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Insuficiência

Renal Crônica
Insuficiência Renal Crônica J Bras Nefrol - Volume 29 - nº 3 - Supl. 2 - Setembro de 2007

IRC 001 IRC 002

ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA E ASSOCIAÇÃO ENTRE ARRITMIAS CARDÍACAS E CALCIFICAÇÃO
ARRITMIAS CARDÍACAS EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CORONARIANA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA.
CRÔNICA EM FASE PRÉ-DIALÍTICA NISHIMI AY1, MARCASSI AP1, CASSIOLATO JL2, JANCIKIC ADB1, SANCHES
NISHIMI AY1, MARCASSI AP1, CASSIOLATO JL2, JANCIKIC ADB1, SANCHES FMR1, LEMOS MM1, DRAIBE SA1, CARVALHO AB1, MINAME M3, SANTOS RD3,
FMR1, LEMOS MM1, DRAIBE SA1, CARVALHO AB1, CANZIANI MEF1. UNIFESP- CANZIANI MEF1. UNIFESP-EPM1, CARDIOS2 E USP3.
EPM1, CARDIOS2.
Introdução: Calcificação coronariana e arritmia cardíaca constituem fatores de risco de
Introdução: Hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e arritmias cardíacas constituem mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC). Objetivo: comparar a
fatores de risco de mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC). Objetivo: prevalência de arritmia em pacientes com DRC em fase pré-dialítica com e sem
Investigar a associação entre a presença de HVE e de arritmia em pacientes com DRC calcificação coronariana. Método: 108 pacientes com Clearance de creatinina =38,6 ±
em tratamento conservador. Métodos: 111 pacientes com clearance de creatinina= 34 17,2mL/mim realizaram tomografia multi-slice e ECG de 24h.
(12.7-94.4) mL/min realizaram Monitoração Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), Resultados:
ECG de 24 h e Ecocardiograma. Resultados: HVE esteve presente em 26 % dos sem calcificação (n=55) com calcificação(n=53) p
pacientes Idade (anos) 55 (27-71) 61 (41-79) <0,001
Sexo 21M / 34F 43M/ 10F <0,001
Sem HVE (n=82) Com HVE (n=29) p Diabetes 11 (20%) 23 (43%) 0,09
Idade (anos) 54.5 (27-79) 59 (45-79) 0.01 Duração tratamento (meses) 22 (3-192) 16 (3-178) 0,72
Cl creatinina (ml/min) 33 (13-94) 36 (13-80) 0,66
Sexo (M/F) 49 / 33 18 / 11 0.83
PNN< 0.05 26 (47%) 35 (66%) 0,049
Diabetes (n/%) 22 (27) 13 (45) 0.07
Arritmia Ventricular 4 (7%) 13 (25%) 0,01
Duração do tratamento (meses) 20.5 (3-192) 22 (3-168) 0.52 Arritmia Supraventricular 7 (13%) 19 (36%) 0,005
Clearance de creatinina (ml/min) 33.3 (12.7-94.4) 38.5 (18.2-80.4) 0.89
Média da pressão sistólica noturna (mmHg) 117 (88-177) 126.5 (94-166) 0.048 Conclusão: Pacientes renais crônicos com calcificação coronariana apresentaram maior
SDNN (ms) 112.0 ± 38.7 97.2 ± 26.1 0.03 prevalência de arritmias e menor variabilidade da freqüência cardíaca, o que pode
Arritmia ventricular (n/%) 10 (12) 8 (27) 0.08 contribuir para o aumento do risco de mortalidade nessa população.
Arritmia supraventricular (n/%) 16 (19) 12 (41) 0.02

Conclusão: HVE esteve associada à ocorrência de arritmias supraventriculares na


população estudada. A diminuição na taxa de variabilidade da freqüência cardíaca
indicando disfunção autonômica observada nos pacientes com HVE pode contribuir para
a ocorrência dessas arritmias. Essas alterações cardiovasculares podem estar implicadas
na alta mortalidade observada em pacientes com DRC.

IRC 003 IRC 004

SITUAÇÃO VACINAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM UMA O EFEITO RENOPROTETOR DA PIRFENIDONA EM ASSOCIAÇÃO AO
UNIDADE DE HEMODIÁLISE: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DA LOSARTAN E A HIDRALAZINA NO BLOQUEIO DA PROGRESSÃO DA
IMUNIZAÇÃO. DOENÇA RENAL CRÔNICA.
RODRIGO B. OLIVEIRA, ANA L. E. CANCELA, SILVIA R. SEBASTIÃO, CA PEREIRA1, H DELLÊ1, C SILVA1, D MALHEIROS1, S MARGOLIN2, IL.
TATIANE SUN, FERNANDO FÉLIX, LUIZ A. LUCARELLI. NORONHA1
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SANTO AMARO – SP - 1FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL;
2MARNAC INC.
Introdução: As doenças infecciosas estão entre as causas morbi-mortalidade em
pacientes portadores de IRC (Insuficiência Renal Crônica). Maior exposição ao ambiente Introdução: O uso de drogas anti fibróticas como a pirfenidona na progressão da doença
hospitalar, circulação extracorpórea e anormalidades imunológicas da IRC aumentam a renal crônica pode representar uma importante alternativa de tratamento. Objetivos:
incidência. Pneumonia pneumocócica, gripe, tétano e hepatite B têm a incidência Analisar o efeito anti-fibrótico da pirfenidona como monoterapia e sua associação com
reduzida através de imunização específica. Objetivos: Avaliar, retrospectivamente, a losartan (LOS) e hidralazina (HIDRA), no modelo experimental de nefropatia crônica
situação vacinal para hepatite B, tétano, gripe e pneumococo de 143 pacientes em progressiva induzida pela inibição da síntese de óxido nítrico. Método: ratos Wistar
hemodiálise e a cobertura vacinal após o gerenciamento de imunização. Métodos: machos (n=48) receberam L-NAME (200mg/L) durante 30 dias para induzir a progressão
Análise de 143 prontuários, caderneta vacinal, perfil sorológico para Hepatite B e da doença renal. Tratamentos: LOS (500mg/kg/d), PIRF (750mg/kg/d), HIDRA
escolaridade. Resultados: 58% masculinos, 60% negros, idade média 52,5 (±14,4 anos) (20mg/Kg/d). Grupos experimentais: CONTROLE, NAME, LOS, PIRF,
e tempo médio em diálise de 43,3 (±42,6 meses). Etiologias de IRC: hipertensão 39,9%, PIRF+LOS+HIDRA. Resultados: Após 30 dias, ratos NAME desenvolveram
diabete 30,1% e glomerulonefrite crônica 15,4%. Taxa de analfabetismo de 9%, 76% hipertensão, albuminúria, glomerulosclerose, fibrose intersticial e aumento do número de
com 1 à 8 anos de estudo. Pacientes com anti-HBs não-reagente atingiram 58%. Os miofibroblastos. A monoterapia com pirfenidona promoveu um importante efeito
pacientes receberam em média 2,6 doses de vacina contra hepatite B. Doze pacientes renoprotetor. Porém, a melhor renoproteção foi obtida no grupo PIRF+LOS+HIDRA.
(8%) estavam imunizados contra pneumococo, 19 pacientes (13)% contra a gripe e 44 Experimentos adicionais in vitro foram realizados para analisar o efeito da pirfenidona
pacientes (31%) contra o tétano. Com o gerenciamento, 47% dos pacientes foram em fibroblastos renais (NRK-49F). A pirfenidona inibiu significativamente a atividade
imunizados contra gripe, 90% pneumococo, 53% contra o tétano e os pacientes com anti- proliferativa destas células, reduzindo significativamente a expressão de RNAm para
Hbs não-reagente foram re-vacinados. Conclusões: Existem recomendações específicas TGF-ß e a produção do TGF-ß. Conclusão: Estes resultados demonstram um marcante
para imunização nesta população, mas cobertura vacinal ainda é pequena. Estratégias de efeito renoprotetor da pirfenidona neste modelo, possivelmente por atuar inibindo a
gerenciamento de imunização aumentam a cobertura vacinal. proliferação de fibroblastos e diminuindo a produção de componentes da matriz
extracelular, como conseqüência da inibição do TGF-ß.

XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia 61


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IRC 005 IRC 006

EFEITO RENOPROTETOR DO TAMOXIFENO EM MODELO DE EFEITO DO SEVELAMER SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO EM


NEFROTOXICIDADE CRÔNICA POR CICLOSPORINA PACIENTES EM HEMODIÁLISE
DIMITRI MARINOTTO1, H DELLÊ1, L BECKER1, D MALHEIROS1, J VIEIRA-JR1, PERES AT.; DALBONI MA, CANZIANI ME, MANFREDI SR, BATISTA MC,
A P SILVA-FILHO1 E IRENE L. NORONHA1 CUPPARI L, CARVALHO AB, ANDREOLI MC, DRAIBE SA, CENDOROGLO M.
1LABORATÓRIO DE NEFROLOGIA CELULAR E MOLECULAR LIM - 29, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA - USP, SÃO PAULO, BRASIL.
Introdução: Tem sido relatado que o Sevelamer pode ter um efeito na redução do estado
Introdução: O uso prolongado de ciclosporina (CsA) apresenta graus variados de inflamatório em pacientes em Hemodiálise (HD). No entanto, não está claro se este
nefrotoxicidade e tem um impacto negativo na sobrevida do enxerto. Objetivo: medicamento tem efeito sobre o estresse oxidativo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi
Investigar o efeito anti-fibrótico do tamoxifeno (TAM) e sua associação com o losartan avaliar o efeito do Sevelamer e do Acetato de Cálcio sobre o estresse oxidativo e a
(LOS). Métodos: A nefrotoxicidade foi induzida em ratos Wistar utilizando CsA inflamação em pacientes em HD. Métodos: Os pacientes foram randomizados para
(15mg/kg/dia) durante 21 dias. Tratamentos: TAM (10mg/kg/dia) e LOS (200mg/L). receber a terapia com Sevelamer (n = 17) e Acetato de Cálcio (n = 14) por 01 ano. Antes
Grupos experimentais:Controle; CsA; CsA+TAM, CsA+LOS e CsA+TAM+LOS. do início do tratamento, após 6 e 12 meses foram dosados: 1) Parâmetros de estresse
Resultados: O grupo CsA desenvolveu hipertensão arterial (154±3 vs. 117±4 mmHg oxidativo: produção espontânea de espécies reativas de oxigênio (EROS) por células
Controle; p<0,05). O grupo TAM apresentou uma redução na pressão arterial (132±6 polimorfonucleares (PMN) (citometria de fluxo, utilizando o DCFH-DA como
mmHg; p<0,05). Os grupos LOS e TAM+LOS diminuíram significativamente a pressão marcador) e níveis séricos de LDL oxidado (LDLox) (ensaio imunoenzimático); 2)
arterial (94±10 e 81±4 mmHg, respectivamente; p<0,05). Os animais do grupo CsA Parâmetros de inflamação: Níveis séricos de TNF-α, IL-10 (ensaio imunoenzimático),
evoluíram com glomeruloesclerose (1,0±0,3 vs. 0,1±01% Controle; p<0,05). Os grupos Proteína C-reativa (PCR) (quimiluminescência) e albumina (colorimétrico). Resultados:
TAM, LOS e TAM+LOS reduziram significativamente a glomeruloesclerose (0,2±0,1; Observamos uma redução da geração espontânea de EROS pelos PMNs (p<0.01) e uma
0,0±0,0 e 0,1±0,1%, respectivamente; p<0,05). Além disso, TAM, LOS e TAM+LOS diminuição dos níveis séricos de LDLox (p<0.01) nos pacientes tratados com Sevelamer.
promoveram diminuição da fibrose intersticial. No grupo CsA houve aumento Também observamos uma redução nos níveis séricos de IL-10 durante o seguimento para
significativo de miofibroblastos (1,8±0,1 vs. 0,5±0,1% Controle; p<0,05). O grupo LOS os dois tratamentos (p<0.01). Além disso, os pacientes apresentaram um aumento
não apresentou efeito significativo sobre os miofibroblastos. Os grupos TAM e significante dos níveis séricos de albumina para o grupo tratado com Sevelamer (p<0.05).
TAM+LOS apresentaram uma diminuição significativa de miofibroblastos (0,8±0,2 e Observamos também, uma tendência de diminuição dos níveis séricos de TNF-α e PCR
0,9±0,04%; p<0,05). Conclusão: TAM apresenta efeito renoprotetor e pode ser uma somente no grupo tratado com Sevelamer. Conclusão: Nossos resultados sugerem que o
alternativa promissora no tratamento da nefrotoxicidade crônica por CsA. Um possível tratamento com Sevelamer ou Acetato de Cálcio pode levar a redução do estresse
mecanismo responsável pelo efeito anti-fibrótico do TAM pode ser seu efeito sobre oxidativo e inflamação nos pacientes em HD. Esses achados sugerem que este efeito
miofibroblastos. pode estar associado com suas propriedades quelantes. No entanto, futuros estudos
devem ser conduzidos para confirmar essa hipótese.

