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ORIENTAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS VIA SONDA

ENTERAL: UM VÍDEO EDUCATIVO


ORIENTATION FOR ENTERAL FEEDING TUBES ADMINISTRATION OF MEDICINES: AN EDUCATIONAL
VIDEO

 Cíntia Maria Bertáglia Luizetto (Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP -


cintialuizetto@gmail.com)
 Ana Silvia Sartori Barraviera Seabra Ferreira (Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP-
ana.ferreira@unesp.br)
 Maria Helena Borgato (Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP– mhborgato@fmb.unesp.br)
 Denise de Cássia Zornoff (Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP -
dcmzornoff@fmb.unesp.br)
 Cassiana Mendes Bertoncello Fontes (Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP
cmbf@fmb.unesp.br)

Resumo:
Sondas enterais são utilizadas desde a antiguidade como via alternativa para a
administração de alimentos e medicamentos. A Legislação Nacional prevê a Assistência
à Saúde de pacientes em uso de sonda enteral através da Equipe Multiprofissional do
Serviço de Terapia Nutricional, onde o farmacêutico atua com competência técnica e
clínica. Alterar a forma farmacêutica de alguns medicamentos pode gerar
incompatibilidades farmacêuticas, sendo fundamental orientar os pacientes e cuidadores 1
quanto à administração correta e segura dos medicamentos via sonda. Considerando a
taxa de analfabetismo no Brasil e o crescente uso de recursos audiovisuais para a
educação em saúde, elaborou-se um vídeo educativo relacionado à orientação sobre o
preparo e administração de medicamentos por sonda enteral destinado a pacientes,
familiares, cuidadores. Para tanto, foi realizado levantamento bibliográfico, elaborado
um roteiro e, com apoio do Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologias da Informação
em Saúde e da Seção Técnica de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de
Medicina de Botucatu foi produzido vídeo com as principais recomendações referentes a
este tema. O produto pode contribuir para a compreensão de cuidados em saúde pela
população e colaborar para o bem-estar e segurança dos pacientes usuários de sonda
enteral, além de motivar a elaboração de outros trabalhos científicos que tratem deste
tema.
Palavras-chave: Vídeo educacional, sonda enteral, educação em saúde, tecnologias da
informação e comunicação.
Abstract:
Enteral feeding tubes have been used since ancient times as a food alternative route and
for drug administration. The National Legislation provides health care support for
patients using enteral tube through a Multiprofessional Team of the Nutrition Therapy
Service, where the pharmacist acts with technical and clinical competence. Altering the
pharmaceutical form of some drugs can lead to pharmaceutical incompatibilities, and it
is essential to guide patients and caregivers in the correct and safe administration of
drugs through the tube. Considering the illiteracy rate in Brazil and the increasing use of
audiovisual resources for health education, was developed an educational video related
to guidance on the preparation and administration of enteral catheter medicines for
patients, relatives and caregivers. For that, a bibliographic survey was carried out, a
script was drawn up and, with the support of the Center for Distance Education and
Information Technologies in Health and the Technical Support Section for Teaching,
Research and Extension of Botucatu School of Medicine, was produced a video with the
main recommendations on this topic. The product can contribute to the understanding of
health care by the population and collaborate for the well-being and safety of the users
of enteral catheters, as well as to motivate the elaboration of other scientific works that
deal with this subject..
Keywords: Educational video, enteral feeding tube, health education, information and
communications technology.

