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AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE ____________ (UF)

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS

REQUERENTE, portador do RG ________ e do _________, residente e domiciliado


à Rua _______________, nesta cidade de _______________, por seus advogados
e procuradores infra-assinados (DOC. ___), com escritório profissional à rua
_______________, nesta cidade de _______________, onde receberão
intimações, vem, respeitosamente, perante esse nobre Juízo, com fundamento nos
artigos 186, 927 e 932, III do Código Civil, propor a presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS

Em relação a {_Nome da parte contrária}, pessoa jurídica de direito privado, com


sede nesta cidade de _______________ à Rua _______________, pelas adiante
expostas razões de fato e de direito:

DOS FATOS

1. Em __/__/__ o Requerente adquiriu da empresa Requerida um veículo ____,


tipo _____, ano de fabricação/modelo ______/______, chassi ___________, cor
_____ (DOC. __).

O veículo foi financiado pelo Banco ________ em 36 meses com pagamento de


prestações no valor de R$ ______ (____________), perfazendo um total de R$
_______ (__________).

As __ (____) primeiras prestações seriam realizadas da seguinte forma:

R$ ______ - carnê de pagamento do Banco ___ R$ ______ - pagamento realizado


diretamente à __________ empresa Requerida.

O pagamento foi determinado dessa forma por acordo entre a empresa Requerida e
o ______ Banco.

2. Após o pagamento da terceira prestação do financiamento junto ao _____, por


problemas de saúde na família o Requerente concluiu que não conseguiria mais
cumprir a obrigação assumida.

Diante dessa situação, resolveu vender o carro para reaver o valor pago até então:

R$ ______ (______) - ___ parcelas de R$ ______ (____________)

R$ _____ (______) - __ cheques de R$ ______ (___________) cada um, entregue


à empresa Requerida. (Docs. ______).

3. O Requerente, então, procurou a empresa Requerida, e deixou seu carro aos


cuidados do vendedor ______, que foi referendado pelo Sr. _____, gerente de
vendas

4. Tendo em vista que o carro era novo, em ótimo estado, e colocado à venda pela
empresa Requerida, revenda autorizada _____, não foi difícil encontrar um
comprador, e, logo o carro foi negociado pelo Sr. ________ para a Sra.
_____________

Prometendo regularizar os documentos e providenciar a transferência do


financiamento do veículo, o vendedor _________ recebeu o valor da entrada, pago
por _________, mas não o repassou ao Requerente (que, aliás, está esperando até
a presente data).

5. A compradora, decorrido o prazo pedido pelo vendedor ________, procurou na


sede da empresa Requerida a documentação do veículo que deveria estar em seu
nome.

Qual não foi a sua surpresa quando constatou que nenhuma providência havia sido
tomada, e mais do que isso, o vendedor _______, bem como o gerente Sr.
_______, não faziam mais parte do quadro de funcionários da empresa Requerida
(doc. __).

6. Com o veículo ainda em nome do Requerente, a Sra. _______ devolveu-o na


sede da empresa Requerida onde o Requerente foi buscá-lo. Ressalte-se que a
empresa Requerida não assumiu qualquer responsabilidade pelo prejuízo causado
pelos seus funcionários o vendedor ________ e o gerente ______

A Sra. _______ saldou, ainda, mais duas prestações do financiamento (_____/__ e


_____/__), porém, pelos motivos já declinados, ou seja, a devolução do carro à
empresa Requerida, não houve continuidade no pagamento do financiamento.

Grandes dificuldades, a partir de então, foram enfrentadas pelo Requerente.

7. Tornando-se inadimplente, o Requerente teve seu nome lançado no cadastro


restritivo (Serasa, SPC), tendo sido frustrado na tentativa de aquisição de alguns
bens.

8. O Requerente procurou a empresa Requerida para tentar compor uma solução ao


seu problema, tendo em vista a "armadilha" criada pelo vendedor ______,
auxiliado pelo gerente ________

Porém, a empresa Requerida, alegando não ter qualquer responsabilidade pelo


acontecido, negou-se a qualquer tipo de acordo.

9. O Requerente, então, notificou extra-judicialmente, o Banco _________, para


devolução do veículo que tantos aborrecimentos causou (doc. _____).

O Banco ____ contra-notificou o Requerente, dando ciência das medidas tomadas


diante da inadimplência (que o Requerente se viu envolvido por falcatruas
praticadas pelo vendedor _______, auxiliado pelo gerente _________, funcionários
da empresa Requerida) (DOC. ___).

10. Procurando resolver o problema, o Requerente, já que não conseguiu nada


junto à empresa Requerida, procurou o ___ Banco e colocou o carro à sua
disposição.

Porém, para que o ____ Banco recebesse o carro, teve o Requerente que assinar
um Instrumento particular de dação em pagamento, confissão de dívida e outros
pactos, totalizando o valor de R$ ________ (__________) (DOC. __).

