Biomimetismo

Inovação Inspirada Pela Natureza

André Amaro nº 22656
Outubro de 2010

RESUMO:
O Homem desde sempre encontrou na
Natureza fonte de inspiração para resolver os
seus desafios e contrariedades. O Biomimetismo
surge nos dias de hoje como um último reforço
na procura criativa de novos materiais e
abordagens, potenciada pela actual situação
ambiental que se vive por todo o planeta. No
entanto só agora designers, engenheiros e
cientistas começam a compreender melhor esta
metodologia, e o meio que nos rodeia...
O objectivo desta disciplina é a abordagem da
Natureza como modelo, medida e mentor.
Usando essa observação como solução para
resolver muitos dos nossos problemas.

ABSTRACT:

Man has always found inspiration in nature to

solve their challenges and setbacks. The
Biomimicry emerges today as a strengthening in
final demand creative approaches and new
materials, enhanced by the current environmental
situation we are experiencing across the globe.
Yet only now designers, engineers and scientists
begin to understand this methodology, and our
surroundings ...
The aim of this course is to approach nature as
model, measure and mentor. Using this
observation as a solution to resolve our many
problems.

"Look deep, deep into nature, and then

you will understand everything better."
Albert Einstein

Gestão do Ambiente nas Organizações 10/11 Faculdade de Ciências e Tecnologias - UNL

