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Jorge de Brito
University of Lisbon
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Sustainable Development of Cement-based Materials: Application to Recycled Aggregates Concrete View project
Performance of concretes made with recycled aggregates from construction and demolition waste from Portuguese recycling plants View project
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Jorge de Brito
Junho de 2003
ÍNDICE
1. Introdução 1
2. Soluções tradicionais de pavimentos 4
2.1. Soluções tradicionais 4
2.2. Soluções não tradicionais em betão 6
3. Pavimentos de vigotas de betão pré-esforçado 14
3.1. Elementos constituintes 14
3.2. Campo de aplicação 16
3.3. Vantagens e desvantagens 16
4. Processo de fabrico 18
4.1. Armazenamento e dosagem dos agregados 18
4.2. Limpeza das pistas 18
4.3. Colocação dos fios de aço 19
4.4. Aplicação do pré-esforço 21
4.5. Moldagem 22
4.6. Cura 23
4.7. Transmissão do pré-esforço dos fios para o betão 24
4.8. Corte das vigotas 25
4.9. Levantamento, transporte e armazenamento das vigotas 26
4.10. Fabrico dos blocos de cofragem de betão 27
4.11. Patologia na fase de fabrico 28
4.11.1. Resistência do betão à compressão 28
4.11.2. Pré-esforço nas vigotas 29
4.11.3. Posicionamento das armaduras 30
4.11.4. Outras falhas 31
4.11.5. Reutilização de vigotas defeituosas 31
5. Controlo de qualidade no fabrico 33
5.1. Exigências que os elementos constituintes dos pavimentos devem satisfazer 34
5.1.1. Vigotas 34
5.1.2. Blocos de cofragem 35
5.1.3. Betão complementar 36
5.1.4. Armadura de distribuição 36
5.1.5. Recepção em obra dos elementos prefabricados 37
5.2. Exigências funcionais 37
5.2.1. Segurança estrutural 37
5.2.2. Durabilidade 38
5.2.3. Resistência ao fogo 38
5.2.4. Isolamento térmico 39
5.2.5. Estanqueidade 40
5.2.6. Isolamento acústico 41
5.2.7. Regras complementares 42
5.3. Ensaios laboratoriais 43
5.3.1. Ensaios de flexão 44
5.3.2. Ensaios de penetração 46
5.3.3. Ensaios de solidarização 46
5.3.4. Ensaios de choque 47
6. Montagem em obra 48
7. Disposições construtivas e de projecto 53
7.1. Armadura de distribuição 53
7.2. Tarugos 53
7.3. Apoios com continuidade estrutural 53
7.4. Apoios sem continuidade estrutural (simples) 54
7.5. Paredes divisórias 55
7.6. Cargas suspensas 56
7.7. Aberturas 56
7.8. Consolas 56
7.9. Apoios em suspensão 58
8. Dimensionamento de pavimentos não tradicionais 59
8.1. Introdução breve sobre acções e combinações de cálculo 59
8.2. Cálculo de lajes aligeiradas de vigotas pré-esforçadas 61
9. Bibliografia 67
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1. INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que o conceito de “pré-fabricação” já vem do tempo dos egípcios e dos
romanos (Fig. 2, à esquerda), pois estes construíam com elementos previamente executados e
depois montados em obra. Hoje em dia, a indústria de elementos pré-fabricados para
pavimentos e coberturas de edifícios de habitação de pequena a média escala, iniciada em
Portugal nos anos 40, sem sido dominada pela produção de vigotas pré-esforçadas (Fig. 2, à
direita) e abobadilhas cerâmicas ou de betão. Contudo, existem outras tipologias de elementos
pré-fabricados, tais como as vigotas de betão armado, as pranchas de betão armado e de betão
pré-esforçado, e as pré-lajes vazadas e de betão armado. Relativamente aos materiais
utilizados em elementos de aligeiramento, tem-se as abobadilhas de barro vermelho, os blocos
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de betão leca (argila expandida) e, mais raramente, os blocos de betão normal ou de betão
celular autoclavado.
Este documento pretende servir de apoio aos alunos do Mestrado Avançado em Construção e
Reabilitação do Instituto Superior Técnico na Cadeira de Construção de Edifícios. Foca parte
do capítulo dessa mesma cadeira dedicado às soluções não tradicionais de pavimentos e
escadas que, tal como toda a restante matéria, se restringe fundamentalmente aos edifícios
correntes. Dentro deste capítulo, insere-se nos pavimentos pré-fabricados aligeirados à base
de vigotas de betão pré-esforçado (e, com menor ênfase, armado) e elementos de
aligeiramento cerâmicos ou de betão. De fora ficam outras soluções de pavimentos não
tradicionais total ou parcialmente pré-fabricadas, como as pranchas vazadas e as pré-lajes,
tratadas em documentos independentes, respectivamente [1] e [2].
A elaboração deste documento não resultou de investigação específica sobre o tema efectuada
pelo seu Autor mas sim de alguma pesquisa bibliográfica, da consulta dos profissionais do
sector e de monografias escritas realizadas por alunos do Instituto Superior Técnico, na
Licenciatura em Engenharia Civil e no Mestrado em Construção. Assim, muita da informação
nele contida poderá também ser encontrada nos seguintes textos, que não serão citados ao
longo do texto:
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Fig. 3 - Laje maciça vigada corrente (em cima) e laje maciça nervurada (em baixo)
0.15 m
0.225 m
Fig. 4 - Lajes fungiformes: maciças (em cima), aligeiradas com moldes recuperáveis (ao
meio) e recuperáveis com moldes perdidos (em baixo)
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As lajes vigadas maciças tradicionais são elementos resistentes horizontais ou quase, sem ali-
geiramento, apoiados em vigas ou paredes e betonados in-situ, em que uma das dimensões, a
espessura normalmente constante, é muito inferior às restantes. Do seu campo de aplicação
constam: os vãos pequenos a médios; os pavimentos em que existem cargas concentradas não
negligenciáveis aplicadas no pavimento; as configurações irregulares em planta; os pavimen-
tos em regiões sísmicas e edifícios de médio a grande porte. Sobretudo em pontes e viadutos,
recorre-se bastante a lajes maciças nervuradas, em que as nervuras funcionam como vigas.
