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São Paulo
2019
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Centro de Ciências Social e Aplicada
Curso de Ciência Econômicas
São Paulo
2019
Frederico Lugard Munhoz Moreira
BANCA EXAMINADORA
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PROF. ORIENTADOR
_____________________________
PROF.
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PROF.
Palavras chaves: E-Commerce, Tributação, ICMS, Amazon Law, Brasil, Estados Unidos.
Abstract
Study about what is E-Commerce, how it was formed, expectations for its future
and how taxation of the market happened in the USA and in Brazil. This paper’s goal is
to expose the difficulties surrounding the tributary questions of the E-Commerce, the
motivations behind the taxing agents and the consequences it could bring to consumers
and companies active in the market.
Key words: E-Commerce, Taxation, ICMS, Amazon Law, Brazil, United States.
SUMÁRIO
Sumário ........................................................................................................6
Introdução....................................................................................................8
3. E-Commerce no Brasil........................................................................................14
3.1. Tributação no E-Commerce Brasileiro......................................................................19
Conclusão ....................................................................................................................22
Referências Bibliográficas.....................................................................................23
Lista de figuras
Impostos são foco de debate em diversos governos mundiais. A forma como a tributação
é realizada das mais diversas maneiras gera debate entre órgãos públicos e é muitas vezes
questionada pela população. Num cenário mundial em que a necessidade dos impostos é muitas
vezes debatida o e-commerce é mais um dos mercados que não passa batido. Em crescimento
desde o boom nos anos 90 motivado por um crescimento da base de usuários da internet, o e-
commerce passou a representar uma parcela significava do total do comércio. (TASSABEHJI,
2003)
Cada país trabalha em definir suas questões tributárias de acordo com sua legislação e
como a coleta dos tributos deverá ocorrer. Devido a sua fragmentação, no entanto, devido aos
diversos tipos de comercio, sua fiscalização se configura como difícil de realizar. (VICTOR,
JIH, 2006)
Para que seja possível se entender as ações governamentais referente ao mesmo,
primeiros é necessário se entender o que é o E-commerce e com isso o trabalho deseja primeiro
definir o que é o E-commerce. A partir disso, deseja-se entender qual o posicionamento dos
países sobre como o mesmo deve ser regulado, para os casos específicos de Brasil e Estados
Unidos. Por fim, se busca entender quais consequências das mudanças nas leis tributarias dos
países geraria para o mercado.
O trabalho será dividido em 4 tópicos. O primeiro tópico deseja apresentar o que se
entende por e-commerce, suas modalidades e como surgiu. O segundo tópico objetiva discutir
o cenário norte-americano e as previsões para o mesmo. O terceiro tópico deseja fazer o mesmo
para o cenário brasileiro e também fazer uma breve análise sobre seus consumidores,
observando o perfil comum e que tipos de melhorias o mesmo almeja e quais fatores podem
influenciá-lo negativamente. Por fim, no quarto tópico, irá se expor como mudanças na
tributação do e-commerce irá afetar o mercado e possivelmente os seus consumidores.
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1. E-Commerce: o mercado e sua origem
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caso do Uber. (CHANG, 2018) Além do M-Commerce, também possuímos o S-Commerce que
se configura como as transações realizadas através do uso de redes sociais, como por exemplo
o Facebook, para anúncio e compra de produtos.
O E-Commerce é, portanto, qualquer tipo de transação realizada via internet, indiferente
do meio utilizado para acessá-la. Nele são realizadas as mais diversas transações, podendo se
realizar venda de arquivos, de imagens, de serviços, de bens que deverão então ser entregues
ao seu destinatário, dentre muitos outros. Para transações com venda de produtos físicos entra
a questão de logística do meio que, com o passar dos anos, avançou significativamente. Nos
dias atuais é possível se comprar um produto e acompanhar o seu envio, as vezes até em tempo
real, até a sua casa. O E-Commerce revolucionou a forma de se realizar compras e vendas e
trouxe avanços significativos para o bem-estar social.
