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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA BRASILEIRO DE


QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NO HABITAT – PBQP-H
IMPLANTADO NO ESTADO DO TOCANTINS

PAULO SERGIO CARVALHO JUNIOR

PALMAS-TO
FEVEREIRO – 2007
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA BRASILEIRO DE


QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NO HABITAT – PBQP-H
IMPLANTADO NO ESTADO DO TOCANTINS

PAULO SERGIO CARVALHO JUNIOR

Monografia apresentada ao Curso de


Administração da Universidade Federal do
Tocantins, como requisito básico para obtenção
do titulo de bacharel em Administração, sob a
orientação do Professor Elion Sarmento.

PALMASTO
FEVEREIRO – 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA BRASILEIRO DE


QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NO HABITAT – PBQP-H
IMPLANTADO NO ESTADO DO TOCANTINS

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________
Profª Ms. Elion Sarmento
ORIENTADOR

____________________________________________________________
Profº Ms.
MEMBRO DA BANCA

____________________________________________________________
Profª Dra.
MEMBRO DA BANCA

3
“DEDICATÓRIA”

À Deus dedico porque sempre


ao meu lado esteve e à minha
família pela compreensão e
dedicação.

4
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me deu vida, saúde e disposição para realizar
este trabalho. A toda minha família, que sempre esta comigo, meus Pais Paulo Sérgio e
Francisquinha, minha Irmã Érika, que mora tão longe e ao mesmo tempo está tão perto e a
minha sobrinha Vitória (que diariamente muito me contagia com sua alegria e eu a Amo), a
minha Vó Ivonete, tias Ione, Marilia, Andréia, Aldi, Aldinita e tios Tonim e André.
Ao apoio dado por meu orientador, Prof. Elion Sarmento e todos os professores do
Curso de Administração, em especial as professoras Mônica e Denise pela paciência e
ensino.
Aos inúmeros amigos conquistados na Universidade, aos colegas das Empresas
Juniores, no qual vejo um celeiro de empreendedores e merece mais apoio institucional.
A todos os amigos, em especial, Pr. Nonato, Jaqueline, Lucélia, Ronei,Tânia, Kairo,
Fábio, Marcos, Keila, Estevan, Junior, Itamar, Regis, Antonio, Ione, Rodrigo, Neto, Janaina,
pela força dada no momentos certos.
Ao Administrador e amigo Renato Jayme que é referencia como pessoa e
profissional, e me ajudou a conhecer o tema.
Aos colaboradores Nivaldo (SEINF) e Raimunda (SIDUSCON), pelo
profissionalismo, não negaram prestar informações e demonstraram grande interesse no
sucesso do PBQP-H.
As todas as empresas que abriram suas portas para realização da pesquisa, em
especial a Construtora Conforça (Gerival), Habite (Olívia), Eletro Hidro (Maria), CSD,
Construtora RT (Vitor), RG, Enfraeg, Sandrenge, Talismã, Detalhes, Samom, Fabiano
Parafusos, Alvorada, pela atenção e informações prestadas.
Talvez o destino nos leve a caminhos diferentes e/ou distantes, mas os laços aqui
construídos, sempre manterão um elo.

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SIGLAS

PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat

PBQP-H/TO – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat do Tocantins

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

SiQ - Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras

SIAC - Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da


Construção Civil
OCC – Organismo de Certificação Credenciado

SINDUSCOM/TO – Sindicato das Industria da Construção Civil do Estado do Tocantins

SEINF – Secretaria Estadual de Infra-Estrutura

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RESUMO

Carvalho, Paulo Sérgio Junior. Avaliação do Programa Brasileiro de Qualidade e


Produtividade no Habitat - PBQP-H, implantado no Estado do Tocantins.

Com base em uma pesquisa exploratória, o presente trabalho apresenta considerações sobre
o PBQP-H - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat - PBQP-H e
alguns aspectos resultantes do SGQ - implantado nas empresas construtoras que aderiram
ao programa, situadas em Palmas-To. Avalia também como o Programa está refletindo na
cadeia produtiva do setor da construção civil.
Para esse estudo foram aplicados questionários semi-estruturados com pesquisas
quantitativas e qualitativas em 10 (dez) empresas construtoras e 5 (cinco) empresas que
fornecem materiais para construção civil, as respondentes foram pessoas ligadas a área da
qualidade da empresa e relacionamento com as construtoras.
Após as pesquisas foram feitas analise em profundidade de acordo com os resultados da
investigação.
De forma Geral o PBQP-H apresenta uma série de resultados positivos. Está sendo benéfico
para o setor, mas ainda existem muitas ações a serem tomadas para que a qualidade na
construção civil alcance o patamar de qualidade esperado.
O presente trabalho torna-se relevante na medida em que procura trazer contribuições para
o curso de Administração, mais especificamente aos programas de qualidade e ao próprio
PBQP-H implantados no Tocantins.

Palavras Chave:

PBQP-H, SIQ-C/SIAC, SGQ, Certificação, Construção Civil, Qualidade, Auditorias.

7
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 8
1.1 Problematização 11
1.2 Justificativa 11
1.3 Objetivos 12
1.4.1 Objetivo Geral 12
1.4.2 Objetivos Específicos 12
2 METODOLOGIA 13
3 O PBQPH 15
3.1 Conceito do PBQP-H 15
3.2 Histórico 16
3.3 Base Legal 18
3.4 Objetivos do PBQP-H/TO 18
3.4.1 Objetivo Geral 18
3.4.2 Objetivos específicos 18
3.5 Arranjo institucional 19
4 CONCEITOS BÁSICOS DA GESTÃO E DA QUALIDADE 20
5 NORMA SIQ-C, SIAC E A NBR ISO 9001:2000 23
5.1 A composição de cada nível – SIAC 23
6 OCCs 26
7 AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE 27
8 ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO 27
8.1 Número de empresas qualificadas por nível no Brasil 28
8.2 Numero de empresas qualificadas por nível no Estado do Tocantins 29
9 AGENTES DO PBQP-H 29
10 PRINCIPAIS PARCEIROS DO PBQP-H 30
11 CONSULTORIAS 30
12 CUSTOS DA IMPLANTAÇÃO DO SGQ 31
13 PESQUISA EM CAMPO E ANÁLISE 31
13.1 Pesquisa: Empresas Construtoras 31

8
13.1.1 Perfil das empresas construtoras pesquisadas 32
13.1.2 Opinião das empresas construtoras 33
a) Quanto ao Certificado de Qualidade obtido 33
a) Quanto aos Fornecedores locais 34
b) Quanto as Consultorias 36
c) Quanto ao Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ 37
d) Índices do Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ 38
e) Satisfação quanto aos agentes do Programa 41
f) Investimentos Financeiros para SGQ 42
13.1.3 Analise dos questionários qualitativos 43
a) Opinião quanto Obstáculos para implantação do SGQ 43
b) Sugestões para melhorar o PBQP-H 45
13.2 Pesquisa com Fornecedores 47
a) Conhecimento do PBQP-H 48
b) Tipo dos certificados do clientes 48
c) Nível de exigência das construtoras 49
14 CONCLUSÃO 50
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52
ANEXOS 53

9
1. INTRODUÇÃO

Um dos maiores desafios do Estado brasileiro e do setor da construção civil é

encontrar soluções para a melhoria das condições do habitat urbano. A baixa qualidade de

habitações e da infra-estrutura urbana prejudica fundamentalmente os segmentos de baixa

renda da população.

Além da questão do déficit quantitativo de moradias e infra-estrutura urbana

inadequada, existe ainda uma deficiência na qualidade das construções e obras que

compõem o habitat. Historicamente, frente à necessidade de reduzir o custo de seus

produtos, a cadeia produtiva teve dificuldade em manter o padrão de qualidade dos

projetos e obras de habitação e infra-estrutura, resultando em soluções insatisfatórias e de

curta vida útil. O setor da construção civil é um dos setores produtivos mais importantes

da economia, mas que necessita de um esforço conjunto em busca da qualidade e

produtividade.

O PBQP-H tem um objetivo bastante nobre, que, resumindo significa: elevar os

patamares da qualidade no setor da construção civil, de forma ampla, pois abrange toda

cadeia produtiva do setor e resulta na melhoria da qualidade de vida da população através

das obras publicas de melhor qualidade e menor custo.

O PBQP-H é um programa do Governo Federal e o Estado do Tocantins, por meio

da Secretaria da Infra-Estrutura, aderiu ao programa voluntariamente em 2005, assinando

acordo setorial com o Ministério das Cidades, passando a exigir em suas licitações para

obras dos sub-setores de Edificações, Saneamento, Eletrificações, Obras Viárias e Obras

de Artes Especiais, certificação da qualidade para as empresas que prestam serviços nessa

área.
1.1 Problematização

Nos dois anos de implantação do PBQP-H no Estado do Tocantins, sabe-se que

houve grandes investimentos por parte das empresas construtoras que objetivam participar

das licitações publicas da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura. Apesar desse

investimento, a qualidade realmente tem sido alcançada? Quais foram os resultados

obtidos pelas construtoras certificadas? Os fornecedores de produtos para material de

construção, estão sendo influenciados?

1.2 Justificativa

Considerando que o PBQP-H é um programa que pode causar grande impacto

social e profissional, melhorando significativamente a qualidade do habitat brasileiro e

exigindo das pessoas envolvidas sua qualificação para garantir a consolidação dos

sistemas de gestão da qualidade, foi que se decidiu pela investigação da aplicação e

desenvolvimento do programa nas Empresas Construtoras e fornecedores de materiais

para construção civil de Palmas.

Segundo o cadastro de empresas certificadas no Tocantins, fornecidos pela

coordenação do PBQP-H/TO, atualmente há no Estado 84 empresas que aderiram ao

programa. Dessas, 20 foram classificadas no nível A, 11 no nível B, 11 no nível C, e 44

ainda estão no nível D. Em todas elas iniciou-se a implantação do SGQ. Diante desses

números supõe-se que o patamar da qualidade, na construção civil, está elevando-se. Mas

para confirmar essas suposições faz-se necessário realizar um estudo que aponte os

resultados alcançados por essas empresas.

2
1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVO GERAL.

Avaliar a implantação do PBQP-H no Tocantins abrangendo as Empresas


Construtoras e seus fornecedores.

1.3.2 OBJETIVO ESPECIFICOS

 Identificar se as Empresas construtoras certificadas passaram a ter uma gestão com


foco na qualidade.
 Obter os principais resultados da implantação do SGQ nas Construtoras;
 Fazer um parâmetro geral do PBQP-H no estado do Tocantins;
 Verificar se os objetivos propostos na portaria 164 têm sido atingidos;
 Verificar se o PBQP-H esta promovendo também a qualidade junto as empresas
que fornecem produtos para materiais de construção;
 Identificar a quantidade de empresas certificadas por nível e valores investidos
para conquistarem a certificação;
 Identificar os maiores obstáculos para implantação do SGQ por parte das
construtoras;
 Identificar qual a opinião das empresas construtoras quanto ao PBQP-H, atuação
do ação do Governo do Estado e SINDUSCON/TO;
 Apresentar sugestões de melhoria para o programa.