O problema do punçoamento pode ser resolvido recorrendo a lajes de espessura não constante
seja através de um capitel (Fig. 5, à esquerda) ou de um espessamento localizado (Fig. 5, à
direita). O recurso a estas soluções permite aumentar os máximos vãos para os quais é econó-
mico recorrer a lajes fungiformes de betão armado: 8 m para maciças e 12 m para aligeiradas.
Os principais problemas das lajes fungiformes estão associados às dimensões reduzidas dos a-
poios (pilares) em relação aos vãos das lajes. Daí advém uma concentração de esforços e
armaduras junto aos pilares, o perigo do punçoamento das lajes, uma deformabilidade muito
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acentuada das lajes para acções gravíticas e o seu comportamento menos bom às acções
sísmicas.
As lajes vigadas não tradicionais são elementos resistentes horizontais ou quase, normalmente
aligeirados, apoiados em vigas ou paredes e parcial ou totalmente pré-fabricados, em que uma
das dimensões, a espessura que é constante, é muito inferior às restantes. Do seu campo de
aplicação constam: vãos pequenos a médios e configurações regulares em planta de edifícios
de pequeno porte.
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Vigota pré-esforçada
Abobadilha cerâmica
3Ø
Fig. 7 - À esquerda, vigota de betão pré-esforçado, ao centro, blocos vazados de betão leve e,
à direita, bloco vazado cerâmico
Fig. 8 - Pavimento à base de vigotas de betão armado com treliças (“treillis”) metálicas e
abobadilhas de betão normal
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Treliça
Betão complementar
(colocado in-situ)
Pré-laje
A abobadilha cerâmica (solução mais tradicional em Portugal) diminui o peso específico das
lajes aligeiradas, funcionando também como cofragem perdida. Pode ser substituída por blo-
cos vazados de betão normal ou leve (celular autoclavado tipo Ytong ou com argila expandida
tipo Leca) ou por blocos maciços de betão leve, tanto nas soluções à base de vigotas de betão
armado e pré-esforçado como nas com pranchas cerâmicas pré-esforçadas (nas pré-lajes
aligeiradas, os blocos de aligeiramento têm uma geometria ligeiramente diferente). O betão
complementar forma uma lâmina de compressão e é armado com uma rede electrossoldada.
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Por sua vez, as vigotas pré-esforçadas podem ser substituídas por pranchas cerâmicas pré-
esforçadas (Fig. 11), vigotas de betão armado idênticas às pré-esforçadas ou com treliças
metálicas (Fig. 9), pranchas vazadas (também designadas por lajes alveolares) de betão
armado (Fig. 15) ou pré-esforçado (Fig. 13), sendo que nestas duas últimas soluções não há
blocos de cofragem.
Deve ainda acrescentar-se uma outra utilização muito corrente das vigotas (geralmente as pré-
esforçadas): como madres, varas, ripas ou contra-ripas em coberturas de elementos
descontínuos, tanto apoiadas em asnas no sistema clássico (Fig. 18) como em muretes de
alvenaria de tijolo sobre lajes de esteira em desvãos não habitados (Fig. 19).
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Madres (vigotas
pré-esforçadas)
Asnas
Laje de esteira
Fig. 19 - Sistema de apoio de telhas com recurso a vigotas em desvão não habitado
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Estes pavimentos são, como se referiu atrás, constituídos por vigotas pré-fabricadas de betão
pré-esforçado, onde assentam os blocos de cofragem, permitindo o aligeiramento do pavimen-
to. Após a colocação destes elementos em obra, é aplicado uma armadura de distribuição e
uma camada de betão complementar, com função resistente e de solidarização do conjunto.
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As vigotas são pré-fabricadas, de betão pré-esforçado por fios de aço aderentes. O betão é
cimento portland normal, com características de resistência elevadas (da classe B45 ou
próxima). Os agregados podem ser calcários, basaltos, calhaus rolados, granitos e areias.
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Como referido acima, uma outra aplicação das vigotas pré-esforçadas é na estrutura de
suporte de revestimentos descontínuos em coberturas de edifícios (Fig. 23, à direita).
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4. PROCESSO DE FABRICO
As vigotas são fabricadas por um sistema mecanizado, sendo a sua moldagem feita, sem
moldes fixos, sobre uma plataforma de betão, ao longo da qual se descola um dispositivo
mecânico de distribuição, moldagem lateral e compactação do betão por vibração.
Os agregados são colocados, separadamente, em “silos” consoante a sua calibragem (Fig. 24,
à esquerda). Através de tapetes rolantes (Fig. 24, 2º a partir da esquerda), os agregados
doseados e o cimento, também armazenado em silos (Fig. 25, à esquerda), são transportados
para uma betoneira (Fig. 24, 2º a partir da direita) para a execução do betão, controlada
através de um sistema centralizado (Fig. 25, ao centro). Já na fase de moldagem, o betão é
enviado através de baldes (Fig. 25, à direita) que se deslocam suspensos de pontes rolantes até
à máquina de moldagem das vigotas.
Fig. 24 - Da esquerda para a direita, silos de agregados, tapetes rolantes para transporte de
agregados, betoneira e limpeza manual das pistas
O tratamento das superfícies das pistas ou mesas tem por objectivo evitar que as bases das
vigotas adiram às pistas. Esta limpeza, antigamente feita por métodos manuais (Fig. 24, à
direita), é hoje feita através de uma máquina (Fig. 27, à esquerda) que possui um par de
escovas rotativas cilíndricas, eliminando qualquer tipo de detritos.