1. Introdução.

A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária


(ANVISA) – RDC N° 63, de seis de julho de 2000 dispõe sobre os requisitos mínimos exigidos
para a Terapia de Nutrição Enteral e diz que este Serviço deve ter uma Equipe
Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). Esse grupo formal deve ser
obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional de cada categoria: médico,
nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, podendo incluir profissionais de outras categorias,
habilitados e com treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional (BRASIL,
2000).
Embora a atribuição do farmacêutico nesta Resolução vise apenas competência
técnica de garantir a segurança e a qualidade da manipulação da nutrição enteral, a
Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 292 assegura a atividade clínica do
farmacêutico na Comissão de Suporte Nutricional Hospitalar à Nutrição Parenteral e Enteral
(BRASIL, 2000; CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 1996). Com isso, durante as atividades da
Residência no Serviço de Terapia Nutricional (STN), o farmacêutico pode desenvolver,
também, sua competência clínica.
Rotineiramente, profissionais dos serviços de Terapia Nutricional orientam e
demonstram ao paciente, familiar e/ou cuidador como realizar o cuidado adequado na
administração de alimentos por vias alternativas. Dessa forma, o farmacêutico pode agregar
valor à equipe, orientando quanto à administração correta e segura de medicamentos por
essas vias (RODRIGUES et al., 2014).
O uso de sondas de nutrição é relatado desde os banquetes da Roma pré-cristã,
quando substâncias eram administradas com a finalidade de induzir vômitos, permitindo aos
antigos romanos comer novamente, e para reduzir o risco de envenenamento. Juntamente
às tentativas de retirada de corpos estranhos, manteve-se este procedimento para a
administração de eméticos ou catárticos com a finalidade de retirada de toxinas até meados
do século 18, quando surgiram novos materiais mais flexíveis, auxiliando sua utilização na
nutrição em pacientes incapacitados de deglutir (GORZONI; TORRE; PIRES, 2010).
A sonda enteral existe em diferentes tipos, comprimentos e tamanhos, pode ser
inserida através de várias rotas e alocada em diferentes regiões do trato gastrointestinal e o
tipo de sonda escolhido dependerá do tempo que o paciente necessitará do dispositivo
(WHITE; BRADNAM, 2015).
A sonda enteral funciona como via alternativa para a administração de alimentos e
medicamentos em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, de acordo com a indicação
médica. De qualquer forma, se faz necessário o acompanhamento ambulatorial do paciente
com um destes dispositivos, para manter a supervisão, controle e a qualidade da
administração de medicamentos e acompanhamento nutricional (INSTITUTO PARA PRÁTICAS
SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS, 2015; RODRIGUES et al., 2014; MOTA et al., 2010).
No entanto, embora a administração de medicamentos por sonda enteral seja mais
segura e tenha custo reduzido quando comparada as vias alternativas parenterais, algumas
formas farmacêuticas de administração exigem cuidados especiais ao serem indicados para
uso por via enteral. Assim, ao se modificar a forma farmacêutica de certos medicamentos,
podem-se produzir alterações em nos processos de biotransformação, como liberação,
absorção, distribuição, metabolização e excreção de seus princípios ativos, o que pode levar
à alteração do efeito do medicamento, eventos adversos, toxicidade medicamentosa, efeito
subterapêutico ou até levar à obstrução da sonda, resultando na necessidade de repassagem
da mesma, o que envolve um enorme desconforto para o paciente (INSTITUTO PARA
PRÁTICAS SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS, 2015; MOTA et al., 2010; RENOVATO;
CARVALHO; ROCHA, 2010; NASCIMENTO; RIBEIRO, 2010; LIMA; NEGRINI, 2009).
Além disso, alguns medicamentos também interagem com a nutrição enteral,
diminuindo sua absorção no trato gastrointestinal e provocando alterações na resposta
clínica do paciente, em função das variações de seu nível sérico (INSTITUTO PARA PRÁTICAS
SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS, 2015; SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013).
Tais limitações e cuidados explicam a importância do farmacêutico para orientar os
pacientes e os cuidadores quanto à administração correta e segura dos medicamentos via
sonda, além de capacitar a equipe e os colaboradores da instituição através de educação