3
2 METODOLOGIA

A metodologia a adotada consistiu em um estudo descritivo do PBQP-H/TO, com

pesquisas bibliográfica, documental e pesquisas de campo com aplicação de questionários

a dois agentes do programa, com abordagens quantitativa e qualitativa.

Segundo Silvio Luiz de Oliveira (2000, p. 114), o estudo descritivo abrange

aspectos gerais e amplos de um contexto social, possibilita o desenvolvimento de um nível

de analise em que se permite identificar as diferentes formas de um fenômeno, sua

ordenação e classificação. É um tipo de estudo que permite ao pesquisador a obtenção de

uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e elementos que

influenciam determinado fenômeno.

A abordagem quantitativa e a qualitativa são dois métodos diferentes pela sua

sistemática. Conforme o próprio termo indica, o método quantitativo significa quantificar

termos, opiniões e dados na forma de coleta de informações, assim como também com

emprego de recursos e técnicas estatísticas, procuram descobrir e classificar a relação entre

as variáveis, é uma forma de garantir a precisão dos resultados, evitando com isso

distorções de analise e interpretações. Já o método qualitativo não emprega dados

estatísticos como centro do processo de analise de um problema, mas possuem a facilidade

de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a

interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos

experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança,

criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de

profundidade, a interpretação das particularidades do comportamento ou atitudes dos

indivíduos.

4
O universo usado para a presente pesquisa, foram as empresas construtoras que

aderiram ao programa e estão certificadas em algum nível além de empresas que fornecem

materiais para construção em geral.

Lakatos e Markoni (1999, p. 43) conceituam universos e amostra da seguinte

forma:

“[...}Universo ou população: é o conjunto de seres animados ou


inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum e
amostra é uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do
universo (população); é um subconjunto do universo[...]”.

Para a pesquisa com as construtoras foram selecionadas 10 (dez) empresas

abrangendo 12% (dose por cento) das 84 (oitenta e quatro) cadastradas, dessas, 7 (sete)

possuem certificação nível A, em um total de 20 (vinte) empresas, representando 35%

(trinta e cinco por cento), as outras 3 (três), ainda estão com nível C em um total de 20

(Vinte), representando 15% das empresas com esse nível no Estado.

Para a pesquisa junto as empresas fornecedoras de materiais para construção foram

selecionadas 5 (cinco) empresas de médio porte em Palmas.

A pesquisa envolveu entrevistas semi-estruturadas com os diretores das empresas

e/ou com os profissionais diretamente responsáveis pela implementação do SGQ. Os

questionários compreenderam:

(a) caracterização da empresa, incluindo nível atual de certificação e sub-setores

certificados;

(b) Aspectos relativos à implementação do SGQ, tais como resultados obtidos,

maiores dificuldades na implementação, valores investidos, etc.

(c) Percepção dos entrevistados com relação aos índices de melhoria obtidos por

meio o SGQ.

(d) Opinião quanto satisfação da atuação do SINDUSCOM e SEINF;

(e) Indução para a qualidade nos fornecedores de produtos para construção civil

5
3 O PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE DO HABITAT - PBQP-H

O PBQP-H, é um instrumento do Governo Federal para cumprimento dos

compromissos firmados pelo Brasil quando da assinatura da Carta de Istambul

(Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é organizar o setor da construção civil em

torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização

produtiva.

A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se

destacam: avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da

qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica,

capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao

consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-

se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços,

a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos. O objetivo, a longo prazo,

é criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie soluções mais baratas e de

melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no país, atendendo, em especial, a

produção habitacional de interesse social.

3.1 Conceito do PBQP-H

O PBQP-H procura se articular com o setor privado afim de que este potencialize a

capacidade de resposta do Programa na implementação do desenvolvimento sustentável do

habitat urbano. Por isso, sua estrutura envolve entidades representativas do setor,

compostas por duas Coordenações Nacionais, que desenham as diretrizes do Programa em

conjunto com o Ministério das Cidades. Tais diretrizes são estabelecidas em fórum próprio,

6
de caráter consultivo: o Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação –

CTECH, cuja presidência é rotativa entre entidades do governo e do setor.

O Programa não se vale de novas linhas de financiamento, mas procura estimular o uso

eficiente dos recursos existentes, oriundos de diferentes fontes (OGU, FGTS, Poupança

etc.) e aplicados por diferentes entidades (CAIXA, BNDES, FINEP, SEBRAE, SENAI,

etc.). Por outro lado, o Programa conta com grande contrapartida privada, sendo os

recursos do Governo Federal destinados basicamente para custeio, estruturação de novos

projetos e divulgação.

Uma das grandes virtudes do PBQP-H é a criação e a estruturação de um novo

ambiente tecnológico e de gestão para o setor, no qual os agentes podem pautar suas ações

específicas visando à modernização, não só em medidas ligadas à tecnologia no sentido

estrito (desenvolvimento ou compra de tecnologia; desenvolvimento de processos de

produção ou de execução; desenvolvimento de procedimentos de controle;

desenvolvimento e uso de componentes industrializados), mas também em tecnologias de

organização, de métodos e de ferramentas de gestão (gestão e organização de recursos

humanos; gestão da qualidade; gestão de suprimentos; gestão das informações e dos fluxos

de produção; gestão de projetos).

3.2 Histórico

O Programa foi instituído em 18 de dezembro de 1998, com a assinatura da Portaria

n. 134, do então Ministério do Planejamento e Orçamento, instituindo o Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional - PBQP-H.

No ano 2000 ficou estabelecida a necessidade de uma ampliação do escopo do

Programa, que passou a integrar o Plano Plurianual (PPA). A partir de então englobou

também as áreas de Saneamento e Infra-estrutura Urbana. Assim, o "H" do Programa

7
passou de "Habitação" para "Habitat", conceito mais amplo e que reflete melhor sua nova

área de atuação.

O estado do Tocantins aderiu ao programa em 2005, firmando convenio e

estabelecendo a regulamentação do programa. Posteriormente deu-se início às ações de

sensibilização visando levar as empresas do sub-setor de obras e Serviços de Construção

Civil a implantarem sistemas de gestão da qualidade com base nas normas SIQ-C

(Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras). Em março de 2006, após

revisão, passou a denominar-se SIAC (Sistema de Avaliação da Conformidade de

Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil), com requisitos complementares da

portaria para cada sub-setor, bem como, um cronograma de exigência de nível D, C,B e

A.

Segundo a portaria do Ministério das Cidades (nº. 118/2005, p. 3), entende-se por sub-

setor de obras e Serviços de Construção Civil aqueles que caracterizam as diferentes

escopos, ou seja, modalidades de execução, manutenção e modernização, em sua

totalidade ou parcialmente, de obras presentes no habitat, compreendendo, não

exclusivamente, os seguintes:

I. Edificações
II. Saneamento básico
III. Construções Viárias, Rodoviárias e Obras de Arte Especiais
IV. Eletricidade e Instalações Especiais
V. Projetos e Engenharia Consultiva

Segundo o Ministério das Cidades o habitat brasileiro possui os seguintes déficits


qualitativos e quantitativos:

 Apenas 52,8% dos domicílios brasileiros têm esgoto ou fossa séptica.


 24% não possuem água canalizada e sistema de distribuição.
 Mais de 1,5 milhão de habitações consideradas precárias.
 Déficit de 5,4 milhões de novas moradias que precisariam ser construídas em
áreas urbanas.
 Quase 15 milhões de moradias urbanas inadequadas, seja pelo adensamento
excessivo, carência de infra-estrutura, depreciação ou inadequação fundiária.

8
3.3 Base Legal

O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat foi instituído pela

Portaria nº 134, de 18 de dezembro de 1998, do Governo Federal.

O programa responde aos deveres constitucionais da União, dentre os quais o de

elaborar e executar planos de desenvolvimento econômico e social (art. 21, IX, CF/88),

bem como instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação (art. 21,

XX, CF/88).

Segundo a jurista Cristiane Derani

“[...] a normatização do PBQP-H também se enquadra no ramo do direito


econômico, pois se destina a organizar o desenvolvimento de determinadas
atividades econômicas, visando ao desenvolvimento da atividade econômica
nacional e à melhoria do bem-estar da população, por meio de imposição de
um complexo de deveres de ação ao Estado e aos agentes econômicos
produtores e consumidores [...]”.(http://www.cidades.gov.br/pbqp-h):
Acessado em 23/12/07

No Tocantins o PBQP-H obedece a regulamentação da Portaria nº 694, de 27 de junho de


2005, firmado em 18/02/2004, entre o Poder Executivo e o Tribunal de Contas do Estado
do Tocantins, assinado pelo então secretário da Infra-Estrutura José Edmar Brito Miranda.

3.4 Objetivos do PBQP-H/TO

3.4.1 Objetivo Geral:

Apoiar o esforço brasileiro de modernidade pela promoção de qualidade e


produtividade do setor da construção civil, com vistas a aumentar a competitividade de
bens e serviços por ele produzidos, estimulando projetos que melhorem a qualidade do
setor.

3.4.2 Objetivos específicos:

I. Estimular o inter-relacionamento entre agentes do setor;

II. Coletar e disponibilizar informações do setor e do PBQP-H;

III. Fomentar a garantia de qualidade de materiais, componentes e sistemas


construtivos;

9
IV. Fomentar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e mecanismos de
garantia de qualidade de projetos e obras do habitat;

V. Estruturar e animar a criação de programas específicos visando a formação e a


requalificação de mão-de-obra em todos os níveis;

VI. Promover o aperfeiçoamento da estrutura da elaboração e difusão de normas


técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;

VII. Combater a não conformidade internacional de materiais, componentes e


sistemas construtivos;

VIII. Apoiar a introdução de inovações tecnológicas;

IX. Promover a melhoria e qualidade de gestões nas diversas formas de projetos e obras
do habitat;

3.5 Arranjo institucional

O PBQP-H integra-se à Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades, e

está formalmente inserido como um dos programas do Plano Plurianual (PPA 2004-2007).