IRC 007 IRC 008

O USO DA CAIXA DE ATIVIDADES NA ABORDAGEM PSICOTERAPÊUTICA AVALIAÇÃO DA SÍNTESE DE ÓXIDO NÍTRICO (NO) E DA FUNÇÃO RENAL
DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE DURANTE E APÓS A SUSPENSÃO DO TRATAMENTO COM GENTAMICINA
EDNÉIA APARECIDA DE PAULA (G) EM RATOS.
SENESP – SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE SÃO PAULO CHRISTO JS; RODRIGUES AM, MOURO MG, SIMÕES MJ, SCHOR N, HIGA EMS.
UNIFESP / EPM SÃO PAULO, BRAZIL.
Introdução: O objetivo deste estudo foi de buscar recursos que auxilie a atuação do
psicólogo no atendimento a pacientes renais crônicos (PRC) em ambiente hospitalar Introdução: A gentamicina é um antibiótico da família dos aminoglicosídeos, o qual tem
específico, favorecendo a investigação do campo subjetivo destes pacientes. Métodos: como efeito colateral a nefrotoxicidade, caracterizada por necrose tubular e diminuição
Instrumentos de Coleta de Dados - Caixa de Atividades com objetos presenteados da taxa de filtração glomerular. A insuficiência renal aguda é possivelmente causada por
pelos pacientes e pesquisadora. Levantamento bibliográfico e observação participante. um aumento de vasoconstritores e diminuição de vasodilatores como o NO. Métodos:
Sujeitos - Foram 13 PRC que realizam hemodiálise, de ambos os sexos, com faixa etária Ratos Wistar adultos machos foram tratados com água (veículo da G), grupo (CTL) e
e classe social diversificada. Procedimentos - A caixa de atividade foi oferecida, aos com G (100mg/kg) i.p. durante 10 dias; n=10 para cada grupo. Cinco animais de cada
pacientes, todo início da sessão. Os interessados retiravam os materiais. Ao final das grupo foram sacrificados e foram coletados a urina de 24 horas e sangue e seus rins
sessões os devolviam. Plano de análise de dados - Análise Qualitativa do material removidos para a histologia. Nos outros ratos esse procedimento foi realizado após 30
produzido pelos pacientes e das situações observadas. Resultados: A maioria dos dias de suspensão do tratamento com G. Resultados: Após 10 dias, o grupo G
pacientes tinha uma posição passiva diante da vida, a Caixa de Atividades incitou-os a desenvolveu uma marcante lesão renal, caracterizada por um aumento significante da
re-agir e naquele ambiente percebiam que era possível inter-agir. Um número creatinina (5,4±1,1 vs CTL 1,3±0,4mg/dl) e uréia sérica (331,1±71,6 vs CTL 42,9±2,6
significativo de pacientes apresentava uma série de temores e desconfortos durante o mg/dl); e diminuição da síntese de NO na urina (383,6±101,5 vs CTL
tratamento, a distração e o lazer propiciado pelos materiais da caixa auxiliaram na 2.717,0±159,7µM). Análise histológica renal confirmou uma severa necrose tubular
minimização dessas sensações em parte dos pacientes. Conclusão: Constatou-se a aguda no grupo G quando comparado ao CTL. Após 30 dias de suspensão do tratamento
necessidade da adoção de recurso que auxilie a atuação do psicólogo no atendimento a com G foi observada a normalização da função renal com diminuição da creatinina
PRC em ambiente hospitalar específico. O setting terapêutico exige do psicólogo (1,1±0,2 vs CTL 1,2±0,2) e uréia sérica (57,4±5,4 vs CTL 40,6±0,8), leve necrose tubular
flexibilidade, criatividade e interação com outros profissionais da equipe de saúde. e aumento do NO (2.294,0±256,5 vs CTL 2.917,0±241.5). Conclusão: Nosso estudo
Através da caixa de atividades, foi possível tornar situações ameaçadoras mais seguras e sugere que o NO tem um papel protetor na recuperação da lesão renal induzida por G em
auxiliar no reconhecimento e na expressão dos sentimentos vivenciados, ratos.
compreendendo-os e oferecendo apoio psicológico.

62 XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia


Insuficiência Renal Crônica J Bras Nefrol - Volume 29 - nº 3 - Supl. 2 - Setembro de 2007

IRC 009 IRC 010

PERFIL DOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM ACOMPANHAMENTO A EXPRESSÃO DO FATOR DE DIFERENCIAÇÃO DOS OSTEOBLASTOS
NO AMBULATÓRIO DE UREMIA DA FACULDADE DE MEDICINA DO ABC (CBFA-1) NAS CÉLULAS DE MÚSCULO LISO VASCULAR
THIAGO GOMES ROMANO; R.R. BERGAMO, D.R. SANTOS, F.V. PRADO, E. MARIA APARECIDA DA GLÓRIA; HIGA, EMS; BARBOSA, AB
BETTI, L.A. MOREIRA, C.UREIS, R.BURDELIS UNIFESP- SÃO PAULO- BRASIL

No último ano (2006), tivemos no ambulatório de uremia 108 pacientes em Introdução: A calcificação Vascular vista na uremia é considerada ser um processo
acompanhamento regular mensal, com tratamento intensivo dos fatores predisponentes mediado pelas células de músculo liso vascular (VSMC), muito similar ao processo da
para evolução da doença renal terminal (DRC), apresentando boa estabilidade da função formação óssea. A expressão de Cbfa-1 é necessária para a diferenciação das VSMCs nas
renal. Em nosso serviço, observamos que 50% dos pacientes procuraram o nefrologista células osteoblast-like. Embora a expressão da óxido nítrico sintase (NOS) ser detectada
já no estágio 3 de DRC, evidenciando o encaminhamento tardio ao especialista. A nas células osteoblast-like, o papel do óxido nítrico(NO) e sua função é controverso. O
nefrosclerose hipertensiva e a nefropatia diabética são as etiologias predominantes, objetivo deste estudo é investigar os efeitos da iNOS sobre a expressão do Cbfa-1 nas
seguida das glomerulopatias e nefropatia obstrutiva, tendo em vista a grande demanda do VSMCs. Material e Métodos: VSMCs da artéria renal de ratos adultos machos foram
ambulatório de urologia da Faculdade de Medicina do ABC. Dos 108 pacientes incubadas em meio DMEM com 10% de soro de indivíduos saudáveis (CTL) e nos
acompanhados 4 pacientes iniciaram terapia renal substitutiva e 1 apesar de estar em grupos: lipopolissacáride (LPS, 100 µg/ml), ß-glicerofosfato (BGF, 12mM), BGF+LPS,
estágio 5 negou-se a iniciar tratamento dialítico, mantendo-se em tratamento aminoguanidino (AG, 30mM) and LPS+AG. A expressão da iNOS e Cbfa-1 foram
conservador. Concluímos que os pacientes renais crônicos que recebem um tratamento analisadas por RT-PCR. Resultados: A expressão de Cbfa-1 diminuiu70% no grupo AG
intensivo dos fatores predisponentes da DRC retardam a progressão da disfunção renal, and aumentou 50% no grupo LPS quando comparados com o CTL. No grupo LPS a
diminuindo o ingresso dos pacientes em programa de terapia renal substitutiva e expressão de Cbfa-1 aumentou 70% quando comparada ao grupo LPS+AG. No grupo
salientamos mais uma vez a importância da concientização da população e, LPS+AG, a expressão da iNOS foi diminuida 44% quando comparada ao LPS.
principalmente, da classe médica sobre a investigação de DRC. Conclusão: Nosso estudo demonstrou que a iNOS tem um papel funcional na expressão
do Cbfa-1 nas VSMCs.

IRC 011 IRC 012

2° CAMPANHA DE PREVENÇÃO DE DOENÇA RENAL DE MOGI DAS SEVELAMER (SEV), MAS NÃO O ACETATO DE CÁLCIO (AC), REDUZ OS
CRUZES- 2006 – MOBILIZANDO A COMUNIDADE. NÍVEIS DE FGF-23 EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
GOMES, RA; LIMA, AO; SETA, MV; ROMA, NS; ESTEVES, ABA; KAFLER, CC; (DRC).
SANTIN, S; KESROUANI, S; CRUZ, J. RODRIGO OLIVEIRA1, ANA CANCELA1, FABIANA GRACIOLLI1, SÉRGIO
INSTITUTO DE NEFROLOGIA DE MOGI DAS CRUZES, SP DRAIBE2, LILIAN CUPPARI2, ALUIZIO CARVALHO2, VANDA JORGETTI1,
MARIA CANZIANI2 E ROSA MOYSÉS1
Introdução: Coordenada pelo Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, com apoio da 1NEFROLOGIA USP/2UNIFESP.
Prefeitura, setor privado, instituições de ensino e organizações sociais, realizou-se entre
os dias 8 a 11 de novembro e no dia 02 de dezembro de 2006, a II Campanha Municipal Distúrbios do metabolismo mineral ocorrem desde os estágios iniciais da DRC, mas o
de Prevenção de Doença Renal de Mogi das Cruzes, em várias localidades do município: fósforo sérico é um marcador insuficiente nesta condição. Contudo, o hormônio
Shopping Center; Unidade Municipal de Saúde da Mulher e Sesi. Objetivo: Divulgar, fosfatúrico FGF-23está elevado durante a sobrecarga de fósforo, mesmo quando o
prevenir, detectar grupos de risco e encaminhar para as unidades de saúde, portadores de fósforo sérico está normal. Nossa hipótese é que o FGF-23 é um marcador precoce de
diabetes mellitus, hipertensão arterial e doença renal crônica. Material e Métodos: distúrbios do metabolismo mineral em pacientes pré-dialíticos. Nós comparamos os
Foram examinados 1.830 interessados, sendo 567 homens, 1263 mulheres, com idades: efeitos do SEV e AC sobre o FGF-23 em 19 pacientes (15H/4F) com clearance de
36 (0-10), 86 (11-20), 212 (21-30), 242 (31-40), 378 (41-50), 395 (51-60), 282 (61-70), creatinina de 36,8±3,2 mL/min. Os pacientes foram randomizados para receber doses
144 (71-80), 18 (com mais de 80 anos) e 37 (sem idade determinada), provenientes de 21 progressivas de AC (1,32 a 5,28 g/dia) ou SEV (1,6 a 6,4 g/dia) por seis semanas. Dados
municípios do estado de São Paulo, a maior parte de Mogi das Cruzes (1.677). Todos demográficos e exames laboratoriais iniciais foram similares nos dois grupos. Em ambos
informaram os seus dados pessoais e tiveram aferidos: pulso, pressão arterial, peso, os grupos, o hormônio da paratiróide (PTH) e o fósforo urinário (Pu) foram
altura, circunferência abdominal, proteinúria (através de fita reagente) e glicemia capilar. significantemente reduzidos na 6ª semana, sem alteração do fósforo sérico. No grupo
Resultados: Do total de atendimentos: 1277 (69,7%) com PA ≥ 140x80mmHg; 696 SEV houve uma redução significante no FGF-23 e no bicarbonato (BIC).
(38%) ≥ 140x90; 58 (3,1%) ≥ 180x110; 73 (39%) com glicemia ≥ 200 mg/dl; informou
ser diabético 236 (12,8%); circunferência abdominal homem > 94 cm: 263(46,3%); (AC) (SEV)
circunferência abdominal mulher > 80 cm: 925 (73,2%); 558 (30,4%) com IMC ≥ 30; 64 t0 t6 t0 t6
(3,5%) com proteinúria ≥ 30 mg/dl ( +/++++). Conclusão: A II Campanha de Prevenção Idade 46,9±3,7
de Doença Renal Crônica de Mogi das Cruzes veio de encontro às expectativas do Cai (mmol/L) 1,32±0,02 1,32±0,03 n.s. 1,30±0,1 1,35±0,1* P=0,003
Comitê de Prevenção da SBN. O grande número de pessoas (1830) de classes P (mg/dL) 3,3±0,2 3,4±0,3 n.s. 3,3±0,1 3,2±0,1 n.s.
socioeconômicas distintas atendidas nas várias localidades do Município propiciou uma PTH (pg/mL) 116±18 76±15* P=0,005 153±40 104±48* P=0,002
excelente oportunidade de divulgação e orientação sobre a DRC, bem como de detecção FGF-23 (pg/mL) 89±24 101±30 n.s. 112±22 61±11* P=0,008
Cr (mg/dL) 2,4±0,3 2,4±0,2 n.s. 2,8±0,2 2,5±0,2* P=0,09
de importantes fatores de risco associados, como HAS, diabetes, obesidade, síndrome
Pu (mg/24h) 500±39 237±37* P=0,003 598±29 282±36* P<0,0001
metabólica. O envolvimento de entidades representativas da sociedade civil e do poder
público foi fundamental para o êxito da campanha, que foi incluída no calendário oficial t0= baseline; t6=6ª semana; *p<0,05 to vs. t6
de eventos da Secretaria da Saúde de Mogi das Cruzes, como parte de seu Programa
Municipal de Saúde Renal. Conclusão: os resultados preliminares demonstram que embora os dois quelantes de
fósforo foram eficientes em reduzir o PTH, somente o SEV reduziu o FGF-23. O
mecanismo desta redução, bem como seu significado clínico, precisam ser elucidados.

XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia 63


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IRC 013 (TL 001) IRC 014

SEVELAMER (SEV), MAS NÃO O ACETATO DE CÁLCIO (AC), REDUZ OS ADEQUAÇÃO DE PARÂMETROS CLÍNICO-LABORATORIAIS EM
NÍVEIS DE FGF-23 EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE INDIVÍDUOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA E CONDIÇÕES SÓCIO-
RODRIGO OLIVEIRA1, FELLYPE BARRETO2, DANIELA BARRETO2, FABIANA ECONÔMICO-CULTURAIS DESFAVORÁVEIS
GRACIOLLI1, ANA CANCELA1, LILIAN CUPPARI2, VANDA JORGETTI1, E C ALVES;A F ALENCAR, K J SILVESTRE, P S C SÁ, D FLORES, C J O
ALUIZIO CARVALHO2, MARIA CANZIANI2 E ROSA MOYSÉS1 RODRIGUES
1 NEFROLOGIA USP; 2 UNIFESP UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

Os níveis de FGF-23 estão tipicamente elevados em pacientes com doença renal crônica Introdução: Diversas diretrizes estabelecem metas a serem atingidas em portadores de
(DRC), principalmente em hemodiálise (HD). Contudo, não existem dados sobre os Doença Renal Crônica (DRC). A princípio, os indivíduos devem ser conduzidos de
efeitos de quelantes de fósforo e os níveis de FGF-23. Nós comparamos os efeitos do forma a atingir objetivos semelhantes. Objetivo: Verificar se condições sócio-
SEV e AC sobre o FGF-23 em pacientes em HD. Realizamos uma análise post-hoc deste econômico-culturais desfavoráveis impedem a obtenção de valores clínico-laboratoriais
ensaio envolvendo 100 pacientes (48,5±13,1 anos; 67% H; 36,25 meses em HD) adequados em uma população com DRC estágio V. Métodos: Vinte e oito indivíduos em
randomizados para receber SEV ou AC por um ano. Os pacientes foram submetidos a programa de hemodiálise há pelo menos três meses, com elevada prevalência (86% da
tomografia de coronárias, biópsia óssea e exames laboratoriais no início do estudo e após população) de analfabetismo e condições sociais desfavoráveis foram submetidos a um
um ano. Os Dados demográficos e exames laboratoriais iniciais foram similares nos dois programa de intensificação de medidas visando obter as metas definidas pelas Diretrizes
grupos. Os níveis de FGF-23 estavam elevados em ambos os grupos (AC=32.277±5.678 Brasileiras de DRC e “The National Kidney Foundation-Dialysis Outcomes Quality
vs. SEV 30.478±4.487 pg/mL n.s.). Após um ano, 72 pacientes completaram o estudo. Initiative”. Foram comparados os níveis de pressão arterial (PA), hematócrito, cálcio,
Um decréscimo significativo de FGF-23 foi observado no grupo SEV. fósforo e produto cálcio x fósforo, KTV e doses das medicações utilizadas ao longo dos
meses iniciais do programa. Resultados: Os níveis de PA pós-diálise se mostraram mais
(AC) (SEV) bem controlados já a partir do primeiro mês (PA sistólica (PAS) no primeiro mês 128,9
Basal 1 ano Basal 1 ano ± 19,3 X 118,2 ± 18,7 mmHg no segundo mês; p=0,003; PA diastólica (PAD) 78,6 ± 9,7
Cai (mmol/L) 1,25±0,1 1,30±0,1* 1,23±0,1 1,3±0,1* X 72,1 ± 12,6 mmHg; p=0,019, nos mesmos meses). O Kt/V e os níveis de potássio se
P (mg/dL) 7,1±0,2 5,6±0,2* 7,3±0,3 5,9±0,2* mostraram mais adequados a partir do terceiro mês (1,23 ± 0,29 no primeiro mês x 1,4 ±
PTH (pg/mL) 323±45 318±47 330±45 526±27*o 0,14 no terceiro mês; p<0,001 para o Kt/V e 5,32 ± 0,94 x 4,96 ± 0,68; p<0,001 para o
AP (U/L) 235±17 187±14* 252±24 232±15 potássio nos mesmos meses). Os níveis de hematócrito mostraram uma tendência
LogFGF-23 4,1±0,1 3,8±0,1 4,2±0,1 3,5±0,1* ascendente, com aumento significativo das doses de eritropoetina. Conclusão: O perfil
P<0,05 basal vs. 1 ano; o p<0,05 AC vs. SEV sócio-econômico-cultural desfavorável não impede a obtenção de níveis adequados de
parâmetros clínico-laboratoriais em indivíduos com DRC dialítica.
A análise de regressão múltipla mostrou que P, Cai e o quelante foram determinantes
independentes sobre os níveis de FGF-23 no tempo 1 ano. Ocorreu uma correlação
negativa entre o LogFGF e o volume osteóide, espessura e superfície ósseas, e uma
correlação positiva entre o LogFGF e o escore de cálcio. Estes dados mostram que
somente o SEV reduziu o FGF-23 e níveis elevados deste hormônio estão associados a
calcificação coronariana e remodelação óssea alterada.

IRC 015 IRC 016


AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE PACIENTES PORTADORES DE IRC,
RELATO DE CASO-ISQUEMIA MESENTÉRICA GRAVE DEVIDO A
SUBMETIDOS À PTX TOTAL, NO RIO GRANDE DO NORTE.
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO
KELLEN MICHELINE ALVES HENRIQUE COSTA ALMEIDA,JB; QUININO, RM;
KELLEN M. A. H. COSTA; QUININO, RM; ALMEIDA, JB; SOUSA, ADP;
PAIVA,FJP; MELLO, LEB; SOUSA, ADP; RODRIGUES, GMRC; LIMA, NMB;
RODRIGUES, GMRC; LIMA, NMB; NÓBREGA, PFC.
NÓBREGA, PFC
NEFRON CLÍNICA-NATAL-RN
UFRN- RO
Paciente de 50 anos de idade, sexo masculino, pardo ,portador de IRC em hemodiálise
Introdução: A doença óssea é uma das complicações mais incapacitantes da IRC
há 6 anos,queixava-se de dores ósseas, prurido ,fraqueza muscular, aumento da
terminal. Nos pacientes com IRC, a dosagem de PTH encontra-se elevada, não apenas
cartilagem do septo nasal e tumorações em cotovelos e joelhos de início há 6 meses.
pela maior degradação periférica, mas principalmente pelo aumento da secreção pela
Tinha PTH acima de 700pg/ml e por várias vezes foi realizada pulsoterapia com vitamina
paratireóide. Admite-se que alterações metabólicas, tais como hipocalcemia,
D, porém a mesma era suspensa devido aos valores muito elevados do produto cálcio e
hiperfosfatemia e deficiência de vit. D, conseqüentes à IRC têm a capacidade de
fósforo. Por quatro anos fez uso de altas doses de carbonato de cálcio,sendo este
estimular as paratireóides, promovendo o aumento do tamanho da glândula e perda dos
substituído por Sevelamer nos últimos 2 anos. A PTX foi indicada, porém o paciente se
mecanismos fisiológicos de regulação. A doença óssea pode ser classificada de acordo
recusava a submeter-se ao procedimento, até que o mesmo deu entrada no pronto socorro
com padrões histológicos em doença óssea de alto turnover cujo representante é a osteíte
de um hospital privado com quadro de enterorragia severa, distensão abdominal e febre.
fibrosa e doença óssea de baixo turnover, osteomalácia e a doença adinâmica e a doença
Foi internado e iniciado tratamento clínico com antibiótico,transfusão sanguínea e
mista que combina achados de osteíte fibrosa e osteomalácia. A osteíte fibrosa é a mais
volume assim como foram realizados vários exames laboratorias e de imagem para
frequentemente responsável pelas alterações observadas nestes pacientes. O tratamento
elucidação diagnóstica (vide tabelas e fotos). Devido piora clínica o paciente foi operado
da osteodistrofia renal poderá ser clínico ou cirúrgico. Objetivo: Avaliar
em caráter de urgência,onde foi realizada hemicolectomia D e colostomia devido úlcera
laboratorialmente (cálcio, fósforo, PTH, FA) a evolução de pacientes portadores de
em ceco. No pós operatório evoluiu com sepse grave sendo transferido para UTI onde foi
osteodistrofia renal em diálise,ao longo de 6 meses subseqüentes à realização de
colocado em VM.A distensão abdominal permanecia, apesar da cirurgia acima descrita,
paratireoidectomia total, comparado com os 6 meses anteriores ao procedimento.
assim optamos por realizar PTX de urgência pois atribuímos a não melhora do quadro
Material e Métodos: Foram avaliados 17 pacientes renais crônicos em regime dialítico,
abdominal a calcificação mesentérica permanente. Nesta ocasião a tomografia de
submetidos à PTX total com autotransplante, no período de 2000 a 2007 no Hospital
abdome já revelava importante calcificação de músculos profundos da pelve. O paciente,
Universitário Onofre Lopes. Resultados: 11 pacientes eram do sexo masculino e 6 do
após 30 dias de internamento, recebe alta bem,colostomizado e com severa hipotrofia
sexo feminino, com idade média de 44,7 anos, a maioria (12 pacientes) faziam HD há
muscular. Após 6 meses da alta hospitalar seu cirurgião marca a reconstrução do trânsito
mais de 5 anos. A média dos níveis de cálcio antes da PTX era de 9,4mg/dl e após de
intestinal, a mesma transcorreu bem ,porém o paciente passou a apresentar semi
8,5mg/dl. A média dos níveis de fósforo, PTH E FA antes era de 6,3mg/dl, 1983pg/ml e
obstruções intestinais, sem necessidade de correção cirúrgica. Dois meses após a cirurgia
416,4ui/l respectivamente e após de 4,1mg/dl, 98,2pg/ml e 256ui/l respectivamente.
anterior começou a apresentar febre muito alta e queda do estado geral. Reinternado e foi
Conclusão: A paratireoidectomia total com auto transplante é o melhor tratamento para
diagnosticada endocardite fúngica em valva aórtica (eco transesofágico e 3 hemoculturas
estes pacientes, principalmente quando o tratamento clínico não consegue reduzir os
positivas para cândida sp). Fez um quadro de embolização arterial para membro inferior
níveis de cálcio, fósforo e PTH, trazendo importantes repercussões clínicas
resolvida com tratamento clínico. Foi submetido a cirurgia cardíaca para troca de valva
principalmente cardiovascular.
aórtica e no 7° PO, já no seu quarto, apresentou morte súbita.

