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A balança e o espelho acusam alguns (ou muitos) quilos a mais ou as roupas começam a
apertar ou mal fecham. Antes de entrar naquelas dietas sem pés nem cabeça, que só
fazem mal ao organismo e são garantia de recuperar tudo o que perdeu e mais mal acabe
o Verão, descubra como obter melhores e mais duradouros resultados.
1 Quais são os primeiros passos a dar para se começar uma dieta?
Seleccionar cuidadosamente o que se come pode ser um bom começo.
E isso passa por evitar as gorduras e açúcares simples (doces e companhia) em excesso,
por tomar um bom pequeno-almoço e por comer várias vezes ao dia sem ficar mais do
que três horas sem comer.
Estes são os conselhos mais imediatos de José Camolas, nutricionista do Núcleo de
Endocronologia do Hospital de Santa Maria.
Este especialista salienta ainda a importância de se mastigar bem e comer com calma.
“Experimente pousar os talheres entre as garfadas”, sugere.
E aconselha ainda que se reserve o tempo das refeições apenas para comer (e não falar
ao telefone, ler ou distrair-se com outras coisas).
A ajuda de um especialista pode ser preciosa para se conseguir uma perda de peso
eficaz e duradoura. Um nutricionista ou endocrinologista verificará se há de facto
excesso de peso e ajudará a detectar os erros que estão a ser cometidos ao nível da
alimentação. Poderá igualmente ajudar a traçar um novo plano de alimentação
personalizado, com uma redução calórica ligeira para que se comece a perder peso.
É preciso não ter grande pressa: emagrecer devagar mas seguramente cerca de 400 a
500 gramas por semana é mais do que suficiente e uma garantia de que não recuperará o
que perdeu logo de seguida.
Uma alimentação saudável deve ser variada para fornecer ao organismo os nutrientes
essenciais à vida: proteínas, hidratos de carbono, vitaminas, sais minerais e gorduras
q.b.
Seleccione para a alimentação diária vegetais de folha escura (fonte de cálcio, de ferro e
de antioxidantes), legumes variados, leguminosas, frutos, cereais completos como o
arroz integral e o pão de centeio ou de mistura,
o leite ou os seus derivados. O peixe é também um óptimo alimento, pois contém
fósforo, essencial ao pensamento, e gordura saudável, a Ómega 3. Prefira as carnes
magras como as de aves ou com pouca gordura, que pode retirar-se quando visível.
O leite magro tem proteínas de elevado valor biológico, cálcio, fósforo e vitaminas. “É
um alimento importante a incluir no pequeno-almoço ou no lanche. E não deve ser
encarado simplesmente como uma bebida para matar a sede”, esclarece Alexandra
Bento.
Não se deve saltar as refeições principais nem as intercalares, a meio da manhã e a meio
da tarde. “Mesmo que não sinta fome na altura, o que comer vai moderar o apetite para
a refeição seguinte”, lembra Alexandra Bento. “Iniciar o almoço e o jantar com a sopa
de legumes é outra excelente forma de controlar o apetite”, completa a nutricionista. As
sopas de legumes são pobres em calorias e fornecem vitaminas, minerais, fibras e água.
Prefira os amidos complexos como pão, arroz e batata cozida ou assada, que estabilizam
o nível de glicose no sangue em detrimento dos açúcares de rápida absorção como os
doces. Por outro lado, é preciso procurar formas alternativas de retirar prazer da vida (e
não apenas da comida). Fazer exercício, conviver, ir ao cinema são apenas algumas das
muitas possibilidades saudáveis.
“Somos muito bons a poupar energia porque, em tempos, o organismo humano teve de
habituar-se a períodos de carência”, explica José Camolas. Ao reduzir-se muito a
ingestão calórica, o metabolismo baixa, a circulação sanguínea periférica torna-se mais
lenta para minimizar as perdas de calor e o ritmo respiratório diminui. O organismo
permanece alerta para garantir a sobrevivência.
