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BIOLOGIA E GEOLOGIA – 11º ANO – RESUMO TESTE INTERMÉDIO 17 DE MARÇO 2011

HORA A

A BIOSFERA

A Terra está confinada a uma zona chamada biosfera que inclui todas as formas de
vida e respectivos ambientes.

Diversidade Biológica
Entre os seres vivos, podemos distinguir várias diferenças:

 Forma
 Tamanhos
 Comportamentos
 …

A isso chama-se diversidade. Se a diversidade deixasse de existir, poderia corresponder a uma


catástrofe.

Existem vários tipos de diversidade:

 Diversidade ecológica – Diferentes ecossistemas


 Diversidade de espécies – diferentes espécies encontradas em diferentes habitats.
 Diversidade genética – variedade genética dentro e entre populações da mesma
espécie.

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Espécie - Conjunto de indivíduos morfologicamente semelhantes e que podem cruzar-se


entre si e formar descendência fértil.

Organização Biológica
Na teia de interacções ao nível do ecossistema, a matéria circula de forma cíclica e
unidireccional.

Extinção e conservação de espécies


Extinção de espécies – As espécies interagem atrvés de
relações tróficas. O desaparecimento de um dos elos
pode interferir na dinâmica do ecissistema.

No passado, houve extinções de espécies em massa


devido a factres climáticos e geológicos.

Actualmente, a intervenção humana tem contribuído


para essa extinção. O ritmo actual de extinção é dez
mil vezes superior do que há 600 milhões de anos .

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Conservação de espécies

O ser humano necessita de conservar as espécies pois depende de muitas delas,


nomeadamente para a fabricação de fármacos, industria, etc…

Em Portugal, por exemplo, tem-se feito a conservação da foca monge.

A criação de áreas protegidas permite preservar a riqueza dos territórios. Não basta apenas
preservar a espécie, também é necessário preservar o seu habitat para que ela sobreviva.

A base celular da vida

Seres unicelulares – constituídos por uma única célula.

Seres pluricelulares – constituídos por várias células.

A Célula unidade de estrutura e função

Robert Hooke, em 1665, foi um dos primeiros a publicar estudos e observações realizadas ao
microscópio.

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Em 1885 surgiu a teoria celular:

 A célula é unidade básica de estrutura e função dos seres vivos


 Todas as células provêm de células pré – existentes
 A célula é a unidade de reprodução, desenvolvimento e hereditariedade dos seres
vivos.

O aperfeiçoamento do microscópio permitiu um progresso considerável na concepção da


estrutura da célula.

Organização celular

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Constituintes básicos da célula

 Água
 Moléculas orgânicas
o Glicidos
o Lipidos
o Proteinas
o Ácidos nucleicos

Água
 Intervém nas reacções químicas
 Meio de difusão de muitas substâncias
 Regulador da temperatura
 Intervém nas reacções de hidrólise (quebra)

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 Excelente solvente e veiculo para materiais nutritivos necessários às células e produtos


de excreção.

Compostos orgânicos
 Glicose – base das moléculas dos glícidos
 Ácidos gordos – entram na constituição dos lípidos
 Aminoácidos – constituintes básicos das proteínas
 Nucleótidos – constituintes básicos dos ácidos nucleicos

Através das reacções de condensação, os monómeros unem-se e formam cadeias maiores. Por
cada ligação de dois monómeros é removida uma molécula de água.

Hidratos de carbono ou Glicidos


São compostos ternários (carbono, oxigénio e hidrogénio).

Monossacarídeos – unidades estruturais

 Trioses (3 carbonos)
 Tetroses (4 carbonos)
 …

Oligossacarídeos – 2 a 10 moléculas de monossacarídeos

Exp: sacarose, maltose, lactose

Polissacarídeos – Hidratos de carbono formados por cadeias lineares ou ramificadas de muitos


monómeros (exp: celulose, amido, glicogénio).

Importância dos Glicidos:

 Função energética e estrutural

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Lípidos
Têm fraca solubilidade em água, mas são solúveis em solventes orgânicos

Triglicerídeos:

 Função de reserva
 3 moléculas de ácidos gordos ligadas a uma de glicerol

Nos ácidos gordos saturados – todas as ligações são simples

Nos ácidos gordos insaturados – todas as ligações são duplas

Quanto maior o número de ligações, maior será a fluidez do lípido.

Fosfolípidos

 Têm função estrutural

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Zona hidrofóbica – cauda

Zona hidrofílica – cabeça

Molécula anfipática

Importância dos lípidos:

 Reserva energética
 Função estrutural
 Função protectora
 Função vitamínica e hormonal

Proteinas
Compostos quaternários (carbono, oxigénio, hidrogénio e azoto)

Aminoácidos – são muitos, mas apenas 20 entram na constituição dos péptidos e das proteínas

Os aminoácidos estão ligados ao mesmo carbono, um grupo amina, um grupo carboxilo, um


hidrogénio e um grupo R, que constitui a parte variável.

Péptidos:

 2 moléculas de aminoácidos
 1 ligação peptídica dá-se entre o grupo carboxilo de um aminoácido e o grupo
amina de outro

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Polipéptidos – mais do que dois aminoácidos ligados. Por cada ligação peptidica forma-se uma
molécula de água.

Proteinas

 Constituídas por uma ou mais cadeias polipeptídicas


 Possuem uma estrutura tridimensional definida

Estrutura primária – Sequência de aminoácidos da cadeia polipetídica

Estrutura secundaria – Existem dois tipos, ambos determinados pelas pontes de H

 - hélice – enrolamento da cadeia

Folha ß pregueada

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Estrutura terciária – a cadeia com estrutura secundária enrola-se e dobra-se sobre si


mesma, ficando globular.

Estrutura quaternária – várias cadeias polipeptídicas globulares organizam-se e interagem

O calor excessivo, radiações ou variações do pH pode levar a que as proteínas percam a sua
conformação normal e função biológica – desnaturação.

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Importância das proteínas:

 Função estrutural
 Função enzimática
 Função de transporte
 Função imunológica
 Função motora
 Função reserva alimentar

Ácidos Nucleicos

Contêm a informação genética

Existem dois tipos:

 Ácido desoxirribonucleico (DNA ou ADN)


 Ácido ribonucleico (ARN ou RNA)

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Cada nucleótido de um ácido nucleico é constituído por 3 grupos diferentes:

 Grupo fosfato
 Pentose
 Base azotada

Há 5 bases azotadas:

 Adenina
 Timina
 Uracilo
 Citosina
 Guanina

A Adenina e guanina têm anel duplo

DNA RNA
Grupo fosfato Grupo Fosfato
Desoxirribose Ribose
A, T, G, C A, U, G, C

Importância:
 Contêm a informação genética
 Intervêm na actividade celular
 Transmissão de informação genética de geração em geração.

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OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES VIVOS

Dependem de outros seres para obter energia – seres heterotróficos

Dos seres unicelulares aos pluricelulares

Os alimentos passam por um pocesso digestivo que converte substâncias complexas


em substâncias mais simples capazes de seres absorvidas pelos organismos.

Nos unicelulares, a digestão ocorre extracelularmente ou em órgãos específicos. Mas, mesmo


nestes organismos, é nas células que as substâncias resultantes da digestão vão ser utilizadas.

Membrana plasmática
A membrana plasmática mantém a integridade da célula e protege-a. É uma fronteira
entre o meio intracelular e o extracelular.

Composição química e estrutura

 Complexos lipoproteicos.
 A proporção de lípidos e proteínas varia consoante o tipo de membrana.
 Os lipidos da menbrana são principalmente fosfolipidos.

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Actualmente, o modelo que se considera é o de Singer e Nicholson.

 Mantém a camada fosfolipidica


 Organização diferente das proteínas

É também designado por modelo do mosaico fluído. Existem proteínas extrínsecas ou


periféricas localizadas à superfície com ligação fraca aos fosfolipidos, e proteínas intrínsecas ou
integrais – penetram na bicamada.

Os glicolipidos e as glicoproteinas estão envolvidas em mecanismos de reconhecimento de


substâncias do meio envolvente.

Transporte de materiais

A membrana permite a entrada e saída de substâncias. Ela tem permeabilidade selectiva pois
facilita a passagem de substâncias e dificulta a passagem de outras.

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Os mecanismos de troca são variados, podendo ser:

 Transporte não mediado (sem ajuda das proteínas)


 Transporte mediado (com ajuda das proteínas especificas da membrana)

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Ingestão, digestão e absorção


Após a introdução de alimentos/substâncias na célula, processa-se a digestão.
Intervêm enzimas que são catalizadores biológicos, diminuindo a energia gastas.

A digestão pode ocorrer:

 No interior da célula – digestão intracelular


 Fora da célula – digestão extracelular

Digestão intracelular

A digestão ocorre no interior de vacuolos


digestivos resultantes da fusão de vesículas
endocíticas com lisossomas. Nos lisossomas,
actuam as enzimas que decompõem as
moléculas. Estas moléculas passam para o
citoplasma e os resíduos são expulsos por
exocitose.

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Digestão extracelular

Nos fungos, a digestão é extracelular e extracorporal. As hifas lançam enzimas digestivas para
o substrato, dando-se a disgestão deste. Posteriormente, através das hifas, absorvem as
moléculas resultantes.

O tubo digestivo pode ser incompleto, com uma única abertura (planaria), ou completo, com 2
aberturas: a boca e o ânus.

Na escala animal, verificase um aumento progressivo da complexidade de organização do tudo


digestivo, possibilitando uma utilização cada vez mais eficiente dos alimentos.

Obtenção da matéria pelos seres autotróficos


No que respeita à autotrofia, a fotossíntese é o principal processo envolvido. Pode
ocorrer, em menor escala, a quimiossíntese em que os seres vivos utilizam energia química em
vez da energia luminosa para obterem matéria orgânica a partir da matéria mineral.

 Fotossintese – seres fotoautotróficos (plantas, algas, algumas bactérias)


 Quimiossíntese – seres quimioautotróficos (algumas bactérias, por exemplo fixadoras
de azoto).

ATP – Fonte de energia nas células


A energia proveniente não pode ser directamente utilizada pelas células. Para isso,
existe a adenosina trifosfato (ATP) para onde a energia é transferida e se torna a fonte de
energia que as células necessitam. Esta moléculas de ATP são facilmente hidrolisadas.

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A reacção de hidrólise de ATP é exoenergética – liberta energia

A reacção de fosforilação é endoenergética – consome energia.

Fotossíntese

A água e o dióxido de carbono captados e a luz são absorvidos pelas clorofilas existentes na
folha.

Estes compostos são convertidos em compostos orgânicos, oxigénio e água.

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Os pigmentos fotossintéticos absorvem a luz e são essenciais para o processo fotossintético.

Captação da energia luminosa


Devido ao comportamento dos pigmentos fotossintéticos face Às diferentes radiações,
a luz pode seguir percursos diferentes.

As clorofilas absorvem principalmente as radiações do espectro visível.

Os carotenóides absorvem readiações do violeta – azul do espectro.

As radiações com comprimento de onda da zona verde, são reflectidas, por isso vemos as
folhas de cor verde.