No âmbito do Tocantins a estrutura do PBQP-H constitui-se dos seguintes agentes:

I. Supervisão Geral - a cargo da Secretaria de Infra-Estrutura, que por meio da

portaria nº 1283, resolve:

[...] Designar o servidor Vinicius Parizzi Júnior como representante da


SEINF na Supervisão Geral do Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade no Habitat no Tocantins – PBQP-H/TO conforme Decreto
Nº 2.291 de 14 de dezembro de 2004 e Portaria Seinf Nº 1282 de 14 de
dezembro de 2004 [...].
Artigo 1º da portaria nº 1283. Resolve:

10
II. Coordenação Geral - dirigida por um Coordenador Geral, membro do

Conselho de Coordenação, representante da Secretaria de Infra-Estrutura, indicado e

designado pela Secretaria de Infra-Estrutura. será constituída por seis membros titulares e

seis membros suplentes, indicados, em comum acordo, pelas entidades privadas ligadas à

Construção Civil no Tocantins, que compõem a Coordenação Geral, designados pelo

Secretário de Infra-estrutura e assim definidos:

III. Secretaria Executiva - dirigida por um Secretário Executivo indicado, em comum

acordo, pelas entidades privadas ligadas à Construção Civil no Tocantins, que compõem a

Coordenação Geral, e designado pelo Secretário de Infra-Estrutura;

VI. Organismos de Certificação Credenciados;

V. Comissões de Qualificações.

Diversas entidades fazem parte do Programa, representando segmentos da cadeia

produtiva: construtores, projetistas, fornecedores, fabricantes de materiais e componentes,

bem como a comunidade acadêmica e entidades de normalização, além do Governo

Federal.

4 CONCEITOS BÁSICOS DA GESTÃO E DA QUALIDADE

Segundo Loureiro (Gestão da Qualidade Empresarial, p. 25, 1997), a gestão


empresarial em níveis táticos e estratégicos implica o atendimento aos seguintes
parâmetros básicos:

- tradução da missão empresarial em um elenco de políticas, metas objetivos,


diretrizes a cada unidade de negocio, ou centro de responsabilidades organizacional,
sempre com foco de convergência com os interesse da entidade;

- realização de planejamento e controle junto as “linhas de negócios/


produtos/serviços”;

11
- administração dos recursos humanos,. materiais, tecnológicos e financeiros
integrantes de um centro de responsabilidades ou unidades de negocio, no sentido de
operacionalização ótima de linhas de negócios/produtos/serviços organizacionais.

- inserção de cada unidade organizacional no foco adequado para enfrentar os


desafios do mercado e das demais entidades do ambiente externo empresarial;

- tomada de decisão em face do conflito internos e externos a cada unidade de


trabalho da organização.

O regimento geral do PBQP-H (RG 2005, p. 3), define Sistema de Gestão da


Qualidade, como:

“[...] Estrutura organizacional, responsabilidades, procedimentos,


atividades, capacidades e recursos que, em conjunto, têm por objetivo
assegurar que os produtos, processos ou serviços da empresa satisfaçam
às necessidades e expectativas de seus clientes [...]”. Regimento Geral
PBQP-H, p. 3 2005 – Definições

A gestão empresarial deve gerir com qualidade a qualidade dos processos e

resultados das linhas de negócios/produtos/serviços organizacionais.

O casamento dos conceitos de “gestão” e de qualidade” corresponde ao estudos de

dois momentos perfeitamente caracterizados e intimamente correlacionados:

a) gestão da qualidade organizacional;

b) qualidade da gestão organizacional;

A figura 1 busca um casamento inicial de idéia determinantes quanto a gestão/ e a

qualidade.

Figura 1- Casamento de idéias determinantes quanto a “Gestão e a Qualidade”.

12
Não há uma definição estabelecida da qualidade, já que este conceito abraça
diferentes perspectivas. E tampouco basta uma simples definição já que a qualidade se
observa segundo os interesses individuais de cada um, assim como cada indivíduo possui
um distinto conceito de qualidade ou procura algo diferente quanto à mesma. No entanto
sua especificação contempla as seguintes idéias básicas

Para Oakland (1994, p 15), “qualidade nada mais é que o atendimento das
exigências do cliente”.

Conforme pesquisado, esta ótica tem sido expressa de muitas maneiras por outros
autores:

“adequação ao uso” – Juran.


“a totalidade dos aspectos e características de um produto ou serviço,
importante para que possa satisfazer as necessidades exigidas ou
implícitas – 478, 1987 (ISSO 8402,1986). Vocabulário da Qualidade:
Parte I – Termos Internacionais.
“a qualidade deve ter comom objetivo as necessidades do usuário,
presentes e futuras” – Deming.
“o total das características de um produto e de um serviço referentes a
marketing, engenlharia, manufatura e manutenção, pelas quais o
produto ou serviço quando em uso, atenderá às expectativas do cliente”
– Feigenbaum.
“conformidade com as exigências” – Crosby. (OAKLAND, 1994, p. 15).

Sendo assim, pode-se supor a necessidade do cumprimento de certos fatores para

que esta possa ocorrer, tais como a satisfação do cliente, eficiência e eficácia nos

trabalhos, controle dos processos, conformidades, entre outros!

Antigamente, a qualidade de um produto ou serviço era tida como o grande diferencial de

uma empresa. Com os avanços tecnológicos e o surgimento do conceito de qualidade isso

mudou. A qualidade do produto ou serviço continua fundamental, um item básico, sem o

qual uma empresa não sobrevive no mercado; no entanto o grande diferencial de uma

empresa, atualmente, é a sua capacidade de conquistar clientes.

Esta capacidade de conquistar o cliente pode ser uma fonte de vantagem competitiva, em

outras palavras, uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos

de preferência do cliente.

13
5 NORMA SIQ-C, SIAC E A NBR ISO 9001:2000

O SiQ - Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras foi substituída

em 15 de março de 2005 através portaria nº 118, do Ministério Das Cidades pelo SiAC -

Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção

Civil

A norma SiAC é um melhoria do SiQ, que após sua revisão passou a denominar-se

SIAC, sendo esta a norma do programa destinada à avaliação da conformidade de

Empresas Construtoras e foi baseada na série de Normas ISO 9000 com caráter evolutivo,

estabelecendo níveis de avaliação da conformidade progressivo (Níveis D, C, B, A).

5.1 A composição de cada nível - SIAC

Norma SiAC - Execução de Obras Níveis


SEÇÃO REQUISITO D C B A
4.1 Requisitos gerais X X X X
4.2.1. Generalidades X X X X
4 Sistema de Gestão
da Qualidade 4.2. Requisitos de documentação 4.2.2. Manual da Qualidade X X X X
4.2.3. Controle de documentos X X X X
4.2.4. Controle de registros X X X X
5.1. Comprometimento da
direção da empresa
X X X
5.2. Foco no cliente X X X
5.3. Política da qualidade X X X
5.4.1. Objetivos da qualidade X X X
5.4. Planejamento 5.4.2. Planejamento do Sistema
5 Responsabilidade da de Gestão da Qualidade X X X
direção da Empresa
5.5.1. Responsabilidade autoridade X X X
5.5. Responsabilidade,
Autoridade e Comunicação
5.5.2. Representante da direção da empresa X X X
5.5.3. Comunicação interna X
5.6.1. Generalidades X X X
5.6. Análise crítica pela direção
5.6.2. Entradas para a análise crítica X X X
5.6.3. Saídas da análise crítica X X X
6.1. Provisão de recursos X X X
6.2.1. Designação de pessoal X X X
6 Gestão de recursos 6.2. Recursos humanos 6.2.2. Treinamento,conscientização e
competência X X X
6.3. Infra-estrutura X X
6.4. Ambiente de trabalho X
7.1.1. Plano da Qualidade da Obra X X X
7.1. Planejamento da Obra
7.1.2. Planejamento da execução da obra X X
7.2.1. Identificação de requisitos
relacionados à obra X X X
7.2. Processos relacionados ao
7 Execução da cliente 7.2.2. Análise crítica dos requisitos
obra relacionados à obra X X
7.2.3. Comunicação com o cliente X X
7.3.1. Planejamento da elaboração do
projeto X X
7.3. Projeto
7.3.2. Entradas de projeto X X

14
7.3.3. Saídas de projeto X X
7.3.4. Análise crítica de projeto X X
7.3.5. Verificação de projeto X X
7.3.6. Validação de projeto X X
7.3.7. Controle de alterações de Projeto X X
7.3.8. Análise crítica de projetos fornecidos
pelo cliente
X X

7.4.1. Processo de aquisição X X X


7.4. Aquisição 7.4.2. Informações para aquisição X X X
7.4.3. Verificação do produto adquirido X X X
7.5.1. Controle de operações X X X
7.5. Operações de produção e 7.5.2. Validação de processos X X
fornecimento de serviço 7.5.3. Identificação e rastreabilidade X X X
7.5.4. Propriedade do cliente X X
7.5.5. Preservação de produto X X X
7.6. Controle de dispositivos de
medição e monitoramento
X X X
8.2.1. Satisfação do cliente X X X
8.2.2. Auditoria interna X X X
8.2. Medição e monitoramento 8.2.3. Medição e monitoramento de
Processos
X X
8.2.4. Inspeção e monitoramento de
8 Medição, materiais e serviços de execução X X X
análise e controlados obra
melhoria 8.3. Controle de materiais e de
serviços de execução controlados X X
e da obra não-conformes
8.4. Análise de dados X X
8.5.1. Melhoria contínua X X
8.5. Melhoria 8.5.2. Ação corretiva X
8.5.3. Ação preventiva X
Nota: A letra X da coluna níveis indica os requisitos exigíveis a partir do presente nível de certificação e em
níveis anteriores. A letra A se refere ao nível no qual o requisito começa a ser aplicado.

Para certificação em cada nível é necessário a empresa passar por uma auditoria

externa através de um dos organismos certificadores credenciados que avaliará a

conformidade em relação aos requisitos da norma, segundo o nível solicitado.

Conforme a NBR ISO 9001 (1997, p 35) a terminologia “Certificação”, significa:

“[...] Atividade de comprovação da qualificação de itens, materiais,


produtos, serviços, procedimentos, processos, pessoal ou de sistema da
qualidade, no todo ou em parte. A certificação da qualidade
necessariamente será executada por entidade especificamente designada
para tal (organismo certificador) com base em requisitos previamente
estabelecidos e documentados, podendo ou não resultar em emissão de
certificados [...]”. ABNT NBR ISSO 9001/94; PRASERES, 1997.

A ISO 9001 é um padrão internacional para a gestão de qualidade, aplicável a

qualquer organização de todos os setores e atividades econômicas se baseia em oito

princípios de gestão de qualidade, todos fundamentados em boas práticas de negócios.

