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ORÇAMENTO DA CONSTRUÇÃO

1 – DEFINIÇÃO
2 – ELEMENTOS NECESSÁRIOS À ELABORAÇÃO DO
ORÇAMENTO
3 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
4 – RELAÇÃO DAS ATIVIDADES E SERVIÇOS CONTANTES DA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
5 – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO
6 – LEVANTAMENTO DOS PREÇOS

7 – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS

8 – ROTEIRO PARA O LEVANTAMENTO QUANTITATIVO


GLOSSÁRIO
NORMAS TÉCNICAS
BIBLIOGRAFIA ** ADAPTADO DE:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA
GROSSA - NOTAS DE AULAS DA DISCIPLINA
CONSTRUÇÃO CIVIL: ASSUNTO: ORÇAMENTO
AUTORES:

CARLAN SEILER ZULIAN,


ELTON CUNHA DONÁ,
CARLOS LUCIANO VARGAS

1 – DEFINIÇÃO
Orçamento é o resultado de um montante dos serviços previstos e planejados,
necessários a execução de uma obra, variando conforme o tipo.

Orçar é prever o custo de uma obra antes da sua execução.

É uma previsão de custos e/ou estabelecimento de preços dos serviços a serem


‘realizados. Um orçamento pode se referir ao todo de um empreendimento, ou se
referir apenas a alguns itens (serviços) de uma obra.
2

No caso da construção de um muro, por exemplo, o custo irá variar conforme o


projeto do muro e de suas características: é um muro de divisa?, vai sustentar
empuxo do terreno ao lado (arrimo)?, vai receber impermeabilização?, de que tipo?,
o revestimento será feito com que material? Para outros tipos de serviços os
pontos a serem levados em consideração poderão ser outros, como por exemplo,
no revestimento externo de um edifício com pastilhas cerâmicas: há necessidade
de remoção do revestimento existente (se edificação já existente)?, precisa de
andaime?, que tipo?, e os equipamentos de segurança?

A previsão dos custos e preços dependerá muito do grau de conhecimento que o


orçamentista tem do projeto, ficando o sucesso de um empreendimento, entre
outros fatores, dependente do acerto entre o que foi previsto (orçado) e o que irá
ocorrer na prática (custeio).

O orçamento é um dos elementos para a tomada de decisões, junto com o


cronograma físico-financeiro.

O proprietário (cliente) deve saber a priori se terá condições de arcar com os custos
ou, no caso de uma obra própria, a construtora precisa saber como será o
desembolso ao longo da obra.

No caso de uma concorrência para a execução de obra pública, não importando a


modalidade (tomada de preços, carta-convite etc.) existe a obrigatoriedade legal da
previsão dos preços para que o órgão público possa escolher que empresa irá
executar a obra.

2 – ELEMENTOS NECESSÁRIOS À ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO


Em geral, para se elaborar um orçamento que seja efetivamente viável do ponto de
vista técnico é necessário levantar e conhecer com profundidade o consumo de
materiais em cada um dos serviços a serem realizados, a quantidade de mão-de-
obra, a incidência das leis trabalhistas sobre o custo da mão-de-obra, o tempo de
uso dos equipamentos necessários aos serviços, os custos financeiros
decorrentes, os custos administrativos (indiretos), a carga tributária que irá pesar
sobre os serviços etc.
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Além disso, o profissional orçamentista deve ser conhecedor da realidade do


mercado, das condicionantes regionais e locais, o tipo de gerenciamento que se
pretende empregar na execução da obra, os métodos construtivos, a possibilidade
de ocorrência de fenômenos climáticos que venham a interferir nos custos da obra
etc.

Os elementos necessários para a elaboração de um orçamento são chamados de


Especificações Técnicas, as quais contemplam as informações relativas ao
empreendimento que se pretende desenvolver, procurando fazer com que o que vai
ser previsto em termos de custos fique o mais próximo da realidade. As
especificações técnicas são formadas pelos seguintes elementos:

a) projeto arquitetônico;

b) projetos complementares

estrutural;

elétrico;

hidro-sanitário;

telefônico;

prevençao contra incêndios;

infraestrutura;

c) memorial descritivo.