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As superfícies não revestidas são tratadas com produtos sólidos, como pó de pedra calcária,
pó ou granulado fino de tijolo e cal apagada, em pó ou em leite. Depois, ou no caso das
superfícies revestidas, o produto líquido utilizado é o óleo de descofragem misturado com
água (Fig. 26). Este será aplicado nas mesas através de um regador, pulverizador, ou
dispositivo espalhador colocado na frente da máquina, numa quantidade suficiente e tendo o
cuidado do excesso, pois irá prejudicar a aderência aço-betão no pré-esforço.
Os fios encontram-se enrolados em bobines especiais (Fig. 27, ao centro) junto às mesas de
moldagem (Fig. 27, à direita), sendo estendidos ao longo das mesas por processos manuais ou
mecânicos (Fig. 28, à esquerda), até à extremidade oposta onde são fixados nas cabeças de
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fixação (maciços de amarração), com a forma da vigota (Fig. 28, ao centro). Neste processo,
deve-se evitar a lubrificação acidental dos fios com o óleo de descofragem. Na extremidade
onde se encontram as bobines (Fig. 28, à direita), a fixação é feita nos macacos hidráulicos,
que irão aplicar o pré-esforço nos fios.
Fig. 27 - Máquina para limpeza das pistas (à esquerda), armazenamento dos fios de aço (ao
centro) e mesas / pistas de montagem (à direita)
Fig. 28 - Máquina para puxar os fios de pré-esforço (à esquerda), cabeças de fixação dos fios
de aço (ao centro) e extremidade a partir da qual os fios são esticados (à direita)
Geralmente, a fixação é feita individualmente para cada fio através de cunhas cónicas de aço
de alta resistência (Fig. 28, à direita), com superfície estriada, as quais actuam dentro de um
pequeno cilindro de aço formando um conjunto, previamente enfiado nos fios e que encostam
aos dispositivos de apoio, ligados à plataforma das mesas de moldagem. Estes dispositivos
podem ser vigas Grey ou perfis I, solidamente apoiados em troços de viga do mesmo tipo que,
por sua vez, estão fixos às plataformas das mesas de moldagem através de parafusos e porcas
de grande diâmetro (Fig. 28, à direita). Este sistema permite a comunicação gradual do pré-
esforço dos fios às vigotas.
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No processo de aplicação do pré-esforço nos fios, coloca-se, antes do início da mesa de mol-
dagem, um painel metálico (Fig. 29, ao centro) com o objectivo de proteger os operários que
executam o pré-esforço. Esta protecção justifica-se pelo facto de, aquando da execução do
pré-esforço dos fios, poderem ocorrer acidentes que levem à quebra de um ou mais cabos, que
provocam o seu movimento descontrolado.
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4.5. MOLDAGEM
A moldagem é realizada através de uma máquina, que se desloca sobre carris paralelos às
mesas de montagem, constituída por um corpo principal (Fig. 29, à direita), na base do qual se
encontram incorporados os moldes das vigotas (Fig. 30, à esquerda). Superiormente, a
máquina possui uma tremonha para armazenamento do betão, que para lá é transportado por
baldes suspensos de pontes rolantes e é enviado posteriormente para os moldes situados
inferiormente (Fig. 30, 2º a contar da esquerda). A tremonha possui um conjunto de pás
rotativas que permitem o remeximento do betão com o objectivo de evitar a segregação do
mesmo, causada pelas operações de lançamento do betão da betoneira para o balde, transporte
por ponte rolante e descarga do balde para a tremonha de alimentação da máquina. O betão
tem de ter uma consistência tal que se aguente na forma que o processo de extrusão lhe dá,
sem necessidade de confinamento lateral (moldes, hoje caídos em desuso pelo seu baixo
rendimento, que eram metálicos e constituídos por troços desmontáveis).
Instalado na parte da frente da máquina, encontra-se um chassis que contém os guia-fios (Fig.
30, 2º a contar da direita). Os guia-fios são em geral constituídos por hastes verticais dispondo
de parafusos de fixação, nas quais existem pequenas hastes transversais onde são suspensos
os fios de pré-esforço. A deslocação das hastes verticais permite fixar os fios às cotas
previstas e evitar erros de fabrico.
Fig. 30 - Da esquerda para a direita, moldes das vigotas na base da máquina de moldagem, apli-
cação do betão na base da tremonha da máquina de moldagem, guia-fios e cabo e tambor rotativo
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A deslocação da máquina de moldagem processa-se por meio de um cabo que está fixo no
topo da mesa de moldagem e num tambor rotativo acoplado à máquina (Fig. 30, à direita). O
fio, ao ser enrolado no tambor provoca o movimento da máquina. O processo de moldagem
das vigotas, em grupos de 10, numa pista com 120 m, demora cerca de 1 h e 45 mins.
4.6. CURA
Depois de moldadas, as vigotas permanecem nas mesas de fabrico onde sofrem um processo
de cura, que tanto pode ser natural (Fig. 31, à esquerda) como acelerado, até que o betão
atinja as resistências mínimas exigidas para que possa suportar a transmissão do pré-esforço
dos fios. Se a cura for natural, as mesas são regadas abundantemente durante 4 a 7 dias,
dependendo da temperatura e do grau de humidade atmosférica, podendo no Verão colocar-se
uma cobertura plástica que impeça a evaporação da água. O recurso a água aquecida antes da
betonagem para acelerar a presa não é aconselhável por conduzir a betões de menor
resistência.
