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Araçatuba - SP
1. INTRODUÇÃO
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carboidratos solúveis, são ricos em cálcio, elemento mineral que forma complexo com
os ácidos formados dificultando o abaixamento de pH.
Dentre as opções existentes, milho, sorgo, girassol, milheto, aveia, alfafa ou
capim, sem o uso de recursos adicionais, o milho e o sorgo são os que produzem a
melhor silagem. Porém, o sorgo tem sido uma opção vantajosa em regiões mais secas,
onde o milho não produz bem. a silagem de capim elefante, tem merecido bastante
atenção por parte dos pecuaristas, isto em função do alto preço do milho. Outra opção
que tem sido usada é a mistura destas forrageiras, o que em alguns casos é viável e em
outros não vale a pena.
O potencial de produção das culturas para ensilar, predominantes entre nós, é
elevado, como mostram os dados resumidos no quadro abaixo. Entretanto, nas
propriedades, os rendimentos obtidos são frequentemente baixos e irregulares, fato esse
que encarece sobremaneira o custo do alimento preservado e reduz consideravelmente a
disponibilidade de volumoso para o rebanho.
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2.2. ADUBAÇÃO DAS CULTURAS PARA ENSILAR
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que em cálcio e magnésio, haverá necessidade de aplicação de calcário para ajustar a
relação e repor esses elementos que também são extraídos com intensidade.
O milho deve ser cortado para ensilar quando apresentar de 33 a 35% de matéria
seca, ou seja, no ponto em que os grãos estiverem no chamado estágio farináceo-duro,
sendo o tempo disponível para a colheita de 12 a 15 dias, dependendo das condições de
clima. Essa situação é geralmente alcançada depois de 100 a 110 dias de crescimento
vegetativo, possibilitando a obtenção de uma maior produção de matéria seca por
unidade de área. Além dos aspectos mencionados, trabalhos experimentais têm
mostrado que neste ponto se obtém o melhor valor nutritivo da silagem, como
consequência de uma maior consumo voluntário de matéria seca com maior quantidade
de grãos.
Recomenda-se colher o sorgo quando este apresentar de 28 a 30% de matéria
seca, num estágio muito semelhante ao do milho, ou seja, quando os grãos estiverem no
ponto farináceo. Para o caso do capim elefante, as recomendações são para cortes entre
50 a 80 dias de crescimento vegetativo, ponto onde se consegue aliar boa produção de
matéria seca e valor nutritivo, estando as plantas com cerca de 1,6 a 2,0 metros de
altura.
Ao ensilar o milho, ou sorgo, não existe necessidade de aditivos para o estimulo
da fermentação, pois, o ponto de colheita, com teor de matéria seca de mais ou menos
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de 30% inibe os processos fermentativos, principalmente as fermentações indesejáveis.
Porém, o uso de produtos que visem a melhora do valor alimentar destas forragens, pode
ser interessante.
A colheita de plantas para ensilar normalmente exige o tráfego de máquinas
sobre o campo de cultivo, e este fato promoverá a compactação do solo. Observações
experimentais indicaram que, como consequência da compactação, poderá haver
redução de 50% na produção de milho, 40% na aveia e de 78% na dos capins que
rebrotam na faixa compactada. Assim sendo, torna-se importante a verificação da
existência de compactação nos campos de cultivo, e a adoção de práticas para corrigir
este problema.
O transporte pode ser feito com a forrageira inteira, que foi cortada manualmente
usando-se facão, enxada, etc., em seguida é picada por uma ensiladeira que deverá estar
colocada ao local de armazenamento de forma, ao ser picado, o material caia em
condições de ser compactado. Pode-se também transportar a massa verde já picada
utilizando-se máquinas estacionárias ou especiais de tração mecânica que cortam, picam
e jogam na carreta. Observa-se que para a colheita totalmente mecânica do milho ou do
sorgo escolhem-se variedades resistentes ao tombamento, medidas estas que facilitarão
este tipo de colheita.
Umas das práticas indispensáveis para produção de uma boa silagem é picar a
forragem em pedaços pequenos de 2 a 3 cm. Neste caso, facilita a compactação,
eliminado maior quantidade de ar e as bactérias tem maior contato com os elementos
constituintes da forragem ensilada, melhorando a fermentação e conservação do
produto.
Quanto mais comprimida a massa no interior do silo, melhor será a qualidade da
silagem. a compactação pode ser feita pelo pisoteamento por homens (silo aéreo e
cisterna) animais e tratores (silo trincheira e de superfície).
Considera-se de grande importância para o processo de ensilar alcançar e manter
condições anaeróbicas no enchimento de silos. o carregamento lendo, a coloração de
camadas diárias finas, a falta de compactação e o atraso na vedação são procedimentos
que concorrem para aerar a massa e promover perdas no processo de fermentação.
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2.6. TIPOS DE SILOS
Como o próprio nome indica, este silo caracteriza-se por uma vala aberta no
solo, construído, aproveitando-se um desnível próximo ao local de trato dos animais. É
um tipo de silo de construção mais barata do que os tipos aéreo, cisterna ou aéreo de
encosta.
