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AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE AS PRÁTICAS DOS 4PS DA TECNOLOGIA

DA INFORMAÇÃO VERDE (TIV) COM AS DIMENSÕES DEMOGRÁFICAS


ORGANIZACIONAIS

EVALUATION OF THE ASSOCIATION BETWEEN THE 4P PRACTICES OF THE


GREEN INFORMATION TECHNOLOGY (GIT) WITH THE DEMOGRAPHIC
ORGANIZATIONAL DIMENSIONS

DANIEL NASCIMENTO-E-SILVA

MARCIO ANTONIO DOS SANTOS SOUZA

1. Introdução

A Tecnologia da Informação pode trazer diversas vantagens no seu uso nas


organizações, mas também pode proporcionar desvantagens em relação à sua má concepção e
utilização. Esse lado negativo ocorre porque os recursos provenientes da Tecnologia da
Informação (TI) contribuem para a emissão de gases de efeito estufa (GEE), neste caso,
especificamente, o CO2 (dióxido de carbono). Quando esses recursos são descartados
diretamente no meio ambiente é bastante prejudicial, uma vez que são formados por matérias-
primas com elementos químicos que comprometem o meio ambiente e a saúde humana.
Essa é uma das razões de por que a Tecnologia da Informação Verde (TIV) está se
tornando cada vez mais importante para as organizações e sociedade. A adoção das práticas
verdes proporciona às organizações uma concepção de produtos e utilização de recursos de TI
que reduz os impactos ambientais e auxilia no desenvolvimento sustentável.
A TIV foi definida como sendo uma prática que permite a adoção dos 4Ps (postura
verde, política verde, prática verde, e produção verde) de forma eficiente e sustentável para os
recursos de TI com a finalidade de economizar energia, custos e meio ambiente. A partir dos
4Ps podem ser avaliadas as práticas da TIV, ou seja, se estão sendo utilizadas pelos
profissionais de TI, relacionadas ao seu sexo, idade, função de chefia, tempo de serviço total e
escolaridade, como práticas na redução do impacto ambiental. É aqui que se concentra a
contribuição deste estudo para a ciência: criar um modelo teórico-empírico capaz avaliar as
relações dos elementos que compõem essas dimensões da TIV, com as variáveis demográficas
pertinentes aos servidores de uma Instituição. Assim, o objetivo deste artigo é saber se as
variáveis demográficas interferem nas práticas da TIV de um Instituto Federal de Educação.
2. A TIV e suas dimensões

O estudo se baseou em um esquema lógico de construção do marco teórico sobre os


conceitos pertinentes ao fenômeno da TIV, por meio de suas dimensões e categorias
analíticas, conforme recomendado por Nascimento-e-Silva (2012; 2013).

2.1. Tecnologia da informação verde

As preocupações com as TIV têm crescido. Não é apenas uma tendência para se tornar
uma prioridade para todos os que precisam atingir reduções consideráveis de emissões de
carbono e redução de custos. As maiores discussões sobre o assunto abordam o consumo
eficiente de energia. Através de boas práticas e soluções eficientes na concepção de produtos e
utilização de equipamentos, pode representar economia energética e reduzir significativa a
emissão de carbono, que é prejudicial ao meio ambiente. Autores como Chou e Chou (2012),
Molla e Cooper (2010), Cameron (2009) e Murugesan (2008) definem a TIV como prática de
concepção, fabricação, utilização e descarte eficiente dos recursos de computação, levando-se
em consideração aspectos ambientais, para minimizar o impacto ambiental.
Para Chowdhury (2012) e Mueen e Azizah (2012), o objetivo da TIV é possibilitar
reduzir o impacto ambiental global da TI, através da adoção de práticas ou procedimentos, no
ambiente de produção, com a utilização de equipamentos e instalações para otimizar o uso de
equipamentos de TI com a finalidade de reduzir o consumo de energia em qualquer fase. Ao
mesmo tempo, estudos como o de Bose e Luo (2011) mostram que as principais motivações
de executar iniciativas de TIV são a redução de custos devido a cortes de orçamento e
restrições de recursos, além de estar em conformidade com a legislação local. Isso a torna
uma atitude maior do que responsabilidade social para as organizações porque pode ser
encarada como oportunidade para o crescimento dos negócios, com benefícios econômicos e
estabilidade operacional, como ressalta Sudworth (2010). É por isso que Molla, Cooper e
Pittayachawan (2009) afirmam que a TIV é a capacidade da organização demonstrar, através
da combinação de atitude, política, prática, tecnologia e governança, a aplicação de critérios
ambientais para sua infraestrutura de TI para resolver problemas de sustentabilidade.
A TIV é uma prática que permite a adoção dos 4Ps (Postura Verde, Política Verde,
Prática Verde e Produção Verde) de forma eficiente e sustentável para os recursos de TI com a
finalidade de economizar energia e reduzir custos e impactos ao meio ambiente. Este conjunto
de iniciativas consiste em maximizar a eficiência e eficácia dos recursos da TI utilizados na
produção e permitir reduzir custos e aumentar a aplicabilidade com a minimização do impacto
ambiental. Este estudo se baseou em um esquema lógico de construção do marco teórico
sobre os conceitos pertinentes ao fenômeno da TIV por meio de suas dimensões analíticas e
categorias analíticas, conforme recomendado por Nascimento-e-Silva (2012; 2013).