15
Quando são totalmente adotados estes princípios ajudam a melhorar o seu

desenvolvimento organizacional:

As organizações dependem de seus clientes. Por essa


1- Foco no cliente: razão é necessário desenvolver atividades em torno deles e
entender suas necessidades no mercado;
2- Liderança É necessário mostrar unidade de objetivos e direção;
3- Envolvimento de criar um ambiente onde o pessoal se sinta envolvido
pessoas: para alcançar os objetivos da organização;
Para alcançar os objetivos organizacionais, os recursos
4- Abordagem por e as atividades necessitam ser tratados como processos,
processos: entendendo que as saídas de um processo afetam as
entradas de outro;
5- Abordagem
A eficácia e eficiência da organização dependem de
sistêmica para a
uma abordagem sistêmica para as atividades de trabalho;
gestão:
6- Melhoria A adoção deste conceito como parte da cultura diária
contínua: da organização deve ser um objetivo primordial;
7- Abordagem
Decisões eficazes são tomadas com base na análise
factual para tomada
lógica e intuitiva de dados e informações;
de decisão:
8- Benefícios mútuos
Estas relações melhorarão a habilidade para criar valor
nas relações com os
agregado.
fornecedores:

Segundo o site da ABNT:

“[...] A ABNT NBR ISO 9001 é uma forma útil para que uma
organização seja capaz de demonstrar que ela gerencia seu negócio e,
desta forma, alcança uma qualidade (boa) consistente. Se você não
estiver satisfeito com o desempenho de seu fornecedor, você deve dar um
retorno apropriado a ele! Aprender com as reclamações ajuda as
organizações a melhorar seu futuro desempenho – isto é um componente
fundamental da ABNT NBR ISO 9001.[...]”. www.abntcb25.com.br –
acessado em 10/02/2007

16
6 ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO CREDENCIADOS – OCC

São organismos públicos e/ou privados, autorizados pela Comissão de Qualificação

do Estado a emitir certificados de Qualificação PBQP-H/TO. Devem Atender aos

requisitos de credenciamento estabelecidos pelo INMETRO para o setor da Construção

Civil e regulamentação do PBQP-H. Possuem comissões de qualificação com

especialidade técnica para realização de auditorias e emissão de certificados. São esses os

seguintes Organismos de Certificação Credenciados no Tocantins:

Organismos de Certificação Credenciados Site


BVQI – Bureau Veritas Quality Internacional www.bvqi.com.br
ICQ Brasil - Instituto de Certificação Qualidade www.icqbrasil.com.br
FCAV – Fundação Carlos Alberto Vanzolini www.vanzolini.org.br
BRTUV - Avaliações da Qualidade Ltda. www.brtuv.com.br
Germanischer Lioyd Certification South America Ltda.
DNV - Det Norske Veritas www.dnv.com
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas www.abnt.org.br
Tabela 1 - Organismos de Certificação Credenciados

“[...] Para tanto, a organização aspirante ao certificado contrata um


Organismo Certificador Credenciado (OCC), o qual realiza uma
auditoria ampla do sistema da qualidade para certificar a adequação aos
requisitos especificados pela norma de referência, para verificar a sua
implementação pratica e para verificar a manutenção do sistema pelas
pessoas envolvidas[...]”. (OLIVEIRA, 2003).

Valor da auditoria e emissão do certificado cobrado pelos organismos certificadores


Valor da Auditoria – R$
Occ
D C B A
BVQI - - - 4.000,00
ICQ Brasil - - - 3.200,00
FCAV – Fundação Vanzolini - - - 4.200,00
BRTUV - - - -
DNV - Det Norske Veritas - - - -
Germanischer Lioyd - - - -
ABNT - - - -
Tabela 2 - Valor da Auditoria

A tabela acima apresentas valores aproximados, pois podem variar para + ou para -,

conforme contrato, escopo e porte da empresa

17
7 A AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE

É feita da seguinte forma: As empresas de serviços e obras implantam um Sistema

de Gestão da qualidade atendendo aos requisitos do Sistema de Avaliação da

Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC), A auditoria

verifica a conformidade do sistema de gestão da qualidade da empresa, contemplando

todos os requisitos e aspectos regimentais do nível em avaliação, caso haja não-

conformidades o auditor solicita auditoria de Follow Up, para posteriormente avaliar a

eficácia das ações corretivas adotadas pela empresa.

Segundo bem coloca Jean Calais–Auloy (2000):

“[...] O qualificativo “conforme”, aplicado a um produto ou a um


serviço, pode ter vários sentidos. Em um primeiro sentido, trata-se da
conformidade do produto ou do serviço a regras imperativas. Em um
segundo sentido, de sua conformidade às normas e usos profissionais.
Em um terceiro sentido, de sua conformidade ao contrato [...]”. (Calais-
Auloy, 2000, p 219)

Normalmente contrata-se consultores especializados para implantação do SGQ.

O processo de acreditação provê confiança adicional de que o organismo de

certificação é competente e tem a necessária integridade para emitir um certificado. A

acreditação é normalmente efetuada por organismos de acreditação, nacional ou

internacional, e a marca da acreditação aparecerá no certificado.

Neste cenário, a avaliação da conformidade torna-se uma importante estratégia para

assegurar ao mercado a qualidade dos bens e serviços.

8 ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO

O PBQP-Habitat é um programa de adesão voluntária, onde o Estado é um agente

indutor e mobilizador da cadeia produtiva da construção civil. A implementação do

Programa ocorre basicamente nas etapas descritas abaixo:

18
Sensibilização e Adesão: os diversos segmentos da cadeia produtiva, reunidos por

unidade da federação, assistem a uma apresentação do Programa, feita por técnicos da

Coordenação Geral do PBQP-H. Essa etapa busca sensibilizar e mobilizar o setor privado e

os contratantes públicos estaduais para aderirem ao PBQP-H.

No setor privado, a adesão de construtoras ao Sistema de Avaliação da

Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC/PBQP-H) está

se consolidando como fator de diferenciação no mercado. Já são quase 3000 construtoras

envolvidas no Brasil, sendo que mais de 2000 já foram auditadas por organismos

certificadores credenciados, dessas, 84 foram no Tocantins. Isso demonstra o alto grau de

aceitação e a credibilidade que o Programa conquistou no segmento de obras e serviços de

construção.

Hoje, o PBQP-H Nacional conta com um total de 363 Declarações de Adesão ao


nível „D‟ (até maio/06), iniciadas em 19 de julho de 2005; e com 65% das empresas tendo
atingido o nível „A‟, em todo Brasil.
O PBQP-H/TO definiu o seguinte cronograma para exigência dos níveis de
certificação:

CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO PBQP-H/TO


Ano 2005 2006 2007
MÊS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 ...
D
Certificação
Nível de

C
B
A
Tabela 3- Cronograma de implantação do PBQP-H/TO

8.1 Número de empresas qualificadas por nível no Brasil

Nivel % de Empresas Certificadas no Brasil


A 65%
B 22%
C 7%
D 6%
Total 100
Tabela 4- número de empresas qualificadas Brasil

19
8.2 Numero de empresas qualificadas por nível no Estado do Tocantins.

Nivel % de Empresas Certificadas no Tocantins


A 24%
B 13%
C 13%
D 50%
Total 100
Tabela 5- número de empresas qualificadas Tocantins

9 AGENTES DO PBQP-H

A atuação governamental na área da qualidade da construção civil deixa de ser, com o

PBQP-H, uma ação impositiva ou normativa. O setor público passa a ter um papel de

indução, mobilização e sensibilização da cadeia produtiva, atuando em parceria com o setor,

entidades representativas, e agentes de fomento e normalização. Em lugar de soluções

impostas, tem-se buscado, com esse processo, estabelecer metas e ações consensuadas pelas

partes envolvidas, baseadas em um diagnóstico conjunto feito pelo governo e o setor

privado. Essa gestão compartilhada tem potencializado a capacidade de resposta do

programa na implementação do desenvolvimento sustentável do habitat urbano.

Para essa pesquisa considerou-se como os principais agentes do PBQP-H a Secretaria

Estadual de Infra estrutura, as Empresas Construtoras Certificadas, a Caixa Econômica, o

SINDUSCON/TO e Empresas Fornecedores de Materiais para Construção localizadas em

Palmas-TO.

A pesquisa em campo abrangeu somente as empresas construtoras Certificadas, e

Empresas Fornecedoras de Materiais para Construção.

20
10 PRINCIPAIS PARCEIROS DO PBQP-H

Caixa Econômica Federal: tem sido o principal parceiro no que se refere ao uso do
poder de compra. Ao oferecer financiamentos específicos para as empresas do ramo de
construção civil que aderiram ao PBQP–H, atua como indutora dos processos de elevação da
qualidade e produtividade, aumentando a competitividade no mercado, e despertando ainda
mais o interesse do setor para a modernização produtiva.
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial:
A parceria com o INMETRO resultou na sua inclusão no Comitê Nacional de
Desenvolvimento Tecnológico da Habitação (CTECH), na Comissão Nacional do Sistema de
Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil
(CNMaC); e na admissão do Instituto como entidade credenciadora dos organismos
certificadores para o SiAC.
E ainda:
ABC – Associação Brasileira de COHABs Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ABPC – Associação Brasileira dos Produtores de Cal
AFEAL– Associação Nacional de Fabricantes de ANAMACO – Associação Nacional dos
Esquadrias de Alumínio Comerciantes de Material de Construção
ABMACO – Associação Brasileira de Materiais ANTAC – Associação Nacional de Tecnologia do
Compósitos Ambiente Construído
AsBEA - Associação Brasileira dos Escritórios de
CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção
Arquitetura
COBRACON/ABNT FINEP/Habitare
IBS – Instituto Brasileiro de Siderurgia Ministério da Ciência e Tecnologia
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Ministério da Justiça
Comércio Exterior
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena SINAENCO – Sindicato Nacional das Empresas de
Empresa Arquitetura e Engenharia Consultiva

11 CONSULTORIAS

Empresas de Consultoria no Estado para implantação do Sistema de Gestão da


Qualidade com base nas normas SIAC:
Valor aproximado Tempo de consultoria Quantidade de Numero de Empresa
Consultorias da Consultoria necessário p/ Nível “A” Consultores certificadas
Contato

Intelligent Bussines
Consulting
- 3 a 6 meses 4 + de 20 63 32153270
Consultor Antonio 63 99782623
Ciro
- - - -
63 84022022
63 32162355
Consultor Alexandre - - - -
63 84016510
Tabela 6 – Consultorias - Fonte:SINDUSCON/TO e as próprias empresas

21
12 CUSTOS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE

Custo para implantação do Nível A:

Despesa Valor Aproximado - R$


Consultoria 8.000,00
Auditoria 4.000,00
Passagens Aéreas 800,00
Despesas com auditor 200,00
Equipamentos Calibrados (Trena, Prumo, Esquadro 250,00
Treinamentos 800,00
Outros - Material de Escritório, comunicação, etc. 300,00
Total 14.350,00
Tabela 7- Custo para implantação do Nível A Valores Aproximado para três meses de

Valores Aproximado para três meses de consultoria e treinamentos internos.

13 - PESQUISA EM CAMPO E ANÁLISE

A pesquisa envolveu entrevistas estruturadas com os diretores das empresas e/ou com os
profissionais diretamente responsáveis pela implementação do SGQ. Os questionários
compreenderam:

(a) caracterização da empresa, incluindo nível atual de certificação e sub-setores


certificados;

(b) Aspectos relativos à implementação do SGQ, tais como resultados obtidos,


maiores dificuldades na implementação, valores investidos, etc.

(c) Percepção dos entrevistados com relação aos índices de melhoria obtidos por
meio o SGQ.

