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DANIEL NASCIMENTO-E-SILVA
1. Introdução
As preocupações com as TIV têm crescido. Não é apenas uma tendência para se tornar
uma prioridade para todos os que precisam atingir reduções consideráveis de emissões de
carbono e redução de custos. As maiores discussões sobre o assunto abordam o consumo
eficiente de energia. Através de boas práticas e soluções eficientes na concepção de produtos e
utilização de equipamentos, pode representar economia energética e reduzir significativa a
emissão de carbono, que é prejudicial ao meio ambiente. Autores como Chou e Chou (2012),
Molla e Cooper (2010), Cameron (2009) e Murugesan (2008) definem a TIV como prática de
concepção, fabricação, utilização e descarte eficiente dos recursos de computação, levando-se
em consideração aspectos ambientais, para minimizar o impacto ambiental.
Para Chowdhury (2012) e Mueen e Azizah (2012), o objetivo da TIV é possibilitar
reduzir o impacto ambiental global da TI, através da adoção de práticas ou procedimentos, no
ambiente de produção, com a utilização de equipamentos e instalações para otimizar o uso de
equipamentos de TI com a finalidade de reduzir o consumo de energia em qualquer fase. Ao
mesmo tempo, estudos como o de Bose e Luo (2011) mostram que as principais motivações
de executar iniciativas de TIV são a redução de custos devido a cortes de orçamento e
restrições de recursos, além de estar em conformidade com a legislação local. Isso a torna
uma atitude maior do que responsabilidade social para as organizações porque pode ser
encarada como oportunidade para o crescimento dos negócios, com benefícios econômicos e
estabilidade operacional, como ressalta Sudworth (2010). É por isso que Molla, Cooper e
Pittayachawan (2009) afirmam que a TIV é a capacidade da organização demonstrar, através
da combinação de atitude, política, prática, tecnologia e governança, a aplicação de critérios
ambientais para sua infraestrutura de TI para resolver problemas de sustentabilidade.
A TIV é uma prática que permite a adoção dos 4Ps (Postura Verde, Política Verde,
Prática Verde e Produção Verde) de forma eficiente e sustentável para os recursos de TI com a
finalidade de economizar energia e reduzir custos e impactos ao meio ambiente. Este conjunto
de iniciativas consiste em maximizar a eficiência e eficácia dos recursos da TI utilizados na
produção e permitir reduzir custos e aumentar a aplicabilidade com a minimização do impacto
ambiental. Este estudo se baseou em um esquema lógico de construção do marco teórico
sobre os conceitos pertinentes ao fenômeno da TIV por meio de suas dimensões analíticas e
categorias analíticas, conforme recomendado por Nascimento-e-Silva (2012; 2013).
A dimensão Prática Verde (PraV) permite avaliar se de fato as práticas, com base em
iniciativas que minimizem os impactos ambientais, estão sendo aplicadas na organização para
garantir a sustentabilidade ambiental diante dos recursos de TI. Mueen e Azizah (2012) e
Molla, Cooper e Pittayachawan (2009), dentre outros, ressaltam que os profissionais de TI
devem desempenhar um papel importante ao trazer a TIV para as organizações, desde que os
mesmos sejam preparados com a finalidade de desenvolver as capacidades necessárias para
conduzir e apoiar as iniciativas de sustentabilidade. Logo, após a análise na literatura sobre a
dimensão analítica Prática Verde, os elementos resultantes que se destacaram compreenderam
as seguintes categorias analíticas: Racionalização de Energia, Racionalização de Insumos e
Materiais e Gerenciamento de Ativos.