2.2. As Dimensões analíticas do fenômeno TIV – 4Ps

As quatro dimensões analíticas identificadas na análise do fenômeno da TIV são


constituídas por uma Postura Verde, Política Verde, Prática Verde e uma Produção Verde. E
para nominar esse conjunto foi criado o novo acrônimo “4Ps da TIV”.

2.2.1. Postura Verde

A dimensão Postura Verde (PosV) compreende a medida dos conhecimentos sobre as


tecnologias da informação verde, ou seja, o quanto a instituição conhece, concebe ou aplica as
soluções tecnológicas sustentáveis. É constatada empiricamente através da adoção de postura
alicerçada na sustentabilidade ambiental, que preconiza a redução de energia e da emissão de
carbono, e no aumento da consciência ambiental, que por sua vez deve seguir todas as leis,
normas e diretrizes ambientais vigentes e reguladoras.
Molla e Cooper (2009) e Tenhunen e Penttinen (2011) mostram que a Postura Verde é
uma medida de conscientização e interesse dos profissionais de TI e de negócios sobre as
questões ambientais através do uso de TI e do aperfeiçoamento do papel de TI na resolução de
problemas ambientais. No contexto de negócios, Barbour (2010) e Jain, Benbunan-fich e
Mohan (2011) ressaltam que as empresas podem avaliar ou praticar as iniciativas da TIV com
uma variedade de outras razões, razões essas que, por sua vez, focalizam a redução do
impacto ambiental de processos industriais e de tecnologia. Assim, após a análise na literatura
sobre esta dimensão, os elementos resultantes compreendem nas categorias analíticas.
Sustentabilidade; Gestão Sustentável; Leis, Normas e Diretrizes e Redução de Carbono.
Dessa forma, a primeira dimensão analítica dos 4Ps (Postura Verde) é subdivida em
categorias analíticas. Essas categorias analíticas é que serão utilizadas para a coleta de dados
empíricos e que, portanto, farão parte do instrumento de coleta de dados.

2.2.2. Política Verde

A dimensão Política Verde (PolV) permite promover ou avaliar se as políticas estão de


fato sendo institucionalizadas com iniciativas que garantam a sustentabilidade nas atividades
da organização. As iniciativas devem contemplar diretrizes que promovam a política de
sustentabilidade ambiental em toda a organização, de modo a efetivar as boas práticas
ambientais referentes às atividades da infraestrutura de TI da organização.
Molla, Cooper e Pittayachawan (2009) ressaltam que as políticas verdes da TIV
englobam as estruturas de uma organização postas em prática através da aplicação de critérios
ambientais em suas atividades relacionadas à área de TI. Assim, após a análise na literatura
sobre esta dimensão analítica, os elementos resultantes que se destacaram compreenderam as
seguintes categorias analíticas: Aquisição, Substituição de Ativos e Descarte.

