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Na realidade o livro de Caio Prado pode ser visto como uma etapa
claro para o que veio: em primeiro lugar, o autor mostra que irá realizar
fazer uma história completa; e nesse momento faz sua primeira crítica à
Oliveira Viana. Entretanto muito mais que uma crítica aos historiadores
que o antecederam, Caio Prado deixa claro o cuidado que irá tomar com
argumento seguinte quando o autor afirma que não irá mostrar uma
mais uma vez a opinião que tem sobre o que realmente é a História de
refutáveis.
Mas não é apenas pelo seu fundo crítico que essa obra de Caio Prado
mais evidente disso é o fato do autor afirmar ainda em seu prefácio, que
em 7 de abril de 1831.
CAPÍTULO I : COLÔNIA
obra, mas em toda ela, Caio Prado inicia sua análise no período colonial,
primeiros trinta anos após a sua descoberta o Brasil não passa de uma
Caio Prado nega o cunho feudal. Não vingando tal regime, Portugal
suficiente.
luta de classes.
eram tratados como bestas pelos seus senhores; esse assunto que
dada pelo autor ao tema: ou ele considera a escravidão como algo não
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Nesse momento, a crítica que Caio Prado afirmar ter da História do Brasil vista como uma epopéia cheia de
heróis fica claro, pois é um dos primeiros estudiosos que condena as Bandeiras e o processo civilizatório pelo
qual os inéditos passaram em detrimento da chamada história Tradicional que heroifica tais personagens da
nossa história.
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metrópole.
apenas o tráfico negreiro; dessa forma o Brasil resta como única saída,
autor, acaba por constituir uma rica burguesia que irá colocar em xeque
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Essa idéia, que está intimamente ligada com a idéia de evolução, tem que ser vista com muita cautela, pois
tem uma forte carga de anacronismo. Na realidade Caio Prado pensa a história do Brasil olhando para o seu
resultado e muitas vezes o seu livro parece ser uma justificativa do que aconteceu e não uma rela análise.
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Interessante percebermos nesse momento que o autor já fala do Brasil, como se fosse um país, ele já assume
essa identidade, mesmo estando analisando o período colonial.
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americanas.
Brasil. Mas essa parte da elite brasileira tomou muito cuidado ao tornar
imperador da mais nova “nação”. Esse cuidado fica claro quando o autor
limites ao imperador, que na verdade não teria nenhum poder real. Tal
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Nesse momento o autor novamente comete o erro do anacronismo. De que nação ele está falando? Será que
podemos falar de uma nação brasileira nesse momento histórico?
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quem era e quem não era cidadão do Brasil. Segundo o autor é uma
vez mais ansiosas por luxo – que passa a ser uma das formas mais
valor para as famílias patriarcais. Mas esse luxo não se limitava apenas
transformações sociais .
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vez mais era maior o abismo entre o governo e o resto do país. Após a
acabado. Mas Caio Prado mostra que as coisas não aconteceram bem
ou não deixa claro seu ponto de vista, quando diz que as classes
contribuição que Caio Prado nos dá nesse livro, ele nos mostra uma
que pode ser tomada como exemplo da agonia sentida pelas classes
inferiores.
Caio Prado mostra, então, aquele que ele chama como o período
a violência se torna quase que usual pelo governo. Esse período também
opostas.
sua visão de história, na realidade ele justifica o título dado ao seu livro
como um processo que tem como objetivo o progresso e que nada pode
deter, dessa forma ele acaba por fazer uma análise anacrônica da