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Sendo o oxigénio um dos produtos da fotossíntese, a sua libertação em maior ou menor


quantidade, revela a maior ou menor intensidade fotossintética – Engelmam (18882).

Mecanismos da Fotossíntese
Nos seres fotossintéticos, ocorre:

 Produção de oxigénio proveniente da água


 Captação e dióxido de carbono que intervém na formação de compostos orgânicos,
mesmo na obscuridade se previamente houve um período de iluminação suficiente.

Fases da fotossíntese:

 Fotoquímica – as reacções dependem directamente da luz


 Quimica – não depende directamente da luz

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Fase fotoquímica:

 Energia luminosa absorvida pelos tilacoides


 Realização de reacções de oxirredução (oxidação da água e redução de moléculas
receptoras de H.

O oxigénio é libertado

Forma-se TH2

Fase química:

 O dióxido de carbono reage com 5 carbonos no estroma


 Desta fixação resultam 3 caronos e cada um sofre redução atrav+es dos hidrogénios
transportados pela TH2 formada anteriormente
 Formam-se trioses a partir das quais se formam moléculas mais complexas como a
glicose.

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 Uma parte das trioses vai para regeneração de moléculas receptoras de dióxido de
carbono.

Apesar de a fase química não depender directamente da luz, depende da fase fotoquímica
para obter energia proveniente do ATP formado.

Quimiossíntese

Os seres quimiossintéticos produzem compostos orgânicos a partir do carbono (fonte). Mas a


fonte de electrões não é a água, mas sim substâncias como o sulfureto de Hidrgénio e o
amoníaco.

Existem 2 fases:

 Ocorrem reacções de oxirredução


 Forma-se TH2
 Há mobilização de energia para a síntese de ATP

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 Formam-se compostos orgânicos a partir do dióxido de carbono


 Intervêm substâncias formadas na 1ª fase (TH 2) e ATP como energia

Exps: bactérias nitrificantes, bactérias sulfurosas

Apesar deste processo representar uma pequna fracção na produção de compostos orgânicos,
as bactérias quimiossitéticas são importantes. Por exemplo, as bactérias fixadoras de azoto
que produzem compostos para a nutrição das plantas.

DISTRIBUIÇÃO DA MATÉRIA

O transporte nas plantas


Ao nível da estrutura, podem considerar-se dois grandes grupos de plantas:

 Não vasculares – não têm verdadeiros tecidos condutores (hepáticas e musgos)


 Vasculares – com tecidos vasculares

O movimento de solutos orgâncos e inorgânicos no interior da planta através de tecidos


condutores, chama-se translocação de solutos.

Seiva bruta – água e substâncias minerais dissolvidas

Seiva elaborada – sunbstâncias orgânicas produzidas nas células fotossintéticas (floema)

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Sistemas de transporte

Raíz Caule

Folha

Xilema – Lenho ou tecido traqueano. Os elementos são os vasos xilémicos constituídos por
células mortas. Têm uma substância impermeável nas paredes – a lenhina.

Floema – Liber ou tecido crivoso. Os elementos condutores são os tudos crivosos constituídos
por células vivas e tem as paredes com orificos (placas crivosas). Existem também outro tipo
de células, as células de companhia que são células vivas com actividade importante no
funcionamento dos tubos crivosos.

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O sistema radicular

 Fixação da planta
 Captação de água e sais minerais
 Captação selectiva de nutrientes

Sistema caulinar

 Suporte às folhas
 Transporte da seiva xilémica e floémica

Ambos também desempenham função de reserva

Sistema foliar

 Epiderme
 Mesofilo
 Lacunas (espaço/orifícios no mesofilo)
 Estomas – localizam-se na epiderme das folhas

Os estomas são constituídos por:


 Células oclusivas ou células guarda
 Ostíolo
 Câmara estomática

Fazem as trocas gasosas

A cutina protege as folhas da dessecação.

Absorção de água e solutos pelas plantas


A maior parte da água e solutos são absorvidos pela raiz.

A eficiência dessa captação deve-se à presença de pêlos radiculares que aumentam a


superfície de contacto.

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Dentro das células da raiz, a concentração de soluto é maior do que no exterior o potencial
de água é maior n exterior, logo a água entra por osmose para a raiz.

Os iões minerais que estão na solução do solo em concentração elevada, entram por difusão
simples através da membrana das células.

Por vezes as raízes acumulam muitos iões minerais. Nestas condições o movimento faz-se
contra o gradiente, ou seja, por transporte activo.

O transporte activo – elevada concentração de soluto junto à raiz, leva a água a passar por
osmose até ao xilema Seiva xilémica

 99% de água e iões

Transporte no xilema

Hipótese da pressão radicular


A acumulação de água nos tecidos da raiz provoca o aumento da pressão radicular que
força a água a subir no xilema.

Por vezes, a pressão é tão elevada que a seiva chega às folhas, provocando gutação.

Hipótese da tensão – coesão – adesão

Transpiração

 A água sai das folhas


 Cria-se uma pressão negativa
 Esta pressão/tensão, puxa a água dos vasos do xilema

Coesão e adesão

 Devido a forças de coesão e adesão, as moléculas de água mantêm-se unidas (pontes


de hidrogénio) umas às outras (coesão) e aderem às paredes dos vasos (adesão).

Entrada de água que vem do solo

 A ascensão de água cria um défice de agua no xilema da raiz entra mais água

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Este tipo de transporte não envolve energia.

Controlo da transpiração
É controlado pelos estomas.

Célula túrgida – abertura do estoma

Célula sem água – fecho dos estomas

Factores que fazem variar a turgescência das células guarda:

 Intensidade luminosa
 Concentração de dióxido de carbono
 pH
 Concentração de iões

Transporte no floema

Hipótese do fluxo de massa


O transporte ocorre em consequência de um gradiente de concentração de sacarose
que se estabelece entre uma fonte, órgão onde o açúcar é produzido ou mobilizado a partir de
reservas, e um recebedor, órgão da planta onde o açúcar é consumido em reserva.

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O transporte nos animais


Esponjas hidras e corais não têm sistema de transporte especializado.

Sistemas de transporte
Dependem do grau de complexidade que os animais apresentam.

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Nos gafanhotos e outros insectos, os sistema de transporte é por vaso dorsal que possui
câmaras contrácteis no abdómen que correspondem a um coração tubular.

Quando se contrai, o sangue vai para a aorta dorsal que se estende até à cabeça.

O sangue sai da aorta dorsal por pequenos vasos e vai para as lacunas corporais, banhando os
tecidos.

Quando as câmaras contrácteis relaxam, o sangue regressa a essas câmaras pelos ostíolos que
existem na sua parede.

Na minhoca existe um vaso dorsal e outro ventral que se ligam por vasos laterais.

Na parte de trás do vaso dorsal existem vasos laterais chamados vasos aórticos ou corações
laterais, que têm zonas contrácteis. Estes vasos ramificam-se, banhando os outros tecidos.

Existem dois tipos de transporte:

 Aberto – o sangue abandona os vasos e passa para os espaços, lacunas, fluindo


directamente para as células.

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Não há distinção entre sangue e fluido intersticial – hemolinfa.

Exp: artrópodes, moluscos.

 Fechado – todo o percurso do sangue faz-se dentro de vasos.

Num sistema aberto, o sangue flui mais lentamente e os anmais que o possuem têm
movimentos lentos e taxa metabólica baixa.

O transporte nos vertebrados

Com excepção do peixe, que tem circulação simples, ou seja, o sangue só passa uma vez no
coração, todos os outros vertebrados têm circulação dupla.

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Animais com circulação dupla apresentam:

 Circulação pulmonar – o sangue venoso sai do coração e vai aos pulmões onde é
oxigenado e volta, pelas veias pulmonares, ao coração.
 Circulação sistémica – o sangue arterial sai do coração, dirige-se a todos os órgãos e
regressa venoso à aurícula direita.

A circulação dupla é mais eficiente.

Nos peixes, o coração tem duas cavidades: uma aurícula e um ventrículo.

 O sangue venoso entra na aurícula


 A contracção auricular impele o sangue para o ventrículo
 O sangue é bombeado para as brânquias onde recebe oxigénio
 Parte para todas as partes do corpo

Nos anfíbios o coração tem 3 cavidades: 2 auriculas e um ventrículo. A circulação é dupla.

 Na aurícula direita entra sangue venoso e na aurícula esquerda entra sangue arterial.
 Por contracção das aurículas, o sangue passa para o único ventrículo.
 As aurículas não se contraem simultaneamnte o que faz com que o sangue pouco
oxigenado vá para o circuito pulmocutâneo e a maior parte do sangue oxigenado vai
para o cicuito sistémico.

Dada à ocorrência de uma pequena mistura de sangues , embora a circulação seja dupla, é
incompleta.

Nos mamíferos o coração tem 4 cavidades: 2 auriculas e 2 ventrículos.

 Não há mistura de sangues


 Circulação dupla e completa

O coração é constituído por um tecido pulmonar: o miocárdio, que é irrigado por artérias
coronárias.

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Sístole – movimento de contracção

Diástole movimento de relaxamento

As artérias têm paredes fortes e elásticas.

As veias apresentam paredes mais finas e têm maior diâmetro que as artérias.

Os capilares têm paredes muito finas constituídas por uma única camada de células.

Fluidos circundantes – sangue e linfa


A parede muito fina dos capilares facilita a troca de substâncias entre o sangue e o
fluido intersticial.

É para a linfa intersticial que as células lançam produtos resultantes do seu metabolismo.

A linfa é lançada na corrente sanguínea em veias que abrem na veia cava superior.

Estes fluidos intervêm e asseguram várias funções vitais, como:

 Transporte de nutrientes até ás células.


 Transporte de oxigénio até às células
 Remoção de produtos das células
 Transporte de hormonas
 Defesa do organismo através dos leucócitos

TRANSFORMAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ENERGIA PELOS SERES VIVOS

Utilização dos materiais que chegam às células

Metabolismo celular – transferência de energia e conjunto de reacções químicas nas células.

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Anabolismo – reacções químicas que conduzem à síntese de moléculas complexas a


partir de moléculas simples. – reacção endoenergética.

Catabolismo – Reacção de degradação de moléculas complexas em moléculas mais


simples. – Reacção exoenergética.

Aerobiose – presença de Oxigénio

Anaerobiose – Ausência de oxigénio

Reacções catabólicas: fermentação e respiração aeróbia 

As leveduras degradam moléculas como a glicose, libertando-se energia, sendo uma parte
mobilizada na produção de ATP e outra que se dissipa sob a forma de calor. Esta mobilização
de energia de compostos orgânicos pode ser efectuada em meio anaeróbio por
fermentação ou em meio aeróbio por respiração aeróbia. Através da fermentação, a
degradação da glicose origina álcool etílico ou etanol (composto orgânico ainda muito rico em
energia) e dióxido de carbono. Através da respiração aeróbia, a degradação da glicose é
praticamente completa, originando-se dióxido de carbono e água, moléculas simples pobres
em energia. A respiração aeróbia proporciona mais energia às leveduras do que a
fermentação, levando à síntese de mais moléculas de ATP. 

