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ANÁLISE DE ACORDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS

Grazielle Kamila da Costa Santos

Nicholas Bonente Paes

Niltom Vieira Junior

Thiago Garcia Mateus da Costa

Vinicius Rodrigues de Carvalho

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS –


PRESENÇA DE CADÁVER EM RESERVATÓRIO DE ÁGUA – FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO –
FORNECIMENTO DE ÁGUA – UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA Nº
1.0611.11.001809-4/002 – NATUREZA SUBJETIVA – RESP 1492710/MG –
INDENIZAÇÃO DEVIDA.

Arcos

Maio de 2019.
Grazielle Kamila da Costa Santos

Nicholas Bonente Paes

Niltom Vieira Junior

Thiago Garcia Mateus da Costa

Vinicius Rodrigues de Carvalho

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS –


PRESENÇA DE CADÁVER EM RESERVATÓRIO DE ÁGUA – FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO –
FORNECIMENTO DE ÁGUA – UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA Nº
1.0611.11.001809-4/002 – NATUREZA SUBJETIVA – RESP 1492710/MG –
INDENIZAÇÃO DEVIDA.

Trabalho apresentado à Disciplina Direito


Civil I, do curso de Direito, da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais –
PUC Minas, como requisito obrigatório
para avaliação semestral.

Prof. Me. Gilberto Souza Amarante.

Arcos

2019.
FOLHA DE AVALIAÇÃO

TÍTULO:

ANÁLISE DE ACORDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS

AUTORES:

Grazielle Kamila da Costa Santos

Nicholas Bonente Paes

Niltom Vieira Junior

Thiago Garcia Mateus da Costa

Vinicius Rodrigues de Carvalho

PROFESSOR:

Gilberto Souza Amarante

Data de apresentação: 20 de Maio de 2019.


RESUMO

Este trabalho analisou Acordão proferido Pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais,
sob relatoria da Desembargadora Alice Birchal. Trata-se de ação de
responsabilidade civil tendo por ré a Companhia de Saneamento de Minas Gerais
(COPASA), por danos causados a moradores do Município de São Francisco (MG),
que consumiram água de um reservatório onde foram encontrados restos mortais
humanos. Na decisão, deu-se provimento à Apelação, condenando a Ré/Apelada
ao pagamento de danos morais.

Palavras-chave: apelação cível, indenização por danos morais, prestação de


serviço público.
SUMÁRIO

1 Resumo da lide ..................................................................... 6


2 Relevância jurídica .............................................................. 7
3 Referências ........................................................................... 8
ANEXO 1 – Processo n. 1.0611.15.003988-5/001 ................... 9
6

1 Resumo da lide

O Processo n. 1.0611.15.003988-5/001, julgado em 30/04/2019, sob relatoria


da Desembargadora Alice Birchal, tratou da apelação cível interposta por Amália
Antônia da Conceição considerando decisão anterior, proferida pela MMª Juíza de
Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de São Francisco (MG), onde foi negada a
reparação por danos morais em processo que questionou falha na prestação do
serviço de tratamento de água da COPASA. Na ocasião fora encontrado a ossada
de um cadáver em um dos seus reservatórios.

A apelante sustentou que não há dúvida sobre a ocorrência do fato e de que a


COPASA tinha a obrigação de zelar pelo tratamento e armazenamento da água.
Além disso, ressaltou que ações idênticas já foram julgadas procedentes.

A relatora lembrou o entendimento do STJ de que a responsabilidade civil do


estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário provar a negligência
na atuação do estado, o dano e o nexo. Lembrou ainda que o STF firmou distinção
entre responsabilidade civil estatal decorrente de ação dos seus agentes
(responsabilidade objetiva) e a omissão (responsabilidade subjetiva). E por fim
destacou que essa subjetividade leva a judicialização excessiva. Entretanto,
lembrou que caso similar já possuía decisão do STJ reconhecendo falha na
obrigação de fazer, no que tange a prestação do serviço para garantir a qualidade
da água distribuída, tendo configurado dano in re ipsa (dano moral presumido).

Vencida a análise do dever de indenizar, a relatora fixou valoração com base


nos artigos 1861, 9272 e 9443 do Código Civil (C.C.)4. Entendendo a função de
minimizar a dor da vítima e punir o ofensor (para que não volte a reincidir), definiu-
se a importância de R$ 1.500,00 como adequada e proporcional ao dissabor de
consumir água com restos mortais, incidindo correção monetária desde o
arbitramento e juros desde o evento.

Além disso, fixou ao Apelado (COPASA) 20% do proveito da causa como ônus
de sucumbência (reembolso do vencedor da causa pelas taxas e custas
advocatícias).

1
Comete ato ilícito quem, por ação ou omissão, causa dano a outrem.
2
Quem comete dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
3
A indenização mede-se pela extensão do dano.
4
Verificado em Brasil (1995).
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2 Relevância jurídica

O fato narrado consiste numa obrigação de fazer não cumprida que nasceu
após um ato ilícito danoso, como fonte, decorrente de omissão e negligência por
parte da COPASA, entidade responsável por tratar, armazenar e fornecer água a
população. Resultando disso, ocorreu uma apelação, que consistiu numa
indenização por danos morais, gerando uma obrigação de dar.

Destaca-se nesta ação o entendimento acerca da omissão. Ainda que, em


linhas gerais, ele pode remeter a subjetividade alguns juristas destacam as
situações em que sua observância é relevante. Por exemplo, Pontes de Miranda
(1958) afirma que o ato negativo ou omissivo também pode causar dano e
responde o omitente quando seu ato poderia ter impedido a circunstância. Em uma
obra mais recente, Cavalieri Filho (2014, p. 38), afirma que a omissão

[...] a rigor não pode gerar física ou materialmente o dano


sofrido pelo lesado, porquanto do nada nada provém. Mas
tem-se entendido que a omissão adquire relevância
jurídica, e torna o omitente responsável, quando este tem
dever jurídico de agir, de praticar um ato para impedir o
resultado.

Complementarmente, Gomide (2018) contrapõe a interpretação simples de que


omissão é apenas negligência, no sentido do esquecimento de regras de proceder
(ao desenvolver uma atividade). Para esse autor, a omissão referida no Art. 186 do
C.C. é conceitualmente mais ampla. Ainda que determinada pessoa não tenha
dever de cuidado no caso concreto, pode ser observada conduta culposa.

Por fim, Cahali (2007, p. 221), voltando-se para o direito público, lembra que a
omissão do Estado é relevante para o estudo da responsabilidade civil, pois

[...] desde que exigível da administração a execução da


obra ou a prestação do serviço que teriam prevenido ou
evitado o evento danoso sofrido por particular, identifica-
se na conduta omissiva estatal a causa bastante para
determinar a responsabilidade objetiva.
8

Ou seja, o Acordão em análise mostrou que uma visão sistêmica dos fatos é
necessária para a adequada interpretação e análise de mérito nas decisões
judiciais.

3 Referências

BRASIL. Código civil. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995

CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. São Paulo:


Atlas, 2014.

CAHALI, Youssef Said. Responsabilidade civil do Estado. São Paulo: Editora


Revista dos Tribunais, 2007.

GOMIDE, Alexandre Junqueira. Dever de agir e omissão: aspectos relevantes para


o estudo da responsabilidade civil. Revista Jurídica Luso-Brasileiro, v. 5, p. 360-
381, 2018.

PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado: parte


especial. Direito das obrigações: obrigações e suas espécies. Rio de Janeiro:
Borsoi, 1958.
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ANEXO 1 – Processo n. 1.0611.15.003988-5/001


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