permanente (INSTITUTO PARA PRÁTICAS SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS, 2015;
SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013; DASHTI-KHAVIDAKI et al., 2012).
A literatura mostra que o cuidado no âmbito domiciliar no Brasil é realizado
prioritariamente por cuidadores familiares e informais que, ao assumirem tais tarefas,
podem ser submetidos a situações desgastantes e de sobrecarga (DINIZ; MONTEIRO;
GRATÃO, 2016). Neste contexto, o uso de sonda enteral pode gerar dúvidas, inseguranças e
angústias, não só para o paciente, mas também para seus familiares e cuidadores, o que
pode contribuir para baixa adesão e uso irracional de medicamentos (SILVA; SILVEIRA, 2014).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Adesão ao Tratamento como sendo o
grau de concordância entre a orientação recebida de um profissional da saúde quanto a
tomar o medicamento, cumprir uma dieta ou realizar mudanças no estilo de vida e a
conduta do paciente. Nesse contexto, ela é entendida como o estabelecimento de uma
parceria em que o paciente não é um mero seguidor, mas entende e concorda com a
recomendação, em um processo dinâmico, e de corresponsabilidade entre paciente e equipe
de saúde (SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013).
A adesão ao tratamento é um evento multifatorial e, embora as variáveis
socioeconômicas não sejam consideradas um fator preditivo, elas podem levar os pacientes
a fazer suas escolhas entre o tratamento e outras necessidades familiares, além da
dificuldade de acesso ao sistema de saúde. Ainda, o analfabetismo ou baixa escolaridade e o
nível cognitivo do paciente e de seus cuidadores podem restringir sua compreensão a
respeito das orientações recebidas pelos profissionais da saúde (LIMA; NEGRINI, 2009). No
Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de
2015, a taxa de analfabetismo em pessoas com 15 anos é cerca de 8%, ou seja, 12,9 milhões
de brasileiros (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015).
Neste contexto da atuação do farmacêutico, a participação no desenvolvimento de
conteúdos educacionais de fácil compreensão pode colaborar para amenizar dificuldades
enfrentadas por pacientes que recebem alta em uso de sondas enterais, e pode reduzir a
baixa adesão aos tratamentos medicamentosos administrados por esta via.
Adicionalmente, acredita-se que o acesso às informações em saúde pode ser
facilitado pelo aumento na cobertura da Internet e a maior disponibilidade de dispositivos
móveis que possibilitem a visualização de conteúdos virtuais com recomendações sobre
cuidados específicos à saúde.
De acordo com dados do IBGE em 2013, é crescente o percentual de pessoas que
utilizaram a Internet. A faixa etária com 10 anos ou mais de idade representou 48% do total.
Em 2014, essa mesma faixa etária foi para 54,9%. Em 2015, esse índice era de 57,5% ou seja,
são 102,1 milhões de brasileiros com acesso à internet, sendo que destas 90,5 milhões
(88,6%) de pessoas possuem acesso por dispositivos móveis, celular e ou tablete (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2013).
Embora existam diversos estudos envolvendo recursos audiovisuais e educação em
saúde em todo o mundo, conteúdos com a temática proposta são escassos no Brasil
(RENOVATO; CARVALHO; ROCHA, 2010).
As informações sobre administração dos medicamentos por sonda enteral são
escassas e muitas recomendações são baseadas em empirismo. De uma forma geral, a
técnica para administração de medicamentos orais através da sonda enteral consiste
basicamente em triturar comprimidos ou abrir as cápsulas e dissolver o conteúdo em água e
imediatamente, administrar pela sonda. Entretanto, alguns medicamentos não podem ser
triturados ou ter o conteúdo extraído da cápsula, pois possuem formulações farmacêuticas
especiais que, se alteradas, podem apresentar mudanças na farmacocinética e complicações
no procedimento (LIMA; NEGRINI, 2009).
Neste sentido, para embasamento da criação do vídeo e seleção das principais
recomendações a serem incorporados no material educacional, os autores conduziram uma
revisão integrativa sobre o tema, cujos resultados serão aqui apresentados, juntamente ao
processo de desenvolvimento do vídeo educacional.
2. Objetivos
Identificar as principais recomendações a serem adotadas por usuários de sonda
enteral em regime domiciliar;
Descrever as etapas de criação de um vídeo educativo que sintetiza as principais
recomendações sobre o preparo e administração de medicamentos por sonda enteral,
destinado a pacientes, familiares e cuidadores.