3 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
É o documento onde são registradas todas as operações de cálculos e
discriminados todos os serviços que serão executados da obra.

As planilhas podem ser de vários modelos, dependendo do tipo de obra e/ou


contrato firmado entre o construtor e o cliente.

As planilhas registram as quantidades de cada serviço e seus custos/preços.

Algumas planilhas, mais detalhadas podem separar os custos/preços da mão-de-


obra, dos materiais e equipamentos.
4

Numa planilha devem constar, no mínimo, as seguintes informações:

a) no cabeçalho (início)

logotipo da construtora;

identificação da obra;

área construída;

local;

cliente.

b) no encerramento

custo ou preço final;

data;

assinatura do autor do orçamento;

nome do responsável técnico (autor);

número do CREA/UF.
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3.1 – Planilha de 7 colunas

Projeto

Item Atividades/Serviços Unid Quant Unitário Parcial Global

. .
. . . . . .
. . . . . .
. . . .
7 REVESTIMENTO INTERNO
7.1 Chapisco m2 200,0 3,00 600,00
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
7.4 azulejos m2 40,0 18,00 720,00 1.320,00

Especificações Tabelas de composição


de custos/preços
TCPO - Pini
* Papel A4 Paisagem
6

3.2 – Planilha com 6 colunas

Item Atividades/Serviços Unid Quant Unitário Total

. .
. . . . . .
. . . . . .
. . . .
7 REVESTIMENTO INTERNO
7.1 Chapisco m2 200,0 3,00 600,00
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
7.4 azulejos m2 40,0 18,00 720,00

1.320,00

* Papel A4 Retrato
7

C
Obra: Edifício Comercial
CONSTRUTORA ENGENHARIA Área: 2.450,0 m2
Local: Ponta Grossa - Pr

Item Atividades/Serviços Unid Quant Unitário Total

. .
. . . . . .
. . . . . .
. . . .
16 SERV. COMPLEMENTARES
16.1 Calçada m2 50,0 60,00 3.000,00
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
16.4 Limpeza final vb - 300,00 300,00

3.300,00
Total 85.700,00

Importa o presente orçamento o total de R$ 85.700,00 (oitenta e cinco mil e


setecentos reais), incluindo mão-de-obra, materiais e todos os insumos
necessários a sua execução.

______________________________
20 de setembro de 2000 Eng. Civil Fulano de Tal
CREAPR 13459467850-D

4 – RELAÇÃO DAS ATIVIDADES E SERVIÇOS CONTANTES DA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA


A relação de atividades e serviços apresentada a seguir, para fins didáticos e
pedagógicos, se refere aos itens para uma obra de pequeno porte, ficando o alerta
para que na elaboração de uma discriminação de atividades e serviços para fins
orçamentários deve-se levar em conta todos os elementos das especificações
técnicas.

4.1 Exemplo a:
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1 SERVIÇOS PRELIMINARES
Projetos, taxas (prefeitura, CREA), sondagem etc.
2 SERVIÇOS INICIAIS
Limpeza, terraplenagem (movimento de terra), barracos, tapume, locação
da obra.
3 INFRAESTRUTURA / FUNDAÇÕES / ALICERCES
Escavação e reaterro, estacas, estacas brocas, embasamento, baldrame,
impermeabilização.
4 ALVENARIA DE ELEVAÇÃO
Paredes externas, paredes internas.
5 ESTRUTURA / ELEMENTOS DE CONCRETO / SUPERESTRUTURA
Fôrmas, armaduras, concreto.
6 COBERTURA / TELHADO
Madeiramento, telhas, calhas.
7 REVESTIMENTO DE PAREDES E TETOS
Paredes, tetos, cerâmicas, forros.
8 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
9 INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS
10 ESQUADRIAS
Metálicas, madeira, portas, janelas.
11 REVESTIMENTO DOS PISOS
Reaterro, apiloamento, lastro, impermeabilização, contrapiso, cerâmicas,
madeira, carpetes.
12 REVESTIMENTO DE FORROS
13 APARELHOS SANITÁRIOS E ACESSÓRIOS
14 VIDROS
15 PINTURA
16 SERVIÇOS COMPLEMENTARES

5.2 Exemplo b:

5 – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO
Esta etapa da elaboração do orçamento se resume a levantar de forma técnica as
quantidades de serviços informados nas especificações (projetos e memoriais) e
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estimar os serviços que não foram devidamente especificados, mas que são
essenciais e necessários à obra.