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Respiração aeróbia - Tipo de respiração em que os alimentos, geralmente hidratos de carbono,


se oxidam completamente, originando dióxido de carbono e água, com libertação de energia
química, num processo que necessita de oxigénio atmosférico.

Glicólise - Quebra da glicose em ácido pirúvico com libertação de energia, decorrendo este
processo no hialoplasma da célula sob controlo enzimático. 

A fermentação é o processo mais simples e primitivo de obtenção de energia e ocorre no


citoplasma das células, compreendendo duas etapas: 
- glicólise -> conjunto de reacções que degradam a glicose até piruvato; 
- redução do piruvato -> conjunto de reacções que conduzem à formação dos produtos da
fermentação. 
A figura representa os fenómenos que ocorrem na glicólise. 

Fermentação alcoólica e
fermentação láctica 

A fermentação é um dos
processos catabólicos
que ocorre na ausência de
oxigénio. Existem
vários tipos de
fermentação ma s só vamos
considerar a fermentação
alcoólica, que pode ocorrer nas leveduras e a fermentação láctica, efectuada, por exemplo
pelos bacilos lácteos.  

A redução do ácido pirúvico (piruvato), em condições de anaerobiose, faz-se pela acção


do NADH, formado durante a glicólise, e pode conduzir à formação de diferentes produtos.
Dada a sua relevância económica e frequência de ocorrência, destacam-se a fermentação
alcoólica e a fermentação láctica, que se representam a seguir. 

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Fermentação alcoólica - Na fermentação alcoólica, devido a processos de descarboxilação do


ácido pirúvico, obtêm-se, como metabólitos finais, dióxido de carbono e etanol, uma molécula
de álcool. O rendimento energético da fermentação alcoólica é de duas moléculas de ATP
produzidas durante a glicólise. 

Fermentação láctica - Na fermentação láctica, o ácido pirúvico é reduzido, obtendo-se ácido


láctico. O rendimento energético dafermentação láctica é de duas moléculas de ATP
produzidas durante a glicólise. 

Ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico 

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HORA A

O Ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico é um conjunto de reacções (que ocorrem na matriz da


mitocôndria) que conduz à oxidação completa da glicose, mediado por um conjunto de
enzimas de onde se destacam as descarboxilases e as desidrogenases. 

Cadeia transportadora de electrões e fosforilação oxidativa 

As moléculas de NADH e FADH2, formadas durante as etapas anteriores da respiração ,


transportam electrões,que vão, agora, percorrer uma série de proteínas. 
Estas proteínas aceptoras de electrões constituem a cadeia transportadora de electrões ou
cadeia respiratória e encontram-se ordenadas na membrana interna das mitocôndrias, de
acordo com a sua afinidade para os electrões. 

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HORA A

Respiração aeróbia 

À medida que as células evoluíram, as suas necessidades energéticas foram aumentando. Nas
células eucarióticas surgiram organelos especializados, as mitocôndrias, capazes de realizar a
oxidação completa do ácido pirúvico obtido na glicólise, originando compostos muito simples:
água e dióxido de carbono. A designação de respiração aeróbia resulta do facto de este
processo só ocorrer na presença de oxigénio.

Comparação entre o rendimento energético da respiração aeróbia e da fermentação 

A respiração aeróbia tem um rendimento bastante elevado, quando comparado com o


processo de fermentação.  O saldo energético de 36 ATP da respiração aeróbia suscita alguma
controvérsia relacionada com o NADH formado durante a glicólise e que é incapaz de transpor
a membrana mitocondrial. O processo de transferência dos electrões para a matriz
mitocondrial pode variar, o que vai afectar a quantidade de ATP que se forma por fosforilação
oxidativa. Assim, poderão constituir-se 2 ou 3 ATP por cada molécula de NADH. No caso de se
formarem apenas 2 ATP, o saldo final, dado que se trata de 2 NADH, será de 36 ATP; se se
formarem 3 ATP, será de 38 ATP. 

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Trocas gasosas nos animais

A espécie dos animais possui superfícies respiratórias que garantem que a quantidade de
oxigénio difundido satisfaça as necessidades de todas as células do organismo. Portanto existe
uma camada que denomina se superfície respiratória onde a estrutura se realiza a difusão dos
gases entre o organismo e o meio que os envolve, e hematose um processo que é executado
nessa função de trocas gasosas com o ar atmosféricas.

Mas a difusão pode ocorrer directamente entre superfície respiratória e as células: difusão
directa, os insectos têm esses tipos de difusão ou difusão indirecta que pode ser realizada na
superfície respiratória e o liquido circulante nos outros animais.

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Tegumento como superfície respiração.

Os animais como minhoca ou planaria e outras espécies semelhantes podem utilizar como
superfície respiratória os seus tegumentos. Não necessitando de realizar as trocas gasosas
numa superfície específica, essas espécies possuem os tegumentos hidratados que são muito
finos e suficientemente extensa para realizar esta função excelente e eficaz, essa tarefa é
designado por hematose cutânea. A distribuição dos gases até ás células é executada através
da circulação sanguínea, pois o tegumento é muito vascularizado, sendo por isso é uma
difusão indirecta. Os animais aquáticos fazem a sua hematose através de brânquias são
extensões da superfície corporal como no caso dos peixes ósseos estão inseridas em cavidades
designadas por cavidades branquiais protegidas por uma placa óssea, este cavidade ligas se
com o exterior a favor de fenda oracular
Cada brânquia é suportada por um arco ósseo que ao fim constituída por duas fiadas de
filamentos branquiais subdivididos em números lamelas branquiais, dentro de cada lamela
branquial existe uma rede de capilares sanguíneos, o sangue movimenta neste capilares
hematose branquial, assim a difusão dos gases é indirecta.

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O que torna as brânquias eficazes nas trocas gasosas.

A água só possui pouco oxigénio disponível, existe oxigénio no ar mais de que a água, e
branquiais são muito eficiente na realização de hematose possuem grandes superfícies que
são bastante finas e irrigadas, que no sentido de circulação de água é oposto ao sentido do
movimento do sangue, este é designado por mecanismo de contracorrente, brânquias permite
que em qualquer ponto de contacto entre o sangue e a água esta possua constantemente
concentração superior de oxigénio relativamente ao sangue facilitando a difusão ao longo do
percurso e contribuindo para que o sangue que circula nas lamelas fica mais enriquecido em
oxigénio, é o mecanismo tão eficaz para os animais aquáticos, retira 80% de oxigénio
dissolvido no transporte.

Traqueias como superfície respiratória.

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Refirimos o Gafanhoto um insecto que possui um inúmeros de tubos ramificados através do


corpo ligados a sacos que contém o ar designado por traqueia subdividindo os tranquilos os
tubos mais finos e conduz o ar directamente para as células do organismo, onde decorrem as
trocas gasosas hematose traqueal é a difusão directa. Os tranquilos são fechadas e contém um
líquido que quando, que quando o animal esta activo e necessita de utilizar mais oxigénio, e
passa para as células dos seu corpo, permitindo permitido aumentar a taxa de difusão do
oxigénio, porque difunde-se mais rapidamente no ar do que nos líquidos. O animal tem de
contribuir o seu sucesso na planeta terra, a favor de traqueias serem interna permitem reduzir
bastante perda de água do organismo no insecto.

Interpretar pulmões como superfície respiratória

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O pulmões uma espécies dos sacos ocos que os vertebrados terrestres possuem para realizar
as trocas gasosas, são semelhantes todos animais mas têm grau diferentes. Na anfíbia
subdivisão pulmonar vai aumentando nos anfíbios para os répteis fim para os mamíferos
permitindo que a área da superfície respiratória aumenta o seu volume, e realizando em
condição nas trocas gasosas. No sistema respiratório do homem, os pulmões são constituídos
por milhares de alvéolos que enchem e esvaziam periodicamente, permitindo trocas do ar que
se encontra dentro de dos alvéolos como trocas gasosas entre o sangue dos capilares que os
envolvem, difusão indirecta.
O volume de caixa torácica, por alargamento dos pulmões e entrada do ar, a contracções dos
músculos do diafragma intercostais é o relaxamento dos mesmos músculos que permite a
diminuição de volume da caixa e a saída ar dos pulmões. Nas aves o sistema respiratório é
diferente, pois apesar de ser constituído estes
têm tem uma diferente estrutura, são constituído por um conjunto de tubo designado por
parabrônquios onde ocorre hematose difusão indirecta, vinculado aos pulmões onde existe
um conjunto de sacos aéreos estes sacos são reservatório do ar no corpo de aves menos denso
o que facilita o seu locomoção, e ar entra para o sacos aéreos posteriores e só depois passa
para pulmões continuando para os sacos aéreos anteriores e por fim para exterior, é um
processo de renovação completa do ar que é muito eficaz nos aves.

Regulação nervosa nos animais 

No sentido de responder, rapidamente, às alterações do ambiente e de manter o equilíbrio do


seu meio interno, os animais desenvolveram um conjunto de células, tecidos e órgãos
especializados, que constituem o sistema nervoso. Através do sistema nervoso, os organismos,
não só comunicam com o meio exterior, como reagem a alterações desse meio. 

Os órgãos do sistema nervoso podem agrupar-se em dois importantes conjuntos SNC (centros


nervosos) e SNP. O sistema nervoso central (SNC) é constituído por encéfalo (protegido pela
caixa craniana) e medula espinal (protegida pelas vértebras) – onde se organizam e
interpretam as informações. O sistema nervoso periférico (SNP) é constituído por nervos e
gânglios nervosos – transmite informações dos órgãos sensoriais para os centros nervosos e
destes para os órgãos efectores. De entre os nervos podem destacar-se os nervos
cranianos (com origem no encéfalo) e os nervos raquidianos, com origem na medula espinal.

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Um nervo é constituído por vários grupos de feixes de fibras nervosas e cada fibra nervosa é
formada por um prolongamento citoplasmático (axónio) de uma célula nervosa – neurónio. 

Constituintes do sistema nervoso; sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico


(SNP). 

A maior parte das acções que realizamos são desencadeadas por estímulos, que são sinais
detectáveis de natureza diversa. As estruturas do sistema nervoso que captam os estímulos
têm o nome de receptores sensoriais, e podem encontrar-se na pele, nos olhos, nos ouvidos e
em órgãos internos do corpo. A estimulação dos receptores sensoriais desencadeia nesses
receptores mensagens nervosas que são conduzidas aos centros nervosos, onde são
interpretadas. As decisões são transmitidas aos órgãos efectores que realizam a resposta. As
estruturas que realizam a resposta, em consequência de uma mensagem nervosa que
recebem, têm o nome de efectores (ex: músculos, glândulas endócrinas). Para que a
mensagem nervosa seja transmitida é necessário que possa passar de neurónio em neurónio.
A zona de comunicação entre dois neurónios tem o nome de sinapse. Globalmente pode
referir-se que o SNP recebe informações captadas pelos receptores sensoriais, que são
conduzidas pelos nervos sensitivos aos centros nervosos. Nele também circulam informações,
conduzidas pelos nervos motores, provenientes dos centros nervosos para os órgãos
efectores.