2.2.3. Prática Verde

A dimensão Prática Verde (PraV) permite avaliar se de fato as práticas, com base em
iniciativas que minimizem os impactos ambientais, estão sendo aplicadas na organização para
garantir a sustentabilidade ambiental diante dos recursos de TI. Mueen e Azizah (2012) e
Molla, Cooper e Pittayachawan (2009), dentre outros, ressaltam que os profissionais de TI
devem desempenhar um papel importante ao trazer a TIV para as organizações, desde que os
mesmos sejam preparados com a finalidade de desenvolver as capacidades necessárias para
conduzir e apoiar as iniciativas de sustentabilidade. Logo, após a análise na literatura sobre a
dimensão analítica Prática Verde, os elementos resultantes que se destacaram compreenderam
as seguintes categorias analíticas: Racionalização de Energia, Racionalização de Insumos e
Materiais e Gerenciamento de Ativos.

2.2.4. Produção Verde

A dimensão Produção Verde (ProV) permite avaliar as preocupações ambientais em


cada fase do processo de produção de um equipamento, ou tecnologia de hardware ou
software, desde de sua fase de projeto até o seu descarte. Autores como Chou e Chou (2012) e
Murugesan (2008) definem Produção Verde como construção de computadores, dispositivos e
componentes eletrônicos, e outros subsistemas associados, com um impacto mínimo sobre o
meio ambiente. Por outro lado, Watson et al (2008) ressaltam que este tipo produção, que
considera questões ambientais, também comprende projetos de concepção e fabricação
voltados para software. Isto é mais visível no desenvolvimento de sistemas de informação que
contribuam para processos de negócios sustentáveis. Neste contexto, após a análise da
literatura sobre a dimensão analítica Produção Verde, os elementos empíricos resultantes
compreenderam as categorias analíticas identificadas como Projeto, Fabricação e Tecnologia.
3. Metodologia da pesquisa