Sustentabilidade, a solução para o
Sendo o design uma fase inicial do ciclo de
desenvolvimento
vida de um produto, é de toda a importância
O domínio da tecnologia sobre o meio natural,
que caracterizou a Revolução Industrial, conduziu
à extensão do grau de poluição a uma escala
planetária. O uso descontrolado de combustíveis
fósseis e de outros recursos naturais, bem como a
destruição dos ecossistemas, levou à alteração do
padrão climático e da composição atmosférica do
planeta. Tais agressões acarretaram a diminuição
da resiliência e saúde de muitos dos ecossistemas
do mundo, e as consequências na civilização
humana fazem-se sentir hoje mais do que nunca
(Wahl, 2006).
A introdução do conceito de desenvolvimento
sustentável e a sua adopção pela comunidade
empresarial marcou uma transformação na atitude
da indústria. A instituição de mecanismos de
responsabilidade ambiental, conduziu ao
estabelecimento de standards de performance e
códigos de práticas. (Feksel, 1996) Estes
standards têm alargado o conceito de
responsabilidade a todo o ciclo de vida dos
produtos de uma empresa. Segundo Burall (1996),
o crescimento da regulamentação ambiental, o
desenvolvimento de standards e os esquemas de
A natureza foi, é, e será uma fonte infinita de
rotulagem ecológica constituem as forças motrizes
mais significantes para a adopção de práticas
sustentáveis pelas empresas.
Actualmente as empresas enfrentam novos
desafios, além das exigências legislativas
a mb i e nta i s , salienta- se o aumento da
competitividade global, as expectativas mais
elevadas do consumidor e o aumento dos custos
de energia, dos materiais e do trabalho. A
complexidade destes desafios requer uma
mudança profunda não só no mundo empresarial
em geral, mas também no desenvolvimento de
produtos. (Burall, 1996) Como resposta a esta
mudança, as empresas devem desenvolver
produtos e serviços sustentáveis e inovadores.
Para tal, torna-se fulcral a colaboração entre
diversas disciplinas e a cooperação política e
cívica numa escala local, regional, nacional e
global. (Soares, 2008)
As progressivas pressões sociais e governamentais
têm induzido as empresas a repensar os seus
processos industriais e as suas metodologias de
design e produção de novos produtos. Soluções
sustentáveis requerem uma integração de vários
tipos de conhecimento, e nesta medida, o design
pode desempenhar um papel facilitador e
integrador. (Wahl, 2006)
Biomimetismo: Inovação inspirada pela Natureza
Gestão do Ambiente nas Organizações 10/11
actuar neste estágio crítico, de forma a minimizar
impactes ambientais e os custos que se
repercutem nas fases subsequentes. Há que
apostar na prevenção, em detrimento do uso das
tecnologias de fim de linha. (Soares, 2008)
Na aplicação do ecodesign às actividades das
empresas, palavras-chave como recursos
renováveis, eficiência energética e resíduos são
ubíquas. Todos estes conceitos podem associar-
se também aos sistemas naturais, sistemas
presumivelmente sustentáveis, pois têm existido
há centenas de milhões de anos (Benyus, 1997).
Ao longo da evolução, a natureza refinou as suas
formas, processos e sistemas, através de um
conjunto de etapas incrementais. Este complexo
enlace de forças evolutivas assegura a qualidade
dos sistemas resultantes, sistemas altamente
adaptados. (Lodato, 2005) A natureza deve ser
olhada como uma fonte de soluções baseadas
em princípios sustentáveis de vida.
Sistemas naturais – exemplos a seguir
inspiração criativa para a humanidade. Os
sistemas biológicos que residem na natureza, são
caracterizados pela sua complexidade,
sensibilidade e flexibilidade, pela sua capacidade
de adaptar-se a ambientes em mudança, e pelo
seu elevado grau de fiabilidade. Estas
características de design e os princípios da
engenharia que os dirigem, oferecem uma larga
amplitude de possibilidades para a pesquisa na
melhoria de sistemas sintéticos (Lodato, 2005).
O desenvolvimento sustentável baseado no
biomimetismo, incentiva a consciencialização de
que as tecnologias e produtos devem ser
repensados como sistemas auto-suficientes. O
biomimetismo deve aplicar-se tanto à criação de
novos produtos como à procura de soluções para
os problemas técnicos dos produtos existentes.
(Soares, 2008)
