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BREVE HISTÓRICO
DOS DEBATES
Então com o projeto feito foi a Brasília e mostrou tal projeto a um dos
senadores de Pernambuco e que nesse momento até os oposicionistas admiraram o
projeto e ajudaram com as verbas. Assim conseguiu-se abrir a primeira escola do
MCP, no sítio da trindade. E para boa surpresa deles os pais dos alunos vieram
também pedindo para aprenderem e as escolas se multiplicaram principalmente na
região metropolitana.
A seguinte palestra foi do doutor Danilo Streck (UFRGS), que em sua nova
vinda ao Recife, já havendo participado do simpósio sobre Paulo Freire, se confessa
intimidado de falar sobre o famoso pedagogo para Pernambucanos. Mas continua
prometendo uma abordagem em paralelismo do MCP com uma série de campanhas
e movimentos de dentro e fora do Brasil que ocorreram no mesmo tempo.
Aproveita a fala de Germano e diz que memória não é história. Memória não
é um fato é uma lembrança do sagrado. O poder permeia o discurso da MCP. E a
disciplina de história da educação escolha o programa e exclui outros fatos, como a
analises de que o MCP não foi utilizado na educação infantil e sim educação de
adultos, que não era rádio e sim livros e escritas e que as cartilhas não eram feitas
pelos pensadores do MCP. “A história da educação é um discurso que escolhe o
que podemos ver e o que não”, afirma no final.
O Doutor André Ferreira, diz que história é memória e que a memória traz a
subjetividade que falta aos fatos. O MCP era um movimento social de
conscientização popular. Logo o populismo estaria presente nas cartilhas. E o que é
conscientização para os marxistas se não a política. Outro intuito da alfabetização
dos adultos é a mobilização eleitoral das massas, nacional desenvolvimentista, pois
analfabeto não vota. O empoderamento popular viria via valorização da cultura.
Fala que umas das grandes contribuições do MCP foi que o povo foi ouvir
musica clássica e a elite a participar dos festejos populares. Através das artes uma
nova tentativa de aproximação cultural do universo popular.
Questionada se o MCP teve tanto impacto nas pessoas comuns como teve
para os intelectuais, ela respondeu com um relato de uma atual pedagoga e
pesquisadora que quando criança vivenciou o projeto.
Daqueles que se uniram, cada uma fazia sua parte. O que era do
teatro fazia teatro, o que era da música fazia música o que era da educação
educava. Também nesse contexto a arte veio como mais um instrumento de
conscientização.
Flávio Brayner, apresenta uma perspectiva mas filosófica sobre o
acontecimento do movimento de cultura popular do Recife. Lembra que
existem dois conceitos de humanidade antes do MCP, um que insiste a
existência de uma humanidade e que as partes pequenas são os povos,
brasileiros ,franceses, alemães, chineses, etc. e outra que diz que não existe
essa invenção de humanidade que o que existe é o alemão, o brasileiro, etc.