(d) Opinião quanto satisfação da atuação do SINDUSCOM e SEINF;

(e) Indução para a qualidade nos fornecedores de produtos para construção civil

13.1 Pesquisa: Empresas Construtoras

Amostra: 10 empresas

22
13.1.1 Perfil das empresas construtoras pesquisadas

Sub-setores Certificados
Nível
Empresa Atual Obras Obras de Artes
Edificações Saneamento Eletrificações
Viárias Especiais
Empresa 1 A X X X - -
Empresa 2 C X X X X -
Empresa 3 A X - - - -
Empresa 4 A X - - X -
Empresa 5 A X X X X -
Empresa 6 C - X X - -
Empresa 7 A X X X - -
Empresa 8 C X - - - -
Empresa 9 A - X - - -
Empresa 10 A X X X X -
Total 8 7 6 4 0
Tabela 8 – Empresas, Nível e sub-setores certificados.

Das 10 empresas pesquisadas, sete possuem certificado “Nível A” e três ainda estão

com certificação no Nível C. Conforme cronograma de implantação, atualmente as empresas

só participam das licitações do governo Estadual se estiverem certificadas no nível A. Para

tanto afirma-se que empresas com certificados “Nível C” estão fora do mercado para obras

do Estado.

Uma das empresas pesquisadas certificou-se em 4 sub-setores, o que denota que

pouco valeu o alto investimento, caso o SGQ não tenha se consolidado e não tenha vencido

licitações no prazo de vigência do nível C, pois o SGQ é implantado na empresa em geral e

a auditoria é feita por tipo de obra, ou seja, por sub-setor, aumentando seus custos de

certificação.

Das empresas investigadas, nenhuma possui certificado no sub-setor de

Eletrificações e apenas 4 possuem em Saneamento. Considerando que o governo do Estado

do Tocantins utiliza-se deste serviços principalmente por meio da CELTINS e

SANEATINS, o obras no sub-setor de Eletrificações e Saneamento tem seu número de

ofertas reduzido.

23
13.1.2 Opinião das empresas construtoras

a) Quanto ao Certificado de Qualidade obtido:

Questão Nenhuma Pouco Razoável Muito Total

a) Importância da certificação para sua empresa? 10% - 20% 70% 100%


b) O certificado como diferencial competitivo para sua
10% - 30% 60% 100%
empresa?
c) Surgimento de novos negócios através do
10% 30% 20% 30% 100%
certificado?
d) Valor cobrado pelos Organismos Certificadores para
- - 50% 50% 100%
as auditorias?
Tabela 9 – Opinião quanto o certificado

Quanto à importância do certificado de qualidade, 20% (vinte por cento) das

empresas consideram razoáveis e 70% (setenta por cento) consideraram muito importante, o

que denota que as mesmas estão valorizando o seu certificado de qualidade e 10% (dez por

cento) das empresas não consideram este quesito.

Na questão “b”, o certificado tornou-se um diferencial competitivo, visto que 30%

(trinta por cento) as empresas consideram razoável e 60% (sessenta por cento) muito

competitivo. Estas empresas estão certas que se não tiverem certificadas no nível exigido

estarão fora deste mercado. Torna-se mais difícil à certificação quando a empresa perde o

prazo de validade do seu certificado, visto que as mesmas dependem de obras para realizar

auditoria e para conseguir obras devem atender todos os quesitos licitatórios.

Considerando a questão “c” novos negócios - as licitações conquistadas após a

certificação, algumas empresas, 30% ( trinta por cento), consideram poucos negócios, 20%

(vinte por cento) razoável e 30% (trinta por cento) muitos negócios, apontando que, pelo

menos, conquistaram novas obras. No entanto, vale ressaltar que após a implantação do

programa a concorrência nas licitações caiu consideravelmente a cada nível exigido.

O valor cobrado pelos organismos certificadores para as auditorias dividiu-se em

“razoável” e “muito”, com 50% (cinqüenta por cento), para ambos. Neste caso “muito”,

24
significa “caro”. Estas respostas inserem-se nas reclamações relativas aos custos afirmados

nas perguntas do questionário de pesquisa.

Para a tabela 9, as respostas “Nenhuma”, foram dadas por uma mesma empresa,

verificou-se que esta empresa certificou-se no nível C e não deu continuidade ao programa,

a mesma esta sem obras desde o encerramento do prazo para esse nível. Podemos considerar

que esta empresa se encaixa no grupo das construtoras que estão saindo do mercado de

concorrência de obras publica por não terem acompanhado a evolução da exigência dos

níveis.

Por outro lado o planejamento estratégico faz parte do SGQ, que deveria prevê

para essas empresas as necessidades de certificações futuras.

“[...] É claro que um sistema de gestão da qualidade não é infalível, na


verdade ele tem o objetivo de potencializar o atendimento a requisitos e a
melhoria contínua da qualidade de uma organização – o que não exclui,
obviamente, a ocorrência de falhas[...]. (COUTINHO, 2003).

b) Quanto aos Fornecedores locais:

Questão Péssimo Ruim Razoável Bom Excelente Total

a) Atendimento - 20% 20% 60% - 100%


b) Pontualidade na entrega - 10% 50% 40% - 100%
c) Oferta de produtos com certificados de
- 10% 50% 40% - 100%
Qualidade (INMETRO, ISSO, etc.)
d) Preço - 20% 70% 10% - 100%
Tabela 10 – Opinião quanto s fornecedores

Quando uma empresa implanta o SGQ com base nas normas SIAC, atendendo ao

item 7.4 “Aquisição”, ela deve estabelecer procedimentos de relacionamento e avaliar seus

fornecedores, este requisito leva as empresas a ficarem mais exigentes quanto à qualidade

dos mesmos, principalmente relacionados aos itens acima.

Segundo a tabela 10, o item “atendimento”, 20% (vinte por cento) acham

“razoável” e 60% ( sessenta por cento) acham “Boa”, o que denota que neste quesito os

fornecedores “atendem”, mais não surpreendem.

25
A pontualidade na entrega juntamente com a oferta de produtos com certificados de

qualidade apresenta para maioria 50% razoável e 40% boa. A pontualidade é um dos fatores

mais importantes na obra, pois o atraso da mercadoria gera prejuízos, independente do SGQ,

as empresas são exigentes.

Segundo a Portaria nº 694, que regulamenta o PBQP-H/TO, um dos objetivos

específicos do programa é:

 III. Fomentar a garantia de qualidade de materiais, componentes e sistemas

construtivos;

A busca por produtos com certificado de qualidade é resultado da implantação do

SGQ, Antes não havia tanto interesse por parte das construtoras no uso por produtos dessa

categoria.

Outro item da norma que leva a busca por produtos com qualidade é o “dispositivos

de medição”, exige que os materiais de medição, tal como trenas, nível de bolha, régua,

esquadro, entre outros, sejam calibrados, isto é, tenham, laudos comprobatórios de

conformidade com as normas técnicas pertinentes.

Observa-se que, no mercado local, existe pouca disponibilidade de equipamentos

com laudos de calibração.

Outros requisitos legais, exigem que alguns tipos de produtos usados na construção

civil obrigatoriamente tenham selo de qualidade. Ex. INMETRO, tal como botinas,

capacetes, entre outros.

Em relação ao preço, grande parte, 70% consideram razoáveis, vale ressaltar que

existe grade diferença entre os preços do material de primeira qualidade e os considerados

genéricos, que na maioria não estão conformes.

Para avaliar se as empresas estão realmente exigindo mais qualidade de seus

fornecedores, foi feito pesquisas também com os fornecedores. Ver tabela 18 – Nível de

exigência das Construtoras.

26
c) Quanto as Consultorias

Questão Péssimo Ruim Razoável Bom Excelente Total


a) Preço da consultoria para implantação
- 30% 50% 20% - 100%
do SGQ
b) Atuação e Qualificação dos Consultores
para implantação do Sistema de Gestão da - - 10% 50% 40% 100%
Qualidade
c) Disponibilidade de Consultores locais 10% 10% 40% 30% 10% 100%
Tabela 11 – Opinião quanto as Consultorias

No caminho para certificação, as organizações necessitam dos mais diversos

serviços, destacando-se: Serviços de Consultoria, Serviços de Treinamento e Serviços de

Certificação.

Para a questão “a”, considera-se, Péssimo - muito caro, Ruim - caro, Razoável -

preço justo e Bom - preço baixo, sendo assim, pode-se afirmar que a metade das empresas

acham justo o valor das consultorias, para 20% (vinte por cento), preço e abaixo, e 30%

(trinta por cento), o preço é caro.

O item “b” demonstra que os consultores locais estão sendo eficazes, pois 40%

(quarenta por cento), acharam excelente, 50% (cinqüenta por cento), bom, os serviços

prestados por eles.

A empresa que alegou “Péssimo”, a disponibilidade de consultores locais contratou

consultoria de outro estado, além dessa outra empresa também dispõe de sua consultoria

vinda de outro estado, segundo observação no momento da pesquisa.

O SINDUSCON/TO possui uma lista de consultores para apresentar as empresas

interessadas, essa lista contém o nome de 1 (uma), empresa de consultoria e 2 consultores

autônomos. Mas, sabe-se que existem, pelo menos, mais 3 consultores em Palmas, para

implantação de Sistema de Gestão da Qualidade com base nas normas SIAC.

27
d) Quanto ao Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, implantado.

Questão SIM NÃO Total


a) Novas tecnologias foram introduzidas na empresa com o novo Sistema de
50% 50% 100%
Gestão
b) Houve Retorno dos Investimentos financeiros (Consultoria, Auditoria,
70% 30% 100%
Treinamentos, etc.)?
c) Atualmente, existem ações de combate as não conformidades? 70% 30% 100%
Tabela 12 – Opinião quanto o SGQ

Segundo o objetivo especifico da portaria 694, o item VIII - Apoiar a introdução

de inovações tecnológicas, esta sendo alcançado por metade das empresas 50%,

provavelmente aquelas com nível A, e o SGQ consolidado.

Essas novas tecnologias possivelmente são novas máquinas, metodologias,

laboratórios para analise de resistência de concreto, analise granulométrica de agregados,

sondagem do solo, maquinário e equipamentos novos, entre outros, passando a fazer parte

dos processos da empresa.

O uso dessas tecnologias influenciam significativamente na qualidade final da

obra.

[...] Com o SGQ, estabelecemos procedimentos de execução dos serviços,


fomos incentivados a determinar os tipos de traço para produção de concreto,
e em seguida realizar analise da sua resistência (Fck), isso nos garante a
certeza de que essa obra durará firme por muitos e muitos anos. Isso é
qualidade.
(Comentário de um RD)

Referente a questão “b”, consideremos que o retorno seja a conquista de projetos

de obras por meio do certificado, compensando os gastos efetuados, 70% (setenta por

cento), afirmam Sim e 30% ( trinta por cento) Não, as construtoras que afirmam que não

houve retorno, provavelmente são as que ainda não ganharam nenhuma licitação, pois

muitas certificaram-se poucos meses antes desta pesquisa, ou já perderam o prazo para seu

nível.

