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Sergio Leusin
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Arquiteto, Prof. Titular do Dep de Arquitetura da Escola de Arquitetura e Urbanismo
UFF- Universidade Federal Fluminense desde 1984.
Rua Passo da Pátria 156, São Domingos, Niterói,
CEP 24 210, tel. 717 8080 r.241
End.Res: Rua Miguel de Paiva 603, Santa Tereza, Rio de Janeiro,
CEP 20 251-3870, Tel/fax: 221 6584
Colaboradores: Gabrielle Braitte Decotte; Gláucio Pereira de Souza; Pedro José dos
Santos Manso.
Resumo:
O controle de produção e de produtividade ( índices de desempenho de mão de obra e
consumo de materiais) tem sido a base para as composições de custo e conseqüentemente,
para o planejamento das edificações. Levantamento realizado em 27 empresas de
construção civil leve no Estado do Rio de Janeiro demonstrou os fortes desvios nos
sistemas adotados. Correlacionando estes dados com a estrutura organizacional das
empresas, também identificada através de pesquisa de campo, verificamos que sua
variabilidade, aliada a pequena base técnica interna, prejudica a eficiência e a qualidade das
obras.
Introdução
Tradicionalmente as empresas construtoras voltadas para o mercado predial de
rendas média e alta têm baseado seus controles de produção e de custos em um
sistema de contas por obra, desdobrado conforme o tipo de serviço, tal como
alvenaria, revestimentos, formas etc. São as "composições de custo unitário", que
objetivam refletir o custo por unidade de medida (metro quadrado ou outra mais
adequada) para a execução do item em questão. Estas composições são utilizadas
tanto para estimar os custos de novas obras como para o controle de desvios
durante a execução dos serviços.
Embora em termos de apuração de custos globais por obra os resultados gerais dos
3 sistemas sejam satisfatórios para as condições brasileiras, com margens de êrro
em torno de 3 a 5% dos valores orçados, a variação da participação da mão de obra
por item é muito elevada. Analisando-se os itens isoladamente porém não
encontramos nenhum com variação inferior a 30%, podendo atingir mais de 300%,
comparando-se o mesmo serviço em obras diferentes, da mesma construtora e
excluindo-se as obras "atípicas" , aquelas fora do padrão de referência da empresa.
É claro que as equipes em questão podem ser muito acima da média mas o
exposto permite afirmar que:
• há grandes diferenças decorrente da variabilidade formal dos produtos de
mesmo tipo.
• há grandes variações entre os resultados das equipe e a média de referência;
Conclusões
As composições de custo unitárias utilizadas hoje nas empresas do setor de
edificações se caracterizam por reduzirem objetos diferenciados a médias históricas
de consumo de material e trabalho por unidade de medida. Este sistema é
razoavelmente preciso para situações onde um existe padrão construtivo constante,
expresso por um número limitado de opções de materiais e processos. Entretanto
esta sistemática não apropria as diferenças devidas a variabilidade do objeto
mensurado, nem aquelas derivadas do desempenho dos trabalhadores.
Por outro lado ao definir limites máximos de custo o sistema estipula os seus limites
mínimos de desempenho. Como vemos nos casos aferidos (tabela IX), eles podem
ser bem abaixo do possível. Os engenheiros de obra e de controle tendem a fixar-se
apenas no que ultrapassa, realizando uma "administração conservadora", com
tendência a buscarem reduções de custos apenas nas contratações de materiais e
serviços. Os sistemas de controle em uso não são capazes de captarem as
diferenças devidas ao melhor desenho ("design"), deste modo dificultando as
comparações de alternativas.
Bibliografia:
• TERTRE, Christian du, Travail et productivité dans le batiment, rapport du Seminaire, Plan
Construction et Architecture, Paris, 1988
• FRUET, Genoveva Naya, FORMOSO, Carlos Torres, Diagnóstico das dificuldades enfrentadas
por gerentes técnicos de empresas de construção civil de pequeno porte, in II SEMINÁRIO
QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL, GESTÃO E TECNOLOGIA, Porto Alegre, 1993, Anais
...,NORIE-UFRGS,1993, p 1-52
• d'IRIBARNE, Alain , Technologie et organisation du travail rapport introdutif , in EUROPE ET
CHANTIERS, Paris,1988, Actes du Colloque, Ministére de l'Équipment, p:141-147, Paris, 1988