráfica
da Porção Norte da Bacia de
Camamu com Auxílio de atributos
Sísmicos
SALVADOR BAHIA
OUTUBRO 2016
Interpretação Sismoestratigráca da Porção Norte da Bacia de Camamu com
Auxilio de atributos Sísmicos
por
ADEVILSON OLIVEIRA aLVES
Comissão Examinadora
ii
ABSTRACT
iii
Conheça todas as teorias, domine
todas as técnicas, mas ao tocar uma
alma humana, seja apenas outra
alma humana.
Carl Jung.
ÍNDICE
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ii
ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iii
ÍNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v
v
CAPÍTULO 4 Análise dos Dados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.1 Controle e Carregamento dos Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.2 Mapeamento de falhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.3 INTERPRETAÇÃO SISMOESTRATIGRAFICA . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.3.1 Embasamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.3.2 Discordância Sin-Rifte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.3.3 Discordância interna as fase Sin-Rifte . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.3.4 Discordância Pós-rifte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.4 SEQUÊNCIAS ESTRATIGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.4.1 Sequência Pré-Rifte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.4.2 Sequência Sin-Rifte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
CAPÍTULO 5 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Referências Bibliográcas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
vi
ÍNDICE DE FIGURAS
vii
4.6 A - Seção sismica em amplitude, B- seção sismica em amplitude interpretada,
C- seção sismica com atributo de Fase instantânea interpretada. . . . . . . . 34
4.7 Superfície Discordantes da Super Sequencia Rifte . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.8 Marcação da D3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.10 Marcação da D5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.11 Marcação da D6,D7 e D8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.12 Marcação da DPR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.13 Mapa em tempos sísmico do topo da DPR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.14 Seção sísmica L1(dip) não interpretada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.15 Seção sísmica L1 (dip) interpretada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.16 Seção sísmica L6(strike) Não interpretada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.17 Seção sísmica L6 (strike) interpretada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.18 A)Topo da Superfície discordante 3, B) Topo da superfície discordante 4 e C)
Topo da superfície discordante 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.19 A)Topo da Superfície discordante 6, B) Topo da superfície discordante 7 e C)
Topo da superfície discordante 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.20 Mapa de Isópaca da sequência pré-rifte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.21 Isópaca da sequência de segunda ordem Sin-Rifte. . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.22 A) Seção sismica L1 interpretada, B) Seção sismica L2 interpretada, C) Seção
L3 interpretada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.23 Mapa de isópaca da S2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.24 Mapa de Isópaca da S3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.25 Mapa de isópaca da S4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.26 Mapa de isópaca da S5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.27 Mapa de isópaca da S6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.28 Mapa de isópaca da S7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.29 Mapa de isópaca da S8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.30 Seção L1 interpreta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.31 Seção L6 Interpretada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
viii
INTRODUÇÃO
ix
CAPÍTULO 1
APRESENTAÇÃO DO TRABALHO
1.1 Objetivo
Este trabalho tem como objetivo principal a compreensão da evolução do preenchimento sedi-
mentar da Bacia de Camamu utilizando os conceitos da estratigraa de sequências adaptada
à bacias do tipo rifte, através da análise de dados sísmicos. Averiguação da aplicabilidade
dos atributos provenientes do traço sísmico complexo para interpretação das superfícies es-
tratigrácas que delimitam sequências deposicionais.
1.2 Metodologia
Para a realização do trabalho foram utilizados seções símicas Fornecidas pela GeoPark,
através do Grupo de Estratigraa Teórica e Aplicada-GETA, mediante o projeto de pesquisa
Recamu.
As fase de construção do seguinte trabalho foram:
• Interpretação sísmica 2D
1
CAPÍTULO 2
A Bacia de Camamu situa-se na costa leste da Bahia, entre os paralelos 13◦ e 14◦ sul, ocu-
pando uma área de aproximadamente 13.000 km2 , se considerada sua porção emersa e sua
porção marinha até a cota batimétrica de 3.000m. Ao norte seu limite com a bacia do recôn-
cavo e Jacuípe é dado pela Falha da Barra, que é uma importante feição regional que corta a
bacia na direção Leste-Oeste. Ao Sul, o limite é apenas geográco com a Bacia de Almada.