Conforme a questão “b” 70% (setenta por cento) das empresas realizam ações de

combate as não-conformidades, provavelmente são todas as empresas pesquisadas que

28
possuem certificação Nível A, esse dado revela a grande possibilidade de melhorias na

construção civil.

O combate a não-conformidade garante que os requisitos não atendidos relativos

ao produto, processo, sistema, pessoa ou organismo serão corrigidos.

e) Índices relativos ao Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, implantado.

%
Questão 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
a) Redução dos Custos de Produção 22% 34% 22% 22% - - - - - - -
b) Aumento da Produtividade na empresa 22% 22% 32% - 11% 11% - - - - -
c) Retorno dos Investimentos financeiros
23% - 11% 11% 11% 11% - 11% - 11% 11%
(Consultoria, Auditoria, Treinamentos...).
d) Qualificação da mão de obra interna - 11% 11% - 22% 22% - 11% - - 22%
Tabela 13 – Índices relativos ao SGQ

O quadro acima revela a “percepção” da empresa quanto aos resultados da

implantação do SGQ, por isso, vale ressaltar que, durante a aplicação da pesquisa observou-

se que nem todos os respondentes tinham índices concretos em mãos, mesmo os

levantamentos estatísticos serem requisitos do nível “A”.

Alguns itens da tabela 13 apresentam uma variação expressiva, possivelmente

devido a caracterização de cada uma, tal como tempo de implantação do SGQ e numero de

sub-setores certificados.

22% (vinte e dois por cento) das empresas pesquisadas conseguiram máximas de

30% (trinta por cento) de redução nos custos de produção, o que pode ser considerado um

ótimo índice para o setor, a maioria 34% (trinta e quatro por cento) reduziram em 10%, (dez

por cento) outras 22% (vinte e dois por cento), reduziram em 20% (vinte por cento) e

também 22% (vinte e dois por cento), das empresas não afirmam que não houve redução dos

custos de produção.

29
“[...] Com a redução do desperdício de materiais e melhoria na
qualificação das empresas contrutoras, é possível reduzir custos das
unidades habitacionais e efetivamente obter melhorias na qualidade. Com
isso, espera-se que os recursos atualmente empregados nos financiamentos
habitacionais possam atender a uma percela maior da população
contribuindo para a redução do déficit habitacional[...]”. Material
Institucional V20 PBQP-H – Ministério das Cidades.

As informações acima mostram a importância do PBQP-H, que com um SGQ

eficiente induz as empresas a optarem por produtos com qualidade, que são mais caros e

mesmo assim o custo de produção reduz.

Para a maioria das empresas 34% (trinta e quatro por cento) o SGQ aumentou em

apenas 10% (dez por cento), a produtividade, outras 11% ( onze por cento),conseguiram ate

50% ( cinqüenta por cento), e 40% ( quarenta por cento), de melhoria.

Em 22% (vinte e por cento), das empresas ainda não houve aumento da

produtividade, possivelmente por ainda não terem consolidado o SGQ.

Eis alguns critérios do SIAC que leva a redução de custos, Aumento da

Produtividade e Qualificação da mão de obra:

 Treinamentos e os procedimentos de execução dos serviços, gerando qualificação,


diminuição do re-trabalho e conseqüentemente, percas de material e tempo;
 Controle de aquisições, onde a qualidade do material e do fornecedor é avaliada.
Compra-se e recebe-se de acordo com o negociado. Ex.: Procedimentos de aquisição de
areia, estabelece que o material só poderá ser recebido na obra após a comparação com a
amostra e cubagem (medição), ainda em cima do transporte e será efetuado o pagamento
no valor da quantidade recebida. Outros procedimentos informam como deve ser a
estocagem, preservação, manuseio e uso dos materiais;
 Ações preventivas, ações corretivas e oportunidades de melhorias.

O item “c” serviu para confirmar as respostas do item “B” da tabela 5, no qual

30% das empresas afirmam não terem, obtidos ainda, retorno dos investimentos, já na tabela

6, 23% ( vinte e três por cento), afirmam que não houve retorno, sendo assim, podemos

supor que para os 30% (trinta por cento), que afirmaram “Não houve retorno”, o retorno não

cobriu os custos do investimento com o SGQ.

30
Para as demais o retorno dos investimentos variou entre 10% e 100%.

O item “d” apresenta os índices de qualificação da mão de obra interna, ou seja a

quantidade de funcionários que estão qualificados a executarem seus serviços.

Um dos maiores benefícios percebidos pelo setor da construção civil com a

adoção dos programas da qualidade do PBQP-H é o envolvimento que seus recursos

humanos passam a ter com a melhoria continua da qualidade. Isto passa pela assimilação da

cultura da qualidade por todos os níveis da organização, mediante programas de

treinamentos e capacitação.

A sensibilização da política da qualidade é um exemplo da conscientização feita

pela empresa junto seus funcionários que os levam a busca pela qualidade.

O setor de construção civil tem a particularidade da alta rotatividade de pessoal,

pois a maioria é contratada por obra, sendo comum as contratações e demissões no seu

departamento pessoal. O SGQ induz o treinamento geral, isso nos leva a crê que a cada dia

os profissionais da área estão mais qualificados.

Os índices relativos a qualificação variou de 10% ( dez por cento),a 100% (cem

por cento), sendo, 20% ( vinte por cento), empresas construtoras que consideram todo seu

quadro de colaboradores qualificado, outros 11%( onze por cento), 22% ( vinte e dois por

cento), e 22% (vinte e dois por cento), consideram que 70%, 50% e 40% dos seus

funcionários estão qualificados. Sendo assim pode-se afirmar que há, nas empresas, ações

que visam qualificar seus funcionários.

Essa qualificação normalmente se dar por meio dos seguintes treinamentos:

 Segurança no Trabalho.
 Procedimento de execução de serviço
controlado.
 Procedimento de aquisição de materiais e
serviços.
 5 S‟s.
 Política de Qualidade ou qualidade na
empresa.

31
f) Satisfação quanto aos agentes do programa

Muito Muito
Questão Insatisfeito
Insatisfeito Sem Opinião Satisfeito
satisfeito
a) Atuação da Secretaria da Infra-
- 40% 40% 10% 10%
Estrutura - SEINF
b) Atuação do Sindicato das
20% 40% 10% 20% 10%
Construtoras - SINDUSCON/TO
Tabela 14 – Satisfação quanto aos agentes do programa

A tabela 7 apresenta o nível de satisfação dos empresários quanto a atuação da

SEINF e SINDUSCON/TO. É importante avaliar essas duas organizações por serem os

principais agentes condutores do PBQP-H/TO.

Para a SEINF os resultados mostram que boa parte dos empresários estão

descontentes, no entanto, não há nenhuma resposta para “Muito Insatisfeito” e 10%

disseram estar muito satisfeito e mais 10% satisfeito, 40% não opinaram.

Já o SINDUSCON/TO obteve 20% de “Muita Insatisfação”, 40% Insatisfação e

10% muita satisfação e apenas 20% de satisfação.

Durante a aplicação do questionário em duas empresas, destaca-se comentário

com pontos de vistas opostos, referente a satisfação com esses agentes, como segue:

“[...] Não tenho o que reclamar, eles (os dois agentes), são muito
atenciosos, o Sinduscon esta sempre oferecendo novos cursos[...]”.
Comentários de um RD

“[...] Nem eles conhecem direito o programa! Alem do mais, é absurda essa
exigência em fazer parte do sindicato para aderir ao programa, tendo que
pagar um caro para me sindicalizar, ou o Auditor não emite o
certificado[...]”.
Comentários de um RD

Segundo o seu site, o SINDUSCON/TO é a entidade representativa do setor da Construção

Civil do Estado do Tocantins.

“[...] Constituído para fins de estudo, coordenação, proteção e


representação legal da categoria econômica, conforme estabelece a
legislação vigente sobre a matéria e com o intuito de colaboração com os
poderes públicos e as demais associações, no sentido da solidariedade social
e da sua subordinação aos interesses nacionais.
Em 2002, iniciou as atividades do SECONCI/TO - Serviço Social da
Indústria da Construção do Estado do Tocantins [...].”

32
http://www.sinduscon-to.com.br/historico.htm, acessado em 17/10/07

Os motivos das insatisfações acima são revelados nas pesquisas qualitativas

abaixo.

g) Investimentos Financeiros realizados para implantação do SGQ:

Investimentos R$ 1000 3000 5000 7000 9000 11000 13000 15000 18000 20000 25000 30000 40000

a) Consultoria - 10% 10% - 10% - - 10% - 10% 10% 10% 10%


b) Treinamento 45% 22% 11% 11% 11% - - - - - - - -
c) Auditorias - 34% 22% 11% 22% 11% - - - - - - -
Tabela 15 – Investimentos Financeiros

O total de investimentos em consultoria nas 10 empresas pesquisadas, foram R$

147.000,00, variando entre R$ 3.000,00 e R$ 40,000,00, aplicados nos últimos 2 anos. A

variação, possivelmente deve-se a quantidade de auditorias sofridas, pois algumas empresas

que foram certificadas em mais sub-setores que outras, conforme tabela 1.

A tabela 8 demonstra que os custos em consultoria foram significativamente

maiores que em Treinamento, que ao todo, ficou em torno de R$ 31.000,00, grande parte

44%, gastaram R$ até 1.000,00, e 22% até 3.000,00, outros 11% para R$ 5.000,00, 7.000,00

e 9.000,00.

Segundo observações junto às empresas, os gastos em treinamento que não

ultrapassaram 1.000,00, (44%), deve-se pelo fato da própria empresa oferecer o treinamento

interno, ministrados na sua maioria pelo consultor – incluído nos gastos com consultoria -, e

pelo engenheiro.

Observa-se que esses treinamentos, são na maioria voltados para o canteiro de

obras, área de maior rotatividade de pessoal da empresa.

Conforme tabela 4, o preço da consultoria é considerada “cara” apenas para 30%

(trinta por cento), das empresas, quanto as demais, demonstram satisfação, diante disto

podemos supor que as reclamações de custos, referem-se à obrigação desses gastos para

33
certificação da empresa, ou ao conjunto total de gastos realizados. Supões-se também que os

proprietários das empresas construtoras ainda não enxergaram a gama de oportunidades que

o SGQ pode trazer.

As variações entre as respostas referente aos investimentos em auditorias, vão

conforme o numero de auditorias sofridas por cada empresa, de forma geral o valor para

cada auditoria, por escopo varia entre R$ 3.000,00 e R$ 6.000,00 dependendo do organismo

certificador.

