Universidade Federal de Goiás

Faculdade de Direito

Ação de Inventário

Direito Processual Civil

Professora: Silzia Pietrobom.

Aluno: Hugo Teófilo de S. Silva

Mat. 042166 T: 8º B

Goiânia (GO) 06 de Dezembro de 2010.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETO DA 1 ª VARA DE
FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE GOIÂNIA

Maria Pereira, viúva, do lar, inscrita na Cédula de Identidade/RG nº

000.000 SSP – GO e no CPF/MF nº 000.000.000-00, por si e representando seu
filho, menor impúbere, Pedro Pereira, nascido no dia 17/05/2002, todos residentes e
domiciliados Praça Universitária, nº 01, St. Leste Universitário, Goiânia - GO, por seu
procurador in fine assinado: Hugo Teófilo de Souza Silva, inscrito na OAB/GO. sob
nº 000.000. e CPF/MF nº 000.000.000-00, estabelecido na Rua 01 nº 100, Bairro
Goiá., na Comarca de Goiânia, CEP 74.000-000., fone (62) 2222-2222., onde
recebe intimações, vêm respeitosamente à presença de V. Exa., com fundamento no
artigo 982 e s.s. do Diploma Processual Civil Brasileiro e demais dispositivos legais,
propor a presente

AÇÃO DE INVENTÁRIO

face ao espólio de João Batista, que era brasileiro, casado, auxiliar de

produção da empresa Coca-Cola S/A, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

I - DO "DE CUJUS"

João Batista, Cédula de Identidade/RG nº 000.000 e CPF/MF nº

000.000.000-00, casado pelo Regime de Separação Total de Bens com Maria
Pereira, faleceu "ab intestato" na Comarca de Goiânia em 06/10/2010.
 II - DOS HERDEIROS

É herdeiro do de cujus o filho, Pedro Pereira, sendo o mesmo qualificado,

neste ato representado pela sua genitora Maria da Silva.

À vista disso e em respeito à lei, quer que sejam inventariados os bens do

de cujus, que se encontram na posse da Sra. Maria da Silva, viúva do de cujus.

De acordo com a Lei nº 6.858/80, verifica-se:

“Art 1º Os valores devidos pelos empregadores aos

empregados e os montantes das contas individuais do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação
PIS-PASEP, não recebidos, em vida pelos respectivos titulares,
serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados
perante a Previdência Social ou na forma da legislação
específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos
sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial,
independentemente de inventário ou arrolamento.

§ 1º As quotas atribuídas a menores ficarão depositadas em

caderneta de poupança, rendendo juros e correção monetária,
e só serão disponíveis após o menor completar 18 (dezoito)
anos, salvo autorização do Juiz para aquisição de imóvel
destinado à residência do menor e de sua família ou para
dispêndio necessário à subsistência e educação do menor.”

Logo, que seja oficiado o Instituto Nacional do Seguro Social para emitir a
Declaração de existência ou inexistência de dependentes habilitados para titularizar
Pensão por Morte junto ao Instituto.

III – LEGITIMAÇÃO

Conforme art. 987 e 988 do CPC, tem-se:

"Art. 987. A quem estiver na posse e administração do espólio

incumbe, no prazo estabelecido no Art. 983, requerer o
inventário e a partilha.
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a
certidão de óbito do autor"

Art. 988. Tem, contudo, legitimidade concorrente:

I - o cônjuge supérstite;
II - o herdeiro;
III - o legatário;
IV - o testamenteiro;
V - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da
herança;
 VII - o síndico da falência do herdeiro, do legatário, do
autor da herança ou do cônjuge supérstite;
VIII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;
IX - a Fazenda Pública, quando tiver interesse

O presente requerimento é feito pelo HERDEIRO do autor da herança

(certidão de nascimento anexada), ex vi dicção do art. 988 do Código de Processo
Civil.

IV – NOMEAÇÃO DO INVENTARIANTE

O inventariante exerce um múnus público de representar o espólio em

juízo e fora dele, ativa e passivamente, tornando-se detentor da obrigação de fazer
evoluir o inventário para que a partilha seja realizada da melhor forma possível.

Ao inventariante cabe a administração dos bens da herança. Assim,

requer se digne Vossa excelência determinar o processamento do Inventario,
nomeando a viúva do de cujus, Sra. Maria da Silva, para a função de Inventariante,
conforme disposto no Art. 990 do CPC.