Observa-se uma continuidade tanto estrutural quanto estratigráco entre as bacias, logo não
existe uma feição geológica expressiva ao nível do embasamento que as delimite. Apesar das
bacias de Camamu e Almada Apresentarem uma boa correlação de suas formações na fase
rifte, existem diferenças marcantes tanto nas espessuras das formações como na presença e
distribuição de sal e dos carbonatos albianos(Caixeta et al.,2007).
2
3
Assim como todas as outras bacias da costa leste brasileira, a bacia de Camamu resulta do
processo de ruptura do megacontinente Gondwana oeste, que culminou no desenvolvimento
do rifte sul- Atlântico.(Bueno, 2004).
A bacia se desenvolveu no processo de rifteamento e posterior desenvolvimento da crosta
oceânica na margem leste do Brasil(Chang et al., 1002). Esta Bacia está localizada no
ponto onde o sistema de rifte foi abortado ao norte, Formando as bacias intracatônicas do
Reconcavo-Tucano-Jatoba (Magnavita, 1992), na inexão para leste, que causa o rifteamento
da Bacia de Jacuípe, alto que apartava Camamu e Almada das Bacias de Sergipe e Alagoas.
Este Rifteamento Ocorreu no Neoconiano e o Apitiano teve como enraizamento de suas falhas
o Craton de São Francisco e suas faixas orogênicas adjacentes(Almeida, 1977), representadas
pelo cinturão Salvador-Itabuna e faixa Araçuaí.
A sedimentação rifte teria ocorrido durante o Eocretáceo, mais precisamente entre o Ber-
riasiano e o Aptiano, abrangendo o intervalo entre os andares Rio da Serra e Alagoas, na
cronoestratigraa local. Compreende os sedimentos do Grupo Almada e a porção basal do
Grupo Camamu, que ,por sua vez, podem ser subdivididos em pelo menos três sequencias
que corresponde, na litoestratigraa vigente, às formações Morro do Barro, Rio de Contas e
Taipus Mirim.(Caixeta et al., 2007).
A formação Morro do Barro se subdivide nos membros Tinharé, que reúne os clastos grossos,
e Jiribatuba, constituído pos clásticos nos. Essas unidades representam uma sedimentação
predominantemente subaqueosa, denominada por uxos gravitacionais em um lago tectô-
nico. O contato inferior com a seção pré-rifte, e superior com a formação Rio de Contas, são
discordantes(Netto et al., 1994).
A Formação Rio de Contas, representativos dos leques aluviais, rios e lagos que se instala-
ram durante o rifte, entre o Hauteriviano e o Eoaptiano, correspondendo aos andares Aratu,
Buracica e Jiquiá, na Cronoestratigraa. Na Formação Rio de Contas são reconhecidos os
membros ilhéus, representados por folhelhos cinza-esverdeado, cinza-escuro e acastanhado,
associados arenitos muito nos, e mutá, composto por arenitos cinza-esbranquiçados, no a
grosso, conglomeráticos e dolomíticos. Marga esbranquiçada, biocalcarenito edolomito ocor-
rem dispersos em sua seção, sendo mais contínuos na metade inferior da formação(Netto et
al.,1994). O contato inferior, Com a Formação Morro do Barro, e o contato superior, com a
Formação Taipus Mirim São discordantes.
A formação Taipus Mirim Foi depositada durante o Aptiano e encerra os últimos sedimentos
da fase rifteda bacia. Na cronoestratigara local, correspondeira à sedimentação de grande
parte do Andar Aloagoas. Facies Argilosas predominam em seções de idade Eoalagoas.
5
A deposição da sequência pos-rifte deu-se no âmbito de bacia do tipo SAG. Em águas rasas,
sua porção basal é representada por litologias pertencentes ao membro Serinhaém da forma-
ção Taipús-Mirim, correspondente a intercalações regulares de arenito cinza-claro a escuro,
muito no e folhelho síltico cinza-escuro, castanho e preto, carbonoso. (Netto et al.,1994).
Para o topo, o membro Igrapiúna congrega calcários castanhos e amarelados, dolomíticos,
folhelhos castanhos e evaporitos, principalmente anidrita(Caixeta et al., 2008). Essas rochas
são o resultado das primeiras ingressões marinha na bacia, em clima árido, o que propiciou
a precipitação de expressivos depósitos evaporíticos. As datações disponíveis a partir de pa-
linomorfos permitem caracterizá-los como idade Neo-Alagoas. Essa seria a idade Estimada
para o surgimento de crosta oceânica na parte mais distal da Bacia de Camamu (Caixeta et
al., 2007).