O procedimento metodológico adotado, em função do objetivo pretendido, foi


concebido como pesquisa descritiva. Esse tipo de pesquisa consiste em observar e descrever
as características do objeto a ser estudado bem como as práticas da TIV. Quanto à
caracterização e delineamento, teve com cenário de estudo um Instituto Federal, no qual foi
realizada a coleta dos dados. O enquadramento da pesquisa é teórico-empírica e teve como
método de pesquisa o Survey ou levantamento. O estudo é de natureza qualitativa. Os sujeitos
da pesquisa foram constituídos por 30 profissionais de TI, o que correspondeu à totalidade dos
profissionais da organização. A unidade de análise foi individual, com nível de análise
organizacional. A perspectiva de análise foi transversal, uma vez que as medições foram
realizadas em um único intervalo de tempo.
Quanto aos fundamentos científicos e procedimentos metodológicos, a pesquisa
consistiu dos seguintes encaminhamentos metodológicos: a) planejamento do estudo, com
definição de perguntas de pesquisa, objetivo geral e específico e background operacional; b)
construção do Marco Teórico, que consistiu na definição da arquitetura teórica do fenômeno
da TIV, mapeamento da dimensão analítica e no mapeamento das categorias analíticas com
base na literatura; c) estudo empírico, que compreendeu todas as atividades de levantamento
de campo; e geração dos resultados do estudo.
A fundamentação teórica foi constituída com base na literatura nacional e
internacional. Para gerar a resposta, foi utilizado o método bibliográfico conceitual
desenvolvido por Nascimento-e-Silva (2012), que consiste na formulação de uma pergunta de
pesquisa, coleta de dados bibliográficos em bases de dados (especialmente
www.sciencedirect.com ᄃ, www.scielo.org e http://scholar.google.com ᄃ), organização dos
dados e formulação da resposta. A partir dessa arquitetura conceitual, o instrumento de
pesquisa, o questionário, foi construído com questões fechadas (de controle, demográficas e
explicativas) com a finalidade de obter conhecimento empírico sobre o fenômeno da TIV.
Os dados foram coletados através da pesquisa de campo, conduzida com o auxílio de
questionário criado e testado especificamente para este fim. Para o preenchimento do
questionário foi solicitado ao respondente que analisasse cada uma das questões e marcasse
aquela que representasse com exatidão o que ele julgava adequado com a realidade
organizacional, de acordo com o seguinte esquema: se discordasse da questão, faria um X em
“Discordo”; se concordasse, faria um X em “Concordo”.
Os dados foram organizados com a ajuda do Microsoft Excel; logo em seguida, a
massa de dados foi transferida para o Statistical Package for Social Sciences (SPSS). Deste
modo, os dados foram processados e analisados, com o teste Qui-quadrado, principalmente, o
de Person e o teste exato de Fisher. O Crosstab permitiu apresentar os resultados dos testes
como forma de verificar a associação entre as variáveis das dimensões analíticas da TIV a
cada uma das variáveis demográficas (sexo, idade, exercício de função de chefia, tempo de
serviço total e escolaridade), com as quais foram construídas as hipóteses.
Os testes se caracterizam como Qui-quadrado de independência, uma tabela de
contingência r x c que tenha r linhas e c colunas. Doane e Seward (2008) ressaltam que os
graus de liberdade são constituídos por (r - 1) (c - 1). Os autores ressaltam que as frequências
observadas são comparadas com as frequências esperadas sob a hipótese de independência.
A amostra desse estudo se restringiu a uma população de 30 respondentes. Após a
realização dos testes constataram-se ocorrências de frequências esperadas inferiores a 5. Neste
sentido, foi infringida a Regra de Cochran, que requer que todas as frequências esperadas
sejam iguais a 5 ou mais. Ao mesmo tempo, outra regra exige que 20% das caselas (células)
podem ter frequências esperadas inferiores a 5 (DOANE; SEWARD, 2008), mas essas
frequências esperadas não precisam, necessariamente, acarretar empecilho estatístico, de
acordo com Witte e Witte (2008).
Apesar da ocorrência dessas frequências observadas, os testes foram todos refeitos,
combinando-se linhas ou colunas adjacentes para aumentar as frequências esperadas,
seguindo de perto os achados de Doane e Seward (2008) e Hill e Hill (2008). Assim, a
redução das variáveis em 3 categorias (idade, tempo de serviço total e escolaridade)
aumentou os valores das frequências esperadas em cada célula, o que solucionou o problema.
Para confirmar a resolução do problema, foi utilizado o teste exato de Fisher, que somente é
realizado quando os cruzamentos são do tipo 2 x 2 (HILL; HILL, 2008). Neste estudo, as
variáveis (idade, tempo de serviço total e escolaridade) não apresentaram nenhum valor em
uma de suas categorias nas 3 variáveis analisadas. Assim foi possível realizar o teste exato de
Fisher e considerar os seus resultados nessa investigação.
O construto da TIV foi associada às variáveis sexo, idade, exercício de função de
chefia, tempo de serviço total e escolaridade. O nível de significância para este estudo
compreendeu um nível de significância (α) inferior 0,05. Os graus de liberdade (gl) para o 2
foram obtidos de acordo com a seguinte expressão: gl = k-1, onde k é o número de categorias
das variáveis. Com o gl = 1 e no nível de significância igual a 0,05, então o valor crítico é de
3,841, conforme a tabela de valores críticos do Qui-quadrado. Essa tabela mostra o valor
crítico para as áreas da cauda conforme o grau de liberdade.
A região de rejeição segue o teste: Se 2 > 3,841. Se 2 está na região de rejeição, a
decisão é Rejeitar H0, caso contrário, a decisão é Não rejeitar H0. Ao mesmo tempo em que a
regra de decisão baseada em valor p (valor de probabilidade) foi utilizada, principalmente,
com a finalidade de se chegar a uma conclusão no teste de hipótese. Para isso, faz-se
necessário comparar o valor p com o α, com base no esquema a seguir: se p ≤ α, então
Rejeitar H0, caso contrário, se p > α, então Não Rejeitar H0.

4. Análise e discussão dos resultados

Nas tabelas, na primeira coluna é possível observar os identificadores das variáveis


que compreenderam as dimensões, convencionalmente definidas como sendo PosV1 a
PosV11, PolV1 a PolV8, PraV1 a PraV13 e ProV1 a ProV7, nos casos das dimensões Postura
Verde, Política Verde, Prática Verde e Produção Verde, respectivamente. A segunda coluna é
composta pelas variáveis que serviram de base para a formulação das hipóteses da pesquisa.
As cinco colunas, por conseguinte mostram os valores Qui-quadrado calculados através dos p-
valores (P) e com os seus ajustes, quando necessário, por meio do teste exato de Fisher, por
convenção intitulamos de (F). Finalmente, a coluna “Resultado” apresenta os resultados
referentes aos testes, de forma padronizada como “Não rejeitar H0” ou “Rejeitar H0”.