13.2 Analise dos questionários qualitativos

Na pesquisa foram incluídas duas questões qualitativas abertas, visando dar

liberdade ao respondente para expressar sua opinião. As respostas forma sintetizadas sem

alterar a idéia principal.

a) Em sua opinião, quais os maiores obstáculos para implantação do Sistema de

Gestão da Qualidade em sua empresa?

Resumo das Respostas:

 Falta de mão de obra qualificada;


 Falta de conhecimento sobre o modelo do SGQ, e especificações do PBQP-H, por
parte dos proprietários das empresas e ate mesmo dos consultores;
 Rotação de mão de obra, no qual a empresa investe em treinamentos e perde todos em
seguida por falta de obras, ou novas obras em local distante;
 Falta de comprometimento da Direção;
 Mudança na cultura da empresa;
 Falta de comprometimento dos colaboradores;
 Pouca de qualificação interna;
 A qualificação da mão de obra local é muito precária;
 É muito difícil encontrar colaboradores capazes de fazer o SGQ rodar, ou seja,
funcionar como estar escrito;
 A dificuldade de criar e manter o entusiasmo do pessoal para com o sistema;
 A geração de uma quantidade grande de papel e a burocracia.
 Dar continuidade aos processos após auditoria, e aplicação do SGQ em todas as Obras;
 Elevados custos para implantação com a consultoria, auditoria e regularização junto ao
Sinduscon;
 Altos custos de implantação, o que fez com que a empresa não renovasse sua

34
certificação;
 Os custos para implementar e para manter o sistema;
 Curto tempo exigido entre os níveis de certificação;

Para este tópico as opiniões em geral estão voltadas para a qualificação das pessoas

envolvidas com o sistema, complexidade da norma e custos de implantação do SGQ.

O SINDUSCON/TO, segundo seu site, possui parceria com o SESI-TO / FIETO /

SENAI-TO / SEBRAE-TO, todas essas entidades tem fins educativos, possuem ações de

qualificação social, em nenhum momento foram citados.

É coerente afirmar que a norma SIAC, ou mesmo ISO 9001, é de difícil

interpretação e a implantação do SGQ exige muito empenho da empresa, principalmente

quando ainda não há um cultura ou disciplina voltada para a qualidade. Por isso o SGQ tem

causado impacto no modo de trabalho das pessoas dentro da organização, que acabam no

dilema de fazer conforme esta escrito, que deverá ser mais eficiente e eficaz, ou manter-se

como esta acostumado.

É certo também que as normas prevêem essa dificuldade por isso há critérios que

devem ser atendidos, tal como a escolha de um RD - representante da direção, e o plano de

treinamento. Pois não é possível esta em conformidade com as normas sem o seu

entendimento.

Segundo os proprietários das empresas, apesar dos treinamentos, grande tem sido

as dificuldades para manter o SGQ ativo, há casos em que todos os documento gerados

foram simplesmente guardados após a auditoria, pois o sistema foi “implantado” as pressas,

com todas as “evidencias” registradas, e isso acontece com o consentimento do consultor, e

o proprietário não tem condições de continuar bancado a consultoria.

Essa afirmação nos leva a crê que, nessas empresas, não houve um SGQ

verdadeiramente implantado, Juran e Gruna (1992), afirmam que a gestão da qualidade

consiste de um processo que é estruturado cuidadosamente para que as metas de qualidade,

35
em longo prazo, sejam estabelecidos nos níveis mais altos da organização, além de serem

definidos e assegurados os meios a serem usados para o cumprimento dessas metas.

“[...] A gestão da qualidade total significa que a cultura da organização e


definida pela busca constante da satisfação do cliente através de um
sistema integrado de ferramentas, técnicas e treinamentos. Isso envolve a
melhoria continua dos processos organizacionais, resultando em produtos
e serviços de qualidade[...]”. (SASHKIN, 1994, p. 34).

No entanto, como o SGQ é evolutivo, é necessário novas auditorias de

manutenção, pois o certificado tem prazo de validade.

Essa empresa terá dificuldade em apresentar novas evidencias que seu SGQ esta

implantado, pois as auditorias de manutenção se baseiam nos resultados anteriores.

Esse fator é típico de empresas que não descobriram as vantagens de um SGQ

ativo, eficiente e eficaz, porém as exigências estão levando as empresas a descobrirem que

não tem como correr da exigências da qualidade, ou implanta o SGQ e faz acontece ou para

de vez!

13.1.3 - Que sugestões você daria para melhorar o programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade no Habitat, PBQP-H?

Resumo das Respostas:

 Qualificação da mão de obra local.


 Criação de programas para qualificação da mão de obras;
 Treinamento para os proprietários das empresas.
 Os proprietários da empresa são os primeiros a realizar não conformidades e
não se empenham em combatê-las.
 Sugiro que os responsáveis pelo Programa ofereçam treinamentos a Direção
das empresas.
 O Estado deve fiscalizar o andamento do programa e promover a
conscientização dos proprietários das empresas referente ao PBQP-H;
 Maior divulgação do programa entre o empresariado;
 Maior comprometimento dos órgãos responsáveis em facilitar o acesso das
empresas e esclarecimento de dúvidas.
 Empenho na redução de custo por parte do Sindicato e Governo.
 Diminuição no tempo de liberação dos certificados e maior rigor para com as
empresas não comprometidas com o programa.
 O estado realizar o pagamento das medições em dia;
 Menor envolvimento do SINDUSCON;

36
 Maior capacitação da coordenação do Programa, principalmente dos
funcionários da Secretaria de Infra-Estrutura, no qual alguns nunca ouviram falar
em PBQP-H;
 Maior alinhamento do PBQP-H/TO com o PBQP-H em âmbito nacional.
 “Nem a coordenação do programa conhece direito o PBQP-H/TO é preciso
colocar pessoas comprometidas”.

Provavelmente, em conseqüência dos obstáculos encontrados, conforme questão

anterior foi sugeridos de forma geral que os órgão competentes pelo programa,

SINDUSCON/TO e SEINF, investissem em qualificação dos seus colaboradores, para

melhor administração do programa e assessoria junto as empresas construtoras, além de

realizarem investimento na qualificação da mão de obra local, sensibilização junto aos

proprietários e empenhos na redução dos custos para implantação do SGQ.

Deve-se ressaltar que nos questionários respondidos pelos RDs (representante da

direção), houve reclamação quanto aos proprietários que não se empenham em conhecer a

norma e fazer conforme esta descreve.

Os questionários respondidos pela direção reclamam, na sua maioria, dos custos e

a dificuldade de encontrar pessoas qualificadas para manter o SGQ em atividade.

Sashkin e Kiser (1994) afirmam que alguns fatores devem ser considerados para

que a implementação de um programa de gestão da qualidade seja bem sucedida. São eles:

a) a participação e liderança da alta gerencia para iniciar a atividade de gestão da

qualidade total;

b) a criação de equipes multifuncionais para auxiliar o inicio de um esforço para

implementação;

Os agentes do programa foram alvos de reclamações. Em uma questão que

solicitava sugestões para melhoria do programa, alguns empresários demonstraram-se

descontentes com o SINDUSCOM e SEINF, no entanto essas reclamações são de fatores

internos pois cabe principalmente a própria empresa investir em sua qualificação.

37
Há uma sugestão de melhoria referente à Comissão de Qualificação do Estado, que

têm por atribuição apresentar pareceres quanto à qualificação de determinada empresa num

dado nível, baseando-se na análise técnica dos relatórios preparados pelos auditores dos OC

Cs. O respondente reclama do tempo de liberação do certificado por parte da comissão e

pede mais agilidade no processo sugerindo menor tempo entre as reuniões para analise

técnica.

A coordenação do PBQP-H/TO também foi alvo de solicitações de melhoria.

Alguns respondentes julgam que a coordenação não esta capacitada a responder pelo

programa e sugerem maior comprometimento da mesma.

O SINDUSCON/TO tem um papel primordial no PBQP-H/TO, pois é um órgão

com maior proximidade das construtoras, tem como objetivo representá-las, e tem realizados

inúmeras ações em prol do setor no Estado do Tocantins, no entanto há uma solicitação de

menor envolvimento da entidade no programa, provavelmente pela obrigatoriedade de se

estar regularmente cadastrado na entidade para liberação do certificado pela comissão de

Qualificação, e o custo do cadastro não tem agradado a todos.

13.2 Pesquisa com fornecedores de materiais para construção civil

Dentro da cadeia produtiva da construção civil os fornecedores de produtos para

materiais de construção, são agentes importante no programa, pois os materiais que vendem

influenciam consideravelmente na qualidade da obra, um dos objetivos do PBQP-H, visa

incentivar o uso de produtos com certificados de qualidade, pois são garantias de

conformidade com as normas técnicas brasileiras.

Uma observação importante é que quanto mais e mais clientes e/ou fornecedores obtem

a certificação em Sistema de Gestão da Qualidade, a pressão aumenta sobre aqueles que

ainda não possuem essa certificação (LAMPRECHT, 1996).

A pesquisa questionou 5 (cinco) lojas de materiais para construção de médio porte.

38
Na pesquisa buscou-se entrevistar os gerentes das lojas ou o vendedor que relaciona-se

com as construtoras. Buscou-se saber o seu conhecimento em relação ao PBQP-H e o nível

de exigência quanto a produtos com certificado de qualidade, além da pontualidade, preço,

prazo e atendimento, sendo:

a) Conhecimento do PBQP-H

Questão SIM NÃO


a) Sua empresa conhece o Programa Brasileiro de Qualidade e
80% 20%
Produtividade no Habitat – PBQP-H?
b) Sua empresa tem como clientes, construtoras com certificados de
100% -
qualidade?
Tabela 16 – Fornecedores

80% das empresas conhecem o programa, e 100% afirmam ter clientes com

certificado de qualidade, demonstrando que boa parte das empresas construtoras informam,

ou divulgam seu sistema de gestão, alem do mais o relacionamento com fornecedores é um

item da norma SIAC que leva a empresa a estabelecer procedimentos de aquisição,

estimulando informar seus fornecedores, o ideal para esse tópico e 100% (cem por cento),

por isso esse índice, apesar de alto, considera-se razoável.

O item “b” mostra que todas as empresas possuem clientes com certificado de

qualidade.

b) Caso SIM, quais os certificados de qualidade que seus clientes possuem?

a) ISSO 9001:2000 b) ISSO 14000 c) SIQ-C ou SIAC do PBQP-H d) Não sei informar
20% - 60% 20%
Tabela 17 – Tipo de Certificados dos Clientes

Essa questão revela a existência de empresas construtoras com SGQ em outros

sistemas, é bem provável que também estejam certificadas no SIAC.

39
c) Em relação aos itens abaixo, como está o nível de exigência das construtoras:

Nenhuma Pouco Muito Super


Itens Razoável
exigência exigente exigente exigente
a) Atendimento - - 40% 40% 20%
b) Pontualidade na entrega - - 20% 60% 20%
c) Produtos com certificado de qualidade - - 100% - -
d) Preço - - - 80% 20%
Tabela 18 – Nível de exigência das Construtoras

Esse quadro é chave para avaliar a indução da qualidade pelas construtoras

influenciando a cadeia produtiva, neste caso o seu fornecedor.