Quando a cura é feita através de tratamento a vapor aquecido, o tempo de cura baixa para 24 a
48 h, por aumentar o efeito de presa. Os procedimentos para este tratamento são os seguintes:
após a moldagem das vigotas, são colocados tubos montados em cavaletes metálicos, para
canalização do vapor de água, ao longo de todas as mesas;
sobre a tubagem e cobrindo totalmente as mesas de moldagem, coloca-se uma superfície
vedante e termicamente isolante, em geral constituída por oleados;
proveniente de uma caldeira aquecida a temperatura conveniente, o vapor de água é
introduzido no interior das tendas à pressão de 2.9 MPa, através da tubagem de admissão;
o aquecimento processa-se de forma gradual durante cerca de 5 h até atingir a temperatura
máxima de 60 / 70 ºC, a qual é mantida cerca de 2 a 4 h e controlada por termómetros
colocados a intervalos regulares ao longo das mesas;
segue-se a suspensão da entrada de vapor e o arrefecimento até à temperatura inicial; este
processo demora cerca de 9 h;
se forem adicionados aditivos próprios à amassadura do betão, o tempo de cura pode ser
reduzido mais ainda, obtendo-se um rendimento maior.
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1. por libertação (afrouxamento) gradual do pré-esforço dos fios de aço (Fig. 31, ao centro);
para tal e com recurso a uma chave especial (Fig. 32, à esquerda), vão sendo
desapertados os parafusos, em que se apoiam as vigas metálicas de fixação dos fios,
existentes no topo da mesa, do lado da aplicação do pré-esforço; existe também a
hipótese de realizar esta operação com um mecanismo hidráulico, em que o quadro
metálico a que estão fixos os fios é deslocado gradualmente do lado contrário ao da
aplicação do pré-esforço (Fig. 31, à direita); aquando da libertação das cavilhas que
prendem o quadro, observa-se um pequeno deslocamento inicial após o que o processo é
controlado pelo macaco hidráulico;
2. por corte das vigotas ou dos fios, utilizando, geralmente, uma serra de disco com ponta
de diamante, arrefecida a água (Fig. 32, ao centro) ainda que também possa ser feito
manualmente (Fig. 32, à direita).
Fig. 31 - Cura natural das vigotas (à esquerda) e transmissão do pré-esforço para as vigotas
por afrouxamento dos fios do lado de aplicação do pré-esforço (ao centro) ou do lado oposto
(à direita)
Após a transmissão do pré-esforço às vigotas, o valor a utilizar nas aplicações será sempre
inferior ao inicialmente transmitido devido às perdas que ocorrem sempre no processo. As
perdas de pré-esforço podem ser devidas ao escorregamento dos fios nos dispositivos de
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fixação ou por lubrificação acidental dos fios (que deslizam no interior do betão das vigotas)
aquando da sua colocação sobre a mesa.
Fig. 32 - Chave para afrouxamento (à esquerda), máquina de corte das vigotas e fios (ao
centro) e corte manual dos fios nas extremidades (à direita)
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Após o corte (Fig. 34, à direita), as vigotas são levantadas em grupos das mesas de moldagem
por meio de um quadro suspenso numa ponte rolante (Fig. 35), ou individualmente através de
travessas metálicas de secção I, munidas de pendurais com pinças nas suas extremidades, ou
mesmo manualmente (hoje em desuso). Os quadros utilizados possuem pinças de fixação em
número igual ao de fiadas de vigotas em cada mesa que permitem o seu transporte.
Posteriormente, as vigotas são transportadas para a zona de armazenamento (Fig. 36, à
esquerda), através de empilhadoras (Fig. 36, ao centro). São catalogadas e dispostas em
grupos, consoante o comprimento e a forma (Fig. 36, à direita). Devem ser colocadas umas
por cima das outras, separadas por ripas de madeira, colocados transversalmente. Estes apoios
não devem ser distanciados mais do que 5 m e os extremos em “consola” devem ter, no
máximo, 50 cm.
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Fig. 36 - Zona de armazenamento das vigotas (à esquerda), empilhadora para transporte das
vigotas (ao centro) e vigotas armazenadas umas sobre as outras (à direita)
Tal como nas vigotas, a limpeza das pranchas é efectuada de maneira a evitar que as bases
dos blocos a elas adiram e é aplicado um óleo descofrante emulsionado. Existem dois
processos de fabrico: um é feito através de uma máquina móvel que funciona autonomamente
no exterior (Fig. 37, à esquerda) e o outro é um conjunto de máquinas fixas (Fig. 37, ao
centro) que trabalham dentro de um pavilhão.
Fig. 37 - Fabrico dos moldes de betão por processos alternativos (máquina móvel, à direita, e
fixa, ao centro, com respectiva central de controlo e comando, à direita)
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Normalmente, o fabrico inicia-se com a colocação dos moldes nas respectivas pranchas, onde
irão ser executados os blocos (Fig. 38, à esquerda e ao centro). De seguida, procede-se à
colocação do betão, preparado em central própria, nos moldes e à vibração dos blocos. Todo o
processo funciona autonomamente em ciclo fechado, apenas com um controlador, através de
uma central (Fig. 37, à direita).
Quando os blocos atingem a sua resistência normal são descobertos e empilhados, para serem
envolvidos por plástico, de modo a garantir a sua estabilidade na palete. Finalmente, seguem
para o estaleiro onde irão aguardar em stock (Fig. 39, à direita) até serem transportados para
obra.
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Um deficiente pré-esforço instalado nas vigotas conduz a uma redução das tensões de com-
pressão das vigotas, em relação às previstas. Esta situação regista-se com maior incidência
nas zonas superiores e, em casos extremos, podem inclusivamente verificar-se tensões de
tracção nessas zonas. Devido a este aspecto, durante as operações de manuseamento,
transporte e montagem em obra, poderão aparecer vigotas fissuradas ou mesmo partidas, pelo
facto de nas referidas operações elas serem submetidas a acções que geram tensões de tracção
não compensadas pelas fracas tensões de compressão devidas ao pré-esforço deficiente.
Podem ainda ocorrer desequilíbrios entre o pré-esforço efectivamente aplicado nos fios
inferiores e entre os inferiores e os superiores.