As quantidades dos serviços devem ser transferidas para a coluna 4 da planilha,


adotando-se as unidades correspondentes a cada tipo de serviço na coluna 3.

As unidades mais comuns para os serviços usuais são: metro - m (estacas, calhas,
tubos); metro quadrado - m2 (alvenaria, fôrmas, revestimentos); metro cúbico - m 3
(concreto, argamassa, reaterro); kilograma - kg (cimento, armadura); milheiro – mil
(tijolos, telhas); unidades – ud ou peças – pç (portas, caixas, pontos de luz); verba –
vb ou global – gb (instalações, projetos).

Impõe-se a necessidade de-se utilizar um memorial ou roteiro de cálculos no


levantamento das quantidades em seqüência aos itens colocados na planilha
orçamentária, para facilitar a conferência em caso de dúvida posterior e para,
também, manter um histórico do trabalho realizado.

6 – LEVANTAMENTO DOS PREÇOS


O levantamento dos preços ou cotação dos preços deve ser feito preferencialmente
junto ao fornecedor do material, equipamento ou serviço na praça (local) onde a
obra será edificada.

No caso da não existência de determinado insumo na localidade da obra, fazer a


cotação junto ao fornecedor mais próximo, tendo de levar em consideração o frete
para transporte, ou solicitar a informação do preço do material colocado (posto na
obra).

Em último caso e para estimativas de custos, pode-se recorrer as revistas


especializadas ou publicações técnicas de cotação de preços na construção civil.

Recomenda-se, também, recorrer a uma planilha de cotação de preços para garantir


um histórico sobre o trabalho realizado.

A planilha de cotação de preços deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

a) data da cotação;
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b) nome dos fornecedores;


c) itens a serem pesquisados;
d) unidades dos itens pesquisados;
e) valor de cada item;
f) condições de pagamento;
g) dados do fornecedor (telefone e contato).

TOMADA DE PREÇOS DATA ___/___/___

FORNECEDOR
ITENS UNID
A B C
Areia média m3
Tijolos 4 furos mil
Cimento (50 kg) sc
Cal virgem20 kg sc
Ripas pinho 1x2” IIB m

OBSERVAÇÕES: TELEFONE
VALIDADE __/__/___ CONTATO
COND. PAGTO

7 – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS


Para cada um dos serviços listados na coluna 2 da planilha orçamentária existirá
um cálculo detalhado do custo ou preço unitário na unidade correspondente.

A composição é elaborada após a realização da pesquisa (cotação) dos preços dos


insumos contidos nas tabelas de composição de custos/preços para orçamentos.

As quantidades dos materiais, horas de mão-de-obra, horas de equipamentos por


unidade de serviço (índices de consumo) podem ser obtidas conforme segue:

a) tabelas de composição de preços:

 TCPO da Editora Pini, conhecida como Tabela Pini – que


representa a média nacional de consumos de mão-de-obra,
equipamentos e materiais;

 manual do DOP (Departamento de Obras Públicas do Estado de


São Paulo);
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b) cadernos de encargos;

c) apropriação direta – observação e medição da produtividade da mão-


de-obra e dos consumos de materiais e equipamentos;

d) estimativa de consumos e tempos de execução pela experiência


anterior do orçamentista com base em serviços semelhantes já
executados;

e) manuais dos fabricantes de equipamentos e materiais.

Os valores obtidos definem uma média, sendo aceitável uma pequena margem de
erros devido às características peculiares de cada obra ou serviço, como por
exemplo: método construtivo, clima, motivação do pessoal, manutenção de
ferramentas e equipamentos, controle geométrico (nível e prumo) etc.

Em geral, o método para se chegar ao preço de um serviço envolve os elementos


mostrados no esquema abaixo. Em seguida, são apresentados alguns modelos de
fichas de composição de custos unitários.

