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Filho de uma família tradicional, seu pai, descendente de alemães, criou seus
filhos todos tementes a Deus. Era uma família imensa, de um modo geral, de
conduta pelo respeito a todas as pessoas. Mesmo no auge da sua militância política,
Nunca falou mal de ninguém, nunca foi capaz de falar mal de alguma pessoa.
com uma senhora exemplar, modelo de esposa, D. Eliete. Criou seus filhos, sobretudo
suas filhas — teve um filho e várias filhas —, todos educados com distinção, com senso
Tive a satisfação, quando criança, adolescente e ainda rapaz, de ter como vizinhos
Elpídio e D. Eliete, um casal distinto. No auge da política, nos anos de 1945 a 1960,
quando UDN e PSD se digladiavam nos velhos sertões do Piauí, mesmo em lados
Posso dizer que Elpídio Cronemberger seria o tipo do político modelar, pelo seu
Lamento muito que, por força das circunstâncias da vida e do atropelo da atividade
oportunidade de conversar com Elpídio. Encontrava-o raramente ou, através das filhas,
mandava-lhe recados e abraços. Sabendo de sua idade avançada, não imaginava que
Lamento muito que não tenha ocupado a Câmara ainda em vida para que
registrássemos os seus 90 anos, talvez por uma falha da minha assessoria. Nas minhas
maneira que criou seus filhos, sobretudo as filhas. Homem correto, decente, exemplar,
educado e, como disse há poucos instantes, incapaz de maledicência ou o quer que seja.
Elpídio era um homem bom por natureza, era um “verry good man”, como diz a
expressão usual dos americanos. Nasceu para fazer o bem. Aliás, a tradição dos seus
familiares, de um modo geral, é de serem todos religiosos. Deixa ainda o irmão mais
velho, grande médico, possivelmente um dos primeiros médicos da minha cidade, Almir
Cronemberger, que mora no Rio de Janeiro, de quem Elpidio foi se despedir no ano
passado. Salvo engano, foi visitar o irmão querido, mais velho que ele.
geral, são pessoas respeitadas pelo caráter religioso, pela postura particular e pública
que sempre tiveram em suas vidas e, acima de tudo, por serem bons cidadãos,
Cronemberger.
Também registro que uma senhora destemida, uma senhora que sempre foi, de
um modo geral, digamos assim, uma adversária de nosso grupo político de São João, do
meu velho pai, Francisco Antonio Paes Landim, mas que sempre mereceu de nossa parte
o respeito pela sua coragem, pelo seu destemor e bravura, veio a falecer também no
decorrer desta semana: Dona Tersina Oliveira Damasceno, esposa do Sr. José
Damasceno dos Santos, também pais de enorme prole, toda ela dedicada ao estudo e ao
trabalho. Enfim, ela criou os filhos todos com grande senso de responsabilidade da vida.
Dona Tersina, além de sobrinha, foi criada por uma figura humana singular da
minha infância, da minha adolescência e da minha mocidade, a quem presto aqui minha
saudosa homenagem: Joaquim Balbino Alves, grande amigo do meu pai em todos os
Quero também deixar registrado na Câmara dos Deputados todo o meu apreço,
todo o respeito e a consideração que dona Tercina sempre mereceu, apesar de, ao longo
dos tempos da vida pública minha e do meu pai, ter sido uma ferrenha adversária. Uma
adversário digna, que só fazia honrar aqueles dos quais ela discordava.
Portanto, Sr. Presidente, nesta tarde registrei aqui o falecimento de duas pessoas
humanas que minha cidade sempre aprendeu a respeitar, que foram Elpídio