DO DIREITO

11. Os artigos 186 e 927 do Código Civil dispõe que:

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito".

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,


nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem".

O Requerente sofreu lesão no seu patrimônio em decorrência de ato ilícito praticado


pelo vendedor _____ auxiliado pelo gerente ______, ambos empregados da
empresa Requerida.

Deve, portanto, ela, reparar essa lesão.

Art. 932 - São também responsáveis pela reparação civil:

...

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no


exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

...

Ensina Carlos Roberto Gonçalves:

"(__) predomina, atualmente, o entendimento de que uma solução


verdadeiramente merecedora de chamar-se justa só poderia achar-se na teoria do
risco. Com efeito, estaria longe de corresponder ao senso de justiça a solução por
via da qual se permitiria deixar ao lesado o prejuízo por ele sofrido, simplesmente
porque, aquele que, na forma do artigo 1.521 (artigo 932 CC 2002), devia
responder pelo dano, conseguiu provar que usou de todos os recursos possíveis no
sentido de evitar o resultado lesivo. Tal solução importaria transferir à vítima a
responsabilidade do prejuízo por ela sofrido em decorrência do ato de outrem.

A idéia de risco é a que mais se aproxima da realidade. Se o pai põe filhos no


mundo, se o patrão se utiliza do empregado, ambos correm o risco de que, da
atividade daqueles, surja dano para terceiro. É razoável que, se tal dano advier, por
ele respondam solidariamente com os seus causadores diretos aqueles sob cuja
dependência estes se achavam." (Carlos Roberto Gonçalves, in Responsabilidade
Civil, Editora Saraiva, 1995, p. 120/121).

12. O prejuízo sofrido pelo Requerente pode ser assim demonstrado:

DEMONSTRATIVO DOS VALORES PAGOS, ATUALIZADOS PELA TABELA PRÁTICA


PARA CÁLCULO DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DOS DÉBITOS JUDICIAIS, ATÉ
JULHO DE ______
Valor pago Valor corrigido

__/__/__ R$ _____ R$ _____


__/__/__ R$ _____ R$ _____
__/__/__ R$ _____ R$ _____

TOTAL R$ _____ R$ _____

O mencionado artigo 186 do Código Civil quando obriga à reparação do dano, não
faz distinção entre dano patrimonial e dano moral, como já afirmam vários
doutrinadores, e já admitido pela jurisprudência. Então, pode-se entender que
abrange, o citado artigo, os dois tipos de dano.

Se não fosse assim, temos a previsão constitucional da reparação do dano moral,


no artigo 5º, incisos V e X, para sustentar a pretensão do Requerente.

Preleciona Carlos Roberto Gonçalves: "A doutrina e a jurisprudência já se


manifestaram a respeito do alcance desses dispositivos. Caio Mário da Silva Pereira
comentou: 'A Constituição Federal de 1998 veio pôr uma pá de cal na resistência a
reparação do dano moral!' (Carlos Roberto Gonçalves, in Responsabilidade Civil,
Editora Saraiva, 1995, p. 407).

Tendo em vista a inclusão do nome do Requerente no cadastro restritivo (Serasa e


SPC), o que lhe obstou a aquisição de bens, sem que, voluntariamente, tivesse
dado causa, tanto ele como sua família, sofreu aborrecimentos e frustrações,

Sendo tal fato de inteira responsabilidade da empresa Requerida, deve ela


responder pelo dano moral ocasionado ao Requerente.

Já é pacífico o entendimento dos Tribunais sobre a possibilidade de cumulação da


reparação do dano moral com o dano patrimonial, estando na Súmula 37 do STJ o
entendimento: "São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral
oriundos do mesmo fato."

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se, sempre respeitosamente, que se digne Vossa


Excelência de ordenar a citação do representante legal da empresa Requerida, no
endereço constante da parte preambular, para que, querendo, conteste a presente
ação, valendo tal citação para todos os termos ulteriores do processo, até final
sentença, quando, espera, seja a presente julgada in totum procedente, para:

a) condenar a empresa requerida ao pagamento do prejuízo sofrido pelo


Requerente, conforme demonstrado no item 14, bem como do valor da dívida
confessada junto ao ____ Banco;

b) condenar a empresa Requerida à indenização por dano moral, no valor referente


à ____ (_________) vezes o valor do salário mínimo;

c) condenar a empresa Requerida ao pagamento da verba honorária e no


reembolso das custas e demais cominações.

Protesta pela oportuna indicação de todos os meios de prova em direito admitidos,


sem exceção, inclusive juntada de documentos, se necessário for, e,
especificamente, pelo depoimento pessoal do representante legal da empresa
Requerida, sob pena de confesso.

Dá-se à causa o valor de R$ _______________.

D. A R. esta com os inclusos documentos.

________, ____ de _______ de ______.

NOME DO ADVOGADO
OAB - (UF) nº ________

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