LST

CUSTO = Materiais + Equipamentos + Mão-de-obra

PREÇO = CUSTO + BDI

Despesas
indiretas
Lucro
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Cotação

Serviço: Concreto 1:2:4 (15 Mpa) - Preparo, lançamento e adensamento manuais


3
Código: 3.3 Unidade: m

item Insumo Quant. Unit. P.Unit. Fator Parcial


1 Cimento 350,00 kg 0,19 1,0500 70,56
2 Areia 0,64 m3 15,00 1,1000 10,63
3 Brita 0,90 m3 19,00 1,1000 18,73
4 Pedreiro 5,00 h 2,00 2,2446 22,45
5 Ajudante 14,00 h 1,50 2,2446 47,14
6 -
7 -
8 -
9 -
10 -
TOTAL 169,50

Apropriação LST
Tabelas Perdas

Cotação

Serviço: Concreto 1:2:4 (15 Mpa) - Preparo, lançamento e


adensamento manuais
Código: 3.3 Unidade: m3
ite m In su m o Q u a n t. Un it. P .Un it. P a rcia l

1 Cim ento 367,50 kg 0,19 70,56


2 A reia 0,70 m3 15,00 10,56
3 B rita 0,99 m3 19,00 18,81
4 P edreiro 11,22 h 2,00 22,45
5 A judante 31,42 h 1,50 47,14
6 -
7 -
8 -
9 -
10 -

TO TA L 169,51

Apropriação
Tabelas
(já considerados os
fatores de perdas e LST)
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A seguir, é apresentado um modelo mais completo de planilha de composição de


preços.

PLANILHA DE COMPOSIÇÃO DE PREÇOS UNITÁRIOS


Serviço: Concreto 15 MPa - Preparo com betoneira, lançamento e adensamento manuais

Obra: Edifício Comercial Unidade: m3


Custo Custo
1 Materiais Unidade Quantidade Fator
Unitário Parcial
1.1 Cimento kg 340 0,19 1,05 68,54
1.2 Areia m3 0,62 15,00 1,10 10,23
1.3 Brita 1 m3 0,27 19,00 1,10 5,64
1.4 Brita 2 m3 0,62 19,00 1,10 12,96
1.5
Custo total materiais A R$ 97,38
Custo Custo
2 Mão-de-obra Unidade Quantidade Fator
Unitário Parcial
2.1 Pedreiro h 0,5 2,00 2,245 2,24
2.2 Ajudante h 6 1,50 2,245 20,20
2.3
2.4
2.5
Custo total mão-de-obra B R$ 22,45
Custo Custo
3 Equipamentos Unidade Quantidade Fator
Unitário Parcial
3.1 Betoneira h 0,72 4,70 1,00 3,38
3.2
3.3
Custo total equipamentos C R$ 3,38
Custo total (A + B + C) R$ 123,21
Benefícios e despesas indiretas - BDI 25% R$ 30,80
Preço unitário total R$ 154,01
Orçamentista: Data: 12/09/00
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7.1 – Leis Sociais Trabalhistas


Também chamados de encargos trabalhistas, são contribuições obrigatórias a que
estão sujeitos os empregadores, variando de acordo com o ramo de atividade, e no
caso da construção civil, podendo variar até de obra para obra. Na tabela a seguir,
são apresentados os percentuais que incidem sobre a mão-de-obra:

