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DIREITO ADMINISTRATIVO - HÉRCULES

NOÇÕES INICIAIS
1) NORMAS JURÍDICAS: é o conjunto de regras que regem as relações jurídicas entre as pessoas
(naturais e jurídicas) no seio da sociedade; e as relações dessas para com o Estado.

2) PRINCÍPIOS JURÍDICOS: são disposições que se espalham sobre as normas com a função de integrá-
las, dar-lhes coesão, atá-las e servir como elemento de interpretação das mesmas.
EX.: Princípio da isonomia aristotélica (art 5o CAPUT, I) → tratar os diferentes diferentemente e os
iguais igualmente; Princípio da legalidade (art 5o, II e CAPUT).

3) ESTADO:
I) CONCEITO: é a nação política e juridicamente organizada, composta de povo, território e
governo soberano.
II) ELEMENTOS:
i. POVO (elemento humano);
ii. TERRITÓRIO (elemento físico, geográfico ou espacial);
iii. GOVERNO SOBERANO OU SOBERANIA (elemento político).
III) PODERES DO ESTADO (FUNÇÕES)
 O PODER DO ESTADO É UNO E INDIVÍSÍVEL. O QUE É DIVISÍVEL SÃO AS FUNÇÕES.
i. SÃO POLÍTICOS (ART 2 CF/88): LEGISLATIVO, EXECUTIVO e JUDICIÁRIO;
O

→ diferem dos poderes administrativos, que são operacionais e instrumentais


(vinculado, discricionário, normativo-regulamentar, hierárquico e delegado).
II. SÃO IMANENTES, ORGÃNICOS;
III. SÃO INDEPENDENTES E HARMÔNICOS ENTRE SI;
iv. PRINCÍPIO DOS “FREIOS E CONTRA-PESOS”

1) PODER EXECUTIVO
A. FUNÇÃO TÍPICA: gerenciar a coisa pública, buscando atingir ou alcançar o interesse público e
o bem comum.
B. ATIVIDADES ATÍPICAS:
i. atípica normativa:
- edição de medidas provisória pelo chefe do executivo (art 62): presidente;
governadores do DF e de estados e prefeitos de municípios. Estes 3 últimos, apenas se
previstos na constituição do estado ou na lei orgânica do DF ou município;
- edição de leis delegadas;
- edição de decretos.
ii. atípica “judicialiforme”: no julgamento dos processos
administrativos pelas autoridades competentes. (julgamento não jurisdicional – não faz
coisa julgada)

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU)


• AUTONOMIAS • FUNÇÃO: órgão essencial à função
o Funcional; jurisdicional do ESTADO.
o Administrativa; • ATRELADO ao EXECUTIVO.
o Orçamentária; • NÃO é subordinado hierarquicamente.
o Financeira.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)


• FUNÇÕES • ATRELADO ao LEGISLATIVO.
o Fiscalização contábil, patrimonial, • NÃO é subordinado hierarquicamente.
financeira e administrativa dos
órgãos da administração indireta.
1
2
2) PODER LEGISLATIVO.
a. FUNÇÃO TÍPICA: criar normas jurídicas, LEGISLAR; também, FISCALIZAR as atividades contábeis,
patrimoniais, financeiras e administrativas dos órgãos e entidades da administração pública.
B. ATIVIDADES ATÍPICAS:
i) Atípica administrativa: nomear, conceder férias, licenças, etc; licitar, assinar contratos
administrativos.
ii) Atípica judiciária: ao julgar certas autoridades no cometimento de crime de
responsabilidade. (pode ser julgamento com jurisdição – faz coisa julgada)
OBS.: Ministro de estado é julgado no STF. Pode ser julgado no SENADO se em conexão com o
presidente ou vice-presidente.

3) PODER JUDICIÁRIO
a. FUNÇÃO TÍPICA: SOLUCIONAR OS CONFLITOS de interesses, aplicando, distribuindo e criando o
direito nos casos em concreto, ou seja, aplicar a TUTELA JURISDICIONAL. (julgamento com
jurisdição – faz coisa julgada  princípio de unidade de jurisdição)
B. ATIVIDADES ATÍPICAS:
i) Atípica normativa: ao elaborar seus regimentos internos.
ii) Atípica administrativa: ao licitar, celebrar contratos administrativos, nomear, exonerar,
conceder férias, afastamentos, licenças dos seus funcionários.

OBSERVAÇÃO FINAL:
1) FORMA DE ESTADO:
A – CONCEITO: refere-se à forma em que é exercido o poder político na sociedade.
Poder político: é a potestade (poder) que possui a entidade político-jurídica de elaborar suas próprias
normas jurídicas e auto organizar-se.

B – CLASSIFICAÇÃO:
1. UNITÁRIO: também chamado CENTRALIZADO, possui uma única fonte de onde emana poder
político. Ex.: URUGUAI, FRANÇA, CUBA.
2. COMPOSTO: também chamado DESCENTRALIZADO, possui mais de uma fonte de onde emana
poder político.

FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO
Os estados membros são dotados de parcela de poder Os estados membros são dotados de parcela de
denominada autonomia para auto organizar-se. poder denominada soberania.
• POLÍTICA • TRIBUTÁRIA
• ADMINISTRA • ORÇAMENTÁRI
TIVA A
Os estados membros encontram-se unidos por Os estados membros encontram-se unidos por
vínculo indissolúvel. vínculo dissolúvel (Tratado Internacional).

2) GOVERNO (É APENAS UM ELEMENTO DO ESTADO)


A – CONCEITO: refere-se à expressão política de comando, à manutenção da ordem política vigente e à
determinação do destino político da nação.
B – FORMA DE GOVERNO:
REPÚBLICA MONARQUIA
- possibilidade de responsabilização dos - impossibilidade de responsabilização dos
governantes. Presidente julgado no SF. governantes.
- temporariedade no exercício do poder. - vitaliciedade no exercício do poder.
- eletividade na escolha dos governantes. - hereditariedade ou comando divino na escolha
dos governantes.
OBS.: República: Tipo de Governo
Federação: Tipo de Estado.
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Estado de Defesa: 1) caos, inoperância de instituição constitucional.
2) grave comoção interna ou grave calamidade natural.

Estado de Sítio: 1) insuficiência do Estado de Defesa.


2) iminência de invasão ou guerra.

C – REGIME DE GOVERNO: PRESIDENCIALISMO


OBS.: O chefe do executivo, presidente da república, acumula as funções de chefe de estado, chefe
de governo e chefe da administração pública. No Brasil, por força de dispositivo constitucional,
acumula também as funções de chefe das forças armadas. Art. 143.

4) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A. CONCEITO GENÉRICO: consiste no complexo de órgãos, entidades e agentes pré-ordenados a
realizarem a atividade administrativa do Estado e a por em prática as políticas de governo.

ÓRGÃOS + ENTIDADES + AGENTES → Atividades administrativas do Estado


(SUBJETIVO) (OBJETIVO)

B. ASPECTO OBJETIVO (MATERIAL) DA A.P.: consiste no complexo de atividades realizadas pelo


Estado e voltadas para a satisfação das necessidades públicas de modo concreto e
imediato.
C. ASPECTO SUBJETIVO (FORMAL) DA A.P.: refere-se ao grande complexo de órgãos, instituições
e agentes públicos que realizam a atividade administrativa do Estado.

OBS.: MATÉRIA DE CONSTITUIÇÃO:


I. FORMA E ESTRUTURA DO ESTADO
II. FORMA DE GOVERNO (REPUBLICANO)
III. FORMA DE AQUISIÇÃO E PERDA DO PODER POLÍTICO
IV. DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS.

NOTAS.:
ASPECTO OBJETIVO ASPECTO SUBJETIVO
FUNÇÃO LEGISLATIVA PODER LEGISLATIVO
FUNÇÃO EXECUTIVA PODER EXECUTIVO
GOVERNO
FUNÇÃO JUDICIÁRIA PODER JUDICIÁRIO
ESSENCIAIS À JUSTIÇA MPU
SERVIDOR PÚBLICO ÓRGÃOS
FOMENTO ENTIDADES
ADM. PÚBLICA
PODER DE POLÍCIA (AGENTES PÚBLICOS)
INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA

 TCU aprecia  “parecer prévio” separados para cada poder


Governo
Contas  CN julga  CMO (Art 166, §1°) aprecia c/ “parecer”

Administração  TCU julga (regulares, irregulares, regulares c/ ressalvas)

 Contas de Governo do TCU  CMO (aprecia)  CN (julga)


LRF (Art 56, §2°)
 Contas de Administração  próprio TCU (aprecia e julga)

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C.1.: ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

- não cria pessoa, nem


competência. Ela mesma
realiza a administração.