Segundo Drack (2002), os sistemas biológicos são
presumivelmente sustentáveis, pois têm existido
há centenas de milhões de anos. Se isto for
verdade, devemos descobrir como é que os
sistemas biológicos realmente funcionam, em
termos de sustentabilidade.
Ao longo da evolução, a natureza refinou as suas
formas, processos, e sistemas através de um
conjunto de etapas incrementais.
O complexo enlace de forças evolutivas assegura
a qualidade do sistema resultante. Este longo
processo resultou em sistemas altamente
O termo Biónica (do Grego – “elemento de
adaptados. (Lodato, 2005)
O que é Biomimetismo?
O Biomimetismo (do bios, significa vida, e
mimesis, significa imitar) é uma nova disciplina que
estuda as melhores ideias da natureza e depois
implementa esses designs e processos de forma
a resolver os problemas humanos. – “inovação
inspirada pela natureza.” – A ideia principal é que
Em 1997, a escritora e cientista Janine Benyus,
a natureza, imaginativa por necessidade, já
resolveu imensos dos problemas com que nos
debatemos agora. Animais, plantas e micróbios
são engenheiros consumados. Eles encontraram
o que funciona, o que é apropriado, e ainda mais
importante, o que subsiste na Terra.
“Depois de 3,8 mil milhões de anos de pesquisa e
desenvolvimento, falhanços são fosseis, e o que
nos rodeia é o segredo para a
sobrevivência.” (Benyus, 2008)
Conceptualmente o Biomimetismo é uma
abordagem tecnologicamente orientada para
aplicar as lições de design da natureza. Segundo
Benyus (1997) existem três factores que
descrevem este novo campo de estudo:
1. Natureza como o modelo. Estuda dos
modelos da natureza e imita-os ou usa-os
como inspiração para os designs/processos,
com o intuito de resolver os problemas
humanos;
2. Natureza como uma medida. Uso o padrão
ecológico para julgar a relevância das nossas
inovações. Após 3,8 biliões de anos de
evolução, a natureza aprendeu: O que
funciona. O que é apropriado. O que dura;
3. Natureza como um mentor. Nova forma de
Nos últimos anos, o interesse por parte dos
observar e avaliar a natureza. Introduz um
período baseado, não no que podemos extrair
do mundo natural, mas no que podemos
aprender dele.
A origem e evolução de uma nova ciência
Ao longo da história humana os designers têm
usado os sistemas naturais com inspiração para
os seus artefactos. Segundo Lodato (2005),
Leonardo Da Vinci pode ter sido o primeiro
verdadeiro investigador da Biónica, visto que a
Biomimetismo: Inovação inspirada pela Natureza
Gestão do Ambiente nas Organizações 10/11
maioria dos seus designs foram baseados em
observações na natureza.
vida”) foi oficialmente usado como título de um
simpósio em Setembro de 1960. O conceito de
Biónica de Steele focava-se basicamente na
imitação da forma biológica e estrutura fisiológica
dos organismos, utilizando características
biológicas induzidas como base para o
desenvolvimento técnico. (Hsiao† e Chou‡, 2007)
introduziu o conceito de Biomimetismo no seu
livro Biomimicry: Innovation Inspired by Nature.
Este novo termo caracterizou-se por um âmbito
mais alargado que o conceito de Biónica,
conhecido até à data. Além de considerar a
imitação da forma biológica, o Biomimetismo
inclui também o conceito de replicação do
comportamento dos organismos biológicos.
Em 1999, Edwin Datschefski, investigador
especializado no desenvolvimento e promoção de
conceitos de design de produtos sustentáveis,
fundou uma organização denominada Biothinking
International. “BioThinking” significa olhar o
mundo como um sistema único, e desenvolver
técnicas novas, derivadas da ecologia, a aplicar no
design industrial, organizacional e sustentável.
No seu livro The Total Beauty of Sustainable
Products, Edwin alerta todos os envolvidos no
processo de design do produto para o trabalho
urgente de repensar os produtos, no sentido de
torná-los 100% sustentáveis.
Janine Benyus e Edwin Datschefski são dois
nomes indissociáveis da evolução do
Biomimetismo como ciência. Os princípios
usados, por cada autor, para guiar o design dos
produtos estão sumarizados na Tabela 1.
engenheiros em retirar conceitos de design da
natureza tem aumentado. Em especial ao longo
da última década, com o crescente foco na
natureza, o campo da Biónica explodiu. (Lodato,