64 XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia


Insuficiência Renal Crônica J Bras Nefrol - Volume 29 - nº 3 - Supl. 2 - Setembro de 2007

IRC 017 IRC 018

AVALIAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA DE DEPRESSÃO EM PACIENTES REGRESSÃO DA NEFROPATIA DIABÉTICA EXPERIMENTAL: AUSÊNCIA


COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) DE EFEITO DOSE-RESPOSTA DE UM ANTAGONISTA DA ANGIOTENSINA II
ANDRADE, C.P.; CRUZ, M.C.N; URRUTIA, M.; PEREIRA, O.E.; GÓES JR, M.A.; FLÁVIO TELES DE FARIAS FILHO;BIANCA HV FERNANDES, CLAUDIA R
LEMOS, M; DRAIBE, S.A.; NOGUEIRA-MARTINS, L.A.; SESSO, R. SENA, CAMILLA FANELLI, ELIZABETE PB POPPI, LUCIANA F CARVALHO,
DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIFESP FLAVIA G MACHADO, DENISE MAC MALHEIROS, CLARICE K FUJIHARA,
ROBERTO ZATZ
Introdução: A depressão é alvo de muitas pesquisas enfocando a IRC em seu estágio FMUSP – LIM16
terminal, verificando-se a necessidade de avaliar estágios iniciais da doença. Objetivos:
Avaliar a prevalência de depressão em pacientes com IRC não dialítica e verificar sua Introdução: Recentemente, tem sido sugerida a possibilidade de regressão de
relação com comorbidades e estágios da IRC. Metodologia: Avaliamos 156 pacientes nefropatias crônicas, inclusive da nefropatia diabética (ND). No entanto, ainda não se
com IRC não dialítica, aleatoriamente selecionados entre os pacientes em sabe se lesões mais avançadas como glomerulosclerose (GS) acompanhada de sinéquias
acompanhamento no ambulatório de tratamento conservador de IRC da Unifesp, em podem ser revertidas com o bloqueio da angiotensina II. Além disso, há evidências de um
relação a sintomatologia de depressão. Para avaliar depressão utilizamos o Inventário efeito renoprotetor dose-dependente dos bloqueadores do receptor AT-1 (BAT-1).
Beck de Depressão (BDI), considerando a subescala cognitivo-afetiva utilizada para Objetivos: Avaliar a dose-dependência do losartan (L) e a regressão de lesões
pacientes com doenças físicas e que consiste nos 13 primeiros itens do BDI, avaliando glomerulares na ND. Métodos: Ratos Munich-Wistar adultos machos receberam
aspectos cognitivos da depressão (BDI-13). Resultados: Os pacientes apresentaram estreptozotocina (STZ) para indução de diabetes (DM) e 10 meses depois foram
média de idade de 58,1 ± 16,0, sendo 58,3% homens, 57,7% casados, 55% com ensino divididos em 4 grupos: Dmpre (controle pré-tratamento), DML50 (tratados com L,
fundamental. O clearance de creatinina médio dos pacientes foi de 33,9 ml/min. (variação 50mg/kg/dia), DML500 (tratados com L, 500mg/kg/dia) e DM (DM não tratados). Todos
4,2 a 105 ml/min). Destes, 13,7% estavam em estágios I e II da IRC, 34,2% no estágio os grupos, exceto Dmpre, foram seguidos por mais 2 meses, inclusive um controle não
III, 35,6% no estágio IV e 16,4% no estágio V (pré-diálise). As comorbidades mais diabético. Medimos: pressão sistólica; albuminúria de 24h (Ualb), expansão mesangial
prevalentes foram diabetes mellitus (41,7%), doenças músculo-esqueléticas (16,7%) e (EM), % de GS (apenas lesões com sinéquias foram consideradas), infiltração
oftalmológicas (15,7%). Usando-se o BDI-13, a prevalência de depressão moderada ou
macrofágica renal (Mϕ) e vimentina glomerular (Vim). Resultados: L reduziu a UalbV,
grave foi de 20,6% (n=32) e utilizando a escala completa a taxa passou para 27,8%
protegeu contra GS e Mϕ e restaurou a Vim, sugerindo recuperação de células
(n=48). Pacientes com sintomas de depressão apresentaram clearance de creatinina
glomerulares, em especial dos podócitos. Não houve efeito adicional com a dose alta de
menor do que os sem sintomas (31,7 vs 42,8 ml/min., p<0.05). Conclusões: Nossos
L. Houve nítida regressão da EM com L, porém, não foi observada regressão da %GS.
achados indicam relação entre aspectos cognitivos da depressão e progressão da IRC. O
Conclusões: Diferente da ablação 5/6, não há dose-dependência com L nesse modelo de
elevado percentual de pacientes deprimidos indica a importância de intervenções
ND. No tratamento da ND com BAT-1, a regressão da EM pode ser mais facilmente
psicológicas em fases iniciais da IRC.
alcançada do que a GS com sinéquias.

ICR 019 (TL 002) IRC 020

COMPARAÇÃO ENTRE O ESTUDO RENAL DINÂMICO COM TC-99M- ANÁLISE MORFOLÓGICA DA ESTRUTURA MIOCÁRDICA E VASCULAR
MAG3 SENSIBILIZADO POR CAPTOPRIL E O TC-99M-MAG3 NA UREMIA EXPERIMENTAL: PAPEL DO PARATORMÔNIO E DO
SENSIBILIZADO POR ASPIRINA EM PORTADORES DE DOENÇA RENAL FÓSFORO
ISQUÊMICA COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA. MR CUSTODIO1, MK KOIKE2, KR NEVES1, FG GRACIOLLI1, DG BATISTA1, RCT
ARROYO D; ARAÚJO WM; KATO M; COSTA JAC; NOBRE F; GELEILETE TJM; MARTIN1, LM DOS REIS1, CC FRIMM2, RMA MOYSÉS1, V JORGETTI1
1
CARVALHO EMF; COELHO EB LAB.FISIOPATOLOGIA RENAL, 2 EMERGÊNCIAS CLÍNICAS, HCFMUSP.
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO -USP
Na doença renal crônica, freqüentemente ocorre hipertrofia ventricular esquerda, fibrose
Introdução e Justificava: O diagnóstico da doença isquêmica renal envolve a intersticial do miocárdio e espessamento de parede arterial. Avaliamos o papel do
demonstração de estenose das artérias renais por angioressonância ou arteriografia e uma paratormônio (PTH) e fósforo(P) na remodelação miocárdica e vascular, em modelo
avaliação funcional da função renal. Um dos testes utlizados para esse fim é o estudo experimental de uremia. Ratos Wistar foram submetidos à paratireoidectomia (PTx),
renal dinâmico sensibilizado com captropril. Muitos dos doentes com DIR tem função nefrectomia 5/6 (Nx), recebendo veículo(V), PTH nas concentrações 0,022µg/100g/h
renal alterada que limita o uso do captopril, além do teste ter baixa sensibilidade e (nPTH) ou 0,11µg/100g/h (ePTH). A dieta variou a concentração de P: normal
especificidade na IRC. Na DIR há descrição da elevação da produção renal de (NP=0,7%), pobre (pP=0,2%) ou rica (rP=1,2%). Sham: G1 (V+NP), G2 (V+pP), G3
prostaglandinas e portanto, o bloqueio da COX com aspirina pode ser uma alternativa ao (V+rP); PTx+Nx: G4 (V+pP), G5 (V+rP), G6 (nPTH+pP), G7 (nPTH+rP), G8
uso do captopril para o estudo renal dinâmico. Objetivos: O objetivo do presente projeto (ePTH+pP) e G9 (ePTH+rP). Após 8 semanas, em cortes histológicos do miocárdio,
é comparar o estudo renal dinâmico com Tc-MAG3-Captopril, padrão atual do avaliamos diâmetro dos miócitos (hipertrofia), fibrose, usando sistema digital.
HCFMRP-USP, com o uso do Tc-MAG3-AAS como alternativa ao diagnóstico da DIR Alterações morfológicas das arteríolas receberam escore: (0)normal, (1)lesão da lâmina
nos pacientes portadores de IRC. Casuística e Métodos: Foram selecionados 25 elástica, (2)lesão da elástica e camada média, (3)lesão da elástica, média e calcificações.
pacientes com IRC e com suspeita diagnostica de DIR seguidos na Unidade Clínica de Peso do coração/peso corporal, hipertrofia miocárdica e fibrose subendocárdica foram
Hipertensão do HCFMRP-USP. Foi realizado estudo renal dinâmico com Tc-99m- maiores no G9 comparado aos Sham (p<0,05), Sham, G4, G5 (p<0,05) e Sham, G4, G6
MAG3 sensibilizado com captopril (25 mg, VO) e posteriormente Tc-99m-MAG3 (p<0,05), respectivamente. Houve correlação positiva entre peso do coração e hipertrofia
sensibilizado com AAS (1 g, VO) de acordo com o protocolo estabelecido no Serviço de (p<0,0001, r=0.70). Avaliação morfológica das arteríolas mostrou diferença entre G8, G9
Medicina Nuclear do HCFMRP-USP. Considerou-se a positividade dos testes de acordo e demais grupos (p<0,05), com alta incidência de calcificação, 38% e 57%,
com os critérios da American Society of Nuclear Medicine. Todos os pacientes foram respectivamente. Este estudo indica que a estrutura vascular é mais susceptível aos níveis
submetidos à arteriografia ou angioressonância das artérias renais, sendo critério para de PTH. A hipertrofia dos miócitos e fibrose intersticial são influenciadas pela
DIR presença de estenose de artéria renal com estreitamento superior a 70% da luz. hiperfosfatemia e PTH.
Foram calculados os valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e
negativo, além do “Likelihood ratio” com respectivos intervalos de confiança (IC) 95%.
A comparação entre os testes foi feita através de teste exato de Fischer, com valor de alfa
< 0,05. Conclusão: O estudo renal dinâmico com captopril é um teste diagnóstico
apropriado no auxílio diagnóstico para DIR em pacientes portadores de IRC moderada.
O uso de AAS como marcador é inferior ao captopril para esse procedimento
diagnóstico.

XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia 65


J Bras Nefrol - Volume 29 - nº 3 - Supl. 2 - Setembro de 2007 Insuficiência Renal Crônica

IRC 021 (TL 003) IRC 022

O PAPEL DAS CICLOXIGENASES 1 E 2 NA INSUFICIÊNCIA RENAL AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS PRÉVIAS E CONCOMITANTES
AGUDA: EFEITOS NA RESPOSTA IMUNE E NO PROCESSO FIBRÓTICO. AO TRATAMENTO DIALÍTICO DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS
CARLA QUARIM FEITOZA; FEITOZA CQ1, GONÇALVES GM1, CENEDEZE MA1, SUBMETIDOS A HEMODIÁLISE EM RIBEIRÃO PRETO.
SANDERS H2, SEMEDO P1, MAZZALI M3, DOS REIS MA4, PACHECO-SILVA A1, SOARES, A.C.C.; DIAS, D.M.; COSTA, A.L.L.; MASSA, E.B.; SABER, L.T.S.
CMARA NOS1,5. CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - UNAERP
1 LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL, UNIFESP;
2 MEDICINA INTERNA - DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE O objetivo deste estudo foi avaliar as condições clínicas dos pacientes previamente ao
FEDERAL DE JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS; 3 PATOLOGIA – UNICAMP, tratamento dialítico e seu seguimento. Através de questionário pré-determinado, durante
4 DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL-FACULDADE DE MEDICINA DO o período de dez/2005 a maio/2006, foram entrevistados 100 pacientes (50 homens/50
TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA; 5 LABORATÓRIO DE IMUNOBIOLOGIA DE mulheres) em tratamento crônico de HD (período de tratamento: 15 dias a 18 anos).
TRANSPLANTES (L.I.T.) – USP Constatou-se que até o momento do diagnóstico de IRC, 93% dos pacientes passaram por
até 8 médicos de diferentes especialidades. Foram avaliados por Nefrologista em algum
Introdução e objetivos: IR é um fator que contribui para o desenvolvimento da Nefropatia momento 86% dos casos. O tempo decorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico
Crônica do Enxerto (NCE). COX 1 e 2 participam ativamente da lesão isquêmica aguda variou de 22 dias a 30 anos. Solicitados a descrever quais os primeiros sintomas de IRC
principalmente por ativação de células endoteliais. Objetivo do trabalho foi avaliar o papel do que apresentaram, foram identificados como os mais freqüentes o edema e a anemia.
bloqueio das COX na IR renal e no desenvolvimento de fibrose. Métodos e Resultados: Apenas 43 pacientes foram submetidos a tratamento conservador, por tempo variando
camundongos C57Bl/6 machos tratados ou não com Indometacina (IMT) nos dias -1 e 0, e entre 7 dias a 29 anos. O tempo decorrido entre o diagnóstico e início da terapia dialítica
submetidos ao clampeamento unilateral do pedículo renal por 60 minutos. Sangue e rim compreendeu entre zero dias e 29 anos, sendo a terapia dialítica inicial a HD em 97% dos
foram coletados 6 semanas após a IR. Amostras de rim foram analisadas por RT-PCR em casos. A opção de DPAC foi oferecida a 34 pacientes e recusada devido a considerarem
tempo real para expressão de TGF-beta, MCP-1, TNF, IL-1beta, OPN, BMP-7, IL-10 e HO- o procedimento muito difícil na maioria dos casos. Do ponto de vista clínico, o
1. Análise histomorfométrica foi feita para avaliar fibrose por Tricrômio de Masson-TM). diagnóstico da doença de base nestes pacientes está assim distribuído: GNC 6%, HAS
α-SMA analisada por Imunohistoquímica em tecido renal. Análise de transcritos gênicos 53%, DM 22%, NTIC 8% e IRC sem causa definida 11%. A análise dos dados revela o
mostrou diminuição de TGF-beta (IR=1.58/IR+IMT=1.35, p<0,05, vs. contralateral=0,65/ pleiomorfismo dos sintomas iniciais da doença renal além de seu caráter insidioso na
contralateral+IMT=0.2), MCP-1 (IR=8.6/IR+IMT=2.0, p<0.05, vs. contralateral=1.7/ maioria dos casos, levando os pacientes a procurarem diversas e inúmeras especialidades
contralateral+IMT=0.8), TNF (IR=0.16/IR+IMT=0.06, p<0,05, vs. contralateral=0.13/ antes do diagnóstico, numa verdadeira peregrinação. Este fato ocorre mesmo em cidade
contralateral+IMT=0.009, p<0,05), IL-1beta (IR=1.2/IR+IMT=0.16 p<0,05, vs. de médio porte da região Sudeste, com acesso aos diversos níveis de saúde pública,
contralateral=0.5/contralateral+IMT=0.3) e IL-10 (IR=0.15/IR+IMT=0.03 p<0,05, vs. fazendo com que, apesar de 86% dos pacientes terem sido avaliados por nefrologista
contralateral=0.07/contralateral+IMT=0.0). OPN estava aumentada em relação ao não tratado antes de se iniciar o tratamento dialítico, apenas 33% submeteram-se a tratamento
(IR=1836,87/IR+IMT=1427,55 vs. contralateral=1206,42/ contralateral+IMT=355,39, conservador com esta especialidade.e apenas 24% tiveram tempo de realizar FAV.
p<0,05), e BMP-7 apresentou um pequeno aumento na expressão com o tratamento, mas não
significante (IR=23,64/IR+IMT=39,95 vs. contralateral=97,18/contralateral+IMT=23,64,
p<0,05). Análise do transcrito gênico de HO-1 mostrou aumento na sua expressão
(IR=0.12/IR+IMT=0.36 p<0,05, vs. contralateral=0.02/ contralateral+IMT=0.04) em rins
tratados com IMT e submetidos à IR. α-SMA estava diminuída no tecido renal em animais
tratados com IMT. Bloqueio não seletivo das COX resulta em menor processo inflamatório.
Análise TM mostrou redução na fibrose intersticial em animais tratados. Conclusão: Há uma
resposta imune persistente após um único episódio isquêmico. O Tratamento com IMT
resultou na diminuição da resposta imune nestes animais, diminuindo assim o processo
fibrótico. Apoio Financeiro: FAPESP 04/08311-4, 04/13449-7 e 04/13825-6.

IRC 023 IRC 024 (TL 004)

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS E CONCOMITANTES DOS PARATIREOIDECTOMIA REDUZ EVENTOS CARDIOVASCULARES E
PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE EM CIDADE DO MORTALIDADE EM PACIENTES RENAIS COM HIPERPARATIREOIDISMO
INTERIOR PAULISTA. VALÉRIA COSTA-HONG;V.JORGETTI, L.H.W.GOWDAK, R.M.A.MOYSES,
SOARES, A.C.C. ; DIAS, D.M.; COSTA, A.L.L.; MASSA, E.B.; SABER, L.T.S. E.M.KRIEGER. J.J.G.DE LIMA
CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - UNAERP HIPERTENSÃO (INCOR-HC.FMUSP) E NEFROLOGIA (HC.FMUSP)

O objetivo deste estudo foi avaliar as condições clínicas dos pacientes em tratamento Introdução: As doenças cardiovasculares (CV) constituem a principal causa de morte
dialítico. Através de questionário pré-determinado, durante o período de dezembro de entre pacientes com doença renal crônica (DRC). O efeito da paratireoidectomia (PTX)
2005 a maio de 2006, foram entrevistados 100 pacientes (50 homens/50 mulheres) em na incidência de eventos CV e morte nessa população é desconhecida. Objetivo:
tratamento crônico de hemodiálise. Como co-morbidades, os pacientes apresentam as Testamos a hipótese de que PTX reduz a incidência de complicações CV e morte nos
seguintes condições, algumas vezes sobrepostas: HAS 71%, DM tipo II 37%, DM tipo I pacientes com DRC e hiperparatireoidismo secundário (HPTS). Material e Métodos:
3%, dislipidemia 16%, neoplasias 2%, doença arterial coronariana 1%, hepatite B 6%, Estudamos 118 pacientes DRC, com HPTS em hemodiálise, não responsivo ao
hepatite C 4%, doença de Chagas 3%, HIV 1%. Indagados sobre a presença de sinais ou tratamento e com indicação de PTX (44 ± 10a, 66M e 77B).Os pacientes foram seguidos
sintomas associados ao estado clínico atual, foram relatados, como principais alterações, desde o momento da indicação da PTX até a ocorrência de óbito, evento cardiovascular
anemia e fraqueza, entre outros. Questionados sobre as alterações que associam como ou transplante renal. Resultados: Não houve óbitos cirúrgicos. Após 30 meses de
complicações da HD, relataram principalmente câimbras e hipotensão. A totalidade dos seguimento, 50 pacientes (42,4%) tinham sido submetidos à PTX e 68 (57,9%) ainda
pacientes fazia uso de algum tipo de medicação, sendo as mais freqüentes os anti- aguardavam PTX. Os grupos não apresentaram diferenças quanto a idade, raça, sexo,
hipertensivos (64%), diuréticos 27%, polivitamínicos 20%, insulina 19%, estatinas 12%, paratormônio, cálcio, fósforo e produto cálcio-fósforo. A ausência da PTX (RR=2,36, IC
quelante de fósforo 8% e antidepressivos 6%. Em relação aos hábitos dos pacientes, 1,11-6,32, p =0,02) e idade (RR=1,07, IC 1,02-1,14, p=0,009) foram preditores
constatamos a presença de tabagismo em 19%, alcoolismo em 20% e uso de drogas em independentes de eventos, enquanto a ausência da PTX (RR=2,34, IC 1,25-5,14,
2%. Como forma de se avaliar o estado nutricional foi analisado o IMC e constatado que p=0,007) e hematócrito (RR=1,15, IC 1,03-1,29, p=0,01) foram preditores de morte por
21% dos pacientes encontram-se subnutridos, com IMC<20. Da amostra analisada, 54% qualquer causa. Conclusão: PTX confere proteção contra eventos CV futuros e morte em
dos pacientes encontram-se a espera de transplante renal (44 com doador morto), pelo pacientes renais crônicos com HPTS.
período compreendido entre 1 mês e 7 anos (média 2.4 anos). Dos 46% restantes, 36 não
apresentam condições clínicas e 10 referem que ainda não têm tempo suficiente de
diálise. A análise dos dados revela que, apesar do tratamento, esta população é muito
sintomática, necessitando fazer uso de várias medicações, e que uma parcela
considerável (21%) apresenta IMC abaixo da normalidade. Revela ainda ser alta a
incidência de alcoolismo e droga adição.

66 XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia


Insuficiência Renal Crônica J Bras Nefrol - Volume 29 - nº 3 - Supl. 2 - Setembro de 2007

IRC 025 (TL 005) IRC 026

AS CÉLULAS LINHAGEM NEGATIVA (LIN-) DE MEDULA ÓSSEA ANÁLISE DE MARCADORES CLÍNICO-LABORATORIAIS DE ADEQUAÇÃO
ATENUAM A PROGRESSÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM MODELO EM PACIENTES DIALÍTICOS COM FERRITINA ELEVADA
EXPERIMENTAL DANILO ANUNCIATTO SGUILLAR; BENEDITO JORGE PEREIRA, CLEUSA
CRISTIANNE DA SILVA ALEXANDRE; RILDO A. VOLPINI, TALITA ROJAS C. MARIA LIÃO, ALEXANDRE ROQUE, MARY CARLA ESTEVES DIZ, CARLOS
SANCHES, MARIA HELOÍSA M. SHIMIZU, ANTÔNIO CARLOS SEGURO, SÉRGIO PEREIRA BARBOSA
LÚCIA DA CONCEIÇÃO ANDRADE HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL
LIM 12 FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Introdução: pacientes em hemodiálise (HD) tem a associação de inflamação, doença
Para determinar se as stem cells de medula óssea eram capazes de retardar a progressão cardiovascular, desnutrição protéico-calórica e inadequação à HD. Objetivos: avaliar a
da doença renal crônica, foram usadas células linhagem negativa (Lin-) separadas prevalência de ferritina (Fer) elevada em pacientes em HD e correlacionar esse achado
magneticamente e injetadas em ratos submetidos à injúria renal. Ratos singênicos Fischer com marcadores laboratoriais relevantes para adequação em HD (segundo KDOQI
344 foram submetidos à nefrectomia 5/6 (Nx) e divididos em 3 grupos: Nx (não 2006). Materiais e Métodos: foram estudados pacientes em HD sendo coletados: doença
tratados); NxSC1 (2x106 células Lin no 15º dia de pós-operatório); e NxSC3 (2x106 de base, tempo de diálise, tipo e tempo de acesso, a presença de infecção no último mês,
células Lin- no 15º, 30º e 45º dias de pós-operatório). No 60º dia pós-operatório clearance antecedentes de angina, adequação HD pelo spktv, URR e PCR e dados laboratoriais:
de inulina, imunohistoquímica e immunoblotting foram realizados. Dados expressos em uréia (U), creatinina (Cr), K, índice de massa corporal (IMC), hemoglobina (Hb),
médiaSEM. hematócrito (Hto), proteína C reativa (PCRe), VHS, ferro (Fe), Fer e albumina (Alb).
Considerados pacientes com tendência a inflamação: Fer elevada (>800mcg/dL), VHS
Grupo Controle Nx NxSC1 NxSC3 elevado (>20mm) e PCRe elevado (>0,8mg/dL) Os dados foram descritos em
Clear. inulina(ml/min/100gPC) 0.690.04a 0.330.02 0.350.05 0.330.04 porcentagens, média e desvio padrão. Nas variáveis quantitativas foram utilizados o teste
Proteinúria (mg/dia) 4.40.7b,c,d 12.00.5 8.71.1e 8.11e t student ou Mann Whitney e nas variáveis qualitativas o teste exato de Fisher e qui-
Hematócrito (%) 51.40.9 432.5f 472.2 502 quadrado. Resultados: analisados 12 pacientes, apresentando 61,8±9,3anos, 33,3%
Índice Glomeruloesclerose 0.040.01 b 1.40.3 0.60.2 e 0.70.2e
masculino e 66,7% feminino, com 27,8±13,6 meses em HD e 23,2±14,7 meses de acesso
Células ED-1+ /0,245 mm2 0.080.02b 12.33.3 4.60.7e 4.61.1e
ap<0.01 vs. todos os grupos; bp<0.001 vs. Nx; cp<0.01 vs. NxSC1; dp<0.05 vs. NxSC3;
vascular(75% FAV, 8,3% PTFE, 8,3% permicath e 8,3% cateteres de DL. Doença de
ep<0.05 vs. Nx; fp<0.05 vs. controle e NxSC3 base: 50% com nefropatia diabética, 33,4% nefroesclerose hipertensiva, 8,3% nefrite
lúpica e 8,3% nefropatia obstrutiva. A PCre inalterada em todos os pacientes (0,49±0,16
A marcação para PCNA mostrou que a proliferação celular foi maior nos ratos Nx mg/dl). Cr e U coms respectivos valores de 9,11±3,9mg/dl e 136±48,48mg/dl. Dos
(p<0.001 vs todos os grupos) e menor nos ratos tratados. A expressão da proteína p21 e 58,3% (n=7) com Fer elevada:28,5% com Hb inadequado (<11,0mg/dl), 16,7% spktv
da proteína VEGF foram maiores nos ratos Nx que nos animais controle e tratados. A inadequado (<1,2), 14,2% URR inadequado (<65%), 50% PCR inadequado (<1,2),
infusão de células Lin- reduziu a anemia, a proteinúria, a glomeruloesclerose e a 85,71% VHS alto (>20mm), 85,7% tinham Fe normal, 57,1% Alb baixa (<3,5mg/dl),
infiltração de macrófagos, bem como a expressão das proteínas p21 e VEGF. Esses dados 16,7% desnutridos (IMC<20) e 57,1% referiram angina. Não houve diferenças
sugerem que a infusão dessas células atenua a progressão da doença renal crônica estatisticamente significativas ao comparar pacientes com Fer elevada ou não elevada.
experimental. Conclusão: houve a tendência dos pacientes que apresentavam Fer elevada à
hipoalbuminemia, elevação do VHS, antecedentes de angina e Fe normal, o que se
equipara com tendências da literatura quando se trata de pacientes com IRC e inflamação.

