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o poema D.

Sebastião ( não está datado) , o 1º dos 5 simbolos que abrem a 3º parte, O


encoberto da mensagem. Cinco é o número do despertar da consciência adormecida e da
reinvenção do dia claro, estes tópicos inspiram largamente o conteúdo do segundo símbolo –
o Quinto Império ( poema já estudado em aula)

A mensagem distingue de forma clara: o d.sebastião histórico, o “ser que houve”, que
morreu em alcacer quibir, e o d.sebastião do encoberto, eu há de regressar é o “ser que há” ou
seja que vive na lenda e fecunda o sonho e a loucura vividos, sendo esta a energia criativa e é
isso mesmo que vai tratar o poema d.sebastião. Os mitos “afeta o homem na sua totalidade,
não se dirigindo apenas ao intelecto, mas tocando-lhe o coração, incentivando-lhe a
imaginação e motivando-lhe a vontade” (artur veríssimo, “sebastianismo”)
'Sperai! Caí no areal e na hora adversa Que importa o areal e a morte e a desventura
Que Deus concede aos seus Se com Deus me guardei?
Para o intervalo em que esteja a alma imersa É O que eu me sonhei que eterno dura
Em sonhos que são Deus. É Esse que regressarei.
Fernando Pessoa, Mensagem

Este poema glorifica d.sebastião “ser que houve”-1º estrofe, figura história,passado e
o “ser que há”- 2ª estrofe,presente e o futuro

inicia-se com um apelo do rei aos portugueses, a quem o monarca transmite a


esperança de um futuro promissor. O vocábulo “sperai!” é uma lembrança das últimas
palavras de d.sebastião na hora da morte “ morrer, sim, mas devagar”.

Para o rei, a “hora adversa” do presente não é mais do que o “intervalo”(momento


transitório) necessário para o inicio da realização de um grande sonho universal e eterno – “é
o que eu me sonhei que eterno dura” – que ultrapassará a precariedade do momento em que
o D. Sebastião histórico, aquele que desapareceu na batalha de Alcácer Quibir, caiu no areal. A
derrota, em Alcácer Quibir, é assim, apresentada como “um mal necessário” para se
ultrapassar a dimensão material e efémera do império português – “o areal e a morte e a
desventura” – e se começar a construir uma outra grandeza possuidora de uma dimensão
espiritual e eterna, o Quinto Império, inspirado na figura do rei – “É esse que regressarei”. O
rei assume-se como uma espécie de messias, um enviado de Deus – “Que Deus concede aos
seus”; “Se com Deus me guardei?” –, um salvador que conduzirá o seu povo à glória eterna.

A alma do rei está guardada, e quem a guarda é deus. Querendo assim dizer que a morte não
tem significado porque a nossa essência está guardada por deus. Ou seja não é o rei que
perdura igual mas sim a essência dos seus atos e a sua coragem e em geral o mito.

Pessoa não está aqui a divinizar a figura de d.sebastião mas sim a importância do seu mito.
Pois é o mito que vai fecundar a realidade/ infetar a nova vida e transformar o que está morto
– ou seja os portugueses- “ o nada que é tudo”

Quanto á análise externa, o poema tem e estrofes cada uma com 4 versos, ou seja
quadras, esquema rimático é cruzado em todas as estrofes.

Os Lusíadas – Obra dedicada a D.Sebastião, onde são referidas as suas características como
rei, jovem é apontado como seguro e garante da dependência de Portugal para expandir a fé
cristã e o império. Embora jovem já intimidava os mouros, estando deste modo já talhado para
grandes feitos. D. Sebastião está destinado a ser o salvador de uma nação em crise.
Mensagem: – D. Sebastião é apresentado como alguém que viveu não para encontrar a morte,
mas para “vencer” na vida; Como um lutador pelos seus sonhos , conseguindo sempre os seus
objetivos. Aqui o rei está despido de todas as coisas humanas, e por isso toda a história e
glória descrita nos lusíadas constitui a esperança na Mensagem, ou seja um sonho ou utopia .
É desta maneira feito o apelo aos portugueses para continuarem a ter a atitude sebastianista
vitoriosa e decidida

Enquanto Os Lusíadas são a exortação pura, do D. Sebastião presente, da esperança na


renovação do Império decadente, a Mensagem é a exortação do mito Sebastianista, do rei
morto e agora feito o futuro.

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