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O Evangelho da Vingança

Paz do Senhor!
Esse artigo não tem um fundo teológico, doutrinário muito menos de
desabafo. Esse artigo é um protesto e um alerta à Igreja do Senhor Jesus Cristo
acerca desta nova mensagem anômala que tem tomado conta de muitos púlpitos
por meio de mensagens e louvores (louvores?) enchendo muitos corações.
Bem, a minha intenção é alcançar o maior número de cristãos possível com
esse artigo. Devido à força das minhas palavras acho melhor não tomar os púlpitos
diretamente com esta mensagem, porque muitos não têm estrutura para ouvi-la
entendendo-a de forma errada, interpretando-a como uma mensagem doutrinária
ou coisa parecida, correndo o risco de depois sair murmurando e falando o que não
procede verdadeiramente. Porém, acho que ela terá mais efeito da forma em que
está, neste artigo, pois, sua leitura será voluntária, e, se escolheu ler creio que vai
fazer algum efeito no coração!

Queridos irmãos, ultimamente tem surgido no meio evangélico uma nova


tendência que, diante do que eu tenho observado, tem atingido diretamente
tanto os louvores quanto as pregações. Essa nova tendência é o que eu tenho
chamado de “Evangelho da Vingança”.
Essa nomenclatura surgiu de uma comparação desta mensagem, que no
decorrer do artigo vou descrever, com o Evangelho de Jesus. Pois que, enquanto o
Evangelho de Jesus nos orienta a amar, esse “novo evangelho” nos orienta de
forma indireta até, a odiar e rejeitar as pessoas, principalmente àqueles se fazem
nossos opositores.
Por definição acerca do “Evangelho da Vingança” temos o seguinte:
É o fato de o crente ter prazer em ver os que se fazem seus inimigos
na derrota, e nisso há grande regozijo. Principalmente quando o fracasso
dele é a sua vitória. Alguns chegam ao ponto de orar para ver a derrota
dele e/ ou até mesmo a sua morte.

Eu poderia falar aqui várias características deste câncer que tem afetado a
Igreja, entretanto, vou destacar aqui as que são mais proeminentes.
Características do “Evangelho da Vingança”:

Arrogância.
Um dos maiores males que pode habitar em uma pessoa é a arrogância.
Esta olhando pelo lado do “Evangelho da Vingança” consiste principalmente em
que todos têm “que engolir” o fato de hoje você ser vitorioso. O crente que dá
lugar a esta heresia sempre olha de forma altiva para os que se opuseram a
algumas atitudes que proporcionaram a sua “vitoria”.

Rancor.
Quando o crente está lutando para adquirir uma benção e encontra quem
se oponha ou que não lhe dê ajuda, quando este adquire o que necessita, fica o
rancor no coração, a ponto de dizer que quem o viu passar por uma luta e não o
ajudou, quando ele receber a benção o seu opositor vai ficar arrependido.
Egoísmo.
Os promotores deste falso evangelho sempre se colocam como o “centro
das atenções do Reino de Deus”. Pela forma que se colocam em seus discursos é
como se eles quisessem tudo para si e não aceitam quem se oponham a eles.

Orgulho.
No contexto estudado vemos que os promotores deste engodo não têm a
humildade de reconhecer seus erros ou seus excessos. Referem-se aos seus
opositores como se tudo o que eles, os “evangelistas da vingança” (aqui não me
refiro aos Evangelistas ministros da igreja), fizessem estivesse certo e não
necessitasse de uma correção ou aprimoramento, se colocam na posição de
inerrantes.

Autopromoção e o Antropocentrismo.
Para finalizar, a autopromoção e o fato de o homem ser o tema central
(antropocentrismo) é o carro chefe do “Evangelho da Vingança”, a ponto de certa
cantora em um hino (hino?) seu, que vale salientar ter um inicio muito bonito,
porém do meio pro fim se envereda por esse caminho, diz que os que opuseram
ao crente receber sua vitória vão estar em uma platéia e o crente no palco. Para
tentar amenizar ela ainda diz que vão olhar e ver Jesus brilhando em nós, porém
o antropocentrismo e a autopromoção demonstrada é tão forte que Jesus acaba
ficando em segundo plano.
O correto nesta música seria se quando o crente receber a vitória, ele e seu
opositor, perdoado, estivessem juntos na platéia e Jesus no palco para receber o
aplauso por causa da sua infinita Graça manifesta a nós através da tão esperada
vitória!