Te Escolari
Sexo Idade Chefia mpo de dade
Hipótese testada Resultado
Var Serviço
P F P F P F P F P F
PosV1 Termo desenvolvimento sustentável 0,464 0,657 0,696 - 0,491 - 0,261 - 0,526 0,675 Não rejeitar H0
Te Escolari
Sexo Idade Chefia mpo de dade
Hipótese testada Resultado
Var Serviço
PosV2 Práticas de negócios sustentáveis 1,0 1,000 0,46 - 0,7 - 0,0 - 0,1 0,390 Rejeitar H0 (Tempo
de Serviço)
00 4 13 28 95
PosV3 Postura ambiental ao processo 0,1 0,290 0,52 0,675 0,9 1,000 0,8 1,000 0,5 1,000 Não rejeitar H0
31 6 77 18 18
PosV4 Postura ambiental ao produto 0,1 0,290 0,52 0,675 0,9 1,000 0,8 1,000 0,5 1,000 Não Rejeitar H0
31 6 77 18 18
PosV5 Postura ambiental aos serviços 0,1 0,290 0,52 0,675 0,9 1,000 0,8 1,000 0,5 1,000 Não Rejeitar H0
31 6 77 18 18
PosV6 Estratégia ambiental a TI 0,4 0,637 0,15 0,236 0,0 0,123 0,0 0,046 0,3 0,393 Rejeitar H0 (Tempo
de Serviço)
26 1 91 25 00
PosV7 Leis e Normas ambientais para projeto 0,4 0,641 0,10 - 0,1 0,259 0,1 - 0,1 0,215 Não Rejeitar H0
49 5 77 05 61
PosV8 Leis e Normas ambientais para aquisição 0,4 0,641 0,10 - 0,1 0,259 0,1 - 0,1 0,215 Não Rejeitar H0
49 5 77 05 61
PosV9 Leis e Normas ambientais para 0,4 0,641 0,10 - 0,1 0,259 0,1 - 0,1 0,215 Não rejeitar H0
utilização
49 5 77 05 61
PosV10 Soluções tecnológicas eficientes para TI 0,4 0,637 0,52 0,694 0,3 0,443 0,1 0,236 0,9 1,000 Não rejeitar H0
26 3 76 51 25
PosV11 Serviços tecnológicos eficientes para TI 0,4 0,637 0,52 0,694 0,3 0,443 0,1 0,236 0,9 1,000 Não rejeitar H0
26 3 76 51 25
Os resultados demonstram que as variáveis demográficas, de forma geral, não
interferem nas práticas de postura verde na organização analisada. De fato, como mostram os
p-valores e os ajustes por meio do teste exato de Fisher, todos estão acima do nível de
significância de 0,05%, o que força a conclusão de não rejeitar a hipótese nula. No caso da
organização sob análise, nas suas avaliações das práticas de postura verde que presenciam
cotidianamente, tiveram um posicionamento semelhante, não sendo verificadas posições
diferentes entre o que é esperado pelo teste e o que foi verificado empiricamente.
Por outro lado, os resultados referentes às variáveis PosV2 e PosV6 contradizem a
assertiva da hipótese nula, forçando-se o aceite da hipótese alternativa, quando afirma que as
práticas de postura verde são afetadas quanto ao tempo de serviço total. Isso significa que a
organização analisada não tem práticas de negócios sustentáveis (variável PosV2) e não
dispõe de estratégia ambiental voltada para a TI (variável PosV6). O que implica dizer que
essas práticas de postura verde sofrem influência quanto ao tempo de serviço, confirmando
posições diferentes entre o que é esperado pelo teste e o que foi verificado empiricamente.
PolV1 Aquisições com eficiência 0,449 0,641 0,389 - 0,177 0,259 0,105 - 0,612 1,000 Não rejeitar H0
energética
PolV2 Aquisições com características 0,855 1,000 0,063 - 0,024 - 0,010 - 0,818 1,000 Rejeitar H0 (chefia,
sustentáveis Tempo de Serviço)
PolV3 Ciclo de Vida útil para TI 0,037 0,046 0,389 - 0,858 1,000 0,919 - 0,199 0,372 Rejeitar H0 (sexo)
PolV4 Substituição de ativos de TI 0,053 0,074 0,038 0,045 0,794 1,000 0,605 0,709 0,015 0,026 Rejeitar H0 (idade,
Escolaridade)
PolV5 Política descarte equipamento 0,788 1,000 0,886 1,000 0,060 0,113 0,886 1,000 0,009 0,031 Rejeitar H0
(Escolaridade)