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transações B2B vendas de maquinarias ou operações financeiras como serviços de auditoria
através da internet.
Transações de P2P se configuram como aquelas com troca de arquivos entre usuários
através de downloads diretos, redes próprias ou por meio de websites de uploads (publicação
digital) e downloads (obtenção de dados). Diferem das transações de C2C por não serem
especificamente uma espécie de e-commerce.
Transações de C2C se configuram como vendas por pessoas físicas para outros
indivíduos sem nenhuma afiliação comercial. Devido a sua natureza livre, essas se configuram
como inviável de ser realizada uma tributação sobre uma vez que os custos burocráticos de
fiscalização da mesma seriam elevados, obrigando ao estado focar assim nas transações de B2C.
(VICTOR, JIH, 2006). Esse tipo de comércio, entre indivíduos, existia antes mesmo da internet
e de tempos mais modernos. A internet, no entanto, propicia um ambiente no qual os indivíduos
podem buscar aquilo que lhes interessa e negociar com outros com uma facilidade, praticidade
e velocidade superior. Empresas especializadas nesse tipo de comércio estão entre as mais
utilizadas por usuários da internet, como por exemplo o mercadolivre.com.br, que possui a
maior receita do e-comércio brasileiro. (Ecommerce Foundation, 2018)
As transações de B2C, foco da questão tributária, são aquelas em que uma empresa ou
loja virtual realiza uma venda a um consumidor. Atualmente as vendas de E-retail (varejo
digital) correspondem a cerca de 11% do total nos EUA.
As transações de B2C do comercio digital estão assim tomando uma parcela da receita
do varejo tradicional e as previsões para o futuro acreditam em ainda maiores da participação
do e-retail, que apresenta um crescimento consistente. Assim, quando se compara a tributação
do varejo antes e depois do E-Commerce pode se observar, de fato, uma parcela menor do total
da receita sendo coletada pelo Estado.
Por último temos a participação do governo nas transações eletrônicas utilizando do
artificio para transferência de informações com maior facilidade para outros países, empresas
ou indivíduos, permitindo assim uma maior clareza das informações a serem distribuídas
podendo acompanhar a atividade do governo. Elas não são caracterizadas como um modelo de
comércio ou uma nova tecnologia. Esse modelo de transferência de informações é bem comum
para países membros da união europeia. (TASSABEHJI, 2003)
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2. E-Commerce nos EUA
A popularização da internet nos anos 90 seria uma oportunidade para que o mercado se
desenvolvesse com uma expansão gradual da internet. A expansão ocorreu através da
popularização de pacotes de banda larga e da queda do custo de aquisição de computadores,
que passaram a se tornar artigos mais acessíveis. Empresas então passariam a investir mais dos
seus recursos neste novo mercado.
Com mais usuários ativos no mercado e novas oportunidades surgindo ocorre assim uma
“Golden rush” do e-commerce norte americano em que empresas do setor de e-commerce
competem para se firmarem. Esta pode se atribuir ao rumor de que a ausência de uma adaptação
a nova modalidade culminaria na “derrota” de empresas que não se atualizassem, motivados
por pesquisa e previsões sobre o comercio eletrônico que previam que o mesmo iria se expandir
exponencialmente através do aumento da base de usuários por ações do governo que desejava
tornar sua população “conectada”. (TASSABEHJI, 2003) Com isso, grandes empresas offline
iriam se transformar para terem acesso a esses novos consumidores digitais oferecendo uma
grande variedade de serviços. O mercado, no entanto, não correspondeu às expectativas: apesar
de seu crescimento impressionante, diversas empresas dot com acabaram falindo e
consequentemente fechando as suas portas.
Dentre as empresas que sobrevieram esse primeiro momento do e-commerce
encontram-se hoje algumas das grandes multinacionais que operam atualmente que, percebendo
as possibilidades de expansão para novos Países como Brasil, expandiram seus horizontes
fazendo uso das vantagens do meio digital, motivadas pelos avanços tecnológicos que
permitiram custos menores. (TASSABEHJI, 2003)
Podemos atribuir aos Estados Unidos o título de “berço do E-commerce” por ser o país
que mais cedo se preocupou com o potencial do mercado. Devido aos seus significativos
incentivos iniciais para garantir um crescimento sem set backs, inúmeras gigantes do setor tem
origem no país, inclusive a maior empresa de e-retail do mundo, a Amazon.