As acções voluntárias - que dependem da nossa vontade, contrariamente às acções reflexas,


estão sob o controlo consciente do cérebro, ao contrário das acções involuntárias ou actos
reflexos, respostas automáticas a estímulos do meio (que se realizam sem termos consciência

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disso) estão sob o controlo da medula espinal. As estruturas implicadas na realização de um


acto reflexo constituem um arco reflexo. 

Unidade básica do sistema nervoso: o neurónio 

No sentido de responder, de forma rápida, às alterações do ambiente e de manter o equilíbrio


do seu meio interno, os animais desenvolveram um conjunto de células, tecidos e órgãos que

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constituem o sistema nervoso. A unidade básica deste sistema é a célula nervosa – neurónio. 

Como ocorre a transmissão do impulso nervoso? 

Os neurónios são células altamente estimuláveis, capazes de detectar pequenas variações do


meio, em resposta às quais se verifica uma alteração eléctrica, o impulso nervoso, que
percorre as suas membranas. 

A informação que circula ao longo dos neurónios designa-se por influxo nervoso, ou impulso
nervoso e considera-se que este tem uma natureza electroquímica. Isto significa que o impulso
nervoso resulta de modificações que são, simultaneamente, químicas e eléctricas. 
Num neurónio não estimulado, a diferença de potencial é constante e cerca de -60 mV, sendo
expresso negativamente para lembrar que o interior da membrana é negativo em relação ao
exterior. 
Potencial de repouso - diferença de potencial eléctrico entre as duas faces da membrana de
um neurónio em repouso. Este estado é consequência de uma permeabilidade muito desigual
da membrana a determinados iões. 
Quando ocorre um estímulo há uma modificação local do potencial da membrana, designada
por potencial de acção. 
O potencial de acção corresponde a uma inversão acentuada e localizada da polarização da
membrana no compartimento celular tornado positivo em relação ao exterior. 
A onda (sucessão) de despolarização e repolarização constitui o impulso nervoso. 
Este impulso bioeléctrico prossegue, ocorrendo assim a propagação da mensagem nervosa até
ao fim do axónio. 
A propagação faz-se num único sentido, das dendrites para o axónio. 

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Nos neurónios dos vertebrados (baixo), a despolarização só se verifica em determinados


pontos, não sendo necessário percorrer toda a extensão da membrana. 
A rápida propagação do impulso nervoso nos vertebrados deve-se à bainha de mielina que
recobre os axónios. 
O isolamento dos axónios pele baínha de mielina apresenta interrupções (nódulos de Ranvier),
nas quais a superfície do axónio fica exposta. 
A despolarização ocorre apenas nos nódulos de Ranvier e o impulso salta de um nódulo para o
seguinte, o que faz com que a velocidade de propagação seja elevada. 

Como é transmitida a mensagem nervosa de um neurónio para outra célula? 

A passagem do impulso nervoso de um neurónio para outro faz-se através das sinapses

Numa sinapse existe um espaço sináptico que separa a célula pré-sináptica (III) (que transmite
a informação) da pós-sináptica (II) (que a recebe). 
As vesículas sinápticas armazenam neurotransmissores (I) - substâncias produzidas pelos
neurónios. 
As vesículas fundem-se com a membrana e descarregam o seu conteúdo na fenda sináptica. 
Os neurotransmissores ligam-se a receptores da membrana da célula seguinte (pós-sináptica),
desencadeando o impulso nervoso, que assim continua a sua propagação. 
Numa sinapse neuromuscular o neurotransmissor é a acetilcolina, que é responsável pela
contracção muscular. 
O percurso do impulso nervoso no neurónio é sempre no sentido dendrite --> corpo celular --
> axónio. A região de passagem do impulso nervoso de um neurónio para a célula adjacente
chama-se sinapse. 

Regulação hormonal nos animais 

O sistema nervoso trabalha em estreita cooperação com o sistema hormonal. O sistema


hormonal é responsável pela produção de substâncias que constituem verdadeiras mensagens
químicas – as hormonas. As hormonas são moléculas orgânicas produzidas por glândulas
endócrinas, localizadas em diversas regiões do organismo. 

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Hormonas - Substâncias produzidas pelos seres vivos que actuam sobre o crescimento, a
diferenciação, o metabolismo, a função digestiva e o equilíbrio homeostático. Em geral,
actuam à distância, longe do seu ponto de origem. Nos animais as hormonas são segregadas,
pelas glândulas endócrinas, na corrente sanguínea, que as transporta para o local de actuação
(apesar de circularem no sangue por todo o organismo, as hormonas apenas actuam
nas células-alvo, com receptores específicos). .

Complexo hipotálamo-hipófise | integração neuro-hormonal 

Os sistemas nervoso e hormonal interagem (através do complexo hipotálamo-hipófise) na


coordenação dos organismos. A interacção dos sistemas nervoso e hormonal assegura
respostas adequadas às solicitações internas e externas.

Como respondem os animais às variações da temperatura do meio externo? 

Os seres vivos são continuamente afectados por instabilidades e imprevisibilidades do meio


externo, como as variações da temperatura. No entanto, é importante que a temperatura
corporal de certos animais se mantenha dentro de certos limites, pois esta influencia as
reacções metabólicas. 

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Os animais endotérmicos aumentam a taxa de respiração, quando há um abaixamento da


temperatura do meio, para aumentarem o calor metabólico e manterem, a temperatura
corporal. 

Como actua um sistema de regulação? 

Podemos comparar o processo de controlo da temperatura ao processo dos electrodomésticos


munidos de termóstato. O mecanismo do termóstato, designado retroacção negativa, funciona
de forma a que uma modificação na temperatura ambiental num certo sentido desencadeie
uma resposta correctiva em sentido oposto. 

Também ocorrem situações em que um desvio em relação ao ponto de ajuste desencadeia


uma resposta que corresponde a um aumento desse desvio. Trata-se, neste caso, de um
processo de retroacção positiva. 

Retroacção negativa - Por retroacção negativa entende-se o processo em que a partir de um


estímulo, que causa uma alteração, é gerada uma resposta que cancela a acção desse
estímulo.
Retroacção positiva - A retroacção positiva é o processo em que a acção produzida por um
estímulo original é amplificada pela resposta gerada. 

Controlo dos mecanismos de termorregulação 

Os mecanismos de termorregulação são desencadeados pelo hipotálamo (Figura Porto


Editora) que, vai operar como um termóstato. É um sistema bastante complexo, no qual
interferem diferentes órgãos do sistema nervoso. 

Termorregulação - A regulação da temperatura corporal é um processo de importância vital


para todos os seres vivos, já que é um factor determinante na sua homeostasia interna,
nomeadamente na manutenção da taxa de metabolismo celular e na manutenção da
integridade do organismo. A temperatura condiciona diversos processos biológicos, como a
actividade enzimática, a permeabilidade das membranas celulares, a taxa das trocas

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BIOLOGIA E GEOLOGIA – 11º ANO – RESUMO TESTE INTERMÉDIO 17 DE MARÇO 2011

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respiratórias, a produção de energia a nível celular, a produção de espermatozóides e o


comportamento (grau de actividade) dos indivíduos, entre muitos outros processos.

Osmorregulação em Vertebrados

Neste caso os fluidos corporais são hipertónicos em relação ao meio, o que desloca a água, por
osmose, para o interior do corpo, apesar da presença de mucos, escamas, etc.

Assim, estes animais não bebem água, possuem glomérulos muito desenvolvidos e eliminam
grande quantidade de urina muito diluída (hipotónica).

No entanto, este facto acarreta a perda de sais, pelo que nos peixes ósseos existem células
especializadas nas brânquias, que transportam activamente sais para o corpo
Ambiente de água doce 
Coloca-se aqui o problema inverso, ou seja, os fluidos corporais são hipotónicos em relação ao
meio, tendendo o animal para a perda de água por osmose.

Os glomérulos são muito reduzidos ou mesmo ausentes, formando pouca quantidade de urina
isotónica com o meio (hipertónica em relação á dos peixes de água doce).

Como compensação, estes animais engolem grande quantidade de água mas como esta é
salgada excretam activamente grandes quantidades de sal, por células especializadas nas
brânquias. Aves e répteis marinhos apresentam glândulas do sal que abrem no bico e que
secretam activamente sais.

Ambiente de água salgada

Na maioria dos vertebrados terrestres os rins actuam juntamente com a pele, pulmões e
sistema digestivo para realizar a osmorregulação:

Anfíbios - apresentam mecanismos osmorreguladores muito semelhantes aos dos peixes de


água doce, produzindo urina hipotónica e reabsorvendo sais activamente através da pele;

Répteis – reabsorvem grandes quantidades de água e sais nos nefrónios mas a urina é
isotónica com o plasma;

Aves/mamíferos - a reabsorção de água é tão grande que se produz urina hipertónica em


relação ao plasma (por vezes mais de 8 vezes mais concentrada).

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Este facto resulta do nefrónio destes animais apresentar ansas de Henle muito longas e que
penetram fundo na medula, onde o meio intersticial tem elevada pressão osmótica, atraindo
grande quantidade de água para fora do tubo. Nas aves a ansa de Henle é mais curta mas a
cloaca reabsorve, ainda, alguma água. Alguns mamíferos não bebem água, utilizando apenas a
água metabólica e a dos alimentos.

Fonte: curlygirl.no.sapo.pt

Hormonas vegetais ou fito-hormonas 

O crescimento e o desenvolvimento das plantas são fortemente influenciados


por estímulos como a luz, a gravidade, a temperatura e o contacto com outras plantas ou com
qualquer objecto. Como resposta a esses estímulos, determinados órgãos executam
movimentos variados. 

Hormonas vegetais ou fito-hormonas - Contrariamente às hormonas animais, as hormonas


vegetais são, geralmente, sintetizadas por células não especializadas. Os seus efeitos são
variáveis, não induzindo uma resposta sempre idêntica, dependendo a sua acção de diversos
factores, quer intrínsecos à planta, quer provenientes do meio ambiente. 
Diversas hormonas vegetais têm sido produzidas em laboratório, sendo aplicadas
artificialmente nas culturas, de forma a obter efeitos desejados, como indução da floração,
promoção do crescimento ou formação de frutos, entre diversos outros. Embora existam
diversos esquemas de classificação das hormonas vegetais, elas podem ser agrupadas em
cinco grupos principais: auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e inibidores. 

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HORA A

Conhecer hormonas vegetais 

Replicação do DNA

            A informação das característica genéticas de um ser vivo encontra-se codificada na


sequência de nucleótidos do DNA, pelo que, quando um progenitor transmite as suas
características genéticas aos seus descendentes, necessariamente ter-lhe-á de fornecer uma
cópia do seu DNA. O mecanismo biológico que permite a formação de cópias de DNA chama-
se replicação. A replicação consiste na formação de duas cadeias-filhas de DNA a partir da
cadeia progenitora, permitindo deste modo não só a transmissão das características
hereditárias, como a sua conservação.