4.1 Associação entre as variáveis da Postura Verde x Variáveis Demográficas

A Tabela 1 sintetiza os resultados da análise dos testes Qui-quadrados referentes à


dimensão analítica Postura Verde em relação às variáveis demográficas sexo, idade, função de
chefia, tempo de serviço total e escolaridade dos respondentes. A hipótese nula afirma que as
variáveis demográficas não interferem nas práticas de postura verde; a hipótese alternativa,
contrariamente, diz que as práticas de postura verde são afetadas pelas variáveis
demográficas.
TABELA 1 - Resultados dos testes Postura Verde x Variáveis Demográficas.

Te Escolari
Sexo Idade Chefia mpo de dade
Hipótese testada Resultado
Var Serviço

P F P F P F P F P F

PosV1 Termo desenvolvimento sustentável 0,464 0,657 0,696 - 0,491 - 0,261 - 0,526 0,675 Não rejeitar H0
Te Escolari
Sexo Idade Chefia mpo de dade
Hipótese testada Resultado
Var Serviço

PosV2 Práticas de negócios sustentáveis 1,0 1,000 0,46 - 0,7 - 0,0 - 0,1 0,390 Rejeitar H0 (Tempo
de Serviço)
00 4 13 28 95
PosV3 Postura ambiental ao processo 0,1 0,290 0,52 0,675 0,9 1,000 0,8 1,000 0,5 1,000 Não rejeitar H0
31 6 77 18 18
PosV4 Postura ambiental ao produto 0,1 0,290 0,52 0,675 0,9 1,000 0,8 1,000 0,5 1,000 Não Rejeitar H0
31 6 77 18 18
PosV5 Postura ambiental aos serviços 0,1 0,290 0,52 0,675 0,9 1,000 0,8 1,000 0,5 1,000 Não Rejeitar H0
31 6 77 18 18
PosV6 Estratégia ambiental a TI 0,4 0,637 0,15 0,236 0,0 0,123 0,0 0,046 0,3 0,393 Rejeitar H0 (Tempo
de Serviço)
26 1 91 25 00
PosV7 Leis e Normas ambientais para projeto 0,4 0,641 0,10 - 0,1 0,259 0,1 - 0,1 0,215 Não Rejeitar H0
49 5 77 05 61
PosV8 Leis e Normas ambientais para aquisição 0,4 0,641 0,10 - 0,1 0,259 0,1 - 0,1 0,215 Não Rejeitar H0
49 5 77 05 61
PosV9 Leis e Normas ambientais para 0,4 0,641 0,10 - 0,1 0,259 0,1 - 0,1 0,215 Não rejeitar H0
utilização
49 5 77 05 61
PosV10 Soluções tecnológicas eficientes para TI 0,4 0,637 0,52 0,694 0,3 0,443 0,1 0,236 0,9 1,000 Não rejeitar H0
26 3 76 51 25
PosV11 Serviços tecnológicos eficientes para TI 0,4 0,637 0,52 0,694 0,3 0,443 0,1 0,236 0,9 1,000 Não rejeitar H0
26 3 76 51 25
Os resultados demonstram que as variáveis demográficas, de forma geral, não
interferem nas práticas de postura verde na organização analisada. De fato, como mostram os
p-valores e os ajustes por meio do teste exato de Fisher, todos estão acima do nível de
significância de 0,05%, o que força a conclusão de não rejeitar a hipótese nula. No caso da
organização sob análise, nas suas avaliações das práticas de postura verde que presenciam
cotidianamente, tiveram um posicionamento semelhante, não sendo verificadas posições
diferentes entre o que é esperado pelo teste e o que foi verificado empiricamente.
Por outro lado, os resultados referentes às variáveis PosV2 e PosV6 contradizem a
assertiva da hipótese nula, forçando-se o aceite da hipótese alternativa, quando afirma que as
práticas de postura verde são afetadas quanto ao tempo de serviço total. Isso significa que a
organização analisada não tem práticas de negócios sustentáveis (variável PosV2) e não
dispõe de estratégia ambiental voltada para a TI (variável PosV6). O que implica dizer que
essas práticas de postura verde sofrem influência quanto ao tempo de serviço, confirmando
posições diferentes entre o que é esperado pelo teste e o que foi verificado empiricamente.