IRC 027 IRC 028

A SOBRECARGA DE CÁLCIO E FÓSFORO ALTERA A ESTRUTURA ÓSSEA ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES QUE REALIZAM
DE RATOS URÊMICOS. HEMODIÁLISE
DANIELLA G BATISTA; ANDRÉA O MAGALHÃES, FABIANA G GRACIOLLI, THAÍS MELATTO; MAYRA V. MATTA, REGINA C.V.M. BURNEIKO,
LUCIENE M DOS REIS, MELANI R CUSTÓDIO, CAROLINA L NEVES, SUSIMARY A. T. PADULLA
VERÔNICA C N DE GOUVEIA, KÁTIA R NEVES, ROSA M A MOYSES E VANDA UNESP CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
JORGETTI.
FACULDADE DE MEDICINA DA USP. Introdução: Insuficiência renal crônica (IRC), é o resultado de múltiplos sinais e
sintomas decorrentes da incapacidade renal de manter a homeostasia interna do
Pacientes com doença renal crônica tem alto risco de desenvolver osteoporose, o que organismo. O tratamento pode ser feito através da hemodiálise, a qual gera impacto
motiva a busca por fatores que contribuem para a perda óssea nestes pacientes. social, físico e psicológico. A fisioterapia visa melhorar a Qualidade de Vida e da
Avaliamos a sobrecarga de cálcio (Ca) e fósforo (P) na dieta de ratos urêmicos e com funcionabilidade desses pacientes Objetivos: Amenizar as queixas dos pacientes,
função renal normal, fixando o paratormônio (PTH). Vinte e dois ratos machos, wistar melhorar o bem estar físico e psicológico, facilitar a realização das AVDs, promover um
foram submetidos a paratireoidectomia e nefrectomia 5/6 (Nx) ou foram sham operados. momento de descontração e relaxamento durante a terapia hemodialítica, ganhar
A atividade do PTH foi mantida através do implante de mini - bombas osmóticas com amplitude de movimento, fortalecer a musculatura, diminuir dores, drenar linfedemas e
infusão de 1-34 PTH de rato (0,22µg/100g/hora). Os animais Sham receberam infusão de realizar orientação postural. Metodologia: 27 pacientes de ambos os sexos, portadores
veículo. As dietas diferenciavam pelo conteúdo de Ca e P: pobre em Ca/P (PCa/P) de IRC, freqüentadores das sessões de hemodiálise da Santa Casa de Misericórdia de
=0,02%/ 0,2% e Rica em Ca/P (RCa/P) = 1,2%/ 1,2%. Os grupos foram divididos em: Presidente Prudente, inicialmente abordados quanto as suas principais queixas e, a partir
Sham dieta controle (DC: Ca = 0,7%/ P= 0,7%), Sham PCa/P, Sham RCa/P, Nx PCa/P e destas, foi elaborado um protocolo de exercícios globais, contendo alongamento cervical,
Nx RCa/P. Após 2 meses, os animais foram sacrificados e realizadas as análises de membros superiores e inferiores; fortalecimento de membros superiores, inferiores e
bioquímica e histomorfométricas (tabela). Em conclusão a sobrecarga de Ca e P na dieta da musculatura abdominal; exercícios respiratórios e relaxamento. Ao término do
diminuiu o volume e alterou a microarquitetura óssea nos ratos urêmicos com infusão período de execução do protocolo, foram colhidas, novamente, as queixas, para comparar
fixa de PTH. os resultados obtidos antes e após a execução. Resultados: Queixas: rigidez, dormência
e edema de membros; dores na coluna, articulações, tórax e abdômen; câimbra,
Sham DC Sham PCa/P Sham RCa/P Nx PCa/P Nx RCa/P constipação intestinal, cansaço e falta de ar, que melhoraram 86,7% após a aplicação do
(N=6) (N=5) (N=3) (N=3) (N=5) protocolo. A melhora das queixas analisadas variou entre 54,5% para casos de câimbra e
Cr (mg/dl) 0,4±0,05 0,55±0,05 0,5±0,1 0,82±0,1 0,77±0,06 b 100% para casos de rigidez, dormência e edema dos membros superiores, rigidez e
Cai (mmol/L) 1,02±0,8 1,22±0,04 1,19±0,1 0,57±0,03 a 0, 73±0,34 edema dos membros inferiores e falta de ar. Conclusão: O tratamento fisioterapêutico foi
P (mg/dl) 6,6±0,45 4,6±0,9 6,4±0,72 13,5±0,6 c 9, 64±1,4
bem aceito e mostrou-se importante na redução dos sintomas mencionados, além de
PTHi (pg/ml) 164,3±62,6 282±97,5 194±142,9 30,5±2,27 82±42,8 melhorar a funcionalidade dos pacientes na realização das AVDs.
BV/TV (%) 18,8±2,4 14,6±2,5 19,14±4,8 22,2±2,17 d 12,13±2,5
Tb.N (/mm) 2,9±0,22 2,17±0,34 2,64±0,6 3,61±0,15 a 1,92±0,25
Tb.Sp (µm) 288,5±26,8 270,7±98,1 356,8±117,7 215,9±14,4d 490,8 ±66,8

Cr: creatinina; Cai: cálcio iônico; BV/TV: volume osteóide; Tb.N: número de trabéculas; Tb.Sp:
separação das traves. P<0,05: a: Nx PCa/P vs Sham PCa/P e Nx RCa/P; b: Nx HCa/P vs Sham;
c: Nx PCa/P vs Sham e Sham PCa/P; d: Nx PCa/P vs Nx RCa/P.

XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia 67


J Bras Nefrol - Volume 29 - nº 3 - Supl. 2 - Setembro de 2007 Insuficiência Renal Crônica

IRC 29 IRC 030

EFEITOS ANTI-FIBRÓTICOS DO TAMOXIFENO EM FIBROBLASTOS AVALIAÇÃO FÍSICA E PREVALÊNCIA DE DOR LOMBAR CRÔNICA EM
RENAIS PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
R.C. CAVAGLIERI, H. DELLÊ, W.V. DOMINGUEZ, C. SILVA, T.M.F. ROCHA, TATIANA CRISTOFOLINI; SERGIO DRAIBE, RICARDO SESSO.
L.S.S. CASADO, J.R.C. ROCHA, I.L. NORONHA UNIFESP/EPM
LABORATÓRIO DE FISIOPATOLOGIA RENAL DA FACULDADE DE MEDICINA
DA UNIVERSIDADE -SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP Introdução: Pacientes renais crônicos em hemodiálise podem ter diversas alterações
musculares, ósseas, inflamatórias e posturais que poderiam predispor a lombalgia.
Introdução: A doença renal crônica progressiva é caracterizada pela deposição Objetivo: avaliar em pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise a
excessiva de matriz extracelular levando à formação de fibrose. O uso de drogas anti- presença de dor lombar e os fatores relacionados a ela. Metodologia: Num estudo com
fibróticas, como o tamoxifeno (TAM), pode ser uma promissora estratégia. Contudo, os delineamento transversal, foram avaliados 205 pacientes clinicamente estáveis com
mecanismos responsáveis por este efeito continuam desconhecidos. Objetivo: Analisar insuficiência renal crônica em hemodiálise. A avaliação física e funcional foi realizada a
o efeito in vitro do TAM em fibroblastos renais pela proliferação celular e partir de escala de equilíbrio de Tinetti; que consiste em 48 questões e foi traduzida e
produção/secreção de TGF-ß1. Métodos: Linhagem de fibroblastos renais (NRK-9F) validada em nosso meio. A avaliação da força muscular foi realizada através do Teste
cultivada e estimulada com IL-1ß (200 pg/mL) ou angiotensina II (AngII; 10-7M) foi Manual Muscular com graduação da força conforme escala de Kendall. Os pacientes
exposta ao TAM (5 µM). A atividade proliferativa foi medida através da incorporação de foram questionados sobre dor na coluna vertebral e duração da dor. Apenas foram
[3H]-timidina por 12, 24 e 48h. A expressão de TGF-ß1 foi analisada por RT-PCR e a consideradas as queixas de dor lombar na região dorsal, entre o último arco costal e a
concentração da forma ativa de TGF-ß1 foi dosada no sobrenadante por ELISA. prega glútea, que não fossem relacionadas a infecções, tumores ou fraturas, e com
Resultados: O estímulo com IL-1ß e AngII após 48h induziu um aumento na duração maior de três meses. Resultados: 74 pacientes (36%) apresentavam lombalgia.
proliferação celular comparado com veículo (22.248±1.092 e 20.711±179 vs. Eles eram mais idosos (P=0,020), estavam em diálise por mais tempo (P=0,071) e
18.266±572 cpm, respectivamente; p<0,05). O tratamento com TAM inibiu a apresentavam mais freqüentemente comorbidades do que os sem dor lombar. Entre os
proliferação de fibroblastos estimulados IL-1ß e AngII (7.481±1.053 e 6.158±1.391 cpm, pacientes com lombalgia, 75,7% apresentavam déficit de equilíbrio e 59,5% tinham
respectivamente; p<0,05). Resultados semelhantes foram obtidos em 12 e 24h. O TAM fraqueza muscular. Análise multivariada confirmou que os fatores relacionados a
reduziu a expressão de RNAm (0,83±0,17 vs. 1,05±0,51 pixels ; p<0,05) e a produção de lombalgia foram o déficit de equilíbrio (OR: 9,30; IC 95%: 2,77–31,20), déficit de força
TGF-ß1 em fibroblastos renais estimulados (337±51 vs 567±50 pg/ml IL-1ß e 296±39 vs. muscular (OR: 17,40, IC 95%: 4,99–60,74), hipertensão arterial (OR: 4,65; IC 95%:
679±87 pg/ml AngII; p<0,05). Conclusão: Estes resultados demonstram que o TAM é 1,32–16,37), doença óssea (OR: 38,65; IC 95%: 9,99–149,55) e doença cérebro-vascular
um potente inibidor da proliferação de fibroblastos. Adicionalmente, seu efeito anti- (OR: 19,08; IC 95%: 2,87– 126,88). Conclusão: Lombalgia afeta mais de 1/3 dos
fibrótico pode ser atribuído à diminuição da produção e secreção celular de TGF-ß1. pacientes em hemodiálise. Este trabalho demonstrou a importância de avaliações físicas
Apoio finaceiro: FAPESP e funcionais nestes pacientes. Intervenções que diminuam a fraqueza muscular, o déficit
de equilíbrio e abordem comorbidades poderão eventualmente melhorar a sintomatologia
de lombalgia nestes pacientes.