            A replicação é um processo semiconservativo, pois cada uma das duas cadeias-filhas
formadas contém uma cadeia polinucleotídica da dupla cadeia progenitora. Na hipótese de
replicação semiconservativa podem considerar-se várias etapas:

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HORA A

 As duas cadeias da dupla hélice na


presença de enzimas específicas,
DNAhelicases, separam-se por
ruptura das ligações por pontes de
hidrogénio;
 Cada uma dessas cadeias serve de
molde à formação de uma cadeia
complementar, sendo utilizados
nucleótidos que existem livres na
célula;
 Formam-se, simultaneamente,
duas cadeias de
desoxirribonucleótidos de acordo
com a regra das bases
complementares. Os novos
nucleótidos, à medida que se vão
colocando, ligam-se por acção
enzimática à desoxirribose do
nucleótido anterior,
desenvolvendo-se duas cadeias
complementares das duas cadeias
originais, sendo cada cadeia
antiparalela em relação à que lhe
serviu de molde.
 As reacções de condensação
ordenada de nucleótidos
processam-se no sentido 5’    3’,
crescendo as duas cadeias em
sentidos opostos.
 Quando o processo de replicação
termina estão formadas duas
moléculas de DNA idênticas entre
si e idênticas à molécula original.
 A figura – 1 esquematiza este
processo de replicação
semiconservativa.

Síntese proteica

            A síntese de uma proteína é um mecanismo complexo, que se inicia no núcleo e


termina no citoplasma, ao nível dos ribossomas. Neste mecanismo estão envolvidos dois
processos: a transcrição e a tradução. Entre a transcrição e a tradução, nos seres eucariontes,

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HORA A

ocorre uma etapa importante – o processamento, ou maturação, do RNA.

            Para que a transcrição tenha início é necessário que um determinado segmento da


dupla hélice de DNA se desenrole. UMA das cadeias de DNA expostas serve de molde para a
síntese de mRNA, que se faz a partir dos nucleótidos presentes no nucleoplasma. Este
processo é mediado por um complexo enzimático, destacando-se a RNApolimerase.

            A transcrição termina quando a RNApolimerase encontra um tripleto de finalização.


Nesta altura a cadeia de RNA sintetizada desprende-se da molécula de DNA, que volta a
emparelhar com a sua cadeia complementar, refazendo-se a dupla hélice.

            Nos seres eucariontes o RNA sintetizado sofre um processamento, ou maturação, antes


de abandonar o núcleo. Durante este processo, diversas sessões do RNA inicialmente
transcritas, são removidas. Estas porções são chamadas intrões. As porções não removidas –
exões – ligam-se entre si, formando o mRNA maturado. Pelo facto do RNA inicialmente
transcrito ser um precursor do mRNA é frequentemente chamado de RNA pré-mensageiro
(pré - mRNA).

            O processo de transcrição permite não só a síntese de mRNA, mas também de outros
tipos de RNA, nomeadamente, RNA ribossómico (rRNA) e RNA transferência (tRNA), como
está esquematizado na figura – 2.

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HORA A

No processo de tradução estão envolvidos


diversos componentes celulares. Além do RNA
mensageiro, é necessária a presença de RNA
transferência e de ribossomas.

Os ribossomas são organelos membranares


constituídos por RNA ribossómico e porções
proteicas. Cada ribossoma apresenta uma
subunidade maior e uma menor, como mostra a
figura – 3.

As moléculas de RNA transferência apresentam-se como cadeias de ribonucleótidos que


funcionam como interpretes da linguagem do mRNA e da linguagem das proteínas. Estas
moléculas apresentam uma cadeia dobrada em forma de “folha de trevo” em resultado das
pontes de hidrogénio que se estabelecem entre as bases complementares, tal como está
esquematizado na figura abaixo.

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HORA A

No final deste processo de transcrição o mRNA migra do núcleo para o citoplasma, no


qual vai ocorrer a tradução da mensagem. A este processo chama-se migração.

 Segue-se o processo de tradução. Este encerra três etapas: a iniciação, o


alongamento e a finalização.
http://www.esec-odivelas.rcts.pt/BioGeo/2_lat.htm

A mitose é o processo que permite que um núcleo se divida originando dois núcleos-
filhos, cada um contendo uma cópia de todos os cromossomas do núcleo original e,
consequentemente, de toda a informação genética.

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Esta divisão nuclear é, geralmente, seguida de uma divisão do citoplasma, designada


citocinese. Assim, a partir de uma célula-mãe formam-se duas células-filhas, idênticas entre si
e idênticas à célula-mãe que lhes deu origem.

O conjunto destas divisões celulares permite que, a partir de uma célula inicial, se
origine um organismo constituído por vários milhões de células. Além disso, mesmo depois do
organismo estar formado, a divisão celular continua a ocorrer, no sentido de proceder à
renovação de algumas células ou reparar as que foram lesadas.

Depois de uma célula se dividir é necessário algum tempo para que essa célula esteja
pronta para uma nova divisão, reiniciando-se todo o processo. A esta alternância de períodos
de divisão e períodos de não divisão chama-se ciclo celular.

Observe a figura da actividade que se segue e responda às questões que lhe são
propostas.

A interfase é um período relativamente longo quando comparado com a mitose,


podendo demorar horas, semanas, anos ou mesmo perpetuar-se até à morte da célula, sem
que nova divisão ocorra. Durante este período, a célula procede à síntese de diversos
constituintes, que conduz ao crescimento e à maturação. Desta forma, a interfase permite que
a célula se prepare para uma nova divisão celular.

A interfase compreende três períodos: G 1, S e G2. De uma maneira muito resumida


pode dizer-se que os períodos G1 e G2  são muito semelhantes já que neles ocorre uma intensa
actividade de biossíntese. Já durante o período S ocorre a replicação semiconservativa do DNA.

No final do período G2 , inicia-se a mitose, período durante o qual o núcleo da célula
experimenta um conjunto de transformações que culminam com a sua divisão. Embora a
mitose seja um fenómeno contínuo, por uma questão de facilidade de estudo, é comum
distinguir-se quatro fases: profase, metáfase, anafase e telofase. O quadro abaixo caracteriza
as diferentes etapas da mitose. 

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HORA A

  

Geralmente, a mitose nuclear é acompanhada pela divisão do citoplasma – a


citocinese – completando-se, desta forma, a divisão celular, que origina duas células-filhas. Nas
células animais o início da citocinese é marcado pelo surgimento de uma constrição da
membrana citoplasmática na zona equatorial da célula.

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BIOLOGIA E GEOLOGIA – 11º ANO – RESUMO TESTE INTERMÉDIO 17 DE MARÇO 2011

HORA A

Este anel contráctil, ou


estrangulamento,
resulta da contracção 

Este anel
contráctil, ou
estrangulamento,
resulta da contracção
de um conjunto de
filamentos proteicos
que estão localizados
junto da membrana
plasmática. Este
estrangulamento
acentua-se até que a
célula-mãe seja
dividida em duas
células-filhas.

Nas células
vegetais o processo
mitótico é idêntico ao
descrito para as
células animais.
Contudo, existem
algumas diferenças.

Assim, nas células vegetais das plantas superiores não existem centríolos. As fibras do
fuso acromático são formadas a partir de estruturas que se localizam nos pólos, designadas
centros organizadores de microtúbulos. Mas a maior diferença ocorre durante a citocinese.

Nas células vegetais, a existência de parede esquelética não permite a citocinese por
estrangulamento. Assim, verifica-se que vesículas resultantes do complexo de Golgi, contendo
celulose, outros polissacarídeos e proteínas, são depositadas na região equatorial da célula
devido à acção orientadora de microtúbulos que se formam entre os dois pólos celulares. As
biomoléculas, transportadas pelas vesículas Golgianas, originam uma lamela mediana, que se
torna visível na telofase. A deposição de celulose na lamela mediana vai originar uma parede
celular, que se começa a formar do centro da célula para a periferia, até a célula-mãe originar
duas células-filhas.

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Reprodução

 A reprodução é uma característica fundamental dos seres vivos.


Permitindo a formação de novos indivíduos, assegura a
perpetuação das espécies e, consequentemente, a continuidade
da vida no nosso planeta.

É através da reprodução que o material genético é transmitido


de geração em geração, umas vezes mantendo as características,
outras produzindo algumas alterações.

A perpetuação das espécies depende da sua adaptação ao


meio ambiente. Quando essa adaptação é perfeita, a reprodução
deverá manter e perpetuar essas características. Porém, se, por
alteração do meio, as condições deixarem de ser favoráveis, a
sobrevivência das espécies estará dependente da sua capacidade
de adaptação ao novo ambiente.

Para ultrapassar as incertezas do meio e assegurar a produção


de novas gerações, a Natureza adoptou numerosas, e por vezes
fantásticas, estratégias de reprodução, que globalmente se podem
agrupar em dois processos
básicos: reproduçãoassexuada e reprodução sexuada. 

I – Reprodução Assexuada

A reprodução assexuada permite a formação de novos


indivíduos a partir de um só progenitor, sem que haja a
intervenção de células sexuais — os gâmetas. Deste modo, não há
fecundação e, consequentemente, não ocorre formação do zigoto.

Neste tipo de reprodução, os descendentes desenvolvem-se a


partir de uma célula ou de um conjunto de células do progenitor,
pelo que todos os indivíduos são geneticamente iguais.

Assim, a partir de um só indivíduo podem formar-se


numerosos indivíduos geneticamente idênticos, designando-se
este agregado por clone. A produção destes indivíduos designa-se
por clonagem. Todos os membros de um clone sãogeneticamente
iguais e provêm de um só progenitor.

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BIOLOGIA E GEOLOGIA – 11º ANO – RESUMO TESTE INTERMÉDIO 17 DE MARÇO 2011

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Só excepcionalmente podem surgir diferenças, quando por


acaso ocorre uma alteração genética (mutação).

A monotonia que se verifica na descendência é consequência


do processo de divisão celular que está na base da reprodução
assexuada — a mitose. Este processo celular permite a formação
de duas células-filhas, com uma carga hereditária exactamente
igual à da célula-mãe.

Nos seres unicelulares, a mitose corresponde à própria


reprodução; quando a célula se divide em duas, cada célula-filha
será um novo indivíduo.

Muitos dos organismos que se reproduzem assexuadamente


também o podem fazer sexuadamente, sempre que as condições
do meio lhes sejam desfavoráveis. Esta capacidade permite-lhes
ultrapassar o risco de extinção uma vez que a reprodução sexuada
conduz à variabilidade genética e, consequentemente, a uma
maior capacidade para ultrapassar a adversidade do meio
ambiente. Os seres vivos em que os dois tipos de reprodução
alternam periodicamente possuem alternância de gerações no seu
ciclo de vida.

É ainda de referir que a mitose desempenha um papel de


grande importância biológica no crescimento e desenvolvimento
de seres pluricelulares, bem como na renovação tecidular. Nesta
última, destaca-se a regeneração de tecidos que, nalguns
organismos mais simples, pode significar a reconstrução de uma
parte de um organismo ou mesmo o seu todo e, noutros
organismos mais complexos, se expressa na cicatrização. Deste
modo, a regeneração implica a ocorrência de divisão celular,
crescimento e diferenciação.

Existem vários processos de reprodução assexuada. Os mais


comuns são os seguintes: bipartição, divisão múltipla,
fragmentação, gemulação, partenogénese, multiplicação
vegetativa e esporulação.

 a)      Bipartição

Este tipo de reprodução ocorre em seres vivos

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unicelulares, como os protozoários, e também em muitos


invertebrados, como as anémonas.