CENTRALIZAÇÃO

ART 18 CF/88

UNIÃO
DESCENTRALIZAÇÃO ESTADOS DESCONCENTRAÇÃO
ENTIDADES PÚBLICAS ÓRGÃOS PÚBLICOS
DIST. FEDERAL
- possui personalidade jurídica MUNICÍPIOS - não possui personalidade jurídica
- realizam atividades atípicas de Estado - pessoas jurídicas de direito público - realizam atividades típicas de Estado
interno ou pessoas político-jurídicas.
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO
INDIRETA ou DESCENTRALIZADA DIRETA ou CENTRALIZADA

DESCENTRALIZAÇÃO: fenômeno administrativo que consiste na DESCONCENTRAÇÃO: fenômeno administrativo que consiste na
distribuição de competências da entidade político-jurídica para uma outra distribuição interna de competências da entidade político-jurídica.
entidade personificada.

Nota: atualmente, quer os órgãos da administração direta e as autarquias e fundações públicas podem arregimentar trabalhadores por regime híbrido: Lei
8112/90 e CLT. Na prática, isso quase não acontece por conveniência e oportunidade.

CARACTERÍSTICAS COMUNS DAS ENTIDADES PÚBLICAS: CARACTERÍSTICAS COMUNS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
1) Todas têm patrimônio e denominação (personalidade) próprias. 1) integra a entidade
2) Vedação constitucional para acumulação de cargos públicos. 2) não é titular de direitos e obrigações
3) É titular de direitos e obrigações 3) pode TER, excepcionalmente, direitos e obrigações.

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ENTIDADES PÚBLICAS
Caracterís- Regime
Natureza Bens Pagam
ticas Criação Finalidade Jurídico dos Licitam? Exemplos
Jurídica Tributos?
Entidade Trabalhadores Públicos Penhoráveis
EMBRATUR, BACEN;
USP, CNEM, CVM,
1) Lei 8112/90 INSS; Ordens e
Criada por Lei Direito Conselhos; Ag.
AUTARQUIAS Administrativa 2) Dec 5452/43 SIM NÃO NÃO SIM Reguladoras (ANP,ANA,
específica público
(CLT) ANVISA, ANTT,
ANTAQ, ANEEL,
ANATEL)
Autorizada por Direito
lei, criada por lei público 2 1) Lei 8112/90 UnB, FNS, FIOCRUZ,
FUNDAÇÕES
(pública) ou SOCIAL 2) Dec 5452/43 SIM NÃO NÃO SIM FUNAI, IBGE, ENAP,
PÚBLICAS Direito CNPQ, IPEA
registro em (CLT)
cartório (privada) privado 2
Autorizada por
lei, criada por SOCIAL ECT, SERPRO,
EMBRAPA, CEF,
EMPRESAS estatuto Direito Dec 5452/43
NÃO 4 SIM SIM 5 SIM 6 INFRAERO,
PÚBLICAS registrado em Privado (CLT) RADIOBRÁS, METRÔ,
cartório ou junta FINANCEIRA Caixa Econômica
comercial 1,2
Autorizada por SOCIAL CAESB, CEB, BRB,
SOCIEDADES lei, criada por PETROBRÁS,
Direito Dec 5452/43
DE ECONOMIA estatuto NÃO 4 SIM SIM 5 SIM 6 Eletronorte,
Privado (CLT) Banco do Brasil, Bancos
MISTA registrado em FINANCEIRA Estaduais.
junta comercial 1
1 – além da lei autorizativa, necessita-se do registro de pessoa jurídica para que a criação seja aperfeiçoada.
2 – será cartório ou junta comercial dependendo da FORMA escolhida para a Empresa Pública.
3 – Direito Público  Autarquia Fundacional (espécies de autarquia  efeitos jurisdicionais) / Direito Privado  depende de regulamentação.
4 – Mandado de Segurança no 23.627/STF: à partir deste mandado, os bens dessas entidades passaram a ser Particulares Penhoráveis.
5 – art 173 §2o CF/88: As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado
(excetuam-se aqui, aquelas que apenas prestam serviços de utilidade pública com fins sociais).
6 – possibilidade de criação de regime jurídico próprio (diferente da Lei 8666/93).

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NOTAS:
1) CF/1969 x 2) CF/1988
a. Leis (Legislativo) a. Emenda à CF
b. Decreto-Lei (Presidente) – natureza autônoma, b. Leis:
criava direitos e obrigações na ordem jurídica por si i – complementar
mesmo ii – ordinárias
iii – delegadas
c. Decreto Legislativo
CFantiga X CFnova d. Resolução das Casas Legislativas
(banida) e. Medidas Provisórias
- desconstitucionalização (não existe no Brasil) f. Leis e Decretos-Lei da antiga
constituição*
* Qual a força do Decreto-Lei na nova CF:
- se matéria regida por lei ordinária → força de lei ordinária
- se matéria regida por lei complementar → força de lei complementar
Obs1.: Os Decretos-Lei na nova CF não são mais autônomos.
Obs2.: No confronto entre a CF antiga e a nova, a antiga é banida. Em outros países pode ocorrer a
desconstitucionalização.

LEI COMPLEMENTAR LEI ORDINÁRIA


A CF exige A CF não exige
Coro de aprovação: maioria absoluta Coro de aprovação: maioria simples

Hoje.: 1) não se edita decretos-lei.


2) Há decretos-lei vigentes, pois foram recepcionados pelo ordenamento constitucional atual.
3) Existem 3 tipos de decreto:
A – DECRETO REGULAMENTAR: regulamenta, explica, minudencia a lei (não é autônomo);
como regra, não cria direitos e obrigações novos. Exceção: O decreto regulamentar pode criar
obrigação não prevista na lei, desde que a obrigação seja acessória à obrigação principal.
B – DECRETO EXECUTIVO: ato executivo específico para determinadas situações jurídicas
(ex. desapropriação). É ato administrativo.
C – DECRETO AUTÔNOMO: de natureza autônoma. É fruto da EC no. 32, pode ser editado
pelo presidente da república nos seguintes casos.
1 – extinguir cargos públicos vagos.
2 – reordenar a administração pública, quando não importar aumento de despesa (art. 84,
VI CF88).

NOTAS: Diferenças elementares entre EMPRESAS PÚBLICAS e as SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA:


1) QUANTO À FORMAÇÃO DE CAPITAL: o capital social das empresas públicas é de 100%
público, e o da sociedade de economia mista é majoritariamente (as ações nominativas com direito
a voto pertencem ao Estado, no mínimo 50% +1); lei no 6404/76.
2) FORO PROCESSUAL: as SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA municipais, estaduais e federais são
processadas e julgadas na JUSTIÇA COMUM. As EMPRESAS PÚBLICAS, pela JUSTIÇA FEDERAL (art 109, I),
com exceção das causas trabalhistas, eleitorais e nos casos de falência e concordata, em que são
julgadas na justiça do trabalho, eleitoral e de falências e concordatas respectivamente.
Nota: os seus empregados devem se submeter à concurso público de provas ou provas e títulos e sobre
eles incide as hipóteses de não acumulação de cargos públicos.

HIPÓTESES DE ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS:


1) 2 cargos de professor;
2) 1 cargo de professor + 1 técnico e ou científico;
3) 2 cargos de saúde (profissão regulamentada);
4) 1 magistrado + 1 magistério (nível superior);
5) 1 membro do MP + 1 magistério.
C.2.: AGENTES PÚBLICOS
A – CONCEITO: são todas as pessoas que participam de maneira permanente, precária ou provisória ou
acidental, na realização das atividades administrativas do Estado, quer por ato jurídico ou de ordem
técnica ou material.

B – CLASSIFICAÇÃO:
B.1.: AGENTES HONORÍFICOS: são as pessoas dotadas de condição cívica homogênea ou de
honorabilidade ou possuidoras de capacitação técnico-profissional e convocadas à realizar atividades
administrativas do Estado de maneira temporária, precária. Via de regra não remunerados. Não possuem
vínculo empregatício ou estatutário.
Obs.: são considerados funcionários públicos para efeitos penais (art 327 §1o).
Ex.: jurado do tribunal do júri, mesário eleitoral, comissário de menores, membros da comissão de
julgamento, juiz de paz (recebe pró-labore).

B.2.: AGENTES POLÍTICOS: são os ocupantes dos mais altos escalões das esferas de governo e que
exercem funções constitucionais.
Obs.: - via de regra, não estão submetidos à regime estatutário ou celetista (exceções: LOMP, LOMAN);
- pode ocupar cargo eletivo ou não (ex. juízes de direito, federais, etc podem ser promovidos);
- respondem por crimes funcionais e de responsabilidade;
- não são responsabilizados civilmente por seus atos, salvo em casos de dolo e má-fé.
Ex.: presidente da república e ministros de estados e municípios; ministros dos tribunais, governadores de
estado e município; prefeitos de estado e município; secretários de estados e município; deputados,
vereadores, membros da carreira diplomática.
Obs.: o professor Hely Lopes Meirelles considera também os juízes de direito e promotores de justiça
como agentes políticos, pois são tidos como representantes do poder. Não é posição majoritária da
doutrina.
ART 92 CF/88 – Estrutura do Poder Judiciário
EC no 45 STF

STJ TST TSF STM

Tribunal de Alçada TJs TRF TRT TRE Tribunais Militares

Juízes de Direito Juízes Federais Juízes do Trabalho Juízes Eleitorais Juízes Militares

Nota.: Os órgãos acima não estão hierarquizados. O esquema apenas serve como referência processual e
de emissão de declarações.