2005) Este crescimento tem sido notório, sendo
cada vez mais comum encontrar livros, artigos,
sessões de conferência e programas nas
Universidades sobre Biónica ou Biomimetismo.
(Dickinson, 1999)
 Janine Benyus (1997)
• Usar resíduos como um recurso.
• Diversificação e cooperação para usar
completamente o habitat.
• Obter e usar energia de forma eficiente.
• Optimizar em vez de maximizar.
• Moderar o uso de materiais.
• Não poluir.
• Não gastar recursos.
• Permanecer em equilíbrio com a biosfera.
• Partilhar Informação
• Comprar localmente
Possibilidades do Biomimetismo
O texto que se segue foi retirado de uma entrevista
pela Janine Benyus ao sitio Biomimicry Guild, e
pretende demonstrar de uma forma simples e
objectiva os conceitos práticos do biomimetismo e
as suas aplicações.
Pode dar-nos o exemplo de que tipos de problemas
se podem resolver através do biomimetismo?
Biomimetismo procura na natureza aconselhamento
específico: Como iremos produzir o nosso
alimento? Como iremos poupar energia? Como
iremos fabricar os nossos materiais? Como nos
iremos manter saudáveis? Como iremos armazenar
aquilo que aprendemos? Como iremos administrar
negócios sem estrangular o capital natural?
Vamos olhar para uma dessas categorias: Materiais.
Neste momento, nos utilizamos o que é chamado
de “heat, beat and treat” (aquecer, bater e tratar)
para produzir materiais.
Biomimetismo: Inovação inspirada pela Natureza
Gestão do Ambiente nas Organizações 10/11
Ed Datchefski (2001)
• Cíclico: os produtos devem ser parte de ciclos
naturais, feitos de material que possa ser
compostado ou tornar-se parte de um ciclo humano,
como um círculo fechado de reciclagem.
• Solar: toda a energia usada para fazer um usar o
produto deve provir de energia renovável, em todas
as suas formas, como a solar.
• Eficiente: aumentar a eficiência dos materiais e
uso de energia significa menos danos ambientais.
Os produtos podem ser desenhados para usar 1/10
do que usavam antes.
• Segurança: os produtos e os subprodutos não
devem conter materiais tóxicos.
• Social: O fabrico dos produtos não pode incluir
exploração dos trabalhadores.
adaptado de Soares, 2008
Por exemplo, Kevlar, o material dos coletes à prova
de bala, é o nosso material de alta-tecnologia de
topo. Não existe algo mais forte ou resistente. Mas
como o produzimos? São empobrecidas
moléculas de derivados de petróleo numa cuba
pressurizada contendo acido sulfúrico, que é fervido
a altas temperaturas. Depois submete-se a altas
pressões para forçar as fibras a alinharem-se como
pretendido. O input de energia é imenso e os
subprodutos tóxicos são detestáveis.
A natureza tem uma abordagem diferente. Porque
um organismo produz materiais como osso ou
colagénio ou seda no seu próprio corpo, não faz
sentido “aquecer, bater e tratar”. Uma aranha, por
exemplo, produz seda à prova de água que batem
em elasticidade e resistências o kevlar. Grama por
grama, é cinco vezes mais forte que aço! Mas a
aranha produz este material na água, a temperatura
ambiente, não usando altas pressões,
temperaturas ou químicos.
 O melhor de tudo, não necessita de perfurar em
alto-mar em busca de petróleo; por um lado,
acaba por significar o consumo de moscas e
grilos e a produção deste miraculoso material. Em
caso de aperto, a aranha pode ainda comer parte
da sua teia antiga para produzir uma nova.
Imagine o que este tipo de estratégia de produção
poderia fazer pela nossa industria de fibras!
Matérias primas renováveis, fibras excelentes,
insignificante consumo de energia e produção de
resíduos. Obviamente temos imenso a aprender
com um organismo que produz seda há mais de
380 milhões de anos.
Casos de Estudo
Aprender a ser Eficiente com os Guarda-Rios
O comboio bala Shinkansen da Companhia West
Japan Railway é o comboio mais veloz no mundo,
viajando a 320 quilómetros por hora. O problema?
Ruído. A alteração da pressão do ar aquando da
saída do comboio de um túnel, produz um
estrondo trovejante que se tornou motivo de
protesto de residentes numa extensão de 2
quilómetros.
Eiji Nakatrsu, o chefe engenheiro do comboio e
também um bird-watcher, perguntou-se a si
próprio “Será que existe algo na Natureza que
atravesse rapidamente e de forma suave duas