8
9
Esse problema foi reconhecido a partir de meados da década de 1990, quando a estrati-
graa de sequências começou a ser aplicada em realidades geológicas diferentes da de bacia
de margem passiva. Especial importância nesse contexto tem o artigo de Prosser(1993).
A autora demostra que é melhor simplesmente identicar e descrever os sistemas deposicio-
nais em termos de fácies e padrão de empilhamento, e interpretá-los em termos de mudanças
locais do nível de base(caso no nível do mar), sem tentar reconhecer tratos geométricos e
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Figura 3.4: (A) fase inicial do rifteamento, com criação de espaço de acomodação
sedimentar e criação inicial do relevo típico de rifte. (B) novo espaço
é criado concomitantemente com soerguimento (isto é, com destruição
de espaço na área de footwall; (C) a erosão do relevo soerguido leva
à formação de uma discordância correlata à zona de maior criação de
espaço. Modicado de Holz, 2012.
O modelo utilizado no trabalho é uma adaptação do modelo de Prosser onde reconhece tres
fase: Inicio do Rifte, Desenvolvimento do Rifte e Final do Rifte.
Inicio do rifte
Baseia-se no conceito sobre o fato de que o inicio de rifte é caracterizado pela instalação de
falhas isoladas e restritas que criam incipientes meio grabens,ou seja, locais restritos de de-
posição que são caracterizados por baixa acomodação e preenchido por fácies úvio-deltaicas
sob regime de sedimentação progadacional. Durante esta fase inicial, parte signicativa da
área da bacia rifte ainda não é zona de deposição(Figura 2.6 A).
Desenvolvimento do rifte
Final do rifte
3.2 Sismoestratigraa
As terminações dos reetores são os limites que se fundem ou terminam contra reeto-
res superiores ou inferiores. Estas terminações se constituem em um dos principais critérios
para denição dos limites de uma sequência deposicional, uma vez que se correlacionam di-
retamente com as terminações dos estratos depositados. A demarcação destas terminações
permite a interpretação de unidade sedimentares e integração do modelo estratigráco. As
principais terminações de reetores são demonstradas na gura 3.15, e suas principais ca-
racterísticas são:
Onlap: ocorre quando reexão sísmica inicialmente horizontal termina que progressivamente
sobre uma superfície deposicional inicialmente inclinada ou quando uma reexão sísmica
termina mergulho acima sobre uma superfície de maior inclinação. Comumente representa
sedimentação desenvolvida durante subida do nível de base.
Downlap: acontece quando a reexão sísmica inicialmente inclinada termina mergulho a
baixo sobre uma superfície com menor inclinação ou horizontal. Geologicamente este tipo
de terminação costuma representar progadações de sistemas costeiros, deltaicos e leques.
Toplap: reexões que terminam lateralmente, diminuindo de espessura mergulho acima che-
gando ao limite superior de forma assintótica. Essa terminação evidencia hiato deposicional
(bypass sedimentar), ou seja, pouca erosão. Ocorre em situações de progradação em águas
relativamente rasas em locais com baixa taxa de subsidência.
Trucamento Erosional: superfície erosiva que envolve basculamento e/ou erosão dos estra-
tos, as reexões terminam lateralmente por terem sido seccionadas do seu limite deposicional
original. Em termos geológicos, representa o efeito de uma queda acentuada do nível de base
seguida de erosão.
Trucamento Aparente: ocorre quando a reexões sísmicas terminam abaixo de uma superfície
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pouco inclinada interpretada como uma seção condensada. Neste caso, devido ao adelgaça-
mento das camadas em suas porções distais, a resolução sísmica não permite o imageamento,
dando a impressão da terminação.
O modelo da estratigraa de sequências em bacias rifte pode ser transposto para o ambiente
sísmico seguindo os critérios de reconhecimento de terminações de reetores, congurações
de reetores e geometria das fácies sísmicas, possibilitando a demarcação dos chamados tra-
tos de sistemas tectônicos e suas superfícies delimitantes (gura 2.8).