ART 127 CF: MEMBROS DO MP MEMBROS DO JUDICIÁRIO:


→ Promotores de Justiça - JUIZ
→ Procuradores da República - MINISTROS
└ Procurador Geral da República - DESEMBARGADORES

B.3.: AGENTES ADMINISTRATIVOS: são todas as pessoas que se vinculam ao Estado com ânimo de
definitividade, sujeitos à hierarquia funcional, a regime jurídico próprio, com remuneração e respondem
por crimes funcionais como funcionários públicos (possuem vínculo laboral). Subdividem-se em:
- SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS;
- MILITARES

COMPOSIÇÃO DO ESTADO:
1) Órgãos da administração direta dos 3 poderes e nas 4 esferas de governo;
2) Autarquias;
3) Fundações públicas.
Ex.: delegados das polícias civil e federal, analistas legislativos, consultores legislativo, etc.
B.4.: AGENTES CREDENCIADOS: são os que recebem uma incumbência da administração pública
para representá-la em determinado ato ou prática (missões internas ou externas de natureza política,
econômica ou técnico-científica). Em geral, são remunerados, mas podem desprezar a remuneração.
Ex.: Adido político.

B.5.: AGENTES DELEGADOS: são todos aqueles particulares que recebem a incumbência de
executar determinada obra, atividade de serviço de utilidade pública e o realizam em nome próprio, por
conta própria, sob risco próprio, mas de acordo com as normas determinadas pelo poder público e sob
fiscalização constante do poder delegante. Caso requerido, o Estado pode entrar com ajuda subsidiária se
a empresa não conseguir prestar contas.
Ex.: Concessionárias (empresas de aviação e transportes, telefone, tv, etc)*;
Permissionárias (vans)*;
Autorizatárias*;
Leiloeiros, intérpretes e tradutores (quando juramentados), serventuários de cartórios não
estatizados.
* sempre que prestarem serviços de utilidade pública.
Obs.: 1) as pessoas físicas que exercem funções delegadas respondem como funcionários públicos para
fins penais (art 327 CP);
2) os concessionários e permissionários realizam contratos de colaboração. São colaboradores do
Estado.
3) o pressuposto destes contratos é a licitação.
Nota.: os empregados públicos das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista (adm. indireta)
são considerados por Celso Antônio Bandeira de Mello, AGENTES ECONÔMICOS. Se forem da adm.
direta (órgãos públicos) são os AGENTES ADMINISTRATIVOS.

C.3.: ÓRGÃOS PÚBLICOS


A – CONCEITO: são centros de competência, feixes de atribuição para a realização de atividade
administrativa do Estado de forma CENTRALIZADA. Pela imputação, as responsabilidades decorrentes
das suas atividades são atribuídas à entidade que os criou.
Obs.: não são dotadas de personalidade jurídica e, como regra, não possuem capacidade postulatória
(litigar em juízo). Mas há exceções: alguns são dotados de capacidade postulatória, por preceito legal ou
constitucional. São os órgãos independentes e os autônomos (para a defesa de suas prerrogativas
funcionais).

B – CLASSIFICAÇÃO
a) QUANTO À POSIÇÃO FUNCIONAL:
1) INDEPENDENTES: são todos aqueles localizados na cúpula dos respectivos poderes, representado-os
(em todas as esferas).
- submetem-se apenas ao controle constitucional de um poder pelo outro. Ex. compete ao legislativo
realizar a fiscalização contábil, administrativa, financeira e patrimonial também dos órgãos independentes
do executivo e do judiciário, com auxílio dos tribunais de contas (art 71 CF).

Exemplo: Prazo para a prestação de contas do Presidente da República


Início da seção Congresso Câmara dos deputados (auxiliado pelo Crime de
legislativa ordinária Nacional TCU) – tomada de contas responsabilidade
15 de fevereiro de 60 dias Prazo discricionário estabelecido pela
cada ano mesa da câmara.
- seus agentes representativos são agentes políticos.
- não se submetem à hierarquia ou subordinação funcional a nenhum outro órgão do mesmo poder.

Ex.: TCU → atrelado ao LEGISLATIVO administrativamente (integra a estrutura do Legislativo);


MPU → atrelado ao EXECUTIVO administrativamente (não integra a estrutura do Executivo);
Presidência da república, governadoria dos estados e do DF, Senado, Câmara dos Deputados,
Câmara Legislativa do DF, prefeituras.
2) AUTÔNOMOS: são aqueles localizados imediatamente abaixo dos órgãos de cúpula ou
independentes, e são subordinados diretamente a eles. Possuem autonomia financeira, técnica e
administrativa.
Ex.: Ministérios, secretarias distritais, secretarias municipais e estaduais.

3) SUPERIORES: são aqueles dotados de poder de direção, comando com áreas de competências
específicas, subordinados aos independentes e autônomos. Não possuem autonomia financeira, nem
administrativa. São, em regra, subdivisões dos órgãos autônomos. Seus agentes são, via de regra,
administrativos.
Ex.: subsecretaria de vigilância sanitária, administrações regionais, secretaria da receita federal, DPR,
DPRF, DPE.

4) SUBALTERNOS: são os encarregados pela execução das ATIVIDADES FIM. Seus agentes são
administrativos. Não possuem autonomia financeira nem administrativa.
Ex.: inspetorias de saúde, escola pública, inspetorias da receita, delegacias, postos de saúde, portarias
(seção).

Visão Panorâmica:
INDEPENDENTE
S
AUTÔNOMOS Ministério da Ministério da Secretaria estadual, Ministério da
Fazenda Justiça municipal ou distrital de Educação
saúde.
SUPERIORES Secretaria da DPF, DPRF. Subsecretaria de Secretaria da
Receita Federal vigilância sanitária. Educação
(INSS)
SUBALTERNOS Inspetoria da Delegacias Postos de saúde Escola pública
receita

b) QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL:


1) SINGULARES (MONOCRÁTICOS): são os titularizados por um único agente, que é seu chefe e
representante. Hely Lopez Meirelles os chama de UNIPESSOAIS.
Ex.: todas as chefias do executivo (presidente, governador de estado, DF e prefeitos de municípios).
2) COLEGIADOS (PLURIPESSOAIS): são os órgãos titularizados por mais de um agente público e atuam
e decidem pela manifestação da maioria de seus membros.
Ex.: Senado, Câmara dos Deputados, corporações legislativas, tribunais judiciários, conselho de
contribuintes.

c) QUANTO À ESTRUTURA:
1) SIMPLES: são aqueles constituídos por um único centro de competência, não comportando órgãos
menores incrustados na sua estrutura interna.
Ex.: portarias, almoxarifados.
2) COMPOSTOS: são aqueles que possuem unidades menores em sua estrutura, com funções principais
idênticas ou similares, de natureza operacional e técnica.
Ex.: Polícia Federal, Presidência da República, Senado Federal, Câmara dos Deputados.
Nota.: pela teoria da imputação, a atividade administrativa praticada pelos agentes e órgãos públicos é
atribuída à pessoa político-jurídica a que estão ligados.

Obs.: Criação de órgão público: pode ser pela constituição, por lei ou ato normativo (portaria que cria
portaria).
ATOS ADMINISTRATIVOS:
1) CONCEITO: toda manifestação unilateral de vontades da administração que, agindo nessa condição,
tenha por fim imediato criar ou extinguir direitos e obrigações ou declarar novas situações no mundo do
direito.
Obs.: FATO ADMINISTRATIVO: consiste em toda e qualquer realização material da administração
pública. O fato pode PROCEDER do ato como pode DAR ORIGEM a esse.
Ex.: intimação, auto-de-infração, processo (Ato) → demolição (Fato). Morte de servidor (FATO) →
Autorização de Pagamento de Auxílio Funeral (ATO)

2) ELEMENTOS ou PRESSUPOSTOS ou REQUISITOS:


A) Competência
B) Finalidade
C) Forma
D) Motivo
E) Objeto

A) COMPETÊNCIA: consiste no poder atribuído ao agente público para realizar as atividades e funções.
- é determinada pela LEI ou pelo REGULAMENTO DA CARREIRA.
- é elemento VINCULADO.
- é INSTRANSFERÍVEL e INDELEGÁVEL pela vontade do próprio AGENTE, mas pode ser
DELEGADA ou AVOCADA segundo a LEI.
Obs.: ATO ADMINISTRATIVO praticado por agente INCOMPETENTE será, via de regra, nulo.
Pode, no entanto, ser CONVALIDADO, desde que, a competência seja DELEGÁVEL.
Ex.: edição de decreto regulamentar é ato administrativo exclusivo do chefe do executivo e, portanto,
INDELEGÁVEL.

B) FINALIDADE: é o FIM, OBJETIVO, visado pelo ato. É sempre voltada para a realização do BEM
COMUM e para o atingimento do INTERESSE PÚBLICO.
- é determinada pela lei de forma explícita ou pelo ordenamento jurídico de forma implícita.
- é elemento VINCULADO.
ABUSO DE PODER:
1) Excesso de Poder ou Abuso de Autoridade – chute do “Animal”.
2) Desvio de finalidade – ligar a sirene p/ chegar ao Brasas English Course.