O posicionamento deficiente dos fios pré-esforçados pode dar origem a vigotas com
características inadequadas. As consequências do mau posicionamento são:
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existência de desvios de fios na horizontal que provoca desalinhamento nas vigotas o que
conduz a dificuldades durante a montagem em obra dos elementos prefabricados.
Em fábrica, são possíveis outras falhas em vigotas resultantes do seu processo de fabrico:
pisar-se a vigota, quando esta ainda não tem consistência suficiente (Fig. 40, à esquerda);
fracturar-se a vigota ao pegar o conjunto das vigotas com a empilhadora (Fig. 40, à
direita);
falhas na moldagem (Fig. 41, à esquerda);
rega com demasiada pressão para o betão fresco (Fig. 41, à direita);
deixar-se cair a vigota;
faltar betão ou este demorar muito tempo a chegar à máquina;
entre outras (Fig. 42, à esquerda).
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As vigotas defeituosas poderão ser utilizadas para postes de vedação, bem como, depois de
cortadas em troços de pequena dimensão (Fig. 42, à direita), em enchimentos inferiores às
fundações, em substituição das pedras de grande porte.
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5.1.1. Vigotas
As vigotas de betão pré-esforçado deverão estar isentas de defeitos aparentes tais como fendas
ou chocos de betonagem. A sua superfície deverá ter rugosidade suficiente para garantir uma
boa ligação ao betão complementar do pavimento.
A curvatura lateral das vigotas não deve exceder 1/500 do comprimento nem 10 mm. As
vigotas, em condições normais de apoio e sob a acção apenas do seu peso próprio, devem
apresentar contra-flecha de valor não superior a 1/300 do vão.
Todas as vigotas que não satisfaçam alguma das condições atrás referidas, deverão ser
consideradas defeituosas e, como tal, recusadas.
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ensaios de fragilidade realizados sobre duas vigotas, uma das quais na sua posição normal
de uso e outra rodada de 90º em relação a essa posição;
determinação, por amostragem, do peso das vigotas por metro linear.
BETÃO AGREGADOS
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cofragem. Estes blocos desempenham função de cofragem perdida mas têm de satisfazer
determinadas exigências dimensionais e serem compatíveis com as cargas que actuam no
pavimento.
Os desvios máximos entre as dimensões dos blocos e os respectivos valores nominais deverão
ser de 3%, com o mínimo de 5 mm e o máximo de 10 mm. A largura do ressalto para apoio
nas vigotas não deverá diferir mais de 2 mm do respectivo valor nominal. Os blocos devem
ser isentos de fendas ou fracturas. Deve-se determinar, por amostragem, o peso dos blocos.
No que se refere à resistência dos blocos, estes devem satisfazer, em condições normais de
colocação em obra, cargas concentradas mínimas cujos valores são:
As citadas cargas de ensaio são aplicadas sobre o meio do bloco quando este não possui septo
central. No caso contrário, a carga é aplicada a meio da distância entre este e o septo vizinho.
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deverá ser constituída, no mínimo, por dois varões colocados imediatamente acima das
vigotas, com secção por metro de largura, pelo menos igual à metade da secção da armadura
mínima exigida para a armadura de distribuição. As nervuras têm a função de aumentar a
rigidez do pavimento na direcção perpendicular à das vigotas.
Por vezes, a fiscalização de obras decide pela realização de ensaios de recepção sobre os
elementos prefabricados constituintes dos pavimentos, que devem chegar à obra claramente
identificados. Os ensaios a realizar serão para:
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dilatação e contracção dos elementos constituintes sob a acção das variações higrotérmicas.
As ligações entre os diferentes elementos constituintes do pavimento não deverão ser
afectadas pelas variações higrotérmicas.
5.2.2. Durabilidade
Os pavimentos que tenham utilização e conservação normais devem satisfazer todas as regras
de qualidade atrás referidas, durante um período não inferior a 50 anos.
Os trabalhos de conservação e reparação de pavimentos não devem ser nem demasiado caros
nem excessivamente demorados. Os trabalhos de reparação não poderão admitir-se senão para
elementos secundários do pavimento ou para os seus acabamentos. Não serão permitidos
reparações de elementos estruturais dos pavimentos.
Se não existirem outras regras a esse respeito, os pavimentos devem resistir à acção do fogo
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No que se refere à resistência ao fogo, estes pavimentos poderão ser classificados nas classes:
De referir que os bordos de pavimentos que confinam com fachadas cortina possuem um junta
aberta que deve ser correctamente vedada para evitar a propagação de incêndios entre
andares.
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Os valores de isolamento térmico a exigir são fixados pelo Regulamento das Características
de Comportamento Térmico dos Edifícios.
Um estudo que o LNEC levou a cabo sobre caracterização térmica de pavimentos pré-
fabricados permitiu chegar às seguintes conclusões:
para uma dada geometria dos blocos de cofragem, as variações devidas ao aumento da
espessura da camada de betão de 3 para 5 cm são irrelevantes do ponto de vista de
isolamento térmico;
para uma de altura de pavimento e desde que se mantenha o número de fiadas de furos dos
respectivos blocos segundo a direcção do fluxo térmico, as variações devidas ao aumento
da largura da base dos blocos levam ao aumento da resistência térmica dos pavimentos;
desde que se mantenha o número de fiadas de furos dos blocos segundo a direcção do
fluxo, o aumento de altura do pavimento leva a um aumento de resistência térmica do
mesmo;
para a mesma altura de pavimento, se se aumentar o número de fiadas de furos dos blocos,
observa-se um aumento da resistência térmica do pavimento.