3. Métodos

Inicialmente, foram definidos os termos-chave para busca bibliográfica do tema, a


seguir: Vias de Administração de Medicamentos; Uso de Medicamentos; Sondas de
Alimentação Enteral. Estes termos-chave foram utilizados como descritores para o
levantamento bibliográfico (quadro 1) que deu sustentação teórica da introdução do tema,
conteúdo do vídeo e a elaboração do roteiro.
No processo de planejamento do vídeo educativo, seu roteiro foi desenvolvido com
base na literatura localizada e na análise de uma coleção de materiais educativos impressos,
criados por residentes egressos no período de 2014-2016.
O desenvolvimento do vídeo contou com equipe multiprofissional composta por
alunos e profissionais da saúde, e profissionais da área de publicidade e propaganda,
Telessaúde e Design instrucional.
A composição e formato do material educacional foram planejados em reuniões
semanais, com apresentação seriada da evolução dos conteúdos desenvolvidos.
Os programas utilizados para o desenvolvimento do material foram: Powtoon ™,
Camtasia™, Freepik™ e Pixabay™ (CAMTASIA STUDIO, 2018; PIXABAY, 2018; FERREIRA;
ZORNOFF, 2015). A narrativa do vídeo foi realizada em estúdio de gravação local, com apoio
de profissional técnico audiovisual.
Ao final da criação da primeira versão, roteiro e vídeo passaram pela análise dos
Residentes de Farmácia turma 2016-2019, onde foram sugeridas alterações e
complementações. Assim, uma segunda versão da narrativa foi elaborada e incorporada ao
vídeo.
A versão atualizada do vídeo foi analisada pela orientadora do presente trabalho e
foram incorporadas sugestões quanto ao conteúdo.

4. Resultados

Os achados da revisão integrativa estão sintetizados no quadro 1, o qual apresenta


relação de formas farmacêuticas, riscos inerentes ao preparo inadequado e recomendações
para uso por via enteral.
Tendo como base os achados da revisão integrativa, foi criado vídeo educativo em
saúde que recebeu o seguinte título: “Orientação para administração de medicamentos via
sonda enteral”.
Seu formato multimídia (imagens, textos e áudio) apresenta as principais
recomendações destinadas aos pacientes que utilizam medicamentos por sonda enteral em
ambiente domiciliar e seus cuidadores (Figura 1).
O conteúdo do vídeo foi dividido em 12 planos, organizados conforme descrição no
quadro 2.
Quadro 1. Recomendações para administração de medicamentos por via enteral, baseadas
em revisão integrativa.
Forma farmacêutica Risco Recomendação para uso por
enteral
Comprimidos de Trituração pode levar a Preparo de fórmula magistral
liberação prolongada liberação imediata e rápida líquida (INSTITUTO PARA PRÁTICAS
absorção do fármaco, podendo SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS, 2015;
RENOVATO; CARVALHO; ROCHA, 2010).
resultar em efeito tóxico com
danos potencialmente graves.
Pellets (grânulos Trituração pode danificar o Preparo de fórmula magistral
gastrorresistentes) revestimento protetor, líquida (INSTITUTO PARA PRÁTICAS
tornando o princípio ativo SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS, 2015;
RENOVATO; CARVALHO; ROCHA, 2010).
fotossensível e torná-lo inativo
em meio ácido estomacal.
Administração Associação pode resultar em Triturar e solubilizar cada
simultânea de múltiplos incompatibilidades medicamento em água de
medicamentos farmacêuticas. forma independente. Lavar a
sonda com água depois de
cada solução de medicamento
injetada (INSTITUTO PARA PRÁTICAS
SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS, 2015;
RENOVATO; CARVALHO; ROCHA, 2010).
Uso adulto de fórmulas Pode exigir a administração de Diluição em 10 a 30 ml de
de uso pediátrico grande volume e, dependendo água, para prevenir obstrução
da osmolaridade e da acidez da da sonda e ocorrência de
solução, pode causar irritação efeitos adversos (INSTITUTO PARA
no trato gastrintestinal ou PRÁTICAS SEGURAS NO USO DE
MEDICAMENTOS, 2015; KLANG; MCLYMONT;
obstrução da sonda por NG, 2013; HOEFLER; VIDAL, 2009).
precipitação.
Medicamentos líquidos Obstrução da sonda Diluição em 10 a 30 ml de
viscosos ou água, para prevenir obstrução
hiperosmolares da sonda e ocorrência de
efeitos adversos (HOEFLER; VIDAL,
2009).
Medicamentos Exposição do manipulador a Preparo de fórmula magistral
teratogênicos, fármacos especialmente tóxicos em farmácia especializada
carcinogênicos, (HOEFLER; VIDAL, 2009).

citotóxicos, hormônios e
análogo de
prostaglandina.

Fonte: Autoria própria


Figura 1. Tela de abertura do vídeo. Fonte: imagem própria.