A Discordância Basal (DB) marca a base dos Estratos Pré-Rifte separando o emba-
samento cristalino da sedimentação anterior ao rifteamento. Essa superfície é comumente
sobreposta ao primeiro reetor com amplitude e continuidade signicativas, marcando a
passagem de uma fácies sem reexões evidentes abaixo para fácies que apresentam padrões
estraticados, com a presença de reetores contínuos de amplitude variável e com congu-
ração paralela/subparalela acima resultante de deposição sobre superfície estável ou com
subsidência uniforme.
A Discordância Sin-rifte (DSR) marca a base do Trato Tectônico de Início de Rifte
(TTIR), sendo mapeada através de truncamentos erosivos. O TTIR é marcado por ree-
tores de baixa amplitude e continuidade, com conguração interna tipicamente subparalela
representando depósitos uviais e lacustrinos restritos. A forma externa geral é levemente
em cunha devido à sedimentação em ambiente raso. Reetores com características progada-
cionais (shingled) são visíveis, porém sem grande expressividade.
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de massa dentro deste trato tectônico. Mais para o topo, sistemas continentais representa-
dos por reetores de amplitude variável, pouco contínuos e plano-paralelos, podem ocorrer
advindos da margem exural e/ou axialmente. Em virtude das baixas taxas de criação do
espaço de acomodação e elevado aporte sedimentar, zonas de by-pass e truncamentos erosi-
vos podem ocorrer promovendo discordâncias de frequência maior. Cortes de canais também
são comuns.
O topo do TTFR é marcado pela Discordância Pós-Rifte (DPR). Vale ressaltar que no
modelo adotado, o intenso basculamento dos blocos soergue de tal forma a margem exural
que grande parte da sedimentação envolvida nos TTIR, TTDR e TTFR é erodida, logo todas
as superfícies acima discutidas são truncadas pela DPR na margem exural.
21
Para que possamos estudar o traço complexo e os atributos sísmicos, inicialmente temos que
fazer o estudo da transformada de Hilbert, que nada mais é que fazer uma rotação de −π
2
ao
dado sísmico.
O ltro de quadratura é um operador que atua na fase do traço de quadratura, também
conhecido como transformada de Hilbert do traço de entrada. Alguns autores denem o
ângulo de rotação como π2 ,o que implica em traçar o sinal do traço de quadratura resultante.
Esta denição é objeto de convenção. O importante é escolher o ângulo de rotação e mantê-lo
durante os cálculos.
No domínio da frequência, operador que provoca uma rotação de fase constante φ em
um sinal, mas não modica sem espectro de amplitude, pode ser representado por:
iφ
e
w>0
R(w, φ) = e −iφ
w<0 (3.1)
cos θ
e w=0
−i π
e 2 w>0
(3.2)
π
H(w) = −isng(w) = ei 2 w < 0
0 w=0
Onde
1 w>0
sng(w) = −1 w < 0 (3.3)
0 w=0
i
h(t) = (3.4)
πt
Logo o traço sísmico x(t) e seu traço de quadratura y(t) estão relacionados por
23
Tanes et al,(1979) arma que a análise de traço sísmico complexo(ou analítico) permite
separar as informações de amplitude e fase, sem perder de vista as variações locais. Então,
um traço sísmico x(t) pode ser decomposto segundo a equação
Onde a(t) representa a amplitude instantânea e θ(t) a fase intantanea, ambas funções que
variam com o tempo(ver gura a seguir)
O traço complexo z(t) é formado considerando o traço sismico de entrada x(t) como
parte real e o traço em quadratura y(t) como sua parte imaginária. Desse modo
No domínio do tempo, o operador que faz essa rotação pode ser expresso pela equação
(trabalho de adson ). Fazendo a convolução de h(t) com traço sísmico x(t) teremos o traço
quadrado y(t) aplicando o operados r(t,φ)em x(t) resulta um traço rotacionado
Figura 3.10:
Sendo θ(t) angulo de rotação que, em tempo t, maximiza xe. Por denição, o conjunto
desses máximos valores é a envoltória do traço. Assim,
(3.15)
p
a(t) = x2 (t) + y 2 (t).
