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DOS FATOS
Após pouco tempo de uso, dentro do prazo de garantia (um ano) dado pela Reclamada
(fabricante), mencionado aparelho, apresentou defeito de fabricação, ou seja, não funcionou
mais. Levado à assistência técnica autorizada da Reclamada - SCREENLIGHT TEC. COM.
LTDA *** ATENDIMENTO DE PROJETORES E MONITORES DE INFORMÁTICA – situado
no endereço supra mencionado, esta, unilateralmente, deu o seguinte parecer técnico:
"GARANTIA NÃO COBRA PRODUTO PRODUZIDO E COMERCIALIZADO PELA MATRIZ
OU FILIAIS NO EXTERIOR." (Grifei).
O Reclamante ao comprar referido aparelho ao preço muito superior aos demais existentes
no mercado, acreditou na grande marca (SONY) do produto e na certeza de que teria uma
garantia mínima do produto comprado. Na verdade, o que teve foi a simples afirmativa da
assistente da Reclamada, com frontal desrespeito aos direitos do consumidor.
DO DIREITO
"Para os fins deste Capítulo e do seguinte equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas."
A definição acima declinada visa, portanto, à proteção abstrata e preventiva daqueles
consumidores que podem ser lesados pelas práticas comerciais abusivas, enquadrando-se o
presente feito, perfeitamente, à hipótese legal.
Cabe salientar que a compra a varejo, onde há uma garantia do produto comprado, é um
contrato caracterizado como de "adesão". Estes métodos de contratação baseia-se na
realidade fática de superioridade econômica e técnica que possuem os fabricantes em
relação ao consumidores, superioridade esta que facilmente terá como reflexo a aceitação de
todas condições impostas.
As normas do CDC aplicam-se a este contrato, pois em regra, está presente consumidor em
um dos pólos da relação contratual, atuando como destinatário final do produto para proveito
próprio.
Ainda deve ser dito que é direito básico do consumidor a proteção contra cláusulas abusivas:
VII- o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou reparação
de danos difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;"
Grifei
Resta induvidoso, desta forma, que as normas do CDC se aplicam diretamente ao contrato
de adesão de compra de produto, bem como que a reparação das perdas e danos, sendo o
mais importante fundamento Lei.
Ademais, o artigo 1º da Lei número 8.078, de 11 de setembro de 1990, dito que as normas
de proteção e defesa do consumidor estabelecidas pelo Código são: "de ordem pública e
interesse social ..."
Tal determinação, inserida no primeiro artigo do CDC, significa que suas regras devem ser
aplicadas até mesmo de ofício pelo Magistrado, mitigando o princípio dispositivo existente no
direito processual civil.
AR.1º O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se
espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
PAR.2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter
sido colocado no mercado.
Segundo o art. 7°, parágrafo único da Lei n° 8.078/90, a seguir transcrito, dispõe
que a responsabilidade será solidária a todos os autores a ofensas ao consumidor;
"é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem; e são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação." Grifei.
(.....)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;"
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se
destinam."
RESP 63.981-SP
I - Se a economia globalizada não mais tem fronteiras rígidas e estimula e favorece a livre
concorrência, imprescindível que as leis de proteção ao consumidor ganhem maior
expressão em sua exegese, na busca do equilíbrio que deve reger as relações jurídicas,
dimensionando-se, inclusive, o fator risco, inerente à competitividade do comércio e dos
negócios mercantis, sobretudo quando em escala internacional, em que presentes empresas
poderosas, multinacionais, com filiais em vários países, sem falar nas vendas hoje efetuadas
pelo processo tecnológico da informática e no forte mercado consumidor que representa o
nosso País.
a) Seja citada a reclamada, no endereço acima descrito, via postal - AR, para contestar,
querendo, o presente pedido, cientificada que em caso de silêncio serão aceitas como
verdadeiras as alegações;
Termos em que
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2009