As empresas de E-Retail também se preocuparam com a acessibilidade do consumidor
americano, motivadas pela possibilidade de maiores ganhos, e disponibilizaram diversas
plataformas para permitir ao cliente a maior praticidade na hora de realizar suas compras, como
site dedicas para versões mobile e aplicativos especializados.
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2.1. Tributação no E-Commerce nos EUA
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operações, funcionários etc em que o mesmo se torna uma “parte” do Estado através de um
Nexus. (VICTOR, JIH, 2006)
Esse Nexus, no entanto, também se tornou um motivo de discussão. Estados Norte-
Americanos desejam, assim, encontrar uma definição mais forte para configurar um Nexus,
tentando definir uma loja com uma receita significativa, com valor a ser estipulado, como tendo
um Nexus com determinado estado. Isso, portanto, abre margem para discussão de até que
ponto uma loja de pequeno ou médio porte pode atuar na internet e manter-se imune a tributação
nos EUA.
100,000
80,000
60,000
40,000
20,000
0
Q3 '09
Q1 '09
Q1 '10
Q3 '10
Q1 '11
Q3 '11
Q1 '12
Q3 '12
Q1 '13
Q3 '13
Q1 '14
Q3 '14
Q1 '15
Q3 '15
Q1 '16
Q3 '16
Q1 '17
Q3 '17
Q1 '18
Q3 '18
3. E-Commerce no Brasil
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apenas 7.6% da população se encontrava online. Dessa forma, configurada como uma
população conectada, surge a questão de como comerciantes devem se aproximar dos
consumidores.
Em 2013, durante o segundo governo Dilma, foi expedido o decreto 7962/13 com o
intuito de se tornar o comércio eletrônico mais seguro para os consumidores. Ele então
aumentaria as responsabilidades dos comerciantes que, uma vez não cumpridas,
desencadeariam em punições. Dessa forma, visibilizando um aumento na confiança do setor e
tornando compras mais seguras e funcionais, as determinações de tal decreto são:
• O direito de arrependimento do consumidor: qualquer consumidor tem o direito de se
arrepender de sua compra num período de uma semana após a compra sendo assim restituído o
valor do produto.
• Mais informações de contato por parte das lojas: as lojas passariam a ser obrigadas a
fornecer meios de contato com número de telefone e e-mail para contato dos consumidores e
devem estar com boa visibilidade.
• Frete e data de entrega: prazos pré-estabelecidos deverão ser cumpridos, frete deverá
ser rastreado e a informação deverá estar disponível para o cliente.
• Descrição de produtos: deverão ser completas e claras.
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Faturamento do E-Commerce no
Brasil em Bilhões de Reais
47.7
44.4
41.3
35.8
28.8
22.5
18.7
14.8
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Em relação a cobrança de impostos sobre o comércio virtual, o Brasil atua de forma
diferente dos Estados Unidos praticando tributação integral via ICMS seguindo a taxação
convencional exercida sobre lojas convencionais uma vez que o país defende a ideia de que o
e-commerce no país seria algo de acesso, inicialmente, apenas para aqueles com renda
suficiente para dar entrada setor. Com isso, as empresas de e-commerce têm uma barreira maior
para darem início a suas operações quando comparadas com empresas norte-americanas que,
inicialmente, não serão taxadas pelo seu comércio.
Num estudo realizado pela Ecommerce Foundation sobre o comércio eletrônico no
brasil em 2018, surge o questionamento sobre qual seria a estratégia que empresas devem adotar
no país. Justificado pelo elevado número de brasileiros já inseridos na internet, Andre Pereira
afirma que o mercado brasileiro “já pode ser considerado algo concreto. A sociedade brasileira
está se tornando uma verdadeiramente digital, em que os consumidores procuram por
praticidade, conforto e rapidez.” Ainda segundo ele, “várias empresas brasileiras estão
constantemente pesquisando por melhores práticas nacionais e internacionais que possam
aprimorar suas transformações digitais.”