A amplitude instantânea pode ser escrita em termos do traço complexo z(t) e seu
complexo conjugado z(t), como
(3.17)
p
a(t) = z(t)z = |z|
25
Note a correspondência nas equações (2.9) e (2.18). Na Figura (2.2) estão representadas
a parte real e a parte imaginária do traço sismico complexo. Assim o traço sismico pode
ser representado como funções separáveis e independentes amplitude e fase instantânea. Isso
é a essência da análise do traço sísmico complexo, separar a informação de amplitude da
informação do dado sísmico (santos, 2009 apud Meneses, 2010).
É bom lembrar que o traço complexo z(t) guarda as informações espectrais do traço
sismico real. No domínio da frequência, temos:
Onde
Y (w) = H(w)X(w), (3.20)
Figura 3.11: Parte real linha contínua(traço real) e parte imaginária linha trace-
jada(traço em quadratura)
Substituindo a expressão para H(w), dada pela equação (2.2), temos que
(
2X(w), w > 0
Z(w) = (3.22)
0, w≤ 0
Logo o sinal analítico é complexo e a sua parte real é idêntica ao sinal original. A
Figura(tal) mostra o traço sísmico complexo.
26
Atributos sísmicos são quaisquer informações obtidas através de dados sísmicos, seja por
meio de medições diretas, lógicas ou baseadas nas experiências e nos conhecimentos ante-
riores(Taner et al, 1979).Os atributos sísmicos são gerados para enfatizar a característica
desejada, a qual não é diretamente identicada nos dados. Eles podem ser obtidos a partir
de dados ainda não empilhados, como é o caso do conhecido atributo variação de amplitude
com o afastamento da fonte, AVO(amplitude variation with oset), ou podem ser obtidos a
partir de dados já empilhados, como é o caso dos atributos utilizados nesse trabalho.
Atualmente existe uma grande variedade de atributos sísmicos e sua utilização depende
do tipo de análise em questão. Para o presente trabalho, duas categorias denidas por
Taner(2003) são importantes:
Figura 3.12: Representação do traço complexo,sendo o traço sísmico sua parte real.
Fonte: Taner et al., 1979.
A metodologia aplicada até agora tem como foco criar uma nova visão do arcabouço es-
tratigráco da Bacia de Camamu, pretendendo explicar como ocorreu a sua evolução tectono-
sedimentar, da fase Sin-Rifte, na área de estudo da bacia. A interpretação aqui realizada são
produtos da correlação dos dados sísmicos com mapas geológicos e mapas magnetométricos.
29
30
pelo mapeamento das falhas, com auxilio principalmente do atributo sísmico TecVa,e termi-
nações estratais , com o auxilio dos atributos sísmicos do traço complexo, principalmente o
fase e frequência instantânea, delimitando através de discordâncias as sequências deposicio-
nais
A partir das interpretações dos dados foram gerados seções sísmicas com as principais
superfícies interpretadas, assim como mapas de topo de superfície estrutural e mapa de
isópaca sísmica.
Como primeiro procedimento após a chegada dos dados sísmicos, foi realizada uma avaliação
da qualidade das amplitudes dos traços, bem como a vericação das informações do levan-
tamento de cada linha sísmica (informações contidas no Header dos dados). Todos os dados
utilizados no trabalho estavam em formato SEG-Y. Para tal vericação foi utilizado o soft-
ware SeisSee, bem como uma visualização das amplitudes das linhas sísmicas. As principais
informações de aquisição vericadas foram:
• Tempo de Registro;
• Taxa de amostragem;
• Coordenadas geográcas;
• Hipérbole de difrações
4.3.1 Embasamento
A primeira superfície estratigráca mapeado a foi DB( Discordância Basal), que nada mais
é a superfície que separa o embasamento cristalino da fase pré-rifte da bacia, onde já ocorre
depósitos sedimentares. Marcada como sendo o último reetor de alta amplitude, uma vez
que esta superfície está associada a um grande contraste de impedância provocada pela mu-
dança de litologia entre as rochas ígneas e metamórcas do embasamento com as rochas
sedimentares logo acima. Superfície que separa uma facie sísmica de caráter caótico, carac-
terizada como o embasamento, de uma facie sísmica com padrão estraticados sub paralelo,
interpretada como sendo a fase sinéclise/pré-rifte da Bacia de Camamu .