4.2. Associação entre as variáveis da Política Verde x Variáveis Demográficas


A Tabela 2 sintetiza os resultados dos testes Qui-quadrados sobre a dimensão Política
Verde em relação às variáveis demográficas dos respondentes. A hipótese nula afirma que as
variáveis demográficas não interferem nas práticas de política verde; a hipótese alternativa,
por sua vez, é que as práticas de política verde são afetadas pelas variáveis demográficas.
TABELA 2 - Resultados dos testes Política Verde x Variáveis Demográficas.

Sexo Idade Chefia Tempo de Escolaridade


Serviço
Hipótese testada Resultado
Var
P F P F P F P F P F

PolV1 Aquisições com eficiência 0,449 0,641 0,389 - 0,177 0,259 0,105 - 0,612 1,000 Não rejeitar H0
energética
PolV2 Aquisições com características 0,855 1,000 0,063 - 0,024 - 0,010 - 0,818 1,000 Rejeitar H0 (chefia,
sustentáveis Tempo de Serviço)

PolV3 Ciclo de Vida útil para TI 0,037 0,046 0,389 - 0,858 1,000 0,919 - 0,199 0,372 Rejeitar H0 (sexo)

PolV4 Substituição de ativos de TI 0,053 0,074 0,038 0,045 0,794 1,000 0,605 0,709 0,015 0,026 Rejeitar H0 (idade,
Escolaridade)

PolV5 Política descarte equipamento 0,788 1,000 0,886 1,000 0,060 0,113 0,886 1,000 0,009 0,031 Rejeitar H0
(Escolaridade)

PolV6 Política descarte toner e tinta 0,221 0,553 0,513 0,642 0,249 0,355 0,102 0,157 0,034 0,068 Rejeitar H0
(Escolaridade)

PolV7 Reutiliza computador e monitor 0,361 0,651 1,000 - 0,269 - 0,143 - 0,666 1,000 Não rejeitar H0

PolV8 Lixo Eletrônico 0,283 0,557 0,351 0,602 0,773 1,000 0,230 0,315 0,176 0,225 Não rejeitar H0

Os resultados confirmam que as variáveis demográficas, de forma geral, não


interferem nas práticas de políticas verdes na organização analisada. Isso pode ser
comprovado por meio dos p-valores e pelos ajustes através do teste exato de Fisher. Essa
constatação é decorrente do fato de que todos estão acima do nível de significância de 0,05%,
o que força a conclusão de não rejeitar a hipótese nula. O que implica dizer que não foram
verificadas posições diferentes entre o que é esperado pelo teste e o que foi verificado
empiricamente nesse estudo.
Por outro lado, os resultados referente à variável PolV2 contradizem a assertiva da
hipótese nula, forçando-se o aceite da hipótese alternativa, quando afirma que as práticas de
política verde são, sim, afetadas quando o indivíduo exerce função de chefia. O que implica
dizer que essas práticas de política verde sofrem influência quando o indivíduo exerce função
de chefia. Nessa mesma perspectiva ocorreu em análise ao tempo de serviço total, o que
implica dizer que esta prática de política verde sofre influência quanto ao tempo de serviço.
Dessa forma, os indivíduos com menor tempo de trabalho na organização têm posturas
diferentes em relação aos que são mais veteranos. Portanto, em ambos os casos são
confirmadas posições diferentes entre o que é esperado pelo teste e o que foi verificado
empiricamente.
Ao mesmo tempo em que os resultados referente às variáveis PolV3 e PolV4
contradizem a assertiva da hipótese nula, forçando-se o aceite da hipótese alternativa, quando
afirmam que as práticas de política verde são afetadas pelo gênero e idade, respectivamente.
Neste contexto, as práticas de política verde sofre influência quanto ao sexo e idade dos
servidores, confirmadas através de seus posicionamentos contrários. Neste sentido, os
resultados referentes às variáveis PolV4, PolV5 e PolV6 contradizem a assertiva da hipótese
nula, o que implica afirmar que as práticas de política verde são afetadas quando a
escolaridade varia. Portanto, esses resultados confirmam posições diferentes entre o que é
esperado pelo teste e o que foi verificado empiricamente nesse estudo.