A população digital brasileira tem um total de 68% da sua base de usuários na internet
participando de redes sociais e constantemente empresas tem buscado se aprimorar para se
adequarem aos seus clientes.
O cliente brasileiro possui um perfil de realizar diversas buscas tentando encontrar o
menor preço possível, de se sentir confortável realizando compras online e, para o ano de 2017,
realizar compras usando seus aparelhos células, dado comprovado pelo fato que 25% das
transações de E-Commerce no país foram realizadas através dos aparelhos. Com isso se justifica
que o crescimento forte do E-commerce pode ter sido impulsionado pelo consumidor brasileiro
que, sempre conectado, já costuma realizar suas comprar online e vai aos poucos se
distanciando do varejo convencional comprando cada vez mais.
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Ticket Médio do Consumidor
Brasileiro no E-Commerce
418 429
388
349 338 347
327
Vale destacar que a população digital cresceu num ritmo elevado maior que a receita do
setor com o volume de pedidos mais que dobrando de 2011 até 2017 justificando a pequena
queda inicial do ticket médio do consumidor.
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Afif Domingos, presidente do SEBRAE: “Estão prejudicando as micro e pequenas empresas e
o comércio eletrônico de todo o país. Não param de chegar relatos de empresas fechando,
suspendendo as vendas online. Os fiscos estaduais e o Confaz estão agindo como os
Exterminadores do Futuro das micro e pequenas empresas”.
Ainda segundo a pesquisa, devidos aos maiores custos gerados pelos encargos
tributários, quase 75% das empresas questionadas afirmaram terem realizado mudanças
operacionais e 67% admitiram terem tido atrasos referentes as entregas de produtos.
Em vista da situação negativa apresentada para pequenas e microempresas, surge a lei
complementar “Crescer sem Medo” ainda em 2016 buscando assim uma tributação mais justa.
A mesma iria passar a vigorar parcialmente a partir de 2017. Dentre as principais encontra-se
uma redução das “faixas de tributação” que anteriormente eram 20 e passam a ser apenas 6.
Também existe incentivo fiscal a “investidores-anjos” destas empresas e a unificação do
recolhimento do INSS e FGTS (referentes a previdência).
A tributação no Brasil assim atua nas novas regras de ICMS percebendo como elas
trazem prejuízos para o crescimento do e-comercio brasileiro uma vez que o Brasil já se
configura como um dos países com os maiores custos, de tempo e financeiros, na questão de
burocracia. Assim se deseja realizar uma tributação consistente para empresas de grande porte,
mas sem causar danos irreparáveis as pequenas empresas do setor.
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com maior experiencia no uso da internet, onde usuários com maior experiencia iriam procurar
alternativas mais baratas ao mercado digital percebendo as mudanças nos preços.
MARK A. SCANLAN determina que:
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𝐷(𝑒𝑐𝑜𝑚𝑚𝑒𝑟𝑐𝑒) = 𝑐𝑅 − (𝑃1 − 𝐶𝑆 1 )𝑄1 − (𝑃² − 𝐶𝑆 2 )𝑄² ... + (𝑃𝑛 − 𝐶𝑆 𝑛 )𝑄 𝑛
Ou
𝐷(𝑒𝑐𝑜𝑚𝑚𝑒𝑟𝑐𝑒) = 𝑐𝑅 − ∑(𝑃𝑛 − 𝐶𝑆 𝑛 ) 𝑄 𝑛
Conclusão
22
Bibliografia
23
NAKAMURA, André. – Comércio Eletrônico e Riscos nas compras pela Internet. São
Paulo, Faculdade de Tecnologia de São Paulo, 2011.
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service-economy/> Acesso em: 12 maio, 2019.
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