Esta é uma contemplação do mistério do caminho da Cruz. Jesus e a Criação inteira carregam a Cruz às costas. Nunca antes houve um índice de extinções comparável ao de hoje. Os principais ecologistas do mundo nos advertem que uma terça parte de todas as espécies vivas poderão deixar de existir dentro dos próximos vinte ou trinta anos. Não estamos apenas devastando a diversidade biológica por meio da destruição de habitats, da poluição e da matança de outras espécies; pela primeira vez os seres humanos estão causando um impacto sistemático sobre o sistema de suporte da vida na Terra – por meio da destruição da camada de ozônio, do efeito estufa, das precipitações ácidas e da poluição radioativa e tóxica de âmbito mundial. Durante mais de três bilhões e meio de anos, a vida floresceu, se diversificou e se expandiu em formas inacreditáveis e em relacionamentos de complexidade inimaginável. E agora, no espaço de uma única geração humana, estamos impedindo este florescimento. 1. Oferecimento de mim mesmo Rogo às Três Pessoas Divinas a graça para que durante esta oração, todas as minhas intenções, ações, operações e sentimentos se dirijam unicamente a seu serviço e louvor. 2. Preâmbulo ao mistério Jesus carrega a Cruz às costas até o Gólgota. “O sol está chorando gotas de chuva. Gotas de chuva, grandes e pequenas. E a última árvore está morrendo. Morrendo. E só”. (Charles Anflick)
3. Disposição de todo o meu ser para o mistério
Leio Mc. 15,21-32 Imagino o espírito da Árvore da Cruz em sua capacidade de regenerar-se de um ramo, em seu poder de integrar o carbono, a água e a luz... Ao crescer se converte em minha imagem do ecossistema, logo em minha imagem do universo, e finalmente, em sua profundidade, em seu alcance, em seu esplendor e em seu mistério, se converte em minha imagem da Trindade. Espero com as mulheres à beira do caminho, enquanto Jesus leva a Árvore às suas costas. 4. O desejo de meu coração Peço alcançar a graça de sentir profundamente o sofrimento do Corpo de Cristo, que continua nas comunidades de vida marginalizadas e exploradas, que gemem em seu sofrimento. Peço sentir tristeza e aflição, dor interior e lágrimas com Cristo enquanto Ele experimenta o mal trato imposto à sua amada Terra, e como eu ainda ignoro sua preocupação pessoal e sua vinculação física com a comunidade universal de vida. 5. Pontos de reflexão e consideração Primeiro ponto: Acompanho Jesus enquanto carrega a Cruz às costas até o Gólgota. Vejo as mulheres que se lamentam por Ele. Segundo ponto: Ouço o que dizem. Terceiro ponto: Olho o que fazem. Quarto ponto: Com a imaginação, pergunto aos bosques, aos pântanos, às montanhas, aos mares... porque neste dia o Amor supremo vai morrer no Madeiro. Quinto ponto: Penso como a divindade de Jesus se esconde em lugar de vencer seus inimigos. Sexto ponto: Penso em que Jesus faz tudo isto por meus pecados e os da comunidade, e me pergunto o o que deveria eu fazer por Ele. 6. Colóquio Falo com Jesus, meu amigo e irmão, e permaneço presente junto d’Ele, no caminho do Gólgota. Sigo a Jesus enquanto Ele suporta o peso do madeiro. Vejo a Árvore Sagrada como semente, logo como árvore jovem, cujas raízes exploram a terra sob a superfície. Encho-me de assombro ao compreender que, durante dez bilhões de anos, os átomos de carbono dessa árvore estiveram cumprindo sua função de impulsionar a aparição do cosmos. Termino com a oração que o Senhor nos ensinou.