atmosferas distintas?” A criação de um modelo
da parte dianteira do comboio a partir do bico do
Guarda-Rios, que mergulha do ar para superfícies
de água com muito poucos salpicos para apanhar
um peixe, resultou não são num comboio mais
silencioso, como também na redução de 15% do
consumo de electricidade enquanto o comboio
viaja 10% mais depressa.
Chimpanzés – investigadores experientes
Um quarto de todos os medicamentos modernos
derivam directamente de plantas, e existem
centenas de milhares de outras espécies de
plantas por examinar, cada um com dezenas de
compostos químicos únicos que podem
comprovar o seu valor medicinal. “Se alguém
pretender encontrar mais medicamentos valiosos,
por onde deve começar a procurar?”. Poderá levar
milhões de anos, literalmente, para seleccionar
através desta enorme variedade de plantas e
compostos das plantas até encontrar alguma
com valor medicinal.
Biomimetismo: Inovação inspirada pela Natureza
Gestão do Ambiente nas Organizações 10/11
Felizmente foi exactamente esta detalhada
selecção que investigadores descobriram que os
chimpanzés fizeram. Através da observação de
como chimpanzés e outras espécies lidavam
com a doença, investigadores descobriram pistas
sobre que plantas possuíam promissoras
aplicações médicas para a saúde humana. Por
exemplo, em arvores do género Vernonia, que os
chimpanzés procuravam regularmente quando
doentes, descobriu-se que contêm compostos
químicos que revelaram ser uma promessa no
tratamento de parasitas como ancilostoma e
giardia em humanos.
Painéis solares fotossintéticos
Através do uso de um corante similar à clorofila
encontrado nas folhas verdes, o protótipo Célula
Solar Corada (Dye Solar Cell) da Dyesol distingue-
se das células solares mais tradicionais á base de
silicone porque funciona de forma a mimetizar os
processos fotossintéticos das plantas. A
tecnologia Deysol cria um processo fotossintético
artificial ao incluir uma carga entre um dióxido de
titânio semicondutor e um solução de eletrólitos.
Depois incorpora essa tecnologia em pequenas
telhas que compõem painéis, que podem ser
instalados em qualquer local que pode acomodar
os convencionais painéis fotovoltaicos. A Deysol
argumenta que as Células Solar Coradas são a
resposta sustentável para os frequentemente
usados paneis fotovoltaicos feitos com silicone,
visto que estes requerem grandes quantidades de
energia para produzir.
A companhia sediada na Austrália está a trabalhar
num protótipo e almeja licenciar a sua tecnologia.
Relataram que em Junho de 2009 receberam um
encomenda de mais de 788.500$ em Dye Solar
Cells para uma subsidiária da Petronas-Malásia,
uma empresa que faz parte da “Fortune Global
500”.
Tinta Stolit Lotusan
A StoCorp pegou no poder de limpeza do Lotus –
uma planta com uma microestrutura hidrofóbica
única que força as gotas de água a agregarem-se
e escorrer das folhas – para melhorar o tempo de
vida de numerosos materiais difíceis de limpar
como o estuque, cimentos e outros acabamentos
de exteriores. A tinta de revestimento exterior da
companhia Solit Lotusan, foi patenteada como o
“Efeito Lotus” por possuir propriedades super-
hidrofóbicas e minúsculos cumes e vales na sua
superfície, tornando-a altamente resistentes a
água, sujidade, bolor, mofo, cal e até raios UV’s.
A tinta Stolit Lotusan permite que as superfícies se
mantenham limpas e secas, e pode diminuir os
custos de consumo de água e limpeza de
manutenção por parte dos proprietários.
Muita da pesquisa em biomimetismo encontra-
O “Efeito Lotus” de revestimento da StoCorp,
criado pelo botânico pelo Dr. Wilhemlm Barthlott,
foi introduzido no mercado europeu em 1999 e foi
desde então aplicado em mais de 300 milhões de
metros quadrados de fachadas.
Fita Osga vai cola-lo ao tecto
Foi descoberto um novo material coberto por
pelos nanoscópicos que mimetizam os pelos
encontrados nas patas das osgas, investigadores
dizem que este produto poderá permitir pessoas
andar em superfícies inclinadas e através de
tectos. André Geim e seus parceiros da
Universidade de Manchester, Inglaterra, dizem
que cobrir a mão de uma pessoas com este
material seria suficiente para permitir que esta se
colasse ao tecto. A fita poderá ser separada da
superfície simplesmente através do