5.2.5. Estanqueidade
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A “lei das massas” (Fig. 44) quantifica o isolamento sonoro a sons aéreos. Os pavimentos pré-
fabricados de vigotas pré-esforçadas são bastante mais leves, pelo que têm um pior
isolamento acústico comparado com o dos pavimentos tradicionais. No entanto, deve ter-se em
conta que a “lei das massas” se aplica a meios homogéneos. No caso de pavimentos de
vigotas, a existência de blocos de aligeiramento conduz a que se possam verificar ligeiras
reduções dos valores de I a que serão tanto maiores quanto maiores forem os blocos de
aligeiramento utilizados.
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Os pavimentos devem:
garantir, pelo seu próprio peso ou por uma constituição especial, um isolamento acústico,
à transmissão de ruídos aéreos, suficiente para impedir o incómodo dos ocupantes, em
condições normais de utilização dos locais habitados (Quadro 3);
evitar, através da natureza e/ou da disposição dos revestimentos de piso, a propagação dos
ruídos de percussão que possam incomodar os ocupantes, em condições normais de
utilização dos locais habitados (Quadro 3);
ter uma constituição, de modo a que não se crie nenhum ruído, no próprio pavimento, em
consequência da utilização normal.
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O processo de fabrico dos elementos constituintes dos pavimentos não deve encerrar riscos
incomportáveis com as regras de segurança correntes. Os elementos devem ser fabricados de
modo a apresentarem características e qualidade com uniformidade satisfatória. Deve-se ter
em especial atenção:
O processo de montagem dos pavimentos não deve oferecer riscos para os operários. Todos
os elementos constituintes do pavimento devem suportar as acções decorrentes do processo de
montagem sem se danificarem. Os sistemas de elevação e de colocação dos elementos devem
ser tais que não apresentem riscos de queda dos elementos durante a montagem.
Os pavimentos devem ser executados de modo lógico com uma utilização racional dos
elementos constituintes. Não devem existir desperdícios inúteis nem dificuldades
excepcionais de execução.
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Fig. 46 - Sequência do ensaio à flexão de uma vigota: a vigota, apoiada em 2 apoios, deve ter
no mínimo 4 m de comprimento; as forças são incrementadas monotonicamente até à rotura; a
máxima força registada corresponde à carga de rotura
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Durante os ensaios, medem-se as flechas máximas e residuais a meio vão. Os ensaios são
levados até à rotura, verificando-se a carga correspondente ao início da fissuração e
registando e medindo a abertura das fissuras em cada patamar de carga. Anota-se a carga de
rotura, considerando como equivalente à rotura uma flecha de 1/10 do vão.
O ensaio abrange, no mínimo 2 protótipos de pavimento, dos quais um já deverá ter sido su-
bmetido ao ensaio de choque. Nos casos em que se preveja a actuação de esforços transversos
importantes, deverá ser ensaiado mais um protótipo sob a acção de um sistema de cargas mais
próximo dos apoios. Isto permite a predominância do esforço transverso nessa zona.
Este ensaio consiste na aplicação, em pontos do pavimento onde se julgue que a resistência à
penetração é pior, de uma carga aumentando cada vez de 100 kgf e indo até 500 kgf em
sucessivos ciclos de carga e descarga. Esta carga é aplicada por meio de um cilindro de aço
com 2.5 cm de diâmetro.
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sobrecarga convencional de 300 kgf por metro linear de vigota. Esta carga é reproduzia por 2
cargas concentradas, cada uma com o valor de metade da carga total, a actuar a uma distância
dos apoios igual a ¼ do vão.
São efectuados ensaios de carga e descarga do mesmo modo que no ensaio de flexão. Durante
os ensaios, que são levados até à rotura, medem-se as flechas máximas e residuais a meio vão,
da vigota central, das vigotas vizinhas e das vigotas extremas. Verifica-se ainda a carga
correspondente ao início da fissuração e mede-se a largura das fissuras existentes em cada
patamar de carga. Anota-se a carga de rotura.
a flecha a meio vão da vigota central não ultrapassa 1/400 do vão para a carga de serviço;
a largura das fissuras não ultrapassa 0.2 mm;
o coeficiente de segurança em relação à rotura tem o valor mínimo de 2.
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6. MONTAGEM EM OBRA
A montagem em obra destes pavimentos aligeirados (Fig. 50, à esquerda) passa por uma
sequência de operações:
transporte para a obra das vigotas (Fig. 50, ao centro) e blocos de cofragem e respectivo
armazenamento no local (Fig. 51);
nivelamento dos apoios para o assentamento das vigotas (as vigotas poderão ser apoiadas
na cofragem das vigas ou cintas);
montagem de escoramento provisório, para o apoio intermédio das vigotas (Fig. 50, à
direita); este escoramento tem de ser disposto de modo a evitar esforços de flexão,
capazes de provocar fendilhação das vigotas, na sua face inferior e superior; os intervalos
entre escoras, recomendados pelos fornecedores, variam entre 1.5 e 2.5 m;
Fig. 50 - Aspecto geral da montagem de um pavimento de vigotas (à esquerda), transporte das vi-
gotas para obra (ao centro) e escoramento provisório das vigotas (à direita, vigotas com
treliças)
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montagem das cofragens junto aos apoios dos pavimentos (maciçamento mínimo
aconselhado para cada lado: 40 cm; em apoios com continuidade, este comprimento
poderá aumentar significativamente), para moldagem das vigas principais (Fig. 52, à
esquerda) e ao longo das nervuras transversais, para moldagem dos tarugos (Fig. 52, 2º a
partir da esquerda); adjacentemente a um vão em balanço, a laje deve ser maciçada (e logo
cofrada) num comprimento igual ao do vão da consola (independentemente de as vigotas
estarem orientadas segundo o vão da consola ou perpendicularmente a este);
colocação das vigotas, paralelamente entre si (Fig. 52, à direita), evitando o seu transporte
numa posição invertida em relação à final; o acerto do seu afastamento é feito por meio de