Neste sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE

INVENTÁRIO – POSSE DOS BENS
INVENTARIADOS – DIREITO REAL DE MORADIA
– RECURSO IMPROVIDO – Ao inventariante
incumbe a administração dos bens da herança,
razão pela qual a ele deve ser deferida a sua posse.
Nos termos do artigo 1831 do Código Civil deve ser
garantido o direito real de moradia ao cônjuge
sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens,
relativamente ao imóvel destinado à residência da
família, desde que seja o único daquela natureza a
inventariar. (TJMS – AG 2008.036282-5/0000-00 –
Coxim – Rel. Des. Oswaldo Rodrigues de Melo – J.
29.01.2009).
 V – SUCESSÃO DAS VERBAS TRABALHISTAS

De acordo com o art. 1 da Lei 6.858/80, os créditos trabalhistas do

empregado falecido devem ser pagos aos sucessores, respeitando a seguinte
ordem: i) dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da
legislação específica dos servidores civis e militares; ii) na sua falta, aos sucessores
previstos na lei civil.

Segundo AMAURI MASCARO NASCIMENTO (Curso de Direito

Processual do Trabalho, Saraiva, 14ª ed., 1993, pág. 138): "Se morre o empregado,
os seus dependentes ou herdeiros têm direito ao saldo de salário e férias vencidas,
além dos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço”, por serem direitos
transmissíveis aos herdeiros. Na lição de ADILSON SANCHEZ (Manual da Rescisão
do Contrato de Trabalho, LTr, 4ª ed., pág. 130), são transmissíveis - no caso de
extinção do contrato de trabalho por falecimento do empregado que tenha menos de
um ano de serviço - os seguintes direitos: saldo de salário, gratificação de natal,
salário-família, FGTS do mês anterior e do mês da rescisão, liberação do depósito
fundiário (Cód. 23). Caso o empregado tenha mais de um ano de serviço, férias
integrais e proporcionais, com o respectivo adicional.

Neste sentido:

CARÊNCIA DA AÇÃO – CRÉDITO TRABALHISTA

DE EMPREGADO FALECIDO – HERDEIROS QUE
NÃO DETÊM A QUALIDADE DE INVENTARIANTES
– LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM –
Possuem legitimidade ativa para postular os direitos
trabalhistas do de cujus tanto o espólio, na sua
condição de universalidade de bens e direitos,
devidamente representado pelo inventariante,
quanto os herdeiros do trabalhador, haja vista a
informalidade que norteia o Processo do Trabalho,
sendo artificioso e desnecessário exigir-se dos
herdeiros a abertura de inventário, mesmo que
negativo, para o ajuizamento de reclamação
trabalhista visando a percepção das verbas,
 inclusive rescisórias, devidas ao obreiro, mormente
quando o mesmo apresentava, em vida, precária
condição econômica. (TRT 3ª R. – RO 00947-2007-
069-03-00-0 – 5ª T. – Relª Desª Lucilde D'ajuda Lyra
de Almeida – DJe 18.06.2008).

Assim, considerando-se todos os direitos advindos do falecimento do

obreiro são transmissíveis, estão legitimados a receber os direitos trabalhistas, em
face do passamento do empregado, os dependentes habilitados perante a
Previdência Social ou, na sua falta, os herdeiros na forma da lei civil, mediante
alvará, conforme artigo 5º do Decreto 85.845/81.

VI – DOS BENS DO ESPÓLIO

O de cujos deixou os seguintes bens imóveis e móveis:

a) Um apartamento localizado Praça Universitária, nº 01, St. Leste

Universitário, Goiânia – GO (CRI em anexo);

b) Um automóvel Gol, ano 2006, (CRV em Anexo);

c) Créditos trabalhistas no valor de R$ 30.000,00 a ser acertado junto a

Coca-Cola S/A, conforme termo de rescisão de contrato de trabalho em anexo.

A requerente desconhece demais bens de propriedade do de cujus.

VII – DAS DIVIDAS DO ESPÓLIO

A requerente desconhece qualquer dívida envolvendo o autor da herança.

VIII – DO PEDIDO.

EX POSITIS, é o presente para requerer, a Vossa Excelência, que se

digne, após, cumpridas às formalidades legais:
 1) Determinar a abertura do inventário dos bens deixados pelo de cujus
João Batista.

2) Nomear como inventariante do espólio a viúva do falecido, a Sra. Maria

da Silva.

3) Oficiar o Instituto Nacional do Seguro Social para emitir declaração dos

dependentes habilitados à Pensão Por Morte, tendo em vista óbito do de cujos.

4) Com fulcro no artigo 82, inciso I do Código de Processo Civil Brasileiro,

ainda, requer-se a Vossa Excelência a intimação do Ministério Público, face ao
interesse do menor incapaz, conforme se faz prova através dos documentos
inclusos, a fim de que o mesmo venha a integrar processo na forma de custus legis;

5) Comprovante de endereço do requerente; a Cédula de Identidade,

CPF, e comprovante de endereço da representante do requerente; certidão de óbito
do de cujus; procuração ad judicia.

Dá-se a causa, para fins de alçada o valor de R$ 380.000,00 (trezentos e

oitenta mil reais)

Goiânia, 06 de Dezembro de 2010.

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Hugo Teófilo de Souza Silva
OAB/GO 042166