C) FORMA: é aquela prescrita, determinada em LEI, consistindo na observância regular de formalidades


necessárias à existência ou à validade do ato.
- é elemento VINCULADO.
Obs1.: no direito privado, vigora o princípio da liberdade das formas. No direito administrativo, a
liberdade é exceção.
Obs2.: PRINCÍPIO DO PARALELISMO DAS FORMAS: a revogação ou a modificação do ato
administrativo deve seguir a mesma forma do ato originário.
Pode ser: sinalagmática, escrita ou verbal.

D) MOTIVO ou CAUSA: consiste na situação de direito ou na circunstância de fato que determina ou


autoriza a realização do ato.
- Será VINCULADO em situações previstas em Lei;
- Será DISCRICIONÁRIO quando a norma jurídica conceder ao agente que o pratica, liberdade
mínima de quem o pratica (análise de mérito, ou política).
- Análise de mérito: 1 – oportunidade; 2 – conveniência; 3 – justiça.
Nota.: TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: como regra, os atos administrativos não
necessitam de MOTIVAÇÃO. Mas, uma vez motivados, a administração pública fica VINCULADA aos
motivos expressos.
E) OBJETO ou CONTEÚDO: consiste na criação, modificação, extinção ou comprovação de situações
jurídicas concernentes a pessoas, coisas, serviços e atividades sujeitos à ação do poder público.
- é elemento DISCRICIONÁRIO (salvo quando coincidir com o MOTIVO).
Ex.: a aplicação de penalidade.

3) ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO:

A – PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: é atributo que autoriza a IMEDIATA EXECUÇÃO ou


OPERATIVIDADE dos atos, mesmo quando argüidos de vícios ou defeitos que os levem à nulidade.
- é RELATIVA, pois admite prova contrária. O ônus da ilegalidade cabe a quem a alega.
- é CONSEQUITÁRIO (conseqüência) do PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (a Administração Pública
é escrava da LEI. Seus agentes, no exercício das suas funções, só podem praticar o que a lei determina,
manda. Não podem praticar o que a lei não proíbe), pois, uma vez que os agentes só praticam o que a lei
determina, presume-se que os atos sejam legais.
Nota.: LEGALIDADE → LEI;
LEGITIMIDADE → CONSTITUIÇÃO (que diz que, para ser legítimo, tem de ser legal). Para ser
legítimo, tem de ser, além de legal, moral e impessoal. LEGÍTIMO = LEGAL + MORAL +
IMPESSOAL

B – AUTO-EXECUTORIEDADE: atributo que autoriza a imediata e direta execução pela própria


administração pública, independentemente de autorização judicial da atividade administrativa do Estado.
Exceções:
a) realização da atividade administrativa no interior das residências. Sem autorização do morador,
necessita-se ordem judicial e só pode ser realizada durante o dia (considera-se dia enquanto
houver luz natural);
b) desapropriação – necessita processo judicial;
c) cobrança das multas – necessita autorização judicial.
Casos que DISPENSAM autorização judicial:
1) autorização do morador – qualquer hora do dia ou da noite;
2) crime em flagrante delito – qualquer hora do dia ou da noite;
3) prestação de socorro – qualquer hora do dia ou da noite;
4) desastre – qualquer hora do dia ou da noite;

C – IMPERATIVIDADE: atributo que MATERIALIZA A SUPREMACIA da Administração Pública.


Autoriza o emprego da força na MEDIDA DA RESISTÊNCIA do administrado. É pressuposto da
COERCIBILIDADE (jus imperii). O excesso será punido (Abuso de poder na modalidade Excesso de
Poder ou Abuso de Autoridade).
Nota.: PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PÚBLICO:
1) PREVALÊNCIA ou SUPREMACIA do Interesse Público sobre o Interesse Privado.
2) INDISPONIBILIDADE do Interesse Público.
a. Indenização - prévia, justa e em dinheiro (títulos da dívida pública ou títulos da dívida
ativa).

4) INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


A – CONCEITO: fenômeno administrativo que consiste na extração dos efeitos do ato ou do próprio ato
do mundo jurídico.

B – MODALIDADES DE INVALIDAÇÃO:
i) ANULAÇÃO: consiste na declaração de invalidade de um ato administrativo ILEGÍTIVO ou ILEGAL,
arrancando-o do mundo do direito.  Administração ou Judiciário (se provocado).
ANULA-SE ATO ILEGAL ou ILEGÍTIMO.
- Quem anula: 1) a própria Administração Pública; 2) o Ministério Público (Poder Judiciário),
condicionado a provocação, pelo princípio da Inércia.
- Efeitos: Os efeitos são RETROATIVOS, pois alcançam fatos pretéritos, anteriores à edição do ato
anulador (ex-tunc).
RETROAÇÃO

ATO A ATO B
15/02/2005 15/07/2005
Obs1.: a Administração Pública pode anular atos administrativos a qualquer tempo.
Obs2.: os direitos dos interessados de boa-fé serão apreciados caso a caso pelo Judiciário ou pela
própria Administração Pública.

ii) REVOGAÇÃO: fenômeno que consiste na supressão dos efeitos de ato LEGÍTIMO, LEGAL e EFICAZ,
pela própria Administração Pública, por não lhe ser mais CONVENIENTE.  só a Administração.
REVOGA-SE ATO LEGAL E LEGÍTIMO.
- Quem revoga: a própria Administração Pública.

Obs1.: o poder Judiciário NÃO revoga ato administrativo oriundo do EXECUTIVO e do


LEGISLATIVO, pois não faz análise de mérito (ou análise política) destes. Pode revogar seus próprios
atos administrativos.
- Efeitos: Os efeitos são NÃO-RETROATIVOS, pois alcançam apenas os efeitos posteriores a sua
edição (ex-nunc).

RETROAÇÃO
ATO A ATO B
15/02/2005 15/07/2005

REGRA: LEI NOVA revoga LEI VELHA que disponha sobre mesma matéria e em sentido diverso.
ATO NOVO revoga/anula ATO VELHO.

Obs2: REPRISTINAÇÃO – “ressurreição” dos efeitos da lei originária

RETROAÇÃO RETROAÇÃO
ATO A ATO B ATO B

15/02/2004 15/07/2004 15/02/2005


REPRISTINAÇÃO

- é possível REPRISTINAÇÃO de leis no ordenamento jurídico brasileiro, desde que a LEI que
REVOGA LEI REVOGADORA faça menção expressa em seu texto da retomada de efeitos da lei inicial
revogada.
- aplicam-se aos ATOS administrativos a mesma regra de repristinação aplicada às leis.

Obs3.: DESCONTITUCIONALIZAÇÃO (recepção de normas de constituição anterior na nova


constituição, com força de lei) não é aceita no Brasil. Não existe REPRISTINAÇÃO de
CONSTITUIÇÃO. A LEI velha pode ser recepcionada pela nova constituição.

iii) CESSAÇÃO DOS SEUS EFEITOS (OU CUMPRIMENTOS DOS EFEITOS): ocorre nos casos de atos
administrativos PRECÁRIOS ou TEMPORÁRIOS.
Ex.: alvará e licenças de funcionamento concedidos a título precário.

iv) DESAPARECIMENTO DO SUJEITO OU DO OBJETO: quando a pessoa jurídica ou o objeto do


qual ela trata desaparece do ambiente definido.
v) CASSAÇÃO: invalidação que ocorre quando o destinatário do ato DESCUMPRE CONDIÇÃO
INICIAL necessária para o gozo da situação jurídica inicialmente a ele imputada.
Ex.: alvará de funcionamento conferido a hotel e cassado posteriormente por passar
a funcionar como casa de jogos.

vi) CADUCIDADE: ocorre a retirada do ato devido à SUPERVENIÊNCIA DE NOVA NORMA JURÍDICA que
torna inadmissível a situação anteriormente permitida pelo direito e outorgada ou
destinatário.
Ex.: caducidade de alvarás e licenças devido a edição de nova lei

vii) RENÚNCIA: ocorre quando o próprio destinatário ABRE MÃO da fruição de direito
subjetivo.
Ex.: renúncia a concessão de uso de bem público.

viii) CONTRAPOSIÇÃO: ocorre quando da lavratura de ato administrativo com EFEITOS


DIAMETRALMENTE OPOSTOS (contrapostos) ao do ato originário.
Ex.: exoneração de servidor anteriormente nomeado para cargo em comissão.

5) CONVALIDAÇÃO (OU SANATÓRIA) DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


A – CONCEITO: consiste no suprimento da nulidade de atos com defeitos, de forma
retroativa (ex-tunc) à data da edição do ato originário.
Obs.: SÓ É POSSÍVEL EM CASOS DE NULIDADE RELATIVA, pois a NULIDADE
ABSOLUTA impede a convalidação do ato.

B – MODALIDADES:
1 – RATIFICAÇÃO: modalidade que incide sobre vício de INCOMPETÊNCIA.
Obs.: IMPOSSÍVEL quando a competência for INDELEGÁVEL. A ratificação é
procedida pela autoridade COMPETENTE.