IRC 031 IRC 032

DOENÇA ÓSSEA DE BAIXA REMODELAÇÃO EM PACIENTES RENAIS OSTEOPOROSE EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS NA FASE PRÉ-
CRÔNICOS PRÉ-DIÁLISE NA PRESENÇA DE NÍVEIS NORMAIS OU DIALÍTICA. ANÁLISE HISTOMORFOMÉTRICA.
ELEVADOS DE PARATORMÔNIO. CARVALHO AB1, HIGA A1, TOMIYAMA C1, JORGETTI V2, BARRETO FC1,
CARVALHO AB1, HIGA A1, TOMIYAMA C1, JORGETTI V2, BARRETO FC1, HERNANDES F1, DRAIBE SA1, CANZIANI MEF1.
HERNANDES F1, DRAIBE SA1, CANZIANI MEF1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO1, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO1, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO2
Introdução: Apesar do crescente interesse pelas alterações do metabolismo ósteo-
Introdução: A osteodistrofia renal (ODR) é uma desordem da remodelação óssea que só mineral na doença renal crônica (DRC), poucos estudos têm abordado a osteoporose nos
pode ser corretamente avaliada através da biópsia óssea. Embora a maioria dos estudos é pacientes renais crônicos, sobretudo na fase pré-diálitica, através da biópsia óssea.
realizada em pacientes dialíticos, sabe-se que a ODR está presente desde as fases iniciais Objetivo: Avaliar a osteoporose através da biópsia óssea em pacientes com DRC na fase
da doença renal crônica (DRC). Objetivo: Avaliar a ODR através de biópsia óssea em pré-dialítica. Métodos: Cinqüenta pacientes com DRC estágio 2-4, consecutivamente
pacientes com DRC na fase pré-dialítica. Métodos: Cinqüenta pacientes com DRC selecionados, foram submetidos à biópsia óssea, previamente marcada com tetraciclina e
estágio 2-4 foram submetidos à biópsia óssea, previamente marcada com tetraciclina e seguida de análise histomorfométrica. A avaliação laboratorial incluiu clearance de
seguida de análise histomorfométrica. A avaliação laboratorial incluiu clearance de creatinina, cálcio iônico, fósforo, fosfatase alcalina, PTHintacto, 25(OH)vitaminaD,
creatinina, cálcio iônico, fósforo, fosfatase alcalina, PTHintacto, 25(OH) vitamina D e osteoprotegerina e bicarbonato. Além de dosagem de LH, FSH, estradiol e testosterona
1,25(OH)2 vitamina D. A taxa de formação óssea (BFR/BS) foi usada para classificar livre para investigar hipogonadismo. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado
os pacientes em dois grupos: doença óssea de baixa remodelação [BFR/BS < 0,06 (sexo para todos os pacientes. Osteoporose foi definida como volume trabecular ósseo < 17,4%
masculino) ou < 0,04 µm3/µm2/dia (sexo feminino)] e de normal / alta remodelação. (sexo masculino) ou < 14,7% (sexo feminino). Doença óssea de baixa remodelação foi
Nenhum paciente estava em uso de vitamina D. Resultados: De acordo com o K/DOQI, diagnosticada pela presença de uma taxa de formação óssea < 0,06 µm3/µm2/dia (sexo
7 (14%), 25 (50%) e 18 (36%) pacientes estavam no estágio 2, 3 e 4 da DRC, masculino) ou < 0,04 µm3/µm2/dia (sexo feminino). Resultados: 42% dos pacientes
respectivamente; 86% dos pacientes apresentavam doença óssea de baixa remodelação. apresentaram osteoporose. Fatores de risco como raça branca, sexo feminino, presença
Desses, 90,6% estavam dentro ou acima dos limites alvo de PTHi recomendados pelo de diabetes e idade não apresentaram diferença estatisticamente significante. Todavia, os
K/DOQI. Pacientes com doença óssea de baixa remodelação apresentaram níveis séricos pacientes osteoporóticos apresentaram menor IMC (24,7 ± 3,4 vs 27,3 ± 4,5 kg/m2; p <
significativamente menores de fósforo (3,7 ± 0,7 vs 4,3 ± 0,6 mg/dl; p =0,03) e 0,05), maior freqüência de hipogonadismo [12 (57%) vs 8 (27%); p< 0,05] e de doença
PTHintacto (131,8 ± 126,9 vs 207,4 ± 124,9 pg/ml) comparados aos dos pacientes do óssea de baixa remodelação [21 (100%) vs 22 (75,8%); p < 0,05]. Não houve diferença
outro grupo. Não houve diferença com relação aos demais parâmetros bioquímicos com relação aos demais parâmetros laboratoriais analisados. Conclusões: A osteoporose
analisados. Conclusão: A doença óssea de baixa remodelação apresenta elevada é uma condição freqüente nos pacientes com DRC pré-diálise. Associa-se com baixo
prevalência entre pacientes com DRC na fase pré-dialítica, apesar dos níveis de IMC, hipogonadismo e doença óssea de baixa remodelação.
PTHintacto estarem dentro, ou até mesmo acima, daqueles recomendados.

68 XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia


Insuficiência Renal Crônica J Bras Nefrol - Volume 29 - nº 3 - Supl. 2 - Setembro de 2007

IRC 033 IRC 034

REPRESENTAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E SUA RELAÇÃO COM O PREDITORES DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM IDOSOS COM
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE. DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEAL
CLÉVIA DOS SANTOS PASSOS; VALÉRIA A. P. DOS SANTOS, DENISE H. M. P. CASSIO J O RODRIGUES; BENEDITO J PEREIRA, MARIANA B PEREIRA,
DINIZ CHARMY C F ARAÚJO, KISS R S MENESES, ALCÊNIA C RODRIGUES,
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP) - DISCIPLINA SANDRA M R LARANJA
NEFROLOGIA/SETOR DE PSICONEFROLOGIA (NÚCLEO DE QUALIDADE DE SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DO
VIDA) HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – SP

Introdução: Por conta de doença crônica e do tratamento, a estrutura corporal sofre Introdução: Tanto a idade avançada quanto a doença renal crônica (DRC) estágio V
modificações e a imagem corporal (IM) sofre um impacto, sendo que o paciente pode estão associadas a alta mortalidade cardiovascular. O estabelecimento de fatores de risco
passar a apresentar auto-estima diminuída e não adesão ao tratamento. Objetivo: Avaliar cardiovascular específicos desta população é imperioso. Objetivo: Avaliar
a percepção da imagem corporal em pacientes nefropatas em Programa de Hemodiálise prospectivamente variáveis associadas com a incidência de eventos cardiovasculares em
(HD) e analisar as associações existentes entre IC e tempo de HD. Método: Estudo idosos em CAPD ou APD. Métodos: Dezenove pacientes, com idade acima de 55 anos,
descritivo transversal. Sujeitos: amostra constituída por 28 pacientes que consentiram em em programa de diálise peritoneal (CAPD ou APD), foram acompanhados por um
participar da pesquisa após terem sido informados de seu objetivo através do termo de período de três anos. Tendo como desfechos principais as incidências de eventos
consentimento livre e esclarecido. 60 % mulheres, idades entre 27 e 76 anos cardiovasculares ou óbito, foram comparadas as variáveis, analisadas ao início do estudo:
(54,39±11,5), massa corporal (MC) de 67,9 ± 16,89 kg, estatura 160,1 ± 10,11 cm. idade, sexo, etiologia da DRC, pressão arterial, glicose, uréia, creatinina, hematócrito,
Inicialmente, para cálculo do índice de massa corporal (IMC), foram mensurados a MC Kt/V, PTH, fosfatase alcalina, colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol,
(Kg) em balança digital, e altura (m). Procedimentos: Todas as medidas antropométricas triglicérides, albumina, proteína C reativa (PCR), homocisteína, parâmetros
foram realizadas individualmente, em sala reservada da Clínica de Nefrologia Santa Rita, ecocardiográficos e o escore de Framingham. Resultados: O grupo demonstrou uma
SãoPaulo/SP. Para avaliar a percepção da IC, utilizou-se a Escala de Figuras de Silhuetas mortalidade de 52,6% (dez pacientes), sendo 40% de causa cardiovascular. O grupo com
(Contour Drawing Rating Scale) com nove silhuetas de cada gênero, onde o paciente o desfecho “mortalidade global” apresentou maior idade (73,2±6,4 x 64,2±2,2 anos;
identificou-se com uma destas e a posteriori confrontada com o IMC. Resultados: O p=0,02). Também foram maiores os níveis de glicose, fósforo, PCR e escore de
conjunto de dados obtidos revela que ao analisar o IMC real, 39,3% dos pacientes Framingham e menores os níveis de albumina, embora sem significância estatística. O
encontra-se em valores normais (NORs), 35,7% sobrepeso (SBP) e 25 % obesos (OB). grupo que apresentou eventos cardiovasculares apresentou menores níveis de albumina
Questionados sobre a figura correspondente à sua silhueta atual, 50% se consideraram (3,5±0,3 x 3,9±0,3; p=0,035). O escore de Framingham previu uma incidência de eventos
OB, 28% eutróficos/NOR, e 14% com SBP. Quando avaliada as médias de IMC cardiovasculares de 14±5,9% (em dez anos). Conclusões: Pacientes idosos com DRC em
correspondente ao que desejam ter, 53,6% ter peso dentro dos limites considerados programa de diálise peritoneal apresentam alta mortalidade, em grande parte de causa
NORs, 28,6% um pouco maior e 17,9% ter um peso bem maior. Ao analisarmos a cardiovascular. Menores níveis de albumina são preditores de eventos cardiovasculares
associação entre IMC e tempo de HD, constatou-se que 66% dos pacientes tratados há nesta população, sendo que o escore de Framingham parece subestimar a real incidência
mais de quatro anos, não subestimaram sua IC atual em relação ao IMC real. 43,75% dos de eventos.
pacientes com até quatro anos em HD se consideram dentro do peso adequado, 32,5 %
com excesso de peso. Conclusão: Os resultados apresentaram a presença de leve à
moderada distorção da IC, que mesmo o paciente apresentando um IMC entre limites
considerados de adequados a SBP, a figura mental da IC percebida tendeu a ser maior. A
constante avaliação das dimensões pertinentes a Qualidade de Vida relacionada a
Saúde, por multiprofissionais, torna-se relevante para acompanhar o grau de satisfação
ou insatisfação em relação à própria IC dos pacientes em HD, a qual interfere na adesão
ao tratamento.

