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Princípios constitucionais tributários

Princípios constitucionais tributários

O quadro das imposições tributárias, no Brasil, encontra-se sob o influxo de muitos princípios
constitucionais. Atuam, sobre essa área, postulados constitucionais genéricos, que se irradiam
sobre toda ordem jurídica, ativando e ao mesmo tempo tolhendo o Estado nas relações com
seus súditos, e princípios constitucionais especificamente canalizados para o terreno dos
tributos, conhecidos como princípios constitucionais tributários.

Fonte
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000,
p.141.

Princípios

Sendo objeto do mundo da cultura, o direito e, mais particularmente, as normas jurídicas estão
sempre impregnadas de valor. Esse componente axiológico, invariavelmente presente na
comunicação normativa, experimenta variações de intensidade de norma para norma, de tal
sorte que existem preceitos fortemente carregados de valor e que, em função do seu papel
sintático no conjunto, acabam exercendo significativa influência sobre grandes porções do
ordenamento, informando o vector de compreensão de múltiplos segmentos. Em Direito, utiliza-
se o termo “princípio” para denotar as regras de que falamos, mas também se emprega a
palavra para apontar normas que fixam importantes critérios objetivos, além de ser usada,
igualmente, para significar o próprio valor, independentemente da estrutura a que está
agregado e, do mesmo modo, o limite objetivo sem a consideração da norma. Assim, nessa
breve reflexão semântica, já divisamos quatro usos distintos: a) como norma jurídica de
posição privilegiada e portadora de valor expressivo; b) como norma jurídica de posição
privilegiada que estipula limites objetivos; c) como os valores insertos em regras jurídicas de
posição privilegiada, mas considerados independentemente das estruturas normativas; e d)
como o limite objetivo estipulado em regra de forte hierarquia, tomado, porém, sem levar em
conta a estrutura da norma. Nos dois primeiros, temos “princípio” como “norma”; enquanto nos
dois últimos, “princípio” como “valor” ou como “critério objetivo”.

Fonte
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000,
pp. 141 e 142.

Princípios – valores e limites objetivos

O deparar-se com valores leva o intérprete, necessariamente, a esse mundo de subjetividades,


mesmo porque eles se entrelaçam formando redes cada vez mais complexas, que dificultam a
percepção da hierarquia e tornam a análise uma função das ideologias dos sujeitos
cognoscentes.

Quanto aos “limites objetivos”, nada disso entra em jogo, ficando muito mais simples a
construção do sentido dos enunciados. E na aplicação prática do direito, esses limites saltam
aos olhos, sendo de verificação pronta e imediata. (...)

Fonte
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p.
143.

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Seja como for, os princípios aparecem como linhas diretivas que iluminam a compreensão de
setores normativos, imprimindo-lhes caráter de unidade relativa e servindo de fator de
agregação num dado feixe de normas. Exercem eles uma reação centrípeta, atraindo, em torno
de si, regras jurídicas que caem sob seu raio de influência e manifestam a força de sua
presença. Algumas vezes, constam de preceito expresso, logrando o legislador constitucional
enunciá-los com clareza e determinação. Noutras, porém, ficam subjacentes à dicção do
produto legislado, suscitando um esforço de feitio indutivo para percebê-los e isolá-los. São os
princípios implícitos. Entre eles e os expressos não se pode falar em supremacia, a não ser
pelo conteúdo intrínseco que representam para a ideologia do intérprete, momento em que
surge a oportunidade de cogitar-se de princípios e de sobre-princípios.

Fonte
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p.
145.

Princípios

Não importa se o princípio é implícito ou explicito, mas, sim, se existe ou não existe. Se existe,
o jurista, com o instrumental teórico que a Ciência do Direito coloca à sua disposição, tem
condições de discerni-lo. De ressaltar, com Souto Maior Borges, que o princípio explícito não é
necessariamente mais importante que o princípio implícito. Tudo vai depender do âmbito de
abrangência de um e de outro, e não do fato de um estar melhor ou pior desvendado no texto
jurídico. Aliás, as normas jurídicas não trazem sequer expressa sua condição de princípios ou
de regras. É o jurista que, ao debruçar-se sobre elas, as identifica e as hierarquiza.

Fonte
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros,
2000 p. 33.

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