2 – CONFIRMAÇÃO: consiste no poder dado à Administração de renunciar a


anulação de atos ilegais, desde que a anulação provoque PREJUÍZO MAIOR ao interesse
público que a MANUTENÇÃO do ATO VICIADO.
Ex.: confirmação das licitações e contratos do TRT de São Paulo.
Obs.: ocorre como pressuposto da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO sobre o interesse
privado. É preceito de ordem pública.

3 – CONVERSÃO: consiste na SUBSTITUIÇÃO de um ato com vício na forma ou no objeto


por um outro ATO MAIS ADEQUADO. Os efeitos do ato originário são mantidos até a
conversão.

OBSERVAÇÕES ACERCA DE MEDIDA PROVISÓRIA (Art 62 CF/88):


- Quem edita: o Presidente da República. Os demais chefes do executivo, QUANDO
HOUVER PREVISÃO EXPRESSA na Constituição Estadual ou na Lei Orgânica Municipal.
- Efeitos: 1) 60 (sessenta) dias prorrogáveis;
2) se não convertida em lei, os efeitos serão regidos por decreto
legislativo.
Obs.: não editado o decreto legislativo, ficam convalidados os efeitos da Medida
Provisória já gerados no mundo jurídico.

6) CLASSIFICAÇÃO:
A) QUANTO AOS DESTINATÁRIOS
 Gerais: impessoais  alcançam todos sob aquela situação de fato. Não podem
ser invalidados.
 Individuais: destinatários certos e determinados  situação particular. Podem
ser invalidados.

B) QUANTO AO ALCANCE
 Internos: restritos ao recesso das repartições administrativas. Publicidade restrita
a repartição.
 Externos: atingem administrados, contratantes e servidores públicos (às vezes).
Efeitos após publicação oficial.

C) QUANTO AO OBJETO
 De Império: unilateral, supremacia do Poder Público, cumprimento obrigatório.
 De Gestão: bilateral, inexiste superioridade entre administração e administrado.
 De Expediente: impulsiona processos administrativos.

D) QUANTO AO REGRAMENTO
 Vinculado (Regrado): estrito limite da lei. Administrador sem liberdade.
 Discricionário: um dos elementos objeto ou motivo é discricionário. Margem
de liberdade. Critérios de conveniência, oportunidade, justiça e eqüidade. (lei
estabelece expressamente, lei omissa, lei não estabelece conduta a ser adotada)

E) QUANTO A FORMAÇÃO
 Simples: um único órgão  um único ato.
 Complexos: dois ou mais órgãos  um único ato.
 Composto: dois ou mais órgãos  dois ou mais atos (um principal, outro
acessório)

F) QUANTO AO CONTEÚDO
 Constitutivo: cria situação jurídica individual.
 Extintivo: extingue situação jurídica individual.
 Declaratório: visa a preservar, reconhecer situações preexistentes, possibilitando seu
exercício.
 Alienativo: transferência de bens ou direitos de um titular a outro.
 Modificativo: altera situações, sem suprimir direitos ou obrigações.
 Abdicativo: abre mão. Irretratável e incondicional.

G) QUANTO À EFICÁCIA
 Válido: autoridade competente + requisitos necessários à eficácia
 Nulo: vício insanável  ex tunc
 Inexistente: parece ato administrativo, mas não é  em geral, é crime.

SERVIÇOS PÚBLICOS:
1) CLASSIFICAÇÃO:
 Públicos: essenciais; não delegáveis; prerrogativas de supremacia e império  sobrevivência do
Estado e da comunidade
 De utilidade pública: não essenciais; delegáveis (mediante remuneração); convenientes à
comunidade; risco do prestador  regulamentação e controle do Poder Público.
 Próprios do Estado: centralizados; Estado é titular e prestador; gratuito ou baixa remuneração;
 Impróprios do Estado: são os de utilidade pública; Estado presta direta, indiretamente ou por
delegação a terceiros (concessão, permissão ou autorização); controle do Poder Público.
 Administrativos: atender às necessidades internas da Administração.
 Industriais: produzem renda (tarifa); direta, indiretamente ou por delegação.
 Gerais: coletividade em geral (polícia, iluminação pública, conservação de vias, etc)  impostos
 Individuais: usuário determinado; mensurável (telefone, água, esgoto, etc)  tarifa

2) REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE:

Serviço adequado = Regular + Contínuo + Eficiente + Seguro + Atual + Genérico + Cortez


Princípios: permanência + generalidade + eficiência + modicidade + cortesia
3) FORMAS DE PRESTAÇÃO:

Centralizada União (art. 21, CF)


Forma concentrada ou
Adm. Direta Estados (art. 25, §§ 1º e 2º, CF)
Forma desconcentrada
Municípios (art. 30, CF)

Fundações Públicas
Autarquias
Prestação Administração Indireta
Empresas Públicas
de Serviços Soc. De Econ. Mista
Públicos Outorga
Serviços Sociais
Entes de Cooperação Autônomos
Organizações Sociais
Descentralizada OSCIP’s

Concessão
Delegação Permissão
(particulares) Autorização

“Tarifas”

Outorga Delegação
 Estado cria entidade  O particular cria entidade
 Serviço transferido por LEI  Serviço transferido por ATO / CONTRATO
 Transfere-se TITULARIDADE  Transfere-se a EXECUÇÃO
 Caráter DEFINITIVO  Caráter TRANSITÓRIO

DELEGAÇÃO:

CONCESSÃO: tarifas (diretamente do usuário)


- É intuitu personae
- normas regulamentares  alteradas unilateralmente pelo Poder Público “Tarifas”
- normas contratuais (econômicas)  alteradas por acordo das partes.

Tipos: Contratual  particulares


Legal  entidades autárquicas e empresas estatais.
Requisitos:
 Autorização legislativa “Intuitu Personae”:
 Regulamentação por decreto não transferível a
terceiros.
 Concorrência pública
 Equilíbrio econômico-financeiro (garantia do concessionário)
Extinção:
 Reversão (Advento do termo contratual)  término do prazo
 Encampação  retomada coativa (conveniência e oportunidade), antes do fim do
contrato; lei autorizadora  indenização
 Caducidade  ato unilateral; inadimplência  indenização
 Rescisão  inadimplência da administração pública.
 Anulação  ilegalidade
 não se pode exigir do concessionário atividade diversa da que motivou
a concessão, a menos que se altere remuneração  manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro
PERMISSÃO: “Tarifas”
- ato unilateral, precário e discricionário  intuitu personae
- pode ser revogada unilateralmente, sem pagamento de indenização, EXCETO quando condicionada.
- permissão condicionada (em geral transportes coletivos)  lei fixa prazo.

- Controle da Administração  Risco do Permissionário (responsabilidade por danos a terceiros)


└ a Administração pode responder subsidiariamente

AUTORIZAÇÃO:
- unilateral, discricionário e precário  intuitu personae.
- interesse particular.
- pode ser revogada unilateralmente, sem pagamento de indenização. “Tarifas”
- serviço de táxi, despachante, segurança particular.

4) CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS:
a) não é contrato, não há partes. Há partícipes
b) interesses coincidentes e não opostos como no contrato.
c) cada um colabora conforme suas possibilidades.
d) não existe vínculo contratual.
e) cada um pode denunciá-lo quando quiser.
f) é uma cooperação associativa.
g) não adquire personalidade jurídica.
f) não tem representante legal
i) é instrumento de descentralização.
j) não tem forma própria.
l) exige autorização legislativa e recursos financeiros reservados.
m) não tem órgão diretivo.

CONVÊNIO CONSÓRCIO

Entidade
Pública Entidade Entidade
Entidade - ent. estatal - ent. estatal
Pública - autarquias - autarquias
Organizações - paraestatais - paraestatais
Particulares

Partícipes da mesma espécie Partícipes de espécies diferentes


CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (Lei 8666/93)

1 – CONCEITO: Ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade,


celebra com particulares ou com qualquer entidade pública da própria
administração, para consecução de objetivos de interesse público, nas condições
PREESTABELECIDAS PELA própria ADMINISTRAÇÃO.

2 – CARACTERÍSTICAS:
A – FORMALIDADE: Consiste na observância de formalidades intrínsecas (dentro
dele mesmo) e extrínsecas (relativo à publicação no prazo de até 20 dias) do
contrato, que deve ser realizado na forma escrita.
Obs.: nos contratos do DIREITO PRIVADO, prevalece o PRINCÍPIO DA LIBERDADE DAS FORMAS (pode
ser até mesmo verbal). Nos contratos administrativos, a forma é VINCULADA, prescrita
em lei.

B – ONEROSIDADE: o contratado será remunerado na forma convencionada, NÃO SE


ADMITINDO CONTRATO GRATUITO.
Obs.: no DIREITO PRIVADO, o contrato pode ser GRATUITO.