ENCARGOS SOCIAIS
Taxas de leis sociais e riscos do trabalho
A - Encargos sociais básicos Horistas (%)
A1 Previdência social 20,00
A2 FGTS 8,00
A3 Salário-educação 2,50
A4 Serviço Social da Indústria 1,50
A5 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 1,00
A6 Serviço de Apoio a Pequena e Média Empresa 0,60
A7 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 0,20
A8 Seguro contra acidentes do trabalho (INSS) 3,00
A9 Seconci 1,00
Subtotal 37,80
B - Benefícios sociais Horistas (%)
B1 Repouso semanal e feriados 22,90
B2 Auxílio-enfermidade (adotado Pini) 0,79
B3 Auxílio-paternidade (adotado Pini) 0,34
B4 13º salário 10,57
Dias de chuva, faltas justificadas, acidentes do
B5 4,57
trabalho, greves, atrasos, outras (adotado Pini)
Subtotal 39,17
C - Rescisão e aviso-prévio Horistas (%)
C1 Multa 40% FGTS (dispensa injusta) 4,45
C2 Férias 14,06
C3 Aviso-prévio (adotado Pini) 13,12
Subtotal 31,63
D - Reincidências Horistas (%)
D1 A sobre B 14,81
D2 A2 sobre C3 1,05
Subtotal 15,86
Vale-transporte
Café da manhã
calcular
Refeições
Seguro de vida e acidentes em grupo
TOTAL 124,46
Fonte: adaptado da Revista Construção - Região Sul (agosto de 2000)
15

Dependendo do tipo de gestão aplicada aos empreendimentos pode-se reduzir o


percentual dos encargos sociais, como por exemplo, a contratação dos
empregados com salário mensal (mensalistas), que pode reduzir o percentual das
LST para 74,54%, ou ainda, com a manutenção das equipes de uma obra para outra
sem a dispensa ao final de cada trabalho, redução e eliminação de horas-extras,
medidas eficazes que reduzam os acidentes de trabalho etc.
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7.2 – Benefícios e Despesas Indiretas


Para se chegar ao preço de um serviço ou obra, sobre o montante obtido para o
custo deve-se acrescentar um percentual chamado de BDI, a fim de considerar as
despesas administrativas, financeiras, tributárias da construtora e o lucro almejado
no empreendimento.

Na construção civil, é cada vez mais comum as construtoras executarem uma obra
por administração, cobrando taxas de administração em torno de 10% sobre o
custo da obra.

Desse percentual, a construtora obterá seu lucro e cobrirá as despesas indiretas


que tiver na execução da obra.

Convém, entretanto, contabilizar todas as despesas decorrentes do exercício de


uma atividade empresarial, fazendo o levantamento dos custos administrativos,
mantendo o controle sobre os tributos e os juros pagos pelo capital tomado de
terceiros.

Não existe uma fórmula para determinar o BDI mais adequado para cada tipo de
empreendimento, mas em geral adotam-se valores percentuais próximos de 20%
(variando de 10 a 35%).

Evidentemente, que se a empresa precisa manter equipes, seja pela impossibilidade


de dispensa ou por ter obra programada na seqüência, ela pode executar obras
pelo custo, considerando BONUS igual a zero, ou bem próximo de zero.

Em resumo, a definição do BDI é de competência dos dirigentes da empresa,


cabendo aos técnicos (engenharia e contabilidade) manter e fornecer as
informações que irão auxiliar na decisão.

Para avaliar as despesas indiretas é necessário manter um permanente controle


sobre a origem das despesas efetuadas pela construtora.

Na relação apresentada a seguir, são mostrados os itens que, no mínimo, devem


ser levados em conta para se ter um controle razoável das despesas indiretas.

7.2.1 – Administrativas
1) rateios para a administração central:
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a) remuneração dos sócios-proprietários (acionistas, diretores etc.) – são os


dividendos e/ou pro-labore pagos aos dirigentes (sócios) da construtora;
b) indenização de despesas diversas – pagas por determinação judicial ou da
assembléia (diretoria);
c) fundos ou provisões vários – para constituição de fundo para aquisição de
equipamentos ou pagamentos de prêmios (abonos);
2) amortização ou depreciação:
a) instalações de apoio –usadas em várias obras ou de capital empregado na
compra de escritórios paletizados, banheiros etc;
b) equipamentos – elevadores, gruas, betoneiras etc;
c) acessórios e suprimentos;
d) mobilização e desmobilização;
3) rateios por obra:
a) gerenciamento – administração, produção e controle das obras;
b) desgaste de ferramentas, móveis e utensílios;
c) transporte e veículos;
d) terceiros (alugueres, energia, água, telefone etc.);
e) publicidade;
f) manutenção (abastecimento, lubrificação, oficina etc.);
g) perdas diversas (ações trabalhistas, dias de chuva, acidentes etc.).

