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Jesus tem uma postura de Mestre, mas está sempre aberto a reaprender:
atravessa as noites, os desertos e as tempestades em atitude de aprendizado.
Não se perde nas crises, nem se isola no intimismo imaturo. Ele revela uma
interioridade ao mesmo tempo misteriosa e aberta: centrada em seu mistério
pessoal e acolhedora do outro. Passa as madrugadas na intimidade com o Pai e
se faz presente a todas as situações dramáticas de dor, exclusão, desumanidade
e morte (Lc. 9,28-43).
No encontro com as pessoas, com os conflitos, com os momentos de alegria e
com os riscos de sua missão, Ele mostra vigor, ousadia e coragem de ir além.
A cada passo, Ele revê o conjunto do caminho e assimila novas percepções.
No início de sua pregação, dedica-se apenas ao ambiente judaico-palestinense. Como bom judeu e galileu
piedoso, começa a evangelizar nos limites da cultura e da fé israelita (Mt. 10,5).
Mas depois vai visualizando maior universalidade e ultrapassa os horizontes costumeiros (Mt. 28,19).
Indo além, Jesus repensa os conceitos de Deus e de religião, e diz que o Pai pode ser adorado em qualquer
lugar, desde que seja “em espírito e verdade” (Jo. 4,23).
Sua linguagem utiliza as tradicionais parábolas, mas o conteúdo ensinado supera o antigo: é inédito, fala
com autoridade própria (Mc. 1,22; Lc. 15). Prega com originalidade e capacidade de sedução: diz que o ser
humano é o grande valor querido por Deus, e que o sábado, a Torá e o Templo existem, porque a vida
humana está revestida de sacralidade, mais que os altares e os costumes antigos.