Quadro 2. Conteúdos que compõe cada quadro do vídeo educativo.


Quadros do vídeo
1. Apresentação do tema;
2. Importância da localização adequada da sonda enteral;
3. Lavagem das mãos;
4. Local e utensílios a ser utilizados no preparo dos medicamentos;
5. Atenção quanto ao risco de interação entre dieta e medicamentos;
6. Posição do paciente ao receber medicamento pela sonda enteral;
7. Passo a passo da administração das principais formas farmacêuticas pela sonda enteral
(comprimidos, cápsulas e líquido);
8. Atenção nos casos de prescrição de mais de um medicamento no mesmo horário;
9. Cuidados no armazenamento de medicamentos;
10. Instruções sobre a necessidade de solicitar troca de forma farmacêutica no caso da
prescrição de medicamentos de liberação modificada;
11. Créditos;
12. Bibliografia.

Fonte: Autoria própria


O vídeo tem duração de 5 minutos e 15 segundos, com conteúdos apresentados
como imagens estáticas e dinâmicas, textos, narração e trilha sonora.
O vídeo foi publicado em canal privado Institucional no YouTube TM, que abriga
conteúdos voltados à educação em saúde (http://www.hcfmb.unesp.br/publicacoes/), e
pode ser acessado no seguinte endereço https://youtu.be/uUvnzwLoGk8.
O material recebeu o prefixo editorial número 65318 e ISBN 978-85-65318-49-5.

5. Discussão

Nossa revisão integrativa identificou um conjunto de sugestões (Quadro 1) que


devem ser priorizadas nos cuidados de saúde centrados no paciente e na família, e sugerem
que o desenvolvimento de materiais informativos sobre os procedimentos contribuem para
melhorar a qualidade dos cuidados e auxiliam no desenvolvimento da empatia entre
profissionais e pacientes, promovendo um serviço mais humanizado.
No cenário atual, a procura por estratégias que garantam o fácil acesso à informação
e a compreensão das orientações apresentadas pelos profissionais da saúde são muito
importantes para o empoderamento dos pacientes e, consequentemente, sua
corresponsabilização nos cuidados à sua saúde.
Neste sentido, as tecnologias de informação e de comunicação devem ser lembradas
como instrumentos para a promoção da saúde, redução de riscos e recuperação dos
pacientes, pois podem ampliar a cobertura assistencial nos casos em que a distância é um
fator crítico. Além disso, em situações onde se deseja manter um canal de comunicação e
interação de fácil acesso, a Telessaúde é uma ótima alternativa para oferta da educação em
saúde, educação profissional continuada e como facilitador de pesquisas, avaliações e
gestão da saúde (SETOR DE TELEMEDICINA, 1997).
Nosso artigo partiu da premissa de que os vídeos educacionais são ferramentas úteis
para melhorar o conhecimento e a satisfação dos pacientes, principalmente, quando
associados à orientação de rotina (LIN et al., 2017; kETELAARS et al., 2017; MARINI et al.,
2014; DENNY et al., 2017; ADHISIVAM et al., 2017; SARABIA et al., 2017), e descreveu as
etapas vivenciadas na construção deste tipo de material educacional, o qual pode integrar o
arsenal de apoio às intervenções presenciais e por Telessaúde para usuários de sonda
enteral.
Acreditamos que nosso estudo reforça a disponibilidade de uma série de aplicativos
contemporâneos, alguns gratuitos, como o PowtoonTM, que podem ser incorporados pelos
profissionais da saúde no desenvolvimento de projetos inovadores e de fácil compreensão
pela população em geral.

6. Conclusão

O presente trabalho apresenta o processo de elaboração de um vídeo educativo


relacionado à orientação sobre o preparo e administração de medicamentos por sonda
enteral, dirigido a pacientes que necessitam desse cuidado em casa, bem como aos seus
familiares e cuidadores. O produto poderá ser apresentado nas orientações de alta
hospitalar, consultas ambulatoriais e visitas domiciliares.
Além disso, o vídeo também pode ser útil aos diferentes profissionais que atuam na
educação em saúde, os quais podem se beneficiar de um material de compreensão simples,
com acesso rápido via celular, tablet ou computador.

7. Referências

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