descascamento lento a partir de um dos lados.
As osgas podem trepar com facilidade até a mais
escorregadias das superfícies e permanecer
penduradas no vidro usando apenas um dedo. O
segredo por de trás desta capacidade
extraordinária de escalada reside nos milhões de
pequenos pelos de ceratina que possuem na
superfície de cada uma das patas. O fenómeno
intermolecular conhecido como as Forças de van
der Waals é exercida por cada um desses pelos.
Embora esta força individualmente seja
minúscula, os milhões de pelos produzem
colectivamente um poderoso efeito adesivo.
Os investigadores acreditam que este material
poderá ter várias aplicações, desde novos tipo de
pneus a robots que podem escalar paredes. Mas
Geim admite que o actual método de fabrico ainda
está longe de estar adaptado á produção maciça
da fita-cola . Acrescenta ainda que a maior
preocupação é como produzir pelos artificiais que
possam ser reaplicados várias vezes.
Considerações Finais.
Tradicionalmente, o biomimetismo aplicado á
engenheira foca-se na transferência de
“tecnológicas biológicas” para o domínio da
engenheira. Este simples realçar atinge com
sucesso o seu fim. O biomimetismo interpretado
mais amplamente, oferece mais que nova
Biomimetismo: Inovação inspirada pela Natureza
Gestão do Ambiente nas Organizações 10/11
tecnologia. O mundo vivo surge como um sistema
de sustentabilidade intrínseca que vale a pena
copiar.
se a anos e anos de se materializar, mas é um
caminho, uma abordagem. Requer que
continuemos a questionar: “Como a natureza
ensina? Como a natureza aprende? Como a
natureza comunica? O primeiro passo será
acalmar a esperteza humana e só depois ouvir.
Como diz Wes Jackson “Quando começarmos a
ver a natureza como um mentor, a gratidão
misturar-se-á com a ganância e a noção de
recursos tornar-se-á obsceno”. Ao invés de olhar
para a natureza como um armazém, iremos
aprender a olhar a natureza como um professor.
Em vez de avaliar o que podemos extrair da
natureza, iremos avaliar aquilo que poderemos
aprender da natureza. Iremos perceber que a
evolução livre é mais preciosa que qualquer filão
de petróleo de tal forma que a racionalidade de
proteger locais selvagens será por demais
evidente. (Benyus, 2004)
Referências Bibliográficas
Benyus J., 1997. Biomimicry: Innovation Inspired
by Nature. Quill Publishers.
Benyus, J.,2004. Janine Benyus Discussion Guide
in Bioneers Action Kit, Collective Heritage Institute.
Benyus, J., 2008. Biomimicry Guild - Conversation
with Janine Benyus. Acedido em 10 de Outubro de
2010 em: http://www.biomimicryguild.com/
janineinterview.html
Burall, P., 1996. Product development and the
environment. The Design Council, Gower.
Cohn,D., 2009. Biomimicry in Pratice. Sustainable
Industries. Acedido em 14 de Outubro de 2010,
em: http://sustainableindustries.com/articles/
2009/07/biomimicry-practice
Drack, M., 2002. Bionics and Ecodesign: how are
materials used in nature, and what can thus be
applied to sustainable product design?. in:
Brebbia, C., Sucharov, L., Pascolo, P., Design and
Nature: Comparing Design in Nature with Science
a n d E n g i n e e r i n g ( D e s i g n a n d N a t u re ) .
Computational Mechanics, Inc.
Feksel, J., 1996. Design for Environment: Creating Eco-
efficient Products and Processes. McGraw-Hill
Professional Publishing.
Lodato, F., 2005. The nature of design. Design
Management Review 16, 56 – 61.
Knight, W., 2003. Gecko tape will strick you to ceiling.
NewScientist. Acedido em 14 de Outubro de 2010 em:
http://www.newscientist.com/article/dn3785
Soares,M., 2008. Biomimetismo e Ecodesing:
Desenvolvimento de uma ferramenta criativa de apoio
ao design de produtos sustentáveis. Faculdade de
Ciências e Tecnologia
Wahl, D., 2006. Bionics vs. biomimicry: from control of
nature to sustainable participation in nature. in: Brebbia
C.A., Design and Nature III: Comparing Design in
Nature with Science and Engineering, Wessex Institute
of Technology, UK, 289 – 298.
Wimmer, W., Züst, R., 2006. ECODESIGN Pilot:
Product-Investigation-, Learning- and Optimization-Tool
for Sustainable Product Development with CD-ROM.
Springer; 1 edition.

Gestão do Ambiente nas Organizações 10/11 Faculdade de Ciências e Tecnologias - UNL