C – COMUTATIVIDADE: consiste na prestação de COMPENSAÇÕES RECÍPROCAS e EQUIVALENTES


entre as partes. As cláusulas exorbitantes não ferem este princípio.
Obs.: no DIREITO PRIVADO, essa característica existe igualmente, porém as CLÁUSULAS
LEONINAS ou ABUSIVAS (exorbitantes) NÃO SÃO VÁLIDAS e podem até gerar a nulidade do
contrato.

D – PERSONALÍSSIMO: o contrato, via de regra, é EXECUTADO PELO PRÓPRIO CONTRATADO.


Admite-se a SUBCONTRATAÇÃO, conforme disposição contratual.

E – CONSENSUALIDADE: consiste no ACORDO DE VONTADES entre a administração e o


contratado.

Observações
Competência privativa Competência exclusiva
- material. - legislar.
- privativamente da União, mas - só a União
pode delegar por Lei - EC nº 08/95 – possibilidade de delegação para
Complementar Federal. particular por concessão ou permissão.

3 – PRESSUPOSTO: realização prévia de licitação.


Obs.: Existe modalidade de contratação direta (sem licitação).

HIPÓTESES DE CONTRATAÇÃO DIRETA:


I – dispensa de licitação (art 17) - obrigatória
II – licitação dispensável (art 24) – facultativo
III – inexigibilidade de licitação (art 25)
Ex.: - artista consagrado (Elba Ramalho)
- fornecedor exclusivo (fornecedora de radiação ionizante)
- profissional de notória capacidade técnica (Oscar Niemyer)

4 – ELEMENTOS DE DIFERENCIAÇÃO EM RELAÇÃO AOS CONTRATOS


PRIVADOS
A – SUPREMACIA da Administração Pública para elaborar previamente as
condições iniciais do ajuste (contrato). A administração já traz o contrato pronto.
Cabe ao contratado apenas aceitar ou recusar.

B – IMPOSIÇÃO DE CLÁUSULAS EXORBITANTES


Nota: No Direito Administrativo, a contratante (Administração Pública) pode
elaborar tais cláusulas. No Direito Privado, cláusulas dessa natureza não são válidas
e podem gerar a nulidade do contrato.
5 – CLÁUSULAS EXORBITANTES:
A – CONCEITO: são as que excedem aquilo que é normal no Direito Privado, para
consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração Pública ou ao
Contratado.
Nota: não seriam validas no contrato privado, podendo gerar até a nulidade desse.

B – PRINCIPAIS CLÁUSULAS EXORBITANTES:


i) Possibilidade de ALTERAÇÃO e de RESCISÃO de cláusulas ou do próprio
contrato pela Administração, UNILATERALMENTE.
ii) Possibilidade de imposição de penalidades ao contratado pela
Administração Pública. Desde a mera advertência, da multa,..., até a DECLARAÇÃO
de INIDONEIDADE para licitar e contratar.
iii) Controle do Contrato: prerrogativa conferida à Administração Pública para
que, sem retirar a autonomia do contratado, nem absorver responsabilidades
técnicas e econômicas, possa acompanhar a execução do contrato,
supervisionando, controlando e fiscalizando e até mesmo impondo modificações em
conseqüência do interesse público.
Admite a aplicação pela Administração Pública de duas medidas externas:
INTERDIÇÃO E INTERVENÇÃO.
INTERDIÇÃO: fenômeno que consiste na paralisação da obra ou do serviço ou
no fornecimento em desacordo com o contrato.
INTERVENÇÃO: fenômeno que ocorre mediante ordem escrita e
fundamentada, conferindo à Administração Pública a direção e o controle do
contrato até a sua normalização ou rescisão.

Obs1.: os dois são SUMÁRIOS, AUTO-EXECUTÓRIOS e podem gerar a rescisão


do contrato. Neste caso, a Administração Pública, para dar continuidade à obra ou
serviço, realizará a OCUPAÇÃO PROVISÓRIA. NÃO SÃO PENALIDADES, mas MEDIDAS DE CAUTELA para
eliminar fator de risco. Os dois ocorrem DURANTE a execução do contrato.

Obs2.: Na INTERDIÇÃO a Administração NÃO assume o controle.


Na INTERVENÇÃO, a Administração SIM assume o controle.

Obs3.: Rescisão é para o Contrato Administrativo o que a Revogação é


para o Ato Administrativo, ou seja, se dão por análise de mérito (conveniência e
oportunidade) e não por ilegitimidade ou ilegalidade.

iv) INoponibilidade da exceção de contrato não cumprido: Ao celebrar o


contrato administrativo, tendo em vista o PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE na prestação do
serviço público, o contratado não poderá opor, exigir o implemento da obrigação
devida pela Administração Pública.
Nota: o referido instituto foi atenuado, mitigado com a edição da Lei
8666/93, que no Art 78, XV trouxe limitações (até 90 dias) devido à falta de
pagamento pela Administração Pública.
É conferido ao contratado o poder de reaver perdas e danos devidos à
inadimplência do Estado, cabendo a impetração das seguintes ações: indenização,
lucros cessantes, danos emergentes (todas regidas por normas de Direito Privado).

v) manutenção do equilíbrio econômico-financeiro:


encargo
EEEF = = constante ou K
remuneração
A equação acima pactuada inicialmente deve ser mantida durante a execução do
contrato, mesmo tendo a Administração Pública o poder de rescindir ou alterar
unilateralmente cláusulas administrativas do contrato.
 mecanismo de proteção do contratado.

A Administração Pública não pode alterar cláusulas que mexam no equilíbrio, só


altera cláusulas administrativas. Isso parte do princípio de que a Administração não
pode enriquecer ilicitamente. Pode-se rever a qualquer tempo. Só não pode mexer
em cláusulas econômicas ou financeiras.

6 – INSTRUMENTOS DE FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO


a) termo de contrato: deverá ser assinado na sede da repartição interessada, que manterá cópia dos
seus autógrafos, de forma cronológica, além do seu registro sistemático. Art 60.
Obs.: o contrato deve ser publicado de forma resumida no prazo de até 20 dias. Art 61, parágrafo
único.
 se caso de segurança nacional, não há obrigação de publicar.

b) escritura pública: instrumento utilizado nos casos de direitos reais. Ex.: contrato de concessão de
direito real de uso.

c) outros instrumentos:
- carta contrato;
- nota de empenho de despensa;
- autorização de compra;
- ordem de execução de serviço.
Obs.: O edital da licitação é publicado em JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO ou IMPRENSA OFICIAL
(DIÁRIOS OFICIAIS)

7 – OBRIGATORIEDADE DA CONTRATAÇÃO POR TERMO DE CONTRATO: Nos


casos de concorrência e tomadas de preços, bem como nas despensas e
inexigibilidades, cujos valores estejam compreendidos nos limites destas duas
modalidades, obrigatoriedade de contratação por termo de contrato. Art. 62.
Obs.: nos demais casos, a Administração Pública pode optar por outros
instrumentos.

8 – GARANTIAS DE EXECUÇÃO DO CONTRATO


A – CAUÇÃO EM DINHEIRO: o contratado depositará previamente em conta vinculada
(só existe para essa finalidade) valor em dinheiro (admite-se título da dívida
pública).
B – FIANÇA BANCÁRIA: Não há benefício de ordem, podendo a Administração
acionar diretamente o contratado ou quaisquer dos fiadores ou todos ao mesmo
tempo. (Art 56, §§2º e 3º)

FIANÇA AVAL
- devedor principal - devedor principal
- fiador 1 - avalista
- fiador 2
Pode-se acionar qualquer um ou combinação Aciona-se o avalista só quando esgota o devedor principal
- solidariedade de cobrança - ordem de cobrança

Nota: Os valores da caução e da fiança não podem exceder a 5% do valor do contrato.


Excepcionalmente chegam a 10% do valor do contrato nas obras de GRANDE VULTO ou de ELEVADA
COMPLEXIDADE TÉCNICA.
 Acima de R$ 1.500.000,00  CONCORRÊNCIA
 Grande Vulto = 25 vezes esse valor (25 x R$ 1.500.000,00)

C – SEGURO-GRARANTIA DE PESSOAS E BENS: destinada a cobrir indenizações decorrentes da


responsabilidade objetiva do Estado (Art 71, §2º)
Nota: O contratante de quaisquer serviços executados mediante CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA responde
SOLIDARIAMENTE com o executor pelas OBRIGAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Nos demais casos, a inadimplência é
responsabilidade do contratado.

D – SEGURO-GARANTIA DA OBRIGAÇÃO CONTRATUAL: consiste numa garantia prestada por uma


seguradora que se compromete em executar o contrato de seguro. Art 6,VI.
Nota: para todos os contratos, a garantia segue a regra: ( A ou B ) + C + D , ou seja, opta-se por A
ou B, mas C e D são obrigatórios.

9 – CAUSAS JUSTIFICADORAS DE INEXECUÇÃO DO CONTRATO:


A – CONCEITO: são circunstâncias imprevistas e imprevisíveis, extraordinárias ou onerosas que
impedem ou retardam a execução do contrato, autorizando a revisão do mesmo. A parte prejudicada fica
liberada dos encargos originários e o contrato deve ser revisto ou rescindido pela aplicação da Teoria da
Imprevisão (Rebus Sic Stantibus).