4.3. Associação entre as variáveis da Prática Verde x Variáveis Demográficas

A Tabela 3 sintetiza os resultados da análise dos testes Qui-quadrados referentes à


dimensão analítica Prática Verde em relação às variáveis demográficas dos respondentes. A
hipótese nula afirma que as variáveis demográficas não interferem nas iniciativas de prática
verde; a hipótese alternativa, antagonicamente, é que as iniciativas de prática verde são, sim,
afetadas pelas variáveis demográficas.
TABELA 3 - Resultados dos testes Prática Verde x Variáveis Demográficas.

Se Tempo de Escolarida
xo Idade Chefia Serviço de
Var
Hipótese testada Resultado
P F P F P F P F P F

PraV1 Redução do consumo de energia 0,053 0,074 0,796 1,000 0,193 0,255 0,796 1,000 0,542 0,657 Não rejeitar H0

PraV2 Desliga PC e equipamento em 0,192 0,358 0,232 - 0,880 - 0,052 - 0,860 1,000 Não rejeitar H0
desuso
PraV3 Configura Protetores de tela 0,709 1,000 0,232 - 0,176 - 0,654 - 0,481 0,669 Não rejeitar H0
PraV4 Eficiência Energética em Data 0,025 0,031 0,765 - 0,547 - 0,073 - 0,860 1,000 Rejeitar H0 (sexo)
Center
PraV5 Virtualização de servidores 0,576 0,660 0,232 - 0,367 - 0,052 - 0,860 1,000 Não rejeitar H0
PraV6 Computação em Nuvem 0,099 0,155 0,825 1,000 0,035 0,049 0,061 0,071 0,896 1,000 Rejeitar H0 (chefia)
PraV7 Grid Computacional 0,221 0,553 0,513 0,642 0,070 0,138 0,009 0,014 0,177 0,304 Rejeitar H0 (tempo de
serviço)
PraV8 Videoconferência 0,576 0,660 0,296 - 0,880 - 0,073 - 0,860 1,000 Não rejeitar H0
PraV9 Impressão centralizada 0,580 0,672 0,431 - 0,638 - 0,431 - 0,400 0,666 Não rejeitar H0
PraV10 Impressão frente e verso 0,850 1,000 0,919 - 0,858 1,000 0,389 - 0,612 1,000 Não rejeitar H0
PraV11 Digitalização de documentos e 0,015 0,026 0,654 - 0,098 - 0,232 - 0,290 0,392 Rejeitar H0 (sexo)
processos
PraV12 Impressão com software de 0,464 1,000 0,171 0,485 0,094 0,179 0,922 1,000 0,356 0,418 Não rejeitar H0
bilhetagem
PraV13 Gerencia Automaticamente PC e 0,283 0,557 0,886 1,000 0,773 1,000 0,222 0,315 0,236 0,548 Não rejeitar H0
monitor