       A bipartição, também denominada cissiparidade, divisão


simples ou divisão binária, consiste na separação de um organismo
em dois indivíduos de tamanho semelhante, que crescem e
atingem as dimensões do progenitor. As figuras A e B mostram
como este processo ocorre numa bactéria e na paramécia,
respectivamente.

a)      Divisão múltipla

Este tipo de reprodução assexuada também se denomina


de pluripartição ou esquizogonia.

Na divisão múltipla o núcleo da célula-mãe divide-se em vários


núcleos. Depois cada núcleo rodeia-se de uma porção de
citoplasma e de uma membrana, dando origem às células-filhas,
que são libertadas, quando a membrana da célula-mãe se rompe,
como mostra a imagem abaixo.

a)      Fragmentação

A fragmentação é um tipo de reprodução assexuada em

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que se obtêm vários indivíduos a partir da regeneração de


fragmentos de um indivíduo progenitor. No fundo consiste na
divisão do corpo do organismo progenitor em várias partes e
cada uma dessas partes é capaz de regenerar as partes em
falta.

Este tipo de reprodução ocorre em animais como esponjas,


estrelas-do-mar, anémonas, minhocas e planárias.

a)      Gemulação

Neste tipo de reprodução assexuada há a formação de


expansões, chamadas gomos ou gemas, na superfície da célula
ou do indivíduo que, ao separarem-se, dão origem aos novos
indivíduos, geralmente de menor tamanho que o progenitor.

           Também se pode chamar a este tipo de reprodução


assexuada de gemiparidade. Ocorre em seres unicelulares, como
as leveduras, e em seres pluricelulares, como a esponja e a hidra.

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a)      Partenogénese

Neste tipo de reprodução assexuada dá-se o desenvolvimento de


um indivíduo a partir de um óvulo não fecundado. Este tipo de
reprodução assexuada ocorre nas abelhas, pulgões, nalguns
peixes, anfíbios, répteis e na dáfnia (figura abaixo).

a)      Multiplicação vegetativa

Este tipo de reprodução assexuada é exclusivo das


plantas. Existem vários processos de multiplicação vegetativa,
podendo este agrupar-se em dois grandes grupos: a
multiplicação vegetativa natural e a multiplicação vegetativa
artificial.

 1.     Multiplicação vegetativa natural

A planta-mãe pode originar novas plantas a partir das


várias parte que a constituem como as folhas, os

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caules aéreos (estolhos), ou os caules subterrâneos


(rizomas, tubérculos e bolbos).

 Folhas: certas plantas desenvolvem pequenas


plântulas nas margens das folhas. Estas, ao cair no
solo, desenvolvem-se e dão origem a uma planta
adulta.

Estolhos: certas plantas, como o morangueiro, produzem plantas


novas a partir de caules prostrados chamados estolhos. Cada
estolho parte do caule principal e origina várias plantas novas,
indo o caule principal morrer assim que as novas plântulas
desenvolvem as suas próprias raízes e folhas.

Rizomas: os lírios, o bambu, e os fetos, possuem caules


subterrâneos alongados e com substâncias de reserva,
denominados rizomas. Estes, além de permitirem à planta

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sobreviver em condições desfavoráveis, podem alongar-se,


originando gemas que se vão diferenciar em novas plantas.

Tubérculos: Os tubérculos são caules subterrâneos volumosos e


ricos em substâncias de reserva, sendo a batata um dos mais
conhecidos. Os tubérculos possuem gomos com capacidade
germinativa e que originam novas plantas.

Bolbos: são caules subterrâneos arredondados, com um gomo


terminal rodeado por camadas de folhas carnudas, ricas em
substâncias de reserva. Quando as condições do meio são
favoráveis, formam-se gomos laterais, que se rodeiam de novas
folhas carnudas e originam novas plantas. Alguns dos bolbos mais
conhecidos são a cebola e a túlipa.

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2.     Multiplicação vegetativa artificial

Este tipo de reprodução assexuada tem sido


largamente utilizado no sector agro-florestal para a
multiplicação vegetativa de plantas. Os mais comuns
são a estaca, a mergulhia e a enxertia. 

                 Estaca: este tipo de multiplicação vegetativa consiste na


introdução de ramos da planta-mãe no solo indo, a partir destes
surgir raízes e gomos que vão originar uma nova planta. A videira
e a roseira reproduzem-se deste modo.

Mergulhia: este tipo de multiplicação vegetativa consiste em


dobrar um ramo da planta-mãe até enterrá-lo no solo. A parte
enterrada irá ganhar raízes e quando está enraizada pode separar-
se da planta-mãe, obtendo-se, assim, uma planta independente.

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Enxertia: consiste na junção das superfícies cortadas


de duas partes de plantas diferentes. As plantas
utilizadas são da mesma espécie, ou de espécies muito
semelhantes. A parte que recebe o enxerto chama-se
cavalo e a parte dadora chama-se garfo. Existem
vários tipos de enxertia: a enxertia por garfo, a
enxertia por encosto e a enxertia por borbulha..

              Na enxertia por garfo, o cavalo é cortado


transversalmente. Seguidamente faz-se uma fenda transversal
nesse cavalo e introduz-se nele o garfo. A zona de união é
envolvida em terra húmida para ajudar à cicatrização da união
entre as duas plantas.

Na enxertia por encosto vão juntar-se os ramos de duas plantas,


que foram previamente descascados na zona de contacto, e
amarram-se para facilitar a união. Após a cicatrização, corta-se a

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parte do cavalo que se encontra acima da zona de união e a parte


da planta dadora que se encontra abaixo da mesma zona. A nova
planta é constituída pelo sistema radicular e tronco da planta
receptora do enxerto e pelo ramo, ou ramos, da planta dadora do
enxerto.

Na enxertia por borbulha efectua-se um corte em forma de T na


casca do caule da planta receptora do enxerto. Depois levanta-se a
casca e introduz-se no local da fenda o enxerto, constituído por
um pedaço de casca contendo um gomo da planta dadora.
Seguidamente, a zona de união é atada, para facilitar a
cicatrização.

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Meiose

             A meiose é um mecanismo de divisão nuclear típico dos seres vivos que se
reproduzem sexuadamente, já que é responsável pela redução do número de cromossomas
de uma célula e, logicamente, da quantidade de DNA.

            A figura abaixo esquematiza o mecanismo da meiose.

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            Como facilmente podes constatar a partir da figura – 1 e do esquema conceptual a


quantidade de DNA e o número de cromossomas varia durante a meiose.
Variação da quantidade de DNA durante a meiose 

            Durante o decorrer da meiose existe uma redução do número de cromossomas (2n


para n) e duas reduções do teor de DNA (4Q para Q).

            O número de cromossomas é reduzido a metade durante a anafase I, quando ocorre a


separação dos cromossomas homólogos, originando-se dois núcleos haplóides, já que cada
um deles possui apenas um cromossoma homólogo. Os cromossomas passam de 2n para n.
No decorrer da anafase II não há qualquer alteração do número de cromossomas, pois nesta
fase existe a separação dos dois cromatídeos de um cromossoma, o que origina dois
cromossomas-filhos, um para cada núcleo-filho, pelo que se mantém o número de
cromossomas. Os dois núcleos continuam com n cromossomas cada um.

            A quantidade de DNA sofre duas reduções; uma primeira redução durante a anafase I e
uma segunda redução durante a anafase II. No decorrer da anafase I o teor de DNA reduz-se
para metade, de 4Q para 2Q, devido à separação dos cromossomas homólogos, ficando dois
núcleos com metade dos cromossomas, logo com metade dos cromatídeos e, por isso, com
metade do DNA. Durante a anafase II dá-se a separação dos cromatídeos e a clivagem dos
centrómeros, migrando estes cromossomas-filhos para pólos opostos da célula. Como cada
cromossoma-filho é constituído por apenas um cromatídeo, possui, por isso, apenas uma

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cadeia de DNA, logo, o DNA de 2Q (dois cromatídeos) foi reduzido a metade, ou seja, Q (um
cromatídeo). O valor inicial de DNA durante a profase I deve-se à replicação do DNA durante o
período S da interfase que precedeu a meiose.

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Comparação entre a mitose e a meiose 

            Se compararmos dois fenómenos de divisão das células que estudámos podemos
construir uma tabela semelhante à tabela – II que está abaixo representada.

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Ciclos de vida - unidade e diversidade 

Dependo do momento em que a fecundação e a meiose ocorrem no ciclo de vida de um


organismo, que se reproduz sexuadamente, podemos considerar três tipos principais de ciclos
de vida: haplontes, diplontes e haplodiplontes. 

O desenvolvimento relativo das duas fases nucleares (haplofase e diplofase) depende da


posição que a meiose (redução cromossómica) ocupa em relação à fecundação (duplicação
cromossómica), podendo existir seres haplontes, diplontes e haplodiplontes. 

Ciclo de vida – sequência de acontecimentos que ocorrem na vida de um organismo, desde


que se forma até que produz a sua própria descendência. 
Alternância de fases nucleares – entidades de núcleo haplóide – haplofase (compreendida
entre a meiose e a fecundação), alternam com entidades de núcleo diplóide – diplofase
(compreendida entre a fecundação e a meiose). 
Meiose pós-zigótica – ocorre na primeira divisão do zigoto  a diplofase está reduzida ao
zigoto. 
Meiose pré-gamética – as únicas células haplóides de todo o ciclo são os gâmetas que, por
fecundação, originam o zigoto; este, por mitoses sucessivas, origina um indivíduo adulto
multicelular, constituído por células diplóides, o qual, no período de reprodução, produz
gâmetas. 
Meiose pré-espórica – o zigoto, por sucessivas mitoses, origina uma entidade multicelular

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diplóide, na qual ocorre a meiose, formando-se esporos (células reprodutoras – haplóides,


que, ao germinarem, originam, cada um, entidades multicelulares haplóides onde se vão
produzir gâmetas). 

Ciclos de vida haplontes - espirogira 

Espirogira – alga verde filamentosa de água doce, que se reproduz assexuadamente por
fragmentação (nas épocas com condições mais favoráveis) e sexuadamente (nas épocas com
condições mais desfavoráveis). 

Dois filamentos de espirogira que se encontram próximos, formam canais – tubos de


conjugação – através dos quais o conteúdo de cada célula de um dos filamentos passa até às
células do outro filamento. Ver Figura O conteúdo celular que se movimenta constitui o
gâmeta dador e o que permanece imóvel o gâmeta receptor. 

Fecundação - cada gâmeta dador funde-se com um gâmeta receptor, formando-se, num dos
filamentos, vários ovos ou zigotos (2n), libertados após desagregação dos filamentos, ficando
em estado de vida latente. Ver Figura 
Meiose - quando as condições voltam a ser favoráveis, o núcleo de cada ovo sofre uma meiose
que origina 4 núcleos haplóides - 3 dos quais degeneram e o que resta origina, por divisões
mitóticas sucessivas, um novo filamento de espirogira. 