PolV6 Política descarte toner e tinta 0,221 0,553 0,513 0,642 0,249 0,355 0,102 0,157 0,034 0,068 Rejeitar H0
(Escolaridade)
PolV7 Reutiliza computador e monitor 0,361 0,651 1,000 - 0,269 - 0,143 - 0,666 1,000 Não rejeitar H0
PolV8 Lixo Eletrônico 0,283 0,557 0,351 0,602 0,773 1,000 0,230 0,315 0,176 0,225 Não rejeitar H0
Se Tempo de Escolarida
xo Idade Chefia Serviço de
Var
Hipótese testada Resultado
P F P F P F P F P F
PraV1 Redução do consumo de energia 0,053 0,074 0,796 1,000 0,193 0,255 0,796 1,000 0,542 0,657 Não rejeitar H0
PraV2 Desliga PC e equipamento em 0,192 0,358 0,232 - 0,880 - 0,052 - 0,860 1,000 Não rejeitar H0
desuso
PraV3 Configura Protetores de tela 0,709 1,000 0,232 - 0,176 - 0,654 - 0,481 0,669 Não rejeitar H0
PraV4 Eficiência Energética em Data 0,025 0,031 0,765 - 0,547 - 0,073 - 0,860 1,000 Rejeitar H0 (sexo)
Center
PraV5 Virtualização de servidores 0,576 0,660 0,232 - 0,367 - 0,052 - 0,860 1,000 Não rejeitar H0
PraV6 Computação em Nuvem 0,099 0,155 0,825 1,000 0,035 0,049 0,061 0,071 0,896 1,000 Rejeitar H0 (chefia)
PraV7 Grid Computacional 0,221 0,553 0,513 0,642 0,070 0,138 0,009 0,014 0,177 0,304 Rejeitar H0 (tempo de
serviço)
PraV8 Videoconferência 0,576 0,660 0,296 - 0,880 - 0,073 - 0,860 1,000 Não rejeitar H0
PraV9 Impressão centralizada 0,580 0,672 0,431 - 0,638 - 0,431 - 0,400 0,666 Não rejeitar H0
PraV10 Impressão frente e verso 0,850 1,000 0,919 - 0,858 1,000 0,389 - 0,612 1,000 Não rejeitar H0
PraV11 Digitalização de documentos e 0,015 0,026 0,654 - 0,098 - 0,232 - 0,290 0,392 Rejeitar H0 (sexo)
processos
PraV12 Impressão com software de 0,464 1,000 0,171 0,485 0,094 0,179 0,922 1,000 0,356 0,418 Não rejeitar H0
bilhetagem
PraV13 Gerencia Automaticamente PC e 0,283 0,557 0,886 1,000 0,773 1,000 0,222 0,315 0,236 0,548 Não rejeitar H0
monitor
ProV1 Novas Técnicas e materiais 0,197 0,360 0,153 0,269 0,785 1,000 0,961 1,000 0,977 1,000 Não rejeitar H0
ProV2 Componente com eficiência energética 0,611 1,000 0,277 0,467 0,374 1,000 0,341 1,000 0,575 1,000 Não rejeitar H0
ProV3 Componente com materiais renováveis 0,611 1,000 0,277 0,467 0,245 0,433 0,277 0,467 0,575 1,000 Não rejeitar H0
ProV4 Sistema de Informação sustentável 0,221 0,553 0,743 1,000 0,869 1,000 0,513 0,642 0,847 1,000 Não Rejeitar H0
ProV5 Software para redução de papel 0,517 0,603 0,818 1,000 0,368 0,427 0,818 1,000 0,518 1,000 Não rejeitar H0
Var Sexo Idade Chefia Tempo de Escolaridade
Serviço
Hipótese testada Resultado
ProV6 Software para digitalização de documento 0,543 0,501 0,464 0,586 0,390 0,565 0,626 1,000 0,314 1,000 Não rejeitar H0
ProV7 Hardware com eficiência energética 0,611 1,000 0,277 0,467 0,245 0,433 0,277 0,467 0,575 1,000 Não rejeitar H0
5. Conclusão
Este estudo testou a hipótese de que variáveis demográficas estão associadas com as
dimensões Postura Verde, Política Verde, Prática Verde e Produção verde. Os quatro testes
realizados não conseguiram rejeitar a hipótese nula de que escolaridade, tempo de serviço,
exercício de cargo de chefia, idade e gênero estejam associados com as dimensões analíticas
dos 4Ps da TIV. Isso comprova que a utilização dessas práticas da TIV independe dos
diferentes tipos de aspectos e caraterísticas dos indivíduos que compõem a organização. Dito
de outra forma, não são os aspectos humanos, individuais ou grupais, que interferem nas
práticas da TIV.
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