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Alves Redol

António Alves Redol nasceu em


1911, em Vila Franca de Xira.
Frequenta o Curso Comercial,
que conclui em 1927 e no ano
seguinte parte para Angola, onde
fica durante três anos. A sua
passagem por Angola não é
muito feliz, mas traz-lhe
experiências que dão uma outra
visão do mundo e lhe servirão
mais tarde na sua actividade
literária.

É em 1936 que inicia a sua


actividade literária, tornando-se
colaborador do jornal O Diabo,
para onde escreve crónicas e
contos ribatejanos. Mas Redol
viria a destacar-se
principalmente como romancista
e dramaturgo, sendo considerado
um dos grandes expoentes do
neo-realismo literário português.
O grande exemplo disso é o seu
primeiro romance Gaibéus
(1939) que nas palavras do autor
"não pretende ficar na literatura
como obra de arte . Quer ser,
antes de tudo, um documentário
humano fixado no Ribatejo.
Depois disso será o que os
outros entenderem."

Esta preocupação em não se limitar à ficção e partir da experiência vivida e


documentada será um traço fundamental da sua obra. Além de ir para a Ribeira do Tejo
ouvir as histórias dos trabalhadores e das varinas e do Ciclo do Arroz, "viveu no Pinhão
para ficar a conhecer o Douro e as suas gentes, descendo o rio com as tripulações dos
barcos rabelos, esteve à beira de um naufrágio nos mares da Nazaré, ao sair para a
faina com os pescadores para preparar "Uma Fenda na Muralha""(Ana Maria
Pereirinha, 1996)

Como romancista Alves Redol destaca-se ainda pelas obras Marés (1941); Avieiros
(1943; Fanga (1944); Reinegros (1945); Porto Manso (1946); Ciclo Port-Whine,
composto de três romances escritos entre 1949 e 1953; A Barca dos Sete Lemes (1958);
Uma Fenda na Muralha (1959) e Barranco de Cegos (1962), a sua obra-prima. Estas
três últimas fazem parte de uma fase que começou com A Barca dos Sete Lemes e em
que a intervenção política e social é posta em segundo plano, dando lugar a um
centramento nas personagens e na sua evolução psicológica. Dá-se, portanto, na obra de
Alves Redol, um desvio da corrente literária neo-realista.

Como dramaturgo destacam-se as peças de teatro Forja (1948) e O Destino Morreu de


Repente (1967), objectos de censura nas tentativas que se fizeram de as levar à cena.

"A obra literária de Alves Redol poderá ficar para a história da literatura do século
XX fundamentalmente como uma obra desigual, em termos de valor formal e artístico,
mas é unanimemente considerada como uma obra de grande capacidade de rigor e
observação da realidade social e de grande autenticidade e honestidade no seu
empreendimento"(idem)

Alves Redol morreu, em Lisboa, em 1969.

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