B – TEORIA DA IMPREVISÃO: autorizam a revisão ou a rescisão do contrato.


i) CASO FORTUITO: EVENTOS DA NATUREZA. Ex.: terremoto, inundação, tufão, alagamento.
ii) FORÇA MAIOR: OCORRÊNCIA HUMANA. Ex.: greve, sabotagem, terrorismo, furto, roubo.
iii) FATO DO PRÍNCIPE: toda DETERMINAÇÃO ESTATAL positiva ou negativa, imprevista e imprevisível
que incide sobre o contrato de forma REFLEXA (INDIRETA). Art 165, §2º. Ex.: lei que proíbe
importação de componentes necessários à realização material do contrato.
iv) FATO DA ADMINISTRAÇÃO: são ocorrências materiais não cogitadas pelas partes quando da
celebração do contrato, mas que surgem durante a execução dele, de modo surpreendente ou
extraordinário, motivada por uma AÇÃO ou OMISSÃO DA PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Incidem sobre o
contrato DIRETAMENTE. Ex.: falta de pagamento, não liberação do canteiro de obras pela própria
administração.
v) INTERFERÊNCIA IMPREVISTA: são ocorrências preexistentes à assinatura do contrato, mas
imprevistas e imprevisíveis à época. Manifestam-se durante a execução do contrato. São supervenientes
na sua manifestação, mas preexistentes à celebração. Ex.: descoberta de sítio arqueológico.

10 – TIPOS DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS


A – DE OBRAS PÚBLICAS:
a) OBJETO: consiste na construção, reforma e na ampliação de imóvel destinado ao público ou ao
serviço público, com predominância do material sobre a atividade operativa.
b) REGIME DE EXECUÇÃO:
i) direta: pelos ÓRGÃOS da Administração Direta ou ENTIDADES da Administração Indireta, com seus
próprios meios. Art 6º, VII;
ii) indireta: por intermédio da CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS, sob os regimes previstos no Art 6º, VIII.

B – DE SERVIÇOS: consiste no ajuste administrativo que tem por objeto a prestação de uma atividade à
Administração Pública.
Ex.: treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, elaboração de pareceres e projetos, consultoria jurídica,
restauração de obra-de-arte.
- Nos contratos de prestação de serviços, a licitação prévia é regida tanto pela Lei 10.520 quanto pela Lei
8.666.

C – DE FORNECIMENTO: todo aquele que consiste na compra de coisas móveis. Obedece aos princípios da
padronização e economicidade, exigindo licitação prévia. Art 15,I.
Ex.: aviaturas, material de expediente.
11 – RESPONSABILIDADE PELA INEXECUÇÃO DO CONTRATO
A – RESP. CIVIL: consiste na reparação de possíveis DANOS perpetrados que À ADMINISTRAÇÃO ou AO
CONTRATADO. Decorre do dano PATRIMONIAL e é regida por normas de DIREITO PRIVADO, alcançando o
contratado e a Administração Pública e realizada por meio de 3 ações: indenização, perdas e danos e
lucros cessantes.
B – RESP. ADMINISTRATIVA: decorre do DESCUMPRIMENTO DE NORMAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
previstas em lei ou no contrato, impondo um ônus ao contratado (sanção) que vai desde a mera
advertência, multa, proibição de licitar, até a declaração de inidoneidade para contratar.
Obs.: a imposição de penalidades administrativas é AUTO-EXECUTÓRIA, não necessita de decisão
judicial, nem consentimento do contratado.
C – RESP. PENAL: incide sobre o contratado e o Agente Público responsável pela prática do delito,
previstos do Art 89 ao Art 99.
LICITAÇÕES (Lei 8666/93)

1 – CONCEITO: procedimento administrativo, vinculado, mediante o qual a Administração Pública


seleciona a melhor proposta para a celebração de contrato de seu interesse. (Hely Lopes Meirelles).

2 – FINALIDADES:
i) garantir a PREVALÊNCIA do INTERESSE PÚBLICO.
ii) obter o contrato mais VANTAJOSO PARA O ESTADO (Administração Pública).
iii) fazer valer o princípio constitucional da ISONOMIA (absoluta), resguardando inclusive os
direitos dos possíveis contratantes.
ISONOMIA ABSOLUTA: calcada em processos objetivo de julgamento.

3 – OBJETO: construção de obras, aquisição de bens ou produtos, contratação de serviços, alienação de


bens.

4 – FASES DA LICITAÇÃO
A – FASE INTERNA (COGITAÇÃO):
i – DEFINIÇÃO DO OBJETO:
a) construção de obra;
b) contratar serviço;
c) compra de bens ou produtos;
d) alienar bens móveis ou imóveis.
ii – VERIFICAÇÃO DE RECURSOS PARA DESPESA;
iii – COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO:
Ocorre quando não houver comissão permanente já composta para este fim;
Formada, de preferência, por servidores ou empregados públicos.
A Administração Pública pode delegar a terceiros.
iv – AUTORIZAÇÃO DO INÍCIO DO PROCEDIMENTO

B – FASE EXTERNA
I – PUBLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS CONVOCATÓRIOS
 Edital, Carta Convite ou Aviso;
 Serão publicados, com antecedência mínima, pelo menos uma vez.
 Será publicado na IMPRENSA OFICIAL e em JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO.
 LEMBRAR: O contrato é publicado na Imprensa Oficial ou em Jornal de
Grande Circulação

II – RECEBIMENTO DA DOCUMENTAÇÃO E DA PROPOSTA OU DOS TRABALHOS


PRAZOS MÍNIMOS:
1 – Concurso
45 dias
2 – Concorrência de Melhor Preço e Técnica e Preço
1 – Concorrências outras
30 dias
2 – Tomada de Preços de Melhor Técnica e Técnica e Preço
1 – Tomadas de Preço outras
15 dias
2 – Leilão
5 dias úteis Convite
8 dias úteis Pregão

III –
HABILITAÇÃO DOS LICITANTES (Condições necessárias para habilitação):
1)HABILITAÇÃO JURÍDICA – questão documental
2)CAPACIDADE TÉCNICA
3)CAPACIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA
4)REGULARIDADE FISCAL – perante o FISCO, INSS, Ministério do Trabalho (Federal) e/ou
Secretarias do Trabalho (Estadual)
IV – ABERTURA DAS PROPOSTAS
V – DESCLASSIFICAÇÃO
Serão desclassificadas as propostas em desconformidade com o Edital:
1) Aquelas com preços exorbitantes;
2) Propostas manifestamente inexeqüíveis.
VI – CLASSIFICAÇÃO
Consiste na ordenação das propostas de acordo com a conveniência da
Administração e dos critérios previstos no Edital
VII – HOMOLOGAÇÃO
Ato que consiste na publicação oficial da classificação dos proponentes.
VIII – ADJUDICAÇÃO
Ato formal que consiste na entrega do OBJETO ao ADJUDICATÁRIO
vencedor.
A adjudicação não gera direito líquido e certo ao adjudicatário vencedor
de contratar com o Estado. Possui, no entanto, o direito líquido e certo de
preferência (ordem de mérito), caso a Administração Pública contrate.

5 – MODALIDADES DE LICITAÇÃO
1) Convite Tipos de Licitação
2) Tomada de Preços Em função do valor a) melhor preço
3) Concorrência Lei 8666/93 b) melhor técnica
4) Leilão Em função do objeto c) técnica e preço
5) Concurso (específico) d) maior lance ou melhor oferta
6) Pregão (somente para concessão e
Em função do valor Lei 10.520/02
alienação = leilão)

Tabela de Definição das Modalidades


MODALIDADE COMPRA/SERVIÇO OBRA/SERVIÇO DE ENGENHARIA
Dispensa Até 8.000,00 Até 15.000,00
Convite Até 80.000,00 Até 150.000,00
Tomada de Preço Até 650.000,00 Até 1.500.000,00
Concorrência Acima de 650.000,00 Acima de 1.500.000,00
Pregão Qualquer valor Qualquer valor

1) Concorrência
a. Definição: é modalidade entre quaisquer interessados que, na fase preliminar de
habilitação, demonstrem possuir os requisitos mínimos exigidos no edital.
b. Peculiaridades:
i. Habilitação prévia (ou fase preliminar de habilitação) – SICAF (Sistema de
Cadastro de Fornecedores)
c. Objeto:
i. Contratação de grande vulto;
ii. Concessão de Serviços Públicos;
iii. PPP (Parcerias Público-Privadas)
iv. Alienação de imóveis e móveis acima de 650 mil
v. Licitação Internacional
d. Instrumento Convocatório: Edital
e. Tipos a usar: Todos
f. Condução: Comissão Julgadora (3 membros)
Nota: Se a contratação for feita por uma empresa pública, sociedade de economia mista ou
entidade qualificada como agência executiva, os valores de dispensa DOBRAM (20% do
convite);
2) Tomada de Preços (TP)
a. Definição: é modalidade realizada entre previamente cadastrados ou que atendam as
condições para cadastramento até 3 dias antes do recebimento das propostas.
b. Peculiaridades:
i. Para previamente cadastrados (SICAF)
ii. Para contratação de Médio Vulto.
c. Objeto:
i. em função do valor (C/S – até 650 mil; O/SE – até 1.500 mil)
ii. quando couber convite
iii. licitação internacional (tem que ter cadastro de fornecedores internacionais)
d. Instrumento Convocatório: Edital.
e. Tipos a usar: exceto maior lance ou melhor oferta.
f. Condução: Comissão Julgadora (3 membros)  nomeados por Portaria sendo que todos
tem que ser servidores com 2 do quadro permanente.