33
Como pacote pre-rifte se apresentar na seção sísmica com sismofácie caracterizada por ree-
tores sub-paralelos, a DSR, que é a superfície que vai denir o início da fase sin-rifte da bacia,
ou seja, superfície que separa o pacote pre-rifte da fase rifte da bacia , foi marcada como o
ultimo reetor sub-paralelo que apresenta terminações estratais, principalmente downlaps,
como podemos ver na gura 3.4.
Em algumas regiões a superfície DSR apresentava-se não continua e sem o padrão sub-
paralelo, Causado por ruídos presentes na seção sísmica. Assim como na DB, foi utilizado a
correlação entre as seções sísmica assim como atributo sísmico de fase instantânea no auxílio
da demarcação da DSR, possibilitando o mapeamento da superfície em toda a extensão da
área estudada(gura 3.6).
34
X/Y:
526900 546900 566900 586900
Meters
2.000
2.226
8554400 2.452 8554400
2.678
2.904 N
8544400 3.129
8544400
3.355
3.581
8534400 8534400
3.807
4.
4.033
97 8 3
8524400 4.259 8524400
4.485
4.711
8514400 4.937 8514400
5.163
5.388
8504400 5.614 8504400
5.840
6.066
8494400 6.292 8494400
6.518
Foram mapeadas 6 superfícies discordante internas a fase rifte da bacia de Camamu, que
delimitam fases de subsidência e erosão, compartimentando a bacia, na área de estudo, em
7 sequências deposicionais de terceira ordem.
Discordância 3
Discordância 4
Figura 4.9:
Discordância 5
Discordância 6,7 e 8
X/Y:
526900 546900 566900 586900
Meters
N 0.328
8554400 0.594 8554400
0.859
1.124
8544400 7 8544400
2 84 1.389
84 4 7
9
0. 2 7 7 1.654
28 84
3 1.919
8534400 2.184 8534400
1.
2
.7
12 . 1
7
2.450
84
8 47
2.715
8524400 92 8524400
2. 5 2
2.980
3.3 2 8 4
2.
3.245
7 3.510
8514400 3.775
8514400
4
28
4.040
4.306
4. 9
8504400 8504400
4.571
4.836
8494400 5.101 8494400
5.366
5.631
A partir do mapeamento das superfícies foi possível gerar os mapas de topo de superfície
que retrata a morfologia atual de cada superfície interpretada, sendo possível observar o
comportamento de cada superfície em toda a área, e não somente na seção sísmica.
A sequência pré-rifte é uma sequência deposicional de segunda ordem que devido as suas
características está associada a depressão afro-brasileira, ou seja, sequência depositada antes
do momento de início da ruptura do paleocontinente gondwana.
Marcada na base pela DB e Superiormente pela DSR a sequência Pré-Rifte apresenta
reetores planos-paralelos, acompanhando sempre a DB, com amplitude sísmica variável e
apresentando, internas a ela, terminações estratais(onlaps, downlaps, toplaps e trucamentos
erosivos), que podem ser resultado da união dos sistemas eólico, uvial e lacustre no momento
de deposição da sequência. A sequência Pré-rifte foi mapeada em toda extensão da área
X/Y:
526900 546900 566900 586900
Meters
0
8554400 0.046 8554400
0.092 N
0.138
8544400 0.184 8544400
0.230
0.276
8534400 0.322 8534400
0.368
0.415
8524400 0.461 8524400
0.507
0.553
8514400 0.599 8514400
0.645
0.691
8504400 0.737 8504400
0.783
0.829
8494400 0.875 8494400
0.921
O extrado Sin-Rifte é uma sequência deposicional de segunda ordem que marca o processo
de rifteamento da bacia de camamu, Limitada interiormente pela DSR e superiormente
pela DPR. Tal sequência foi compartimentada por 6 superfícies discordantes ,ja abordadas
anteriormente, resultando em 7 sequências de 3 ordem (S2, S3, S4, S5, S6, S7,S8), marcando
7 fases de subsidência e erosão.
A sequência Sin-Rifte apresenta espessura máxima de 2.92 segundos e espessura minima
de de 0.1 segundos, onde suas maiores espessuras estão localizadas na região mais a noroeste
da área de estudo, na região do depocentro da bacia, como esperado.