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Haplonte – apresenta meiose pós-zigótica, ocorrendo todo o ciclo de vida na fase haplóide (só
o ovo pertence à fase diplóide). 

Ciclos de vida diplontes - mamífero 

A reprodução nos mamíferos, incluindo a espécie humana, é exclusivamente sexuada. A


produção de espermatozóides e óvulos ocorre nas gónadas (testículos e ovários) num processo
em que intervém a meiose. 

Mamíferos – reprodução exclusivamente sexuada e unissexualismo - sexos separados. 


Os gâmetas, espermatozóides e óvulos, são produzidos nas gónadas, respectivamente
testículos e ovários, através de um processo em que intervém a meiose. 

Ciclo de vida dos mamíferos 


Diplonte – como a meiose é pré-gamética (ocorre aquando da formação dos gâmetas), todo o
ciclo de vida ocorre na fase diplóide, e só os gâmetas pertencem à fase haplóide. 

Ciclos de vida haplodiplontes - feto (polipódio) e musgo 

Polipódio – feto muito comum em Portugal, sobretudo em locais húmidos, que se reproduz
assexuadamente (através dos rizomas) ou sexuadamente. 

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Reprodução sexuada no polipódio 

Na época da reprodução apresenta, na página inferior das folhas, grupos de esporângios


(amarelos) – estruturas pluricelulares que contêm, quando jovens, células-mães de esporos. 

As células-mãe dos esporos sofrem uma meiose, originando esporos que, ao serem libertados,
caindo no solo, germinam, originando, cada um, uma estrutura verde e laminar, com cerca de
1 cm, denominada de protalo. 
Na página inferior do protalo formam-se: 
- gametângios masculinos (anterídios), produtores de anterozóides (gâmetas). 
- gametângios femininos (arquegónios), produtores de uma oosfera (gâmeta) cada. 

Ciclo de vida do polipódio 

Fecundação – fusão de um anterozóide com uma oosfera – origina um zigoto que inicia o
desenvolvimento sobre o protalo, acabando por se formar uma nova planta. 
O polipódio tem vida terrestre, mas a fecundação é dependente da água. 
Os anterozóides (gâmetas masculinos) possuem organelos para se movimentarem na água até
aos arquegónios. 

Ciclo de vida do polipódio 

Haplodiplonte – haplofase e diplofase (mais desenvolvida incluindo o indivíduo adulto) bem


diferenciadas em virtude da meiose pré-espórica

Ciclo de vida de um musgo 


A funária, um musgo, tem um ciclo de vida idêntico ao do polipódio.

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Ciclos de vida - aspectos comparativos

Fixismo vs. Evolucionismo


 

Fixismo: admite que as espécies, desde o seu aparecimento, são imutáveis, ou seja, não sofrem
modificações. Tem os seguintes ramos:

Criacionismo: defendia que todos os seres vivos tinham sido obra divina e que por isso eram perfeitos e
não precisavam de sofrer alterações

Espontaneísmo: a vida surgia quando existissem condições favoráveis a isso, uma dessas condições era a
existência de uma força vital

Catastrofismo: a existência de catástrofes naturais destruía determinados seres vivos, outras


espéciesexistentes iriam povoar esses locais desabitados

Evolucionismo: admite que as espécies não são imutáveis e que sofrem modificações ao longo do tempo,
antes de Lamarck era também conhecido como transformismo

Lamarckismo

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-      O meio é agente causador das modificações -> uma alteração do meio provoca nos seres vivos
oaparecimento de novas características que lhes permitem a adaptação a esse ambiente

-      Lei do Uso e do Desuso

-      Lei da transmissão dos caracteres adquiridos

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Factores que influenciaram Darwin na formulação da sua teoria

Darwin era fixista e acreditava que cada espécie tinha sido criada para ocupar um determinado local.

à Logo, a fauna e a flora das ilhas deveriam ser semelhantes entre si, por se tratarem de ambientes
semelhantes.

Dados Biogeográficos 

No entanto, constatou (numa viagem a bordo do navio Beagle) que as espécies de Cabo Verde
(arquipélago) eram semelhantes às da Costa africana, mas diferentes das espécies das Galápagos
(arquipélago).

à A explicação encontrada por Darwin para esta situação foi a de que as espécies dessas ilhas eram mais
parecidas com as do continente por partilharem um ancestral mais recente, logo as semelhanças seriam
resultado de uma descendência comum. 

 Nas Galápagos, ao analisar tentilhões, Darwin apercebeu-se que estes eram diferentes de ilha para ilha.
Mas apesar dessas diferenças apresentavam grandes semelhanças entre si. Também eram parecidos aos
da costa americana.

à Portanto deveriam ter uma origem comum. As condições existentes em cada ilha condicionariam, então,
a evolução de uma espécie de tentilhão, conduzindo à diversidade observada.

Mas não o observou somente com os tentilhões. Também com as tartarugas se passava o mesmo.

Dados geológicos

 Também a leitura da obra de Charles Lyell, mais especificamente, a Teoria do Uniformitarismo (princípio
das causas actuais e gradualismo) influenciou Darwin: assim como acontecia com os fenómenos
geológicos, também as espécies teriam evoluído lenta e gradualmente, modificando as características
presentes nalgumas espécies. Os fósseis e fenómenos vulcânicos que Darwin tinha observado,
contribuíram para a aceitação desta teoria por parte dele, assim como a idade da Terra estimada na altura

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HORA A

(vários milhões de anos), que era considerada suficiente para permitir essa evolução lenta e gradual.

Dados demográficos

Num estudo demográfico de Thomas Malthus, tinha sido determinado que a população humana tinha a
tendência de crescer geometricamente (progressão geométrica), ao passo que os recursos alimentares
cresciam segundo uma progressão aritmética.

à No entanto os factores externos poderiam condicionar o crescimento da espécie.

Darwin transpôs esta teoria para os animais em geral. Assim admitia que apesar da tendência de
crescimento das populações ser geométrica, na realidade isso não se verificava. Isto seria devido a uma
série de factores exteriores: condições climáticas, escassez de alimento, competição, doenças, etc.

Darwin tinha verificado, por experiência própria, que a selecção artificial, recorrendo a cruzamentos
controlados, permitia a selecção de determinadas características, ao seleccionar progenitores com as
características pretendidas. Seria, então, mais provável que os descendentes também as apresentassem,
o que se tornaria mais visível com o passar das gerações. Darwin transportou esse conceito de selecção
para a Natureza, passando a chamá-la de selecção natural.

à Assim, consoante os factores ambientais, vão sobrevivendo e reproduzindo-se os indivíduos com maior
capacidade de sobrevivência naquelas condições, os mais aptos. No decorrer do tempo e das gerações, as
modificações vão-se tornando mais visíveis, no contexto da população.

 Foi com base nestes pressupostos que Darwin propôs uma teoria evolucionista.

Conceitos essenciais do Darwinismo: selecção natural, variabilidade intra-específica, luta pela


sobrevivência, sobrevivência diferencial, reprodução diferencial.

O que Darwin não conseguiu explicar: porque existiam variações entre os indivíduos de uma
determinada espécie e como eram transmitidas as características aos descendentes

Darwinismo

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BIOLOGIA E GEOLOGIA – 11º ANO – RESUMO TESTE INTERMÉDIO 17 DE MARÇO 2011

HORA A

-        Variabilidade intra-específica

-       As populações tendem a crescer segundo uma progressão geométrica, produzindo mais
descendentes do que os que acabam por sobreviver

-        Existe luta pela sobrevivência (vários descendentes são eliminados)

-        Alguns indivíduos (os mais aptos) possuem características que são favoráveis à sua sobrevivência
num determinado meio

-       Os mais aptos vivem mais tempo (sobrevivência diferencial) e reproduzem-se mais (reprodução
diferencial)

-        As características mais adaptativas são transmitidas aos descendentes

-       A lenta e gradual acumulação de características conduz, passadas várias gerações, ao aparecimento
de novas espécies

Argumentos a favor do Evolucionismo


(A: já utilizados por Darwin; B: surgem posteriormente a Darwin)

A1: Biogeográficos

         à Importância da proximidade geográfica na distribuição dos seres vivos semelhantes

A2: Anatomia Comparada

         à Estruturas homólogas (com o mesmo plano anatómico/estrutural e a mesma origem embriológica,


podem ou não desempenhar a mesma função): traduzem a existência de um ancestral comum que,
sujeito a pressões selectivas diferentes, evolui de forma a originar diversidade de indivíduos/grupos –
evolução divergente

         à Estruturas análogas (não apresentam o mesmo plano estrutural nem a mesma origem


embriológica, desempenham a mesma função): realçam que pressões selectivas idênticas favorecem, a
partir de estruturas anatomicamente diferentes, a aquisição de formas semelhantes para desempenho
das mesmas funções – evolução convergente

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HORA A

         à Estruturas vestigiais (órgãos atrofiados, que não apresentam uma função evidente nem
importância fisiológica, num grupo de seres vivos, mas que se mantêm funcionais noutros grupos de seres
vivos): sugerem que estes órgãos foram úteis a um ancestral comum que, sujeito a pressões selectivas
diferentes, evoluiu em sentidos diferentes – evolução divergente

A3: Paleontológicos

         à Fósseis diferentes de organismos vivos actuais

         à Fósseis de transição

A4: Embriológicos

         à A embriologia fornece provas a favor do evolucionismo, porque, em estados iniciais embrionários,


são perceptíveis homologias entre várias espécies/classes, que não é possível observar em organismo
adultos. Sugere a existência de um ancestral comum, que terá sofrido depois evolução divergente

B1: Citológicos

         à A Teoria Celular, ao considerar que todos os seres vivos são constituídos por células e que estas são
a sua unidade estrutural e funcional, sugere uma base comum para todos os seres vivos

         à A existência de vias metabólicas idênticas em organismos aparentemente muito diferentes (ex.


respiração em animais e plantas) sugere também um ancestral comum

B2: Bioquímicos

         à Todos os organismos são constituídos pelos mesmos compostos orgânicos, o que sugere um


ancestral comum

         à A universalidade do código genético com intervenção do DNA e do RNA no mecanismo de síntese


proteica aponta para um ancestral comum

         à A sequenciação do DNA tem revelado homologias de código genético que apontam para uma

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relação de parentesco entre todos os seres vivos

         à A hibridação do DNA permite estimar proximidade entre duas espécies diferentes, através do
emparelhamento de cadeias de DNA de espécies distintas

Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução


(inclui dados não utilizados por Darwin: da genética e da hereditariedade)

à Os indivíduos de uma população (unidade evolutiva) apresentam variabilidade devido a:

- mutações (aparecimento de novos genes à novas características)

- recombinação génica (diferentes possibilidades de combinação dos genes, na sequência dameiose e da


fecundação)

à A existência de variabilidade intra-específica possibilita a actuação da selecção natural

à Os indivíduos com genes que lhes conferem características mais adaptativas para um determinado meio
(os mais aptos) sobrevivem e reproduzem-se mais (sobrevivência e reprodução diferencial), transmitindo
aos descendentes os seus genes, através das células reprodutoras, estes genes serão mais
frequentes nas gerações futuras

à A acumulação lenta e gradual (gradualismo) destes genes ao longo de muitas gerações leva a alterações
do fundo genético da população à surge uma nova espécie

Nota: O Homem pode, por vezes, intervir na evolução de determinadas espécies. Exemplos: apuramento


de raças de animais e de plantas; OGM (organismos geneticamente modificados).