Emagrecer com energia e saudavelmente não é passar fome nem passar por
grandes restrições, “feito que até pode deprimir uma pessoa”, alerta José Camolas.
Curas de emagrecimento breves e drásticas suscitam a necessidade de doces e produtos
gordos que reponham rapidamente as calorias em falta e são geralmente seguidas de um
regresso aos hábitos normais.
Prefira formas simples de confeccionar os alimentos e que usem pouca gordura como
cozer, grelhar ou assar. “Mas de pouco serve comer os alimentos cozidos se depois se
encharcam de azeite”, adverte o especialista.
“É importante poupar nutrientes, sabor e tempo”, comenta Alexandra Bento. Para esta
nutricionista, o ideal é cozinhar a vapor ou na panela de pressão, utilizar o forno
microondas ou um trem de cozinha com revestimento antiaderente.
Nos casos mais difíceis, podem fazer-se análises ao sangue e exames físicos que
determinam a percentagem de gordura e de músculo. Mas são situações que requerem,
antes de mais, o acompanhamento especializado.
11 Como controlar os tão perigosos “desejos”, voracidade e fome nocturna?
Apetites incontroláveis podem ser uma resposta normal e natural a refeições pobres em
nutrientes e mal planeadas. Estruture as suas refeições ao longo do dia e coma bem.
Quando for assaltado por apetites ou por uma voracidade fora do normal, tente distrair-
se por alguns minutos antes de ceder. Fale ao telefone com os amigos ou dê um passeio
no parque mais próximo.
Quando ansiamos por doces e outros hidratos de carbono, pode ser que estejamos a
necessitar de um pouco de mimos. Segundo José Camolas, “é verdade que estas
substâncias têm um efeito calmante devido à sua acção sobre a produção de endorfinas
responsáveis pelo prazer e pelo bem-estar. Mas o exercício físico moderado é uma boa
alternativa porque durante e após os treinos também se produzem essas endorfinas”.
Os açúcares simples dos doces podem ser uma armadilha. Provocam picos altos de
glicémia (níveis de glicose no sangue) e a secreção aumentada de insulina, acabam por
igualmente levar a descidas bruscas dos níveis de glicose e, com isso, um desejo sempre
renovado de ingerir mais e mais doces.
Se não consegue viver sem chocolate ou bolinhos secos, abra uma excepção de vez em
quando – uma vez por semana, por exemplo. Mas não os coma para matar a fome.
Evite as porções grandes. Peça meia dose ou divida o prato com outra pessoa. Dispense
gorduras como manteiga e natas e resista ao cesto do pão. Atenção à sobremesa.
Nos restaurantes japoneses quase todos os pratos são boas opções, à base de vegetais e
com pouca gordura; no restaurante chinês partilhe a dose e evite fritos como os
aperitivos de camarão; o pão típico, o arroz basmati e os pratos de vegetais são boas
escolhas nos restaurantes indianos; nos italianos evite os molhos e opte por legumes e
peixes ou carnes grelhadas.
Se for dia de festa ou uma ocasião mais especial, permita-se algumas loucuras. “A dieta
equilibrada não é um espartilho nem a busca incessante pela perfeição. A transgressão é
possível desde que depois se regresse aos bons hábitos”, diz o nutricionista.
Com um treino moderado de cerca de uma hora, segundo Luís Bettencourt Sardinha, do
Laboratório de Exercício e Saúde, da Faculdade de Motricidade Humana, pode
aumentar a necessidade de água mas não há motivos para se comer mais do que o
habitual.
Na verdade, esse tipo de exercício físico deverá até funcionar como inibidor do apetite,
uma vez que provoca a libertação de endorfinas responsáveis pelo bem-estar, que
descontrai e alivia o stress.