Este tipo de silo já usado em muitos países da Europa, vem sendo difundido no
Brasil por apresentar a vantagem de eliminar gastos de construção. Escolhe-se uma área
plana e próxima ao local de tratar dos animais; sobre esta área coloca-se uma camada
uniforme (20 - 30 cm de uma palhada qualquer, palha de milho, bagaço de cana, casca
de arroz) com a finalidade de eliminar o contato do material com a terra (rica em
bactérias indesejáveis), em seguida coloca-se a forrageira picada em camadas com lona
plástica toda a extensão da massa. Deve ser utilizando um artifício para impedir a
entrada de ar e umidade, como por exemplo, a colocação de peso sobre a lona (areia,
capim, pneu, etc), e a construção de duas valetas: sendo uma para prender os lados da
lona plástica e a outra para impedir a entrada de água.
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Nos silos horizontais do tipo superfície, a ausência de paredes laterais para
possibilitar uma compactação mais intensa, cria condições favoráveis a uma maior
penetração do ar, e consequentemente, perdas mais pronunciadas, principalmente se a
forragem tiver matéria seca elevada. A adoção de silos de superfície do tipo bunker
(paredes laterais de madeira ou alvenaria) pode minorar os efeitos desfavoráveis do ar
durante o enchimento e o armazenamento, favorecendo a compactação. A simples
colocação de toras de madeira dos lados do silo, para iniciar o carregamento, já auxilia
na compactação e diminui perdas.
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Quando o silo é aberto, o ambiente anaeróbico, responsável pela conservação,
passa a ser aeróbico, nessas condições, os microorganismos, que estavam em dormência
na ausência de oxigênio, multiplicam-se rapidamente, promovendo a deterioração da
silagem depois que se inicia a descarga, paralizações acarretam perdas de valor nutritivo
da silagem. Na fazenda, esse fenômeno manifesta-se através da elevação acentuada da
temperatura e do aparecimento na massa ensilada.
Considera-se que o método mais efetivo de diminuir perdas seria a remoção e
fornecimento imediato da silagem aos animais, através da retirada de camadas de toda a
superfície e com espessura de no mínimo 15 cm/dia.
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2.10. ADITIVOS
Aditivos são produtos que podem ser acionados à massa verde, com finalidade
de maelhorar a fermentação e conservação do valor nutritivo, aceitabilidade e
digestibilidade da silagem.
A aplicação de aditivos propriamente dito, serve para garantir uma boa
fermentação, principalmente quando se ensila forrageiras com baixos teores de
príncipios necessários para a formação de boa silagem, como é o caso dos capins do
grupo elefante que tem baixo teor de carboidratos e no momento de ensilar, apresentam-
se com umidade elevada para a realização desta prática. Por exemplo os tipos de
aditivos são: fubá de milho, farelo de trigo, farelo de arroz, melaço, cana, inoculantes
bacterianos, etc.
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3. FENAÇÃO
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ocorrem nesta época, geralmente agrupados em número de dois ou mais, suficientes
para a prática de fenação que leva, em média, de 10 a 48 horas. o aproveitamento desta
condição torna-se mais viável a medida que se observam as previsões dadas pelos
serviços de metereologia na região em que se pretende elaborar o feno e se utilizem
forrageiras que perdem água mais facilmente.
A idade da planta também contribui para a determinação da época de corte e,
neste caso, deve ser levada em consideração a idade fisiológica da planta para obter altas
produções de bom feno e a frequência dos cortes, de maneira a garantir alguma reserva
para as rebrotas. Desta forma, o corte pode ser feito no período que antecede a floração
ou mesmo durante esta. Este princípio não é básico para forrageiras que florescem
apenas uma vez por ano e proporcionam mais de um corte econômico.
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elevada, existe a necessidade de se contar com temperaturas também mais elevadas para
que continue havendo perda de umidade por parte da planta forrageira.
Para que o feno atinja um teor de umidade de 12-13%, quando pode ser
armazenado, a umidade relativa do ar deve estar ao redor de 60 a 70%.
Após o corte, a planta continua viva, podendo inclusive dar prosseguimento à
fotossíntese por um período de tempo relativamente longo. A respiração também ocorre
até que a umidade atinja valores próximos de 30% ou até que a temperatura alcance
níveis de 45 oC, quando as células vegetais morrem.
O ritmo de desidratação a campo pode ser acelerado de três a quatro vezes, nas
etapas iniciais, se a forragem for submetida a tratamento para afofar e virar, permitindo
a entrada de ar, vento e raios solares, reduzindo a quantidade mínimas as perdas nesta
fase. a viragem do material deve iniciar logo após o corte e ser repetida tantas vezes
quanto possível. Pode ser feita manualmente ou com o uso de ancinhos de tração
mecânica de vários tipos que, dependendo da regulagem, podem realizar também as
práticas de enleiramento e esparramação.