IRC 035 (TL 006) IRC 036

MUDANÇAS NO ÂNGULO DE FASE E NA MASSA CELULAR CORPORAL BAIXA ADESÃO À DIETA HIPOPROTÉICA EM PACIENTES COM DOENÇA
AO LONGO DA PROGRESSÃO DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) RENAL CRÔNICA NA FASE NÃO DIALÍTICA.
MARIA IN S BARRETO SILVA1 ; AVESANI CM1, VALE B1, BREGMAN R2. BÁRBARA VALE1; AVESANI CM1, SILVA MIB1, BREGMAN R2.
1 INSTITUTO DE NUTRIÇÃO - UERJ, 2 DISCIPLINA DE NEFROLOGIA – UERJ.
1INSTITUTO DE NUTRIÇÃO-UERJ,2DISCIPLINA DE NEFROLOGIA – UERJ

A bioimpedância elétrica (BIA) é um método reconhecido na avaliação da composição A restrição protéica é uma das principais manipulações dietéticas orientadas aos
corporal de pacientes com DRC. O ângulo de fase (AngF) e a massa celular corporal pacientes com DRC na fase não dialítica. Objetivo: Avaliar a adesão à dieta hipoprotéica
(MCC), ambos derivados da BIA, indicam integridade da membrana celular e do estado de pacientes com DRC na fase não dialítica. Pacientes: 31 pacientes (20 masculino; 68,3
nutricional (EN). Objetivo: Identificar as mudanças no AngF e na MCC no curso da ±9,7 anos; TFG:32,9 ±11,3 ml/min; média ±DP) com taxa de filtração glomerular (TFG)
evolução da DRC. Pacientes e métodos: Foram avaliados 113 pacientes com DRC em ≤ 60 ml/min., que foram orientados a seguir dieta hipoprotéica há no mínimo 2 meses.
tratamento ambulatorial por no mínimo 6 meses (69 homens; 64,2±12,8 anos; Métodos: Avaliação da ingestão protéica (IP) foi feita por 3 recordatórios alimentares de
média±DP), taxa de filtração glomerular (TFG)= 60-15 ml/min. Os pacientes foram 24 h (R24h) em 3 consultas consecutivas (T1, T2, T3) com intervalo de 6-14 meses entre
agrupados em: DRC estágio 4 (n=56) e DRC estágio 3 (n=57). Foram usadas a as consultas. Pacientes com TFG entre 60-30 ml/min (DRC estágio 3 - DRC3; n=17)
resistência e reactância da BIA (Biodynamics®) para determinar o AngF, MCC, massa tinham orientação de dieta com 0,8 g/kg/dia e aqueles com TFG ≤ 30 ml/min (DRC
magra (MM), água intra (AI) e extra (AE) celular. Resultados: Os grupos DRC estágio Moderada – DRC4; n=14), dieta com 0,6 g/kg/dia. Resultados: O intervalo entre o 1º e
4 e 3 apresentaram IMC (25,3 ±4,7 vs 26,6 ±4,4 kg/m2; P: NS, test-t); idade (63,5 ±14,6 o 3º R24 h foi 9,3 ±2,1 meses. O grupo DRC3 e DRC4 não diferiram em relação ao IMC
vs 65 ±10 anos, P: NS) semelhantes. Homens com DRC4 (n=34) apresentaram AngF (6,3 (25,2 ±3,6 vs 25,7 ±3,9 kg/m2, P:NS, t Test, respectivamente) e idade (68,5 ±11,2 vs 68
±2,3 vs 7,8 ±3,5 graus; P=0,03), MCC (19,9 ±3,8 vs 22,1 ±3,6 kg; P=0,01) e AI (24,4 ±6,9 anos; P:NS, respectivamente). A IP não diferiu significantemente entre as 3
±5,4 vs 27,5 ±5,4 L, P=0,02) menor do que o grupo DRC3 (n=35). A MM e a AE não consultas, tanto para os pacientes do grupo DRC3 (T1:1,05 ±0,37 g/kg/dia; T2:0,98
diferiram entre os grupos. Mulheres com DRC4 (n=22) apresentaram: tendência a menor ±0,44 g/kg/dia; T3:0,82 ±0,27 g/kg/dia; repeated measures ANOVA, p:NS), quanto para
MCC (13,2 ±2,3 vs 14,3 ±1,7 kg, P=0,06) e AI (15,5 ±3,3 vs 17,5 ±2,5; P=0,06) do que os pacientes do grupo DRC4 (T1: 0,91 ±0,31 g/kg/dia; T2:0,90 ±0,42 g/kg/dia; T3:0,95
aquelas com DRC3. O AngF, MM e AE não diferiram entre os grupos. Conclusão: O ±0,38 g/kg/dia; P:NS). O percentual médio de adequação da IP do grupo DRC3 (T1: 131
AngF, MCC e AI, estimados pela BIA, diminuem com a piora da função renal, ±47%; T2: 123 ±55%; T3: 103 ±34%) e do grupo DRC4 (T1: 153 ±53%; T2: 150 ±71%;
principalmente nos homens. Estas alterações não foram detectadas pela medida da MM. T3: 159 ±63%) esteve acima de 100%. Conclusão: A adesão à dieta hipoprotéica é baixa
Esses resultados sugerem que esses indicadores são mais sensíveis que a MM para e os pacientes mantêm um padrão alimentar de IP ao longo de aproximadamente 1 ano.
identificar mudanças no EN em pacientes com DRC. Estratégias de educação nutricional que possam aprimorar a adesão a essa orientação
alimentar devem ser exploradas.

XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia 69


J Bras Nefrol - Volume 29 - nº 3 - Supl. 2 - Setembro de 2007 Insuficiência Renal Crônica

IRC 037 IRC 038

HÁBITOS ALIMENTARES DE PACIENTES PORTADORES DE QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES QUE REALIZAM HEMODIÁLISE
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PRESIDENTE PRUDENTE - SP
FLÁVIA PATRÍCIA LUANA MACIEL MAYRA VILELA DA MATTA; THAÍS MELATTO, REGINA C.V.M. BURNEIKO,
SUSIMARY A. T. PADULLA
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é caracterizada por uma crescente incapacidade do UNESP CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
rim em manter níveis baixos dos produtos do metabolismo das proteínas (como a uréia)
e valores normais da pressão arterial (PA). Com o desenvolvimento das técnicas Introdução: A insuficiência renal crônica (IRC) é um diagnóstico supostamente
dialíticas criou-se a necessidade de orientações dietéticas específicas que sejam capazes irreversível da função renal. Quando não é possível a manutenção da saúde através do
de melhorar o estado nutricional do paciente. A dieta especial em hemodiálise pode tratamento convencional, a hemodiálise torna-se necessária, levando a complicações que
necessitar mudanças significativas nos hábitos alimentares e no padrão comportamental. prejudicam a Qualidade de Vida (QV). Objetivos: Avaliar e comparar a QV de pacientes
O objetivo deste estudo foi avaliar os hábitos alimentares dos pacientes submetidos à que realizam fisioterapia durante a sessão de hemodiálise, com aqueles que não realizam.
hemodiálise, por meio de um questionário de consumo alimentar e esquema de diálise. Metodologia: 22 pacientes, de ambos os sexos, com IRC, que realizam hemodiálise,
Foram entrevistados 35 pacientes com IRC em hemodiálise do município de Araraquara foram divididos em dois grupos: um controle (G I), sem tratamento fisioterapêutico, e
de ambos os sexos. A média de idade foi de 45 anos. Dentre os pacientes, 46% estão em outro com tratamento (G II). Todos responderam o questionário de QV Kidney Disease
tratamento a 1 ano, 14% relatam apresentar naúseas e vômitos após a diálise. Em relação Quality of Life Short Form (KDQOL-SF). Resultados: Foram estudados 22 pacientes,
aos hábitos, 80% relataram preferências alimentares enquanto 26% relatam apresentar 11 do G I e 11 do G II, sendo 72,72% do sexo masculino e 27,27% do sexo feminino.
aversões. Em relação a alimentação, 66% relataram mudanças quando souberam que Constatou-se comprometimento nas dezenove dimensões analisadas, sendo que G I
necessitariam de diálise, sendo que 80% acham que os hábitos alimentares afetam no obteve menor escore na dimensão papel profissional e o maior em suporte social, e G II
tratamento. Já 46% deixam ou substituíam as principais refeições. Em relação ao o menor escore para função emocional e o maior para suporte social. Ainda notou-se que
consumo alimentar, 89% consomem frutas, 94 % hortaliças e 54% doces em geral. Em o sexo interferiu na QV, já que os homens tiveram melhor desempenho na maioria das
relação ao consumo de carboidratos, lipídios e micronutrientes, 51% apresentam dieta dimensões analisadas. Porém o tempo de hemodiálise e a idade, foram irrelevante.
hipoglicídica, 34% normolipídica, 52% normossódica, 57% hipocalêmica e 83% Conclusão: O KDQOL-SF é instrumento importante para avaliar a QV de pacientes em
hipofosfatêmica. Observou-se que há necessidade de um acompanhamento nutricional, hemodiálise.
oferecendo noções básicas sobre alimentação e técnicas de preparo, além de um
planejamento alimentar individualizado.

IRC 039

DOR, COMPOSIÇÃO CORPORAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES


EM HEMODIÁLISE.
CLÉVIA DOS SANTOS PASSOS; VALÉRIA A. P. DOS SANTOS, DENISE H. M. P.
DINIZ.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP) - (UNIFESP) -
DISCIPLINA NEFROLOGIA - SETOR DE PSICONEFROLOGIA (NÚCLEO DE
QUALIDADE DE VIDA)

Introdução: Os pacientes renais crônicos durante sessões de tratamento dialítico,


submetem algumas regiões a possíveis tensões musculares, entre elas: pescoço e costas.
Além da dor que pode haver como conseqüência, a composição corporal tem sido um
componente de aptidão física importante na avaliação de saúde e da qualidade de vida
(QV)de pacientes crônicos. Objetivo: Analisar a intensidade e localização da dor, a
composição corporal e a QVem pacientes com Insuficiência Renal Crônica em programa
de Hemodiálise. Método: Estudo descritivo transversal, com amostra constituída por 56
pacientes, sendo 55 % mulheres, com idades entre 28 e 76 anos (52,11±10,86). Tempo
de hemodiálise e de tratamento: 32,1% e 41,1 % respectivamente. Constatou-se massa
corporal de 63,39 ± 14,64 kg e estatura 161 ± 1,0 cm. Foram mensuradas dobras
cutâneas, sendo que uma fita métrica foi utilizada para medir a circunferência da cintura
(CC) e do quadril (CQ)- porção de maior circunferência ,sendo considerado adequado
a CC até 80 e 94 cm, relação cintura-quadril (RC/Q) abaixo de 0,82 e 0,94- para mulheres
e homens respectivamente. Utilizou-se, ainda, a Escala Visual de Dor, classificada nas
intensidades: Ausência (A), Leve/Moderada (L/M) e Forte/Intensa/Insuportável (F/I). O
local da queixa álgica foi avaliado por meio de diagrama corporal. Para avaliação da QV
utilizou-se o SF-36. Resultados: IMC 22,87±2,45; CC (87,16±12,73 cm), RCQ
(0,92±0,0094), porcentagem de gordura (%G) de (12,1 a 11,8%) e (1,25 a 32,9%) em
25% dos pacientes em ambas as porcentagens. 32,1% dos pacientes apresentaram
obesidade abdominal e 57,1 % apresentaram risco muito alto para outras co-morbidades.
As dores do corpo: cabeça: L/M- 19(33,9%)F/I 8(14,3%), nuca: L/M- 12 (21,4%),
lombar/nádegas: A- 33(58,9 %), L/M- 16 (28,6%), F/I 7(12,5%), joelhos D: L/M- 18
(32,1%), e E: L/M- 16 (28,6%). O valor de P (<0,01) foi estatisticamente significante na
%G abaixo do normal com Estado Geral da Saúde. No domínio aspecto físico obteve-se
na avaliação: baixa QV (47,77± 40,81). Conclusões: Constatou-se prevalência de
ausência de dores no recordatório de 7 dias. Entretanto, a dor e a elevada porcentagem
na composição corporal, tornam-se um fator importante que afeta a QV dos pacientes
havendo correlação positiva significante entre excesso de peso e dor forte, e dor e aspecto
físico. Esse estudo que visa QV de nefropatas em HD, sugere a necessidade de um
planejamento de medidas que priorize a prevenção, o controle da dor e, ainda, redução
da gordura corporal.

70 XI Encontro Paulista de Nefrologia e XI Encontro Paulista de Enfermagem em Nefrologia

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