blocos de cofragem junto aos apoios (Fig. 52, 2º a contar da direita) e de forma a não
interferir com a armadura das vigas; pode haver necessidade de se fazer um acerto
geométrico, por modificação da largura dos blocos de cofragem, introdução de vigotas
lado a lado, maciçamento ou outro meio que se julgue conveniente; a entrega das vigotas
nos apoios deve ser de pelo menos 10 cm (Fig. 52, 2º a contar da direita); vigotas com
curvatura excessiva devem ser rejeitadas; sob paredes divisórias particularmente pesadas,
devem-se colocar 2 vigotas encostadas, a fim de conferir maior resistência;
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Fig. 52 - Da esquerda para a direita, cofragem das vigas principais e zonas de apoio, cofragem
e escoramento dos tarugos, acerto do afastamento das vigotas nos apoios com os blocos de
cofragem e vigotas paralelas entre si
colocação dos blocos entre vigotas (Fig. 53, à esquerda), apoiados nos banzos (ressaltos)
destas, com eliminação das filas de blocos correspondentes às faixas maciças do pavimen-
to (Fig. 53, ao centro); também aqui poderá haver necessidade de um acerto geométrico;
na zona dos apoios, para evitar um alinhamento recto na ligação da faixa maciça à zona
aligeirada do pavimento, mais propício ao aparecimento de fissuras, convém que o
número de blocos colocados seja alternado de intervalo para intervalo; os blocos podem
ser inseridos a partir do piso inferior, anteriormente terminado, aproveitando o espaço
deixado livre entre vigotas; os últimos blocos do painel, junto aos apoios, podem ser
inseridos por cima;
disposição da armadura de distribuição prevista no documento de homologação na
camada de betão complementar (Fig. 53, à direita), directamente sobre os blocos de
cofragem e as vigotas; colocação da armadura das nervuras (tarugos) transversais e das
armaduras dos apoios, quando previstas;
Fig. 53 - Da esquerda para a direita, colocação dos blocos de cofragem, espaço entre os
blocos para um tarugo e colocação da armadura de distribuição
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preparação do betão em obra (Fig. 55, ao centro) ou recurso a betão pronto (Fig. 55, à
direita);
lançamento (Fig. 56, à esquerda), espalhamento (Fig. 56, ao centro), compactação /
vibração (Fig. 56, à direita) e regularização (Fig. 57, à esquerda) do betão complementar,
tendo o cuidado de assegurar a sua perfeita aderência às faces expostas das vigotas e a
manutenção da espessura prevista da camada de betão acima dos blocos (nem demais nem
de menos); devido à natural fragilidade da estrutura, durante a sua fase de execução,
estará restringido o uso de meios de compactação (limitados a vibradores e réguas
vibradoras de pequena potência), o que exige especial cuidado na condução da betonagem
(Fig. 57, ao centro e à direita);
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Fig. 59 - Laje descofrada e sem escoramento, pronta a ser carregada (à esquerda) e já em fase
de acabamentos pela face inferior (à direita)
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Nestes pavimentos, deve-se dispor de uma armadura de distribuição (Fig. 60, à esquerda),
constituída por varões dispostos nas duas direcções, integrada na camada de betão
complementar. Na direcção perpendicular à das vigotas, as secções mínimas da armadura de
distribuição deverão ter um com espaçamento máximo de 250 mm, enquanto que, na direcção
das vigotas, o espaçamento pode ser maior, mas não excedendo os 350 mm. Esta armadura
deve ser prolongada até às cintas ou vigas de solidarização e apoio das vigotas.
7.2. TARUGOS
A armadura dos tarugos (Fig. 60, ao centro) ou nervuras transversais deverá ser constituída,
no mínimo, por dois varões colocados imediatamente acima das vigotas (Fig. 60, a direita).
Deverão ser considerados maciçamentos junto aos apoios de continuidade (numa extensão
superior àquela que, de acordo com o dimensionamento, ocorrem momentos negativos) e
armadura principal sobre e perpendicularmente aos mesmos para conferir resistência a esses
mesmos momentos (Fig. 61). A betonagem dessas faixas faz-se nos intervalos entre vigotas
deixados livres pela não colocação de fiadas de blocos de cofragem.
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Mesmo nos apoios que, para efeito de cálculo, não conferem qualquer encastramento à laje,
deverá ser colocada uma armadura superior para controlo de fendilhação (a armadura de dis-
tribuição é em geral suficiente para este efeito), resultante dos esforços de tracção que sempre
se verificam em condições normais de serviço devido à restrição à rotação nos apoios, e ser
considerado um maciçamento de cerca de 40 cm para cada um dos lados das faces da viga
(Fig. 62). Embora menos aconselhável, a opção de não maciçar é muito corrente (Fig. 63).
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A armadura deverá ser constituída por varões dispostos na direcção das vigotas com um
comprimento mínimo, a partir da face do apoio, igual a 1/10 do vão livre do pavimento e com
secção, por metro de largura, não inferior à da armadura de distribuição recomendada. Os
varões integrados na camada de betão complementar deverão ser convenientemente
amarrados nas cintas ou nas vigas em que as vigotas se apoiam.
Estes pavimentos podem ser considerados com condições estruturais que permitam ter em
conta as acções resultantes de paredes divisórias, desde que essas acções sejam consideradas
actuando nas suas condições reais, o que implica, na zona das divisórias, um reforço da
armadura de distribuição. No entanto, sempre que as paredes divisórias se encontrem na
direcção das vigotas, o reforço da armadura de distribuição ser complementado com a
colocação de vigotas suplementares dispostas a par das previstas para o pavimento (Fig. 64, à
esquerda).
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Os blocos de cofragem não possuem resistência suficiente para suportar eventuais acções
resultantes de equipamentos ou instalações pesados a suspender dos tectos. Essa suspensão
tem de ser assegurada por peças apropriadas incluídas no pavimento durante a sua execução.