3) Convite
a. Definição: é modalidade entre no mínimo 3 do ramo, cadastrados ou não. Extensivo
somente a cadastrados que demonstrem interesse com até 24 horas antes do certame. (na
prática, a aceitação de não cadastrados é discricionária).
b. Peculiaridades:
i. No mínimo 3 propostas válidas, salvo limitação de fornecedores na praça.
ii. Para contratação de pequeno vulto.
c. Objeto:
i. em função do valor (C/S – até 80 mil; O/SE – até 150 mil)
ii. licitação internacional.
d. Instrumento Convocatório: Carta Convite
e. Tipos a usar: exceto maior lance ou melhor oferta.
f. Condução: Comissão ou Servidor.
Observação.: Administração Pública escolhe e convida no mínimo 3. Afixará cópia do aviso
em local próprio, afim de estender a participação a demais interessados cadastrados, que
manifestem interesse até 24 horas antes da apresentação das propostas.

4) Leilão
a. Definição: é modalidade entre quaisquer interessados para venda de bens móveis
inservíveis, penhorados ou apreendidos pela Administração.
b. Peculiaridades:
i. Para quem oferecer o maior lance não interior ao valor da avaliação.
c. Objeto:
i. venda de bens móveis inservíveis (valor total depreciado) ou semoventes (animais)
até 650 mil.
ii. venda de bens imóveis fruto de dação (dar p/ pagar dívida) em pagamento ou de
decisão judicial (penhora de bens).
iii. independe do valor.
iv. Produto apreendido após término do devido processo legal, que inclui a afetação do
bem (transferir p/ Poder Público) e posterior desafetação (quando se torna bem
dominical) e avaliação por peritos.
d. Instrumento Convocatório: Edital.
e. Tipos a usar: maior lance (desde que igual ou maior que o da avaliação).
f. Condução: Comissão Julgadora (3 membros), servidor (não remunerado) ou leiloeiro
(ganha até 5% do arremate).
5) Concurso
a. Definição: é modalidade entre quaisquer interessados para contratação de trabalhos
artísticos, técnicos ou científicos.
b. Peculiaridades:
i. Há distribuição de prêmios para os vencedores.
c. Objeto:
i. monografias, projetos arquitônicos, estampa de selos, logomarca, etc.
d. Instrumento Convocatório: Edital + Regulamento.
e. Tipos a usar: nenhum.
f. Condução: Comissão Julgadora (Servidores ou não).

6) Pregão
a. Definição: é modalidade realizada entre quaisquer interessados para a aquisição de bens e
serviços de uso comum (encontrados facilmente no mercado ou definidos por critérios
objetivos).
b. Peculiaridades:
i. Celeridade;
ii. Inversão das fases de habilitação e julgamento, adjudicação e homologação
iii. Pode ser preferencial ou eletrônico.
c. Objeto:
i. exceto obra, serviços de engenharia e alienação em geral.
d. Instrumento Convocatório: Edital + Aviso.
e. Tipos a usar: menor preço.
f. Condução: Pregoeiro + Comissão de apoio (3 servidores).
g. Fases do Pregão:
i. Fase Interna ou Cogitação (i. definição do objeto; ii. verificação de recursos para
despesa; iii. composição da comissão de licitação; e iv. autorização do início do
procedimento).
ii. Fase Externa:
1. Publicação do Aviso (Edital);
2. Recebimento das propostas em até 8 dias;
3. Classifica e escolhe as melhores propostas
- ESCOLHA: menor proposta e as demais superiores a ela em até 10% do
seu valor (ex. menor proposta: R$ 200.000,00  participam dos lances
propostas até R$ 220.000,00).
4. oferecimento de lances verbais (eletrônicos) e sucessivos, em plenário.
5. classificação das propostas em plenário
O critério é único: “o de Menor Valor”.
6. habilitação (INSS, FGTS e Fazenda) – dispensado se cadastrado no
SICAF.
7. adjudicação
8. homologação.
- o Adjudicatário vencedor não é obrigado a assinar o contrato
h. Observações:
i. Fica vedada a exigência de:
1. Garantia de proposta;
2. Aquisição ou compra do edital como condição para participar do pregão.
3. Prazo de validade das propostas será de 60 dias, se não houver outro
estipulado no Edital.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE LICITAÇÕES:
1) Vedada a criação de novas modalidades bem como a combinação delas (somente a União
pode – Art 21 CF/88).
2) Pode ser adotada Tomada de Preços quando couber Convite e a Concorrência em qualquer
caso (Quem pode mais, pode menos).
3) Os valores de licitação podem ser alterados por nova lei ou até ato normativo do executivo.
4) CADASTRAMENTO é conseqüência de dois princípios: PRECAUÇÃO e
ECONOMICIDADE.
5) A União Legisla: para ela mesma, editando Leis Federais e para toda a república Federativa,
editando Leis Nacionais (Art 22, XXVII, CF88)
6) A lei 8666/93 é híbrida – nacional (se estende por todo o território nacional) e federal (atinge
a União).
7) Os Estados Membros podem criar Normas Específicas sobre licitação e contrato. O
instrumento de delegação é Lei Complementar Federal.
8) BENS PÚBLICOS
a. Uso Comum do Povo – qualquer um pode fazer uso.
b. De Uso Especial – exclusivo do Poder Público.
c. Bem Dominical ou Dominial – bem público desafetado e pronto para ser alienado.
d. Bens Penhorados.

6 – VEDAÇÃO DE LICITAÇÃO (Art. 17, lei 8666/93)


- Ato vinculado – dispensa obrigatória:

1) Bens imóveis:
a. Dação
b. Doação, somente para outro ente (órgão ou entidade ) da Adm. Pública;
c. Permuta – casos de finalidade precípua da Adm. Pública;
d. Investidura;
e. Venda a outro ente (órgão ou entidade) da Adm. Pública;
f. Alienação, concessão, locação ou permissão – programas habitacionais de interesse social.
g. Procedimentos de legitimação de posse

2) Bens móveis:
a. Dação;
b. Permuta, somente entre entes (órgão ou entidade ) da Adm. Pública;
c. Venda de ações;
d. Venda de títulos;
e. Venda de bens;
f. Venda a outro ente (órgão ou entidade) da própria Adm. Pública;
7 – LICITAÇÃO DISPENSÁVEL (Art. 24, lei 8666/93)
- Ato discricionário - pode ser dispensada:
1) Em função do Valor (até 10% do convite):
a. C/S – até 8 mil;
b. O/SE – até 15 mil;
2) Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista, Agências Executivas (até 20% do convite):
a. C/S – até 16 mil;
b. O/SE – até 30 mil;
3) Guerra, Emergência, Calamidade Pública, Grave Perturbação Interna, Comprometimento da
Segurança Nacional (prazo improrrogável de 180 dias);
4) Intervenção econômica da União;  RIC e ISN
5) Licitação Fracassada – desqualificados (documentos) ou desclassificados (proposta);
6) Licitação Deserta – comparecimento;
7) Contratação de Entidades da Própria Administração Pública;
8) Imóvel de finalidade precípua da Administração, desde que preço compatível com o mercado;
9) Aquisição de Produtos Perecíveis – Hortifrutigranjeiros, pão, etc;
10) Acordo internacional manifestamente vantajoso ao Poder Público;
11) Obras de arte e objetos históricos;
12) Serviços de Informática internos criados para esse fim.
13) Material Padronizado pelas Forças Armadas;
14) Bens destinados a pesquisa científica e tecnológica (CAPES, FINEP, CNPq);
15) Contratação de serviços de Engenharia Elétrica e Gás Natural;
16) Contratação de Organização Social;
17) Prestação de serviços de forma associada – consórcio público ou convênio de cooperação;
18) Bens e serviços (no País) → complexidade tecnológica + segurança nacional

Obs.: motivação e justificação obrigatórias, bem como a publicação do Diário Oficial.


O CONTRATO administrativo é OBRIGATÓRIO se o valor da contratação estiver compreendido entre os
limites de tomada de preços e concorrências.

8 – LICITAÇÃO INEXIGÍVEL (Art. 25, lei 8666/93)


- Quando houver inviabilidade de competição, em essencial:
1) Contratação de fornecedor ou representante comercial exclusivo;
2) Comemoração de artista consagrado;
3) Contratação de trabalhos técnicos especializados de natureza singular com profissional de
notória especialização.

Obs.: motivação obrigatória, bem como a publicação no Diário Oficial.


O CONTRATO administrativo é OBRIGATÓRIO se o valor da contratação estiver compreendido entre os
limites de tomada de preços e concorrências.

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