A tabela 13 informa a opinião das construtoras quanto seus fornecedores, e a

tabela 18 apresentam o nível de exigência percebido por eles.

O atendimento, como se sabe é um dos principais fatores de decisão de compra,

os fornecedores alegam que 20% dos seus clientes são super exigentes, 40% muito

exigente e 40% são razoável.

O item “b”, a pontualidade na entrega confirma as respostas da tabela 3, pois os

fornecedores sabem a importância da pontualidade na entrega, pois 60% julgam que seus

clientes são muito exigentes e 20% super exigentes, enquanto outros 20% acham que

nesse quesito são razoavelmente exigentes.

No item “c” a exigência por produtos com certificado de qualidade é por todos

classificada como “razoável”, essa informação, revela que essa característica nos produtos

ainda não são diferencial para escolha apesar da evidencia de conscientização da sua

importância por parte das empresas, possivelmente pelo fator “preço”.

Esse fator, item “d”, ainda é o grande diferencial competitivo, pois o nível de

exigência chegou a 80% muito exigente e 20% super exigente.

40
14 CONCLUSÃO

O PBQP-H vem se consolidando como importante instrumento de garantia de

qualidade no habitat urbano, ampliando cada vez mais o acesso às recentes conquistas de

qualidade do setor da construção civil e beneficiando o cidadão e a sociedade brasileira

como um todo.

Os resultados apontam para o fato de que apesar da implementação do SGQ, nas

empresas construtoras, ter impactado positivamente a forma de gestão, o Programa ainda

esta em sua faze de maturidade, pois, apesar dos autos investimentos, não evidenciam

plenamente uma gestão com foco na qualidade, mas a cultura esta sendo transformada.

Muito mais do que uma questão meramente gerencial do setor privado, a indução a

uma cultura da qualidade promovida pelo PBQP-H significa um importante passo em

direção à democratização do acesso a um habitat urbano de qualidade, condição

fundamental da cidadania.

No setor privado, a adesão de construtoras aos sistemas de qualidade está se

consolidando como fator de diferenciação no mercado tocantinense. Inúmeras empresas

construtoras aderiram ao Programa e certificaram-se.

Apesar da certificação, essa característica não é uma garantia total de qualidade, pois

há empresas que não conseguem manter o SGQ após a auditoria, no entanto é uma tendência

que o SGQ seja consolidado, devido às exigências de auditorias futuras.

A qualificação da mão-de-obra local é um dos grandes desafios para manter o sistema

de gestão ativo, pois a pouca qualificação tem feito com que algumas empresas, após

auditoria, e ao termino do contrato com consultoria, como afirmado no parágrafo anterior,

não consiga consolidar o seu sistema, ficando o certificado apenas de fachada.

Apesar do incentivo pela qualidade do material nas obras o fator preço ainda é o

grande diferencial nas decisões de compra por parte das construtoras, que por sinal já estão

41
informando seus fornecedores que eles serão avaliados, levando-os a despertarem para a

qualidade, tanto de atendimento quanto da qualidade dos seus produtos, assim sendo, o

objetivo de indução da qualidade entre os agente da cadeia produtiva, esta sendo alcançado.

As percepções de reduções de custos e o aumento de produtividade em torno 30%

(trinta por cento), por parte das empresas, devido ao SGQ, são resultados que dão

credibilidade ao PBQP-H, mas ainda é necessária maior articulação da Coordenação do

programa sobre a cadeia produtiva da construção civil, vale lembra que a avaliação da

conformidade nas construtoras (exigência da certificação no SIAC), é um dos projetos para

o PBQP-H, possivelmente virá outros. Essa articulação pode ser traduzida como a

sensibilização para a importância da qualidade junto aos proprietários das construtoras,

oferta de cursos de qualificação de mão de obra e acompanhamento e fiscalização do SGQ

nas obras recebidas, até mesmo para reforçar a condição de “fornecedoras”, que são as

Construtoras.

Diante disto avaliamos o PBQP-H como sendo “ótimo”, para a sociedade e a eficácia

da implantação do PBQP-H/TO, na atual conjuntura, como sendo “Boa”, pois esta apoiando

o esforço brasileiro de modernidade pela promoção de qualidade e produtividade do setor

da construção civil, com vistas a aumentar a competitividade de bens e serviços por ele

produzidos, estimulando projetos que melhorem a qualidade do setor. Mais ainda há muito

por fazer para termos em todas as obras publicas um elevado patamar de qualidade.

42
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Janeiro: ABNT, 2002.
CALAIS-AULOY, Jean; Steinmetz, Frank. Droit de la consommation. 5 ed. Paris, Dalloz,
2000, p. 219.
CERVO e BERVIAN, Amado Luiz Cervo e Pedro Alcino Bervian - Metodologia Cientifica:
4º ed. – São Paulo: MAKRON Books, 1996.
COUTINHO, Carlos Roberto. A gestão da qualidade culturalmente contextualizada. Revista
Banas Qualidade. São Paulo. n.129, p.98, fev.2003.
LAMPRECHT, James L. ISO 9000 implementation For small business. USA: ASQC-
Quality press (1996)..
MARCONE, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa:
planejamento e execução de pesquisas, amostragem e técnicas de pesquisas; elaboração,
análise e interpretação de dados. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
OLIVEIRA, Marcos. Mini-Curso NBR ISO 9001:2000. Disponível em:
<http://www.qualitas.eng.br> acesso em 3 jan. 2007
OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI,
TCC, monografias, dissertações e teses. Revisão Maria Aparecida Bessana. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, (2002).
PORTARIA nº 1283 - Representante da SEINF na Supervisão Geral do PBQP-H,
Secretaria da Infra-Estrutura do Estado do Tocantins (2004).
PORTARIA nº 694, Implantação do PBQP-H no Tocantins - Secretaria da Infra-Estrutura
Palmas-TO, (2005).
PORTARIA nº. 118, Alterar a denominação do projeto SiQ - substituindo-a por SiAC -
PBQP-H – MINISTERIO DAS CIDADES – Brasília (2005).
REGIMENTO GERAL e REGIMENTO ESPECÍFICO do SiAC/PBQP-H: Ministério das
Cidades - Brasília (2005).
PBQP-H - Livreto Institucional V1, Ministério das Cidades. Distribuído na Secretaria
Nacional de Habitação DF Brasília 2007, Endereço eletrônico: pbqp-h@cidades.gov.br
PBQP-H – Site oficial do programa. Disponível em: < http://www.cidades.gov.br/pbqp-h>.
Acesso em: 10 nov. 2006.
PRAZERES, Paulo M. Minidicionário de Termos da Qualidade. São Paulo: Editora Atlas S.
A. (1997).
NORMA TÉCNICA, SiAC, Ministério das Cidades, Brasília 2005
SINDUSCOM/TO, Informações, DISPONIVEL E: <http://www.sinduscon-to.com.br>.
SASHKIN, M. ; KISER, K.J. Gestão da Qualidade total na pratica: o que é TQM, como
usa-la e como sustentá-la a longo prazo. Rio de Jeniro: Campus (1994).

43
ANEXOS

44
Anexo A – Pesquisa com as Empresas Construtoras Certificadas

Universidade Federal do Tocantins


Pesquisa Cientifica – Avaliação do e PBQP-H/TO

Agente: EMPRESAS CONSTRUTORAS CERTIFICADAS

A - Opinião das empresas construtoras

1. Quanto ao Certificado de Qualidade obtido:

Questão Nenhuma Pouco Razoável Muito Total


a) Importância da certificação para sua empresa?
b) O certificado como diferencial competitivo para sua
empresa?
c) Surgimento de novos negócios através do certificado?
d) Valor cobrado pelos Organismos Certificadores para
as auditorias?

2. Quanto aos Fornecedores locais:

Questão Péssimo Ruim Razoável Bom Excelente Total


a) Atendimento
b) Pontualidade na entrega
c) Oferta de produtos com certificados de
Qualidade (INMETRO, ISSO, etc.)
d) Preço

3. Quanto as Consultoria

Questão Péssimo Ruim Razoável Bom Excelente Total


a) Preço da consultoria para implantação do SGQ
b) Atuação e Qualificação dos Consultores para
implantação do Sistema de Gestão da Qualidade
c) Disponibilidade de Consultores locais

4. Quanto ao Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, implantado

Questão SIM NÃO Total


a) Novas tecnologias foram introduzidas na empresa com o novo Sistema de
Gestão
b) Houve Retorno dos Investimentos financeiros (Consultoria, Auditoria,
Treinamentos, etc.)?
c) Atualmente, existem ações de combate as não conformidades?

45
6. Índices relativos ao Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, implantado.

%
Questão
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
a) Redução dos Custos de Produção
b) Aumento da Produtividade na empresa
c) Retorno dos Investimentos financeiros
(Consultoria, Auditoria, Treinamentos...).
d) Qualificação da mão de obra interna

5. Satisfação quanto aos agentes do programa

Muito Sem Muito


Questão Insatisfeito Satisfeito
Insatisfeito Opinião satisfeito
a) Atuação da Secretaria da Infra-Estrutura -
SEINF
b) Atuação do Sindicato das Construtoras -
SINDUSCON/TO

7. Investimentos Financeiros realizados para implantação do SGQ:

Investimentos R$ 1000 3000 5000 7000 9000 11000 13000 15000 18000 20000 25000 30000 40000
d) Consultoria
e) Treinamento
f) Auditorias

8 – Em sua opinião, quais os maiores obstáculos para implantação do Sistema de


Gestão da Qualidade em sua empresa?

9 - Que sugestões você daria para melhorar o programa Brasileiro de Qualidade e


Produtividade no Habitat, PBQP-H?

46
Anexo B – Pesquisa com fornecedoras de produtos para construção civil

Universidade Federal do Tocantins


Pesquisa Cientifica – Avaliação do e PBQP-H/TO

Agente: EMPRESAS FORNECEDORAS DE PRODUTOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

Empresa: Respondente:

Tipo de produto oferecido: Cargo:

E-mail:

1. Marque um X a opção desejada.

Questão SIM NÃO


a) Sua empresa conhece o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat – PBQP-H?

b) Sua empresa tem como clientes, construtoras com certificados de qualidade?

2. Caso SIM, quais os certificados de qualidade que seus clientes possuem?


SIAC OU SIQ-C do
ISSO 9001:2000 ISSO 14000 Não sei informar
PBQP-H

3. Em relação aos itens abaixo, como está o nível de exigência das construtoras:
Nenhuma Pouco Muito Super
Itens Razoável
exigência exigente exigente exigente
a) Pontualidade na entrega

b) Produtos com certificado de qualidade

c) Preço

d) Atendimento

e) Outro. Qual?

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