Para tal, poderão ser usadas pequenas lajetas de betão armado apoiadas em duas vigotas
contíguas e substituindo blocos de cofragem, às quais se encontram ligados ganchos de
suspensão dos equipamentos a fixar na parte inferior dos pavimentos.
7.7. ABERTURAS
A execução de aberturas (Fig. 64, à direita) com interrupção de vigotas é possível, desde que
se adoptem disposições construtivas especiais (Fig. 65), como por exemplo, nervuras
transversais devidamente dimensionadas onde as vigotas interrompidas possam ser
devidamente apoiadas. A adopção destas disposições deve ser convenientemente justificada.
A execução de aberturas conseguidas pela eliminação de um ou mais blocos de cofragem
entre duas vigotas consecutivas não necessita, em geral, de verificação de segurança
complementar, a menos que essas aberturas possam condicionar a capacidade resistente do
pavimento.
Fig. 64 - Vigotas a par sob futura parede divisória pesada (à esquerda) e abertura num
pavimento (à direita)
7.8. CONSOLAS
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O facto de estes pavimentos terem aligeiramentos na sua face inferior, implica que estes não
possam resistir a momentos negativos elevados, a não ser que sejam maciçados. No entanto, é
possível estabelecer a sua ligação a consolas maciças, onde esses momentos ocorrem, desde
que adoptem as disposições construtivas adequadas (Fig. 66).
CORTE B-B
CORTE A-A
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Quando os pavimentos apoiam em viga invertida, é necessário garantir o apoio das vigotas na
fase construtiva: nos varões longitudinais inferiores da viga (Fig. 67, à esquerda) ou na
cofragem inferior da viga (Fig. 67, à direita).
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Sd = g x SG + q x SQ
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S qp = 1.0 x S G + 2 x S Q
S f = 1.0 x S G + 1 x S Q
S r = 1.0 x S G + 1.0 x S Q
A verificação aos estados limite últimos é feita comparando os valores de cálculo resistentes
com os valores de cálculo actuantes devidos às combinações fundamentais de acções (art. 9º
do RSA), em termos de momentos flectores e esforço transverso:
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M Sd M Rd VSd VRd
pf l4 l
a0 k
EI 400
A flecha a longo prazo, a c , obtém-se multiplicando a flecha instantânea pelo seguinte factor
(cujas variáveis se encontram identificadas mais adiante):
MG
1
Mf
As lajes de vigotas funcionam sempre como armadas numa só direcção, estando essencial-
mente concebidas para a resistência a momentos flectores positivos, o que indica que o
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melhor modelo é à partida o de viga simplesmente apoiada, que implica o momento máximo
de pl2/8.
3) Idealização da orientação das lajes (normalmente segundo o menor vão, mas tendo em
conta a necessidade de garantir um diafragma rígido minimamente eficaz em ambas as
direcções); o modelo deve ser o de laje simplesmente apoiada
4) Definição das acções (é preciso fixar uma espessura da laje - Fig. 68; a determinação do
peso próprio pode ser um processo iterativo)
7) Selecção da laje de vigotas a utilizar (é preciso alguma experiência - Fig. 68); nesta
selecção, o que é preciso é combinar os três seguintes elementos: a vigota (cujas
dimensões e armadura variam), a abobadilha cerâmica ou não (cujas dimensões variam,
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tipo de
espessura total máxima
tipo de bloco e mínima [cm]
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NOTA: Se algum estado limite não for cumprido, volta-se ao passo 7 para outra laje de
vigotas; caso contrário, resta adoptar uma armadura superior (em toda a extensão do
pavimento) perpendicular às vigotas (geralmente uma malha electrossoldada) de acordo com
o prescrito nas tabelas de dimensionamento (em que é designada de armadura “de
distribuição”); paralelamente às vigotas, os varões (ou fios) podem ser mais espaçados.
9) Determinação da armadura superior nas consolas (cálculo de uma secção de betão armado
normal):
- = |M Sd | / d2 x f cd
em que - momento flector reduzido
d - altura útil da armadura superior h - 0.025 m
f cd - valor de cálculo da tensão de rotura do betão à compressão
(13.3 MPa para o B25 e 16.7 MPa para o B30)
- x (1 + ) (as tabelas fornecem um valor mais exacto)
em que - percentagem mecânica da armadura
- A s = x d x f cd / f syd
em que A s - área da armadura superior principal
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nos apoios em que se pretende ter em conta alguma capacidade resistente a momentos
negativos, é necessário maciçar, para ambos os lados, um comprimento de laje igual à
zona em que, de acordo com o cálculo, poderão ocorrer momentos negativos acrescido do
valor de translação e do comprimento de amarração previstos no REBAP (art.º 92º e art.º
81º, respectivamente);
nesta zona é necessário colocar uma armadura superior que garanta a resistência a
momentos negativos de que se pretende tirar partido, assim como a respectiva armadura
de distribuição;
tanto de um lado como do outro do apoio, as vigotas deverão estar orientadas segundo a
direcção correspondente aos momentos negativos considerados.
Neste caso, e através de uma redistribuição de esforços, é possível determinar o máximo mo-
mento flector positivo na zona do vão, assim como os esforços transversos nos apoios,
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compatíveis e equilibrados com os momentos negativos considerados nos apoios. Isto permite
alguma economia ao nível do pavimento a utilizar, mas é sobretudo em termos do estado
limite de deformação, particularmente condicionante neste tipo de pavimentos para vãos
superiores a 4.5 / 5 m num modelo simplesmente apoiado, que se consegue vantagens
significativas.
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9. BIBLIOGRAFIA
9B
[1] Brito, Jorge de, “Pavimentos Aligeirados de Pranchas Vazadas”, IST, Lisboa, 2003.
[2] Brito, Jorge de, “Pavimentos Pré-fabricados com Pré-Lajes”, IST, Lisboa, 2003.
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