Fonte: http://www.notapositiva.com/resumos/biologia/fixismovsevolucionismo.htm

SISTEMÁTICA DOS SERES VIVOS

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1.       SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
 
Os primeiros sistemas de classificação visavam o agrupamento dos seres vivos de acordo
com um sentido prático da sua importância ou perigosidade para os seres humanos
– Classificações Práticas.
Enquanto dominaram as ideias fixistas os sistemas de classificação propostos não
consideravam o factor tempo e eram portanto Classificações Horizontais.
Mais tarde o reconhecimento do conceito de evolução obrigou a considerar a relevância
do tempo no processo evolutivo. Surgem as Classificações Verticais.
 

A tabela seguinte resume os principais sistemas de classificação que foram surgindo ao


longo da história.
 
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
 

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  Agrupam os seres vivos de acordo com a sua utilidade para o Homem. Por exemplo,
Práticos comestíveis/não comestíveis, venenosos/não venenosos.
 
 
Artificiais
Horizontais  
Partem do princípio da Baseiam-se num pequeno número de características.
imutabilidade das espécies  
(fixismo), priveligiando Naturais
características estruturais
dos organismos, sem  
considerar o factor tempo. Baseiam-se no maior número possível de características,
transmitindo maior quantidade de informação. Os grupos
formados reúnem indivíduos com maior grau de semelhança
e mais relacionados.
Racionais  
Agrupam os Fenéticas
seres vivos de    
acordo com
Verticais Baseiam-se nas semelhanças entre os organismos e não têm
as
características   em conta as relações evolutivas. Baseadas em características
que Consideram o tempo na objectivas, fáceis de identificar, permitindo uma
apresentam. evolução e na identificação rápida dos organismos.
proximidade/semelhança  
entre os seres vivos. As
Filogenéticas ou Cladísticas
semelhanças resultam da
existência de um ancestral  
comum. O grau de Agrupam os seres vivos de acordo com o grau de parentesco
semelhança entre dois entre eles. Baseiam-se em critérios estruturais, fisiológicos,
grupos é tanto maior paleontológicos, citológicos, embriológicos, genéticos e
quanto menor o tempo da bioquímicos. Interpretam a semelhança entre os seres vivos
divergência entre dois como consequência da existência de um ancestral comum a
grupos, a partir do partir do qual os grupos divergiram. Quanto mais afastado
ancestral comum. no tempo estiver o ancestral comum, maior será a
divergência entre as espécies.
Recorrem à construção de árvores filogenéticas.
 

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As árvores filogenéticas reflectem a classificação hierárquica dos grupos taxonómicos e


ilustram a relação entre a filogenia (história evolutiva dos seres vivos), o seu grau de
parentesco e a classificação nas ramificações a partir de ancestrais comuns.
 
 
 
1.1. Diversidade de Critérios de Classificação
 
 
Vários critérios estão subjacentes à classificação dos seres vivos.
Inicialmente os sistemas de classificação baseavam-se sobretudo em critérios facilmente
observáveis, como a morfologia externa dos seres vivos. Actualmente recorre-se a critérios
mais complexos e que fornecem mais informações como a morfologia interna e a fisiologia.
Estes devem ser usados com algum cuidado sobretudo em casos particulares em que ocorram
por exemplo metamorfoses ou em que exista dimorfismo sexual.
 
Associado à morfologia, o critério da simetria corporal, tem sido muito utilizado. Os
organismos podem apresentar simetria bilateral, simetria radial ou não ter simetria.
 
A Paleontologia é outro critério que permitiu conhecer grupos de seres vivos já exstintos e
estabelecer relações de parentesco com outros grupos, extintos ou não.
 
O modo de nutrição é também um critério importante na classificação dos seres vivos,
indicando também o tipo de interacções dos seres vivos nos ecossistemas.

 
Fonte de Carbono    
Fonte de Energia AUTOTRÓFICOS HETEROTRÓFICOS
(utilizam CO2 ou CO) (utilizam compostos orgânicos)
  FOTOAUTOTRÓFICOS (CO2) FOTOETEROTRÓFICOS
FOTOTRÓPICOS (Plantas e algumas bactérias) (algumas bactérias)

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(utilizam luz solar)


  QUIMIOAUTOTRÓFICOS (CO) QUIMIOETEROTRÓFICOS
QUIMIOTRÓFICOS (algumas bactérias) (animais, fungos e a maioria das
(utilizam a energia de bactérias)
compostos químicos)
 
Existem dois processos de obtenção de matéria por parte dos produtores (heterotróficos):
a ingestão (o alimento é digerido no interior do organismo) e a absorção (digestão
extracorporal, por acção de enzimas lançadas pelo organismo para o exterior que decompõe
os nutrientes complexos em moléculas mais simples).
 
A Embriologia consiste no estudo do desenvolvimento embrionário. É um critério de
classificação útil, sobretudo nos animais.
 
A Cariologia consiste no estudo do cariótipo dos seres vivos.
 
A Etologia é o estudo do comportamento animal. As diferenças encontradas no
comportamento de grupos semelhantes são úteis na sua classificação.
 
Os critérios bioquímicos são os dados mais recentes utilizados na classificação, através do
estudo comparativo das biomoléculas, em especial as proteínas e os ácidos nucleicos.
 
A organização estrutural é outro critério importante. A diferença estrutural entre
eucariontes e procariontes define os dois principais grandes grupos de seres vivos.
 
 

1.2. Taxonomia e Nomenclatura
 
 
Lineu é considerado o pai da Taxonomia. A Taxonomia é o ramo da Biologia que trata
da classificação dos seres vivos e da nomenclatura dos grupos formados.

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Com o desenvolvimento da Biologia Evolutiva surge a Sistemática, que se considera uma


Biologia Comparativa incluindo a Biologia Evolutiva e a Taxonomia, para tentar compreender a
história evolutiva dos seres vivos e as suas relações de parentesco.
 
Actualmente a hierarquia taxonómica inclui 7 categorias taxonómicas,
designadas taxa (no singular: taxon).
 
Os principais taxa utilizados são:
 
Reino à Filo à Classe à Ordem à Família à Género à Espécie
 
A Espécie é a unidade básica da classificação. Inclui um grupo de seres vivos que partilham
o mesmo fundo genético, que se cruzam entre si e originam descendência fértil. Os indivíduos
de uma espécie estão em isolamento reprodutivo em relação a outras. A espécie é um grupo
natural.
 
Quanto mais semelhantes são os seres vivos, maior o número de taxa comuns.
 
Lineu propôs um sistema de nomenclatura, ainda hoje utilizado que respeita determinadas
regras:
 
§ A designação dos grupos é feita em latim, porque é uma língua morta, que não evolui;
§ As espécies designam-se segundo uma nomenclatura binomial, consistindo de duas
palavras em latim. A primeira escreve-se em maiúsculas e corresponde ao nome do género; a
segunda em minúsculas e é o restritivo específico (ouepíteto específico);
§ Todos os taxa superiores à espécie têm designação uninominal, escrevendo-se com
inicial maiúscula;
§ O nome da família obtém-se acrescentando a terminação –idae à raiz de um dos
géneros;
§ Quando a espécie tem subespécies, a nomenclatura é trinominal, acresentando-se
um restritivo subespecífico à designação da espécie;
§ Os géneros, espécies ou subespécies escrvem-se em itálico, ou sublinhados quando
manuscritos;
§ À frente da espécie ou subespécie, escreve-se em letra normal o nome do cientista que
atribuiu o nome à espécie e, separado por uma vírgula, a data da publicação.
§ Exemplos: Canis familiaris L., 1758 (cão); Zea mays Lineu, 1758 (milho)

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2.       SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE WHITTAKER MODIFICADO
 
 
O agrupamento dos seres vivos em reinos, taxon de mais abrangente, tem variado ao
longo da história.
 
De acordo com Aristóteles, existiam dois reinos: vegetal e animal. Este sistema vigorou
até meados do século XIX.
 
 
 
Haeckel propôs a existência de um terceiro reino – protista – incluindo fungos
unicelulares, protozoários e bactérias.
 
 
 
Copeland tendo em conta as diferenças entre eucariontes e procariontes, incluiu os
procariontes num grupo à parte, propondo a existência de quatro
reinos: plantas, animais, protistas, monera.
 
Em 1968, Whittaker, propôs um sistema de classificação em cinco reinos, colocando os
fungos num reino separado – reino Fungi. Passam a existir 5
Reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia.
 
Este sistema foi modificado pelo autor em 1979, introduzindo-lhe algumas alterações.
 

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Sistema de Classificação de Whittaker modificado (5 Reinos da Vida)


 
 
 
 

Tipo de Organização Tipo de Interacção nos


  Exemplos
Célula Celular Nutrição Ecossistemas
Parede Autotrofidmo
celular (fotossíntese
presente Unicelulares, ou Produtores.
MONERA na maioria solitários ou quimiossíntese Microconsumidore Bactérias
das células. coloniais. ). s.
Procariótic Heterotrofism
a. o (absorção).
A maioria
unicelular. Produtores.
Com ou Autotrofismo
Solitários, Algas,
sem (fotossíntese). Macroconsumidore
PROTIST alguns coloniais Amibas,
parede Heterotrofism s.
A e outros Paramécia
celular. o (absorção ou Microsonsumidore
multicelulares, s
Eucariótica. ingestão). s.
pouco
diferenciados.
Parede Multicelularida
celular, de em muitas
Leveduras,
quando formas; Heterotrofism Microconsumidore
FUNGI Cogumelo
existe, com reduzida o (absorção). s.
s, Bolores
quitina. diferenciação
Eucariótica. celular.
Parede Multicelulares, Funária,
celular com com Autotrofismo Polipódio,
PLANTAE Profutores.
celulose. diferenciação (fotossíntese). Pinheiro,
Eucariótica. tecidular. Macieira
Sem Multicelulares, Esponja,
ANIMALI parede com Heterotrofism Macroconsumidore Minhoca,
A celular. diferenciação o (ingestão). s. Camarão,
Eucariótica. tecidular. Rã

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3.       OUTROS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
 
Recentemente, novos dados levaram outros autores a propor novos sistemas de
classificação.
 
Um desses sistemas, baseado no facto de existirem duas linhagens distintas de organismos
procariontes, propõe que o Reino Monera seja extinto e substituído por dois novos
Reinos: Archaeobacteria (ou Arqueobactérias) e Eubacteria (ouEubactérias).
 
Outro sistema de classificação propõe a criação de uma nova categoria taxonómica,
superior ao Reino, denominadaDomínio. Assim, são propostos três
domínios: Archaebacteria, Eubacteria (os dois constituídos por seres procariontes)
eEukariota (contendo todos os outros seres vivos).
 

Fonte:  http://www.ebs-santana.pt/cn/index.php?
option=com_content&view=article&id=28:sistematica-dos-seres-
vivos&catid=75:biologia&Itemid=39

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