Se o material permanecer no campo por mais de um dia, este deverá ser
enleirado a tarde e esparramado no dia seguinte, evitando, assim, o efeito do orvalho e
melhorando a homogeneidade da desidratação. Ocorrendo chuva durante o dia, o
material também deverá estar enleirado, voltando ao processo de viragem após enxugar
os espaços entre as leiras, onde o material é espalhado novamente. A desidratação final
é feita em pequenas leiras, proporcionando a obtenção da umidade desejada mais
uniforme e facilitando o recolhimento do material pelas enfardadeiras.
A determinação do final da desidratação “ponto de feno” pode ser feita por
equipamentos adequados ou por maneiras práticas, sendo que a umidade final deverá
estar entre 12-14%. Dentre as maneiras práticas de verificação podemos citar o processo
de torcer um feixe de forragem e observar: se surgir umidade e, ao soltar, o material
voltar a posição inicial rapidamente, ainda não está no ponto, se houver rompimento das
hastes, passou o ponto de feno e, se não eliminar umidade, e, ao soltar-se o material
voltar lentamente a posição inicial, sem rompimento de hastes, está no ponto.
Existem outros meios de verificação prática do ponto de feno, porém, uma
pessoa que tenha vivência com esta fase de fenação pode determinar a hora de
armazenar, apenas observando o aspecto da forragem. A umidade ao final da
desidratação é responsável pelo êxito ou fracasso da fenação, sendo que os efeitos
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químicos, bioquímicos e microbiológicos mais importantes, verificados no material
armazenado com mais de 20% de umidade, são: redução dos teores de açúcares
solúveis, proteína digestível, digestibilidade da matéria seca e aparecimento de fungos,
bactérias e actinomecetos. Em alguns casos ocorre também grande elevação de
temperatura que pode chegar até a combustão espontânea.
O feno que não desidratou o suficiente tem o risco de intoxicar os animais que o
consomem, devido à ingestão de fungos patogênicos, tais como: Aspergillus glacus,
Aspergillus flavus, Aspergillus fumigatus, actinomicetos e tomactinomicetos, que
causam transtornos digestivos e aborto nos animais. Desta maneira, há quem diga que é
preferível perder por secagem excessiva do que por umidade excessiva.
A secagem artificial leva a obtenção de feno de qualidade superior e com perdas
bastante baixas, podendo ser feita através de ventilação forçada ou utilizando ar quente
em secadores especiais, porém estes processos somente isolados.
A secagem excessiva de leguminosas é prejudicial, pois, nestas condições, o
desprendimento de folhas seria muito intenso, mas no caso das gramíneas, não correrão
prejuízos de queda de folhas havendo uma descoloração do feno, com efeitos negativos
sobre a aceitabilidade de forragem pelo animal.
Pode ser manual ou mecânico, sendo que o corte mecânico, quando possível de
ser empregado, é preferido porque proporciona maior rendimento. O corte nas primeiras
horas da manhã possibilita maior desidratação ao final do dia, em relação a forragem em
torno de 9 - 10 horas, mesmo que no início da manhã a forrageira esteja orvalhada. A
quantidade de material a ser cortado depende da capacidade de processamento,
observada a disponibilidade de máquina e/ou mão-de-obra. o corte manual pode ser
feito empregando-se alfange ou segadeira de motor costal. Pode-se também utilizar
segadeiras de tração animal.
O corte mecânico propriamente dito é feito com ceifadeiras ou segadeiras
acionadas por trator, acopladas ao hidráulico ou arrastado. Tem altura de corte
regulável, largura de corte variável de acorde com o modelo e rendimento médio em
torno de 2 ha por dia. Existem também as segadeiras-condicionadoras que, ao cortarem,
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racham os nós e entrenós da forrageira, proporcionando secagem rápida e uniforme com
menores riscos de perdas de folhas, e diminui o tempo de secagem.
As roçadeiras também podem ser empregadas no corte do material, mas podem
dificultar o enleiramento, enfardamento e aumentar as perdas de material no campo. As
roçadeiras repicam muito a forragem cortada.
Outro tipo de implemento que pode ser empregado é a colhedeira de forragem
tipo faca-boba, principalmente quando vai fenar leguminosas ou gramíneas de talos
grossos, desidratação mais rápida e uniforme. O incoveniente na utilização desta
máquina é que os colmos das gramíneas que permanecem nas touceiras ficam rachados,
comprometendo a rebrota futura, sendo, portanto, recomendado o uso desta máquina
apenas uma vez ao ano. Outro aspecto negativo é que a forragem cortada, assim, fica
difícil de ser manuseada, por ser reduzida a frações, pequenas, em relação a planta
ceifada.
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3.5.2. FACILIDADE DE CORTE
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3.5.6. PLANTAS A UTILIZAR
Dentre os fatores que influem na qualidade e valor nutritivo dos fenos, podemos
citar: espécie forrageira, estágio fisiológico da planta, rapidez na desidratação, processo
adotado na fenação, umidade na ocasião do armazenamento, forma de armazenamento,
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fertilidade do solo para produção da forrageira e condições climáticas na ocasião da
fenação.
um bom feno deve possuir coloração esverdeada, cheiro agradável, ter boa
percentagem de folhas, ser macio, livre de impurezas e elementos tóxicos e ter boa
digestibilidade.
3.5.8. ARMAZENAMENTO
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