Os resultados confirmam que as variáveis demográficas, de forma geral, não


interferem nas iniciativas de prática verde na organização analisada. De fato, da mesma forma
que se pode observar por meio dos p-valores e os ajustes através do teste exato de Fisher,
todos estão acima do nível de significância de 0,05%, o que força a conclusão de não rejeitar a
hipótese nula. No caso da organização sob análise, os respondentes em suas avaliações das
iniciativas de prática verde que presenciam cotidianamente, tiveram um posicionamento
semelhante. Isso significa dizer que não foram verificadas posições diferentes entre o que é
esperado pelo teste e o que foi verificado empiricamente.
Por outro lado, os resultados referente à variável PraV4 e PraV11 contradizem a
assertiva da hipótese nula, forçando-se o aceite da hipótese alternativa, quando afirma que as
iniciativas de prática verde são afetadas pelo gênero. O que implica dizer que esta prática de
política verde sofre influência quanto ao sexo dos servidores, confirmando posições diferentes
entre o que é esperado pelo teste e o que foi verificado empiricamente.
Ao mesmo tempo em que os resultados referente à variável PraV6 e PraV7
contradizem a assertiva da hipótese nula, forçando-se o aceite da hipótese alternativa, quando
afirma que as iniciativas de prática verde são, sim, afetadas quando o indivíduo exerce função
de chefia. De forma semelhante ocorreu em análise ao tempo de serviço total, o que implica
dizer que esta iniciativa de prática verde sofre influência quanto ao tempo de serviço. Dessa
forma, os indivíduos com menor tempo de trabalho na organização têm posturas diferentes em
relação aos que são mais veteranos. Portanto, em ambos os casos são confirmadas posições
diferentes entre o que é esperado pelo teste e o que foi verificado empiricamente.

4.4. Associação entre as variáveis da Produção Verde x Variáveis Demográficas

A Tabela 4 sintetiza os resultados da análise dos testes Qui-quadrados referentes à


dimensão analítica Produção Verde em relação às variáveis demográficas dos respondentes. A
hipótese nula afirma que as variáveis demográficas não interferem nas práticas de produção
verde; a hipótese alternativa, por outro lado, é que as práticas de produção verde são afetadas
pelas variáveis demográficas.
TABELA 4 - Resultados dos testes Produção Verde x Variáveis Demográficas.

Var Sexo Idade Chefia Tempo de Escolaridade


Serviço
Hipótese testada Resultado
P F P F P F P F P F

ProV1 Novas Técnicas e materiais 0,197 0,360 0,153 0,269 0,785 1,000 0,961 1,000 0,977 1,000 Não rejeitar H0

ProV2 Componente com eficiência energética 0,611 1,000 0,277 0,467 0,374 1,000 0,341 1,000 0,575 1,000 Não rejeitar H0

ProV3 Componente com materiais renováveis 0,611 1,000 0,277 0,467 0,245 0,433 0,277 0,467 0,575 1,000 Não rejeitar H0

ProV4 Sistema de Informação sustentável 0,221 0,553 0,743 1,000 0,869 1,000 0,513 0,642 0,847 1,000 Não Rejeitar H0

ProV5 Software para redução de papel 0,517 0,603 0,818 1,000 0,368 0,427 0,818 1,000 0,518 1,000 Não rejeitar H0
Var Sexo Idade Chefia Tempo de Escolaridade
Serviço
Hipótese testada Resultado
ProV6 Software para digitalização de documento 0,543 0,501 0,464 0,586 0,390 0,565 0,626 1,000 0,314 1,000 Não rejeitar H0

ProV7 Hardware com eficiência energética 0,611 1,000 0,277 0,467 0,245 0,433 0,277 0,467 0,575 1,000 Não rejeitar H0

Os resultados mostraram que as variáveis demográficas não interferem nas produções


verdes na organização analisada. De fato, como mostram os p-valores e os ajustes por meio do
teste exato de Fisher, quase todos estão acima do nível de significância de 0,05%, o que força
a conclusão de não rejeitar a hipótese nula. Logo, a organização analisada apontou que os
níveis de percepções dos respondentes, quanto as suas avaliações das produções verdes que
presenciam cotidianamente, tiveram um posicionamento semelhante. Portanto, o que
corrobora que não foram verificadas posições diferentes entre o que é esperado pelo teste e o
que foi verificado empiricamente.

5. Conclusão

Este estudo testou a hipótese de que variáveis demográficas estão associadas com as
dimensões Postura Verde, Política Verde, Prática Verde e Produção verde. Os quatro testes
realizados não conseguiram rejeitar a hipótese nula de que escolaridade, tempo de serviço,
exercício de cargo de chefia, idade e gênero estejam associados com as dimensões analíticas
dos 4Ps da TIV. Isso comprova que a utilização dessas práticas da TIV independe dos
diferentes tipos de aspectos e caraterísticas dos indivíduos que compõem a organização. Dito
de outra forma, não são os aspectos humanos, individuais ou grupais, que interferem nas
práticas da TIV.

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