Tenho que falar também que quando se fazem discursos ou são cantados
hinos (hinos?) banhados por esse “evangelho” dá pra perceber um clima de
oposição no culto, sem falar que quando alguém usa estes discursos muitas vezes
o fazem para atacar o seu “inimigo” que às vezes é um crente salvo que não o
ajudou quando necessitado ou que se opôs a ele ou até pode estar lá no meio do
conjunto, alguém que não concordou com algum posicionamento, talvez no
ministério, alguém que tenha feito uma crítica, ou quando não é o próprio pastor
da igreja que não lhe deu oportunidade ou disse um NÃO. E ainda sempre tem
um que diz: “Deus não vai matar seu inimigo, vai deixar ele vivo pra ver sua
vitória!” Essa frase além de exprimir rancor, arrogância e egoísmo não tem base
bíblica alguma! Isso é palavra de homem! Além de tudo eles se esquecem que
nosso inimigo primaz é Satanás e a comitiva dos anjos rebeldes (Ef 6. 12), e os
nossos opositores se são ímpios, necessitam da misericórdia divina, se são crentes
dependendo do contexto da oposição precisam nascer de novo!

Uma palavra para refletir.


Podemos ver que os promotores destas coisas não tem como base os
ensinos do Senhor Jesus e na Bíblia deles não deve ter o capítulo 5 e 6 do
Evangelho segundo nos escreveu Mateus e se tem eles ignoram, pois o que temos
visto ser apregoado por esses dias é o oposto do que Jesus apregoou.
Os textos bíblicos preferidos por essa turma são os do Antigo Testamento.
Devemos entender que estas narrativas estavam contextualizadas com a Lei e que
hoje nós estamos debaixo da Graça, e nossa regra de observância são os preceitos
de Jesus os ensinos apostólicos e os textos do Antigo Testamento confirmados
pelo Novo Testamento.
Em Mateus 5. 27 – 48 vemos Jesus desaprovando o que os Fariseus
ensinavam sobre a lei, conseqüentemente seus preceitos de vingança, e nos
dando novos mandamentos. Um exemplo disso é que enquanto Jesus nos ensina
a dar a outra face (Mt 5. 39), os fariseus e este “evangelho” nos ensina a revidar.
Nós podemos ver que esses discursos alem de triunfalistas são também
legalistas. Legalistas porque está firmado em preceitos e acontecimentos
apresentados no Antigo Testamento e defendidos pela Lei de Moisés.
Quero lembrar que esse tipo de discurso tem afetado os hinos e que
deveriam ser evitados em nossos cultos de adoração, pois se é pra adorar ao
Senhor, então por que enfatizar tanto o homem nas letras das músicas? Para quê
mostrar vingança? Para quê lançar irmão contra irmão? Se for para adorar a Deus
então que se utilize de hinos que exaltem a Ele e mostre sua grandeza!
Tenho certeza que na mente de muitos deve ficar uma interrogação: Mais,
não temos nós visto Deus agir quando se canta esses “hinos”? Eis minha resposta:
Nem tudo que brilha é ouro como nem tudo que parece ser, é o agir de
Deus! Vemos hoje pessoas manipuláveis e de caráter muito emotivo. O fato de
alguém chorar, pular ou algo parecido não caracteriza o agir de Deus.
Outra coisa que devemos ter em mente é que este tipo de mensagem lança
discórdia entre os irmãos, incentiva contenda e facção dentro da igreja. Em
Provérbios 6. 16 - 19 podemos ler o que Deus acha deste tipo de procedimento:
“Estas seis coisa aborrece ao senhor, e a sétima a sua alma
abomina: OLHOS ALTIVOS (arrogância), e língua mentirosa, e
mãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina
pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e
testemunha falsa que profere mentiras, e o que SEMEIA
CONTENDA ENTRE IRMÃOS.” (Destaques e acréscimo meu).
Em Gálatas 5. 19 e 20, Paulo atribui isso a uma vida carnal e devassa.
“As obras da carne são manifestas, as quais são: ...idolatria,
feitiçarias, INIMIZADES, PORFIAS, EMULAÇÔES, iras, PELEJAS,
DISSENSÕES, heresias.” (Destaque meu).
Para encerrar quero que você reflita sobre tudo o que citei não