7.2.2 – Financeiras
a) gastos com financiamentos – empréstimos bancários, atrasos e
inadimplência de clientes etc.;
b) cauções e retenções contratuais;
c) multas devidas por atraso e outros motivos estabelecidos em contrato.

7.2.3 – Tributárias
a) impostos e taxas (ISS, IPI, IR, IPMF, CPMF etc.);
b) Cofins, PIS, Pasep etc.
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8 – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO

9 – ANÁLISE DA CONSISTÊNCIA DO ORÇAMENTO

CURVA ABC: (DEFINIÇÃO E APLICAÇÃO)

SERVIÇOS

INSUMOS

GLOBAL

POR ETAPAS

ROTEIRO PARA ANÁLISE DA CONSISTÊNCIA DO ORÇAMENTO:

GLOSSÁRIO NA ÁREA DE ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS


Apropriação – é o levantamento por meio de observações sistemáticas e medições dos
tempos de execução de uma tarefa, consumo de determinado material, de combustível,
tempo de operação de equipamentos etc., para fins de determinação de uma média para
ser usada nas composições dos custos.
Cotação – é o processo de levantamento de preços junto aos fornecedores de uma
determinada praça (local onde a obra vai ser executada).
Cronograma de aplicação – é o cronograma derivado do físico que orientará a aplicação
dos recursos financeiros colocados à disposição da obra.
Cronograma de suprimento – é o cronograma derivado do físico que orientará as compras
dos materiais e solicitação dos serviços para a obra.
Curva ABC – é a relação dos materiais e/ou serviços mais significativos na obra.
Custo de mobilização – é o custo decorrente da movimentação de equipamentos
pesados, montagem e desmontagem, como por exemplo: centrais de concreto,
argamassa, usinas de pavimentação, equipamentos de terraplenagem etc.
Data base – é a data da cotação do preço de um determinado material ou serviço.
Frete – é o valor pago para o transportador de materiais e é acrescentado no custo do
final do material.
Hora parada – é o custo existente mesmo que o equipamento não esteja em operação,
que pode ser decorrente de alugueres, remuneração de operadores especializados,
manutenção ou encargos etc.
Orçamentista – é o profissional especializado (engenheiro ou técnico) que elabora o
orçamento.
Orçamento morto – é a relação discriminada da mão-de-obra, materiais, equipamentos e
serviços sem vinculação com custo ou preço, é chamado também de quantitativo.
Perdas típicas de materiais – é o percentual de acréscimo de material que deve ser
considerado no orçamento devido à quebra que deverá ocorrer durante a execução
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(transporte, estocagem, processamento etc.). Não deve ser confundido com desperdício
de materiais.
Praça – é o local onde vai ser executada a obra (cidade, região ou estado).
TCPO – é a tabela mais conhecida de composição e custos e preços.
Viabilidade do empreendimento – é o estudo ou demonstração de que o empreendimento
pode ser executado tecnicamente e financeiramente.

NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES


Título da norma Código Última
atualização
As normas para a elaboração de
orçamentos são fornecidas pelos órgãos
licitadores com base na legislação vigente

NORMAS DO MINISTÉRIO DE TRABALHO


NR – 18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção

CHING, Francisco. D. K. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo:


Bookman, 2001. 250p.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina de
Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa: DENGE, 2000.
GIAMMUSSO, Salvador Eugênio. Orçamento e custos na construção civil. 2 ed. rev.
São Paulo: PINI, 1991.
GUEDES, Milber fernandes. Caderno de encargos. 3 ed. atual. São paulo: PINI, 1994.
SAMPAIO, José Carlos de Arruda. PCMAT: Programa de Condições e Meio Ambiente
do Trabalho na Indústria da Construção. São Paulo: PINI/Sinduscom-SP, 1998.
SOUZA, Roberto de...et al. Qualidade da aquisição de materiais e execução de obras.
São Paulo: PINI, 1996.
SOUZA, Roberto...et al. Sistema de gestão da qualidade para empresas construtoras.
São Paulo: Pini, 1995. 247p.
TCPO 2000 - Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. S. Paulo, PINI,
2000.

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