X/Y:
526900 546900 566900 586900
Meters
N
-0.206
8554400 -0.050
8554400
0.107
8544400 0.263 8544400
0.420
0.576
8534400 0.733 8534400
0.889
1.046
92
1.359
1.515
1.
O fato da área de estudo esta próxima a junção tríplice, fez com que a conguração
estrutural da sequência Sin-rifte obteve-se características destoantes do que se espera da
uma fase rifte de uma bacia sedimentar. Na L1 as sequencias Sin-Rifte apresenta com bas-
culamento exorbitante fazendo com que todas as sequencias internas a este extrato tenham
inclinações fora do comum, enquanto que na L2, Seção a 8 km de distância da L1, a sequen-
cia Sin-rifte apresenta-se de forma curvada com concavidade para cima, ja na L3,que está
a aproximadamente 8 km da L2, as porções mais proximais apresentam-se curvadas com
concavidade voltadas para cima, vide gura 3.22.
A primeira sequência de terceira ordem foi a S2, mapeada em aproximadamente toda
área de estudo. Limitada na Base pela DSR e no topo pela D3 e DPR, ela apresenta uma
grande variância nas amplitudes sísmica, não tendo extratos de crescimento, o que indica
46
S3, sequência posterior a S2, foi mapeada em quase toda extensão da área de estudo,
marcada inicialmente pela D3 e limitada superiormente pela D4 e DPR. A sequência apre-
senta estrados de crescimento mostrando que a deposição foi sin-deposicional, ou seja,os
depositos sedimentares ,no momento da formação se sequencia S3, ocorreu concomitante-
mente ao aumento do rejeito das falhas que compartimenta a fase Sin-Rifte da bacia de
Camamu. Interno a S3 não se identica muitas terminações estratais e os reetores se apre-
sentam de forma mais caótica na base e plano paralelo no topo da sequência o que mostra
uma mudança no sistema deposicional causado pelo aumento do tectonismo.Esta sequência
pode ser comparada com o trato tectônico de desenvolvimento de rifte, so que limitados
por superfícies discordante mostrando mais uma fase de subsidência e erosão.Com relação a
sequência 2 nota-se, a partir da análise mapa de isópacas, a criação de um novo depocentro
localizado na porção central após a falha 2 da área de estudo(gura 3.25).
CONCLUSÕES
54
Agradecimentos
Ao Termino deste trabalho gostaria de agradecer aos meus pais José Dionísio e Marielza,
por todo suporte e carinho dado, além de todas as reclamações também. Aos meus irmãos
Adilson e Nathália por todos os toques, carinho e ajuda, e a minha namorada Drielle por
todo amor e apoio nos momentos difíceis.
Gostaria de agradecer também as meus familiares: Adelmo, Ailton, Milene, Olina,
Adriano, Madalena, Adriano(guga), Maurício, Patrícia, Aida, Adilton, Anselmo, Cristina,
MArcelo, Manuela, Emanueo, Noemia, Serginho, Luiz Alberto, Jaqueline, Joélha, Jerúsia e
todos os outro familiares por todo incentivo dado.
Aos meus amigos de longa data: Levi e Nailton que sempre estiveram ao meu lado
independente de qualquer coisa.
Aos meus grandes amigos: Artur, Diego, Rodrigo, Peterson, Rená, Italo, Laian pelos
grandes momentos juntos e ajuda nessa caminhada da graduação.
Agradecer também a galera do geta( Paula, Daniel, Edric, Carol, André, Caio, Matheus,
Gabriel ) Que zeram parte deste trabalho. Ao meu orientador, professor e amigo Michael,
sempre disponível e disposto a ajudar e que me ensino não só geociência mas a viver.
A GeoPark por todo apoio nanceiro e fornecimento dos dados.
E a todos que zeram parte da minha vida e que por falta de memoria acabei esquecendo
de colocar no texto.
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Referências Bibliográcas
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Referências Bibliográcas 57
Kuchle, J.; Holz, M.; Scherer, C. M. S.; Fernandes, F. e Bedregak, R. P. (2007) Mape-
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Paulo, Outubro.
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Petroleum Geology, Elsevier, Amsterdam, v.27, p. 247253..
Neto, M. e Catuneanu, O. (2010) Rift sequence stratigraphy. Marine and Petroleum
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