Os exercícios aeróbios com alguma intensidade são dos mais indicados para manter a
forma, queimar gordura e trabalhar a massa muscular. A marcha a bom ritmo, a corrida,
a bicicleta, a natação e o Body Step são alguns bons exemplos. “Prolongue o treino de
alguma intensidade pelo menos até aos 40 a 45 minutos se quer de facto queimar
gorduras”, aconselha o personal trainer Pedro Maia.
Você ainda tem dúvidas sobre como controlar melhor o seu apetite e calar o monstro do
estômago?! Atendendo aos pedidos dos leitores, aqui vão mais algumas dicas para
controlar o apetite e comer melhor:
1. Escove os dentes quando você achar que já comeu o suficiente.
O gosto e a sensação da pasta de dente tira todo o apetitite que você ainda tiver, além de
dar ao corpo o tempo necessário para “processar” a informação de que a quantidade de
alimento necessária já foi ingerida.
2. E se eu não encontrar framboesa?
No artigo anterior eu sugeri framboesa, que é uma fruta muito comum aqui no noroeste
dos EUA onde eu moro. Mas no Brasil ou em Portugal pode não ser tão fácil encontrá-
la. Procure frutas ou alimentos com alto teor de fibras, que enchem o estômago,
controlam o apetite, regulam o intestino, entre outros benefícios. Amora (que é parente
da framboesa), laranja, goiaba, kiwi, abacate e pêra são alguns exemplos.
3. Água! Beba muita água! Como eu pude esquecer dela no artigo anterior?!
Sem comentários!
4. Durma bem!
Estudam mostram que pessoas que sofrem de insônia ou que simplesmente não tem
bons hábitos de sono tem mais facilidade para ganhar peso e maior dificuldade para
perder. Não só o stress provocado pela carência de sono afeta seu corpo negativamente,
mas também certos hormônios ligados ao apetite são afetados quando seu corpo é
deprivado do descanso necessário.
5. Não estresse seu corpo!
Nosso corpo gosta de rotina e uma vez que ele se adapte, ele se estressa quando você
muda. Mudar uma vez outra não tem problema, mas o problema ocorre com pessoas
que por exemplo, não tem horário para comer ou dormir – a cada dia o corpo enfrenta
uma situação diferente, ele está esperando a comida num determinado horário, mas ela
não vem, ele está esperando descanso num determinado horário, mas você fica
assistindo TV até 4 da manhã. Isto confunde seu corpo e faz com que ele sinta que você
está passando por uma situação de instabilidade, em que você não sabe se vai conseguir
comida, ou não sabe se vai poder parar para descansar (lembre-se que por dentro nós
somos como os homens da pedra!). E o que o seu corpo faz quando sente que o
ambiente é instável?! Guarda gordura e a economiza até a última gota! Isto também faz
com que você sinta fome constantemente, pois seu corpo sente que precisa ingerir a
maior quantidade possível de alimentos para que possa guardá-los em forma de gordura
para o caso de a instabilidade durar por mais tempo e você precise “usar o seu estoque”!
6. Coma diversas pequenas refeições ao dia
Se você tem dificuldade em controlar o que come numa refeição só, experimente comer
ao invés de 3, 6 refeições com a metade do que você comeria nas 3. Algumas dietas
rezam por essa divisão em pequenas refeições espalhadas ao longo do dia. Se você
consegue se controlar entretanto, não tem importância comer poucas vezes. O grande
perigo de fazer mais do que 3 refeições é acabar comendo calorias demais. Se você
optar por comer diversas vezes ao dia, você precisa saber exatamente o que você está
comendo. O fato de ser pouca quantidade não quer dizer que tenha poucas calorias!
7. Não tome suplementos para controlar o apetite!
Este assunto merece um outro artigo completo, mas como dica rápida aqui vale a
recomendação. Suplementos só de vitaminas, minerais, etc. Jamais consuma remédios
para emagrecer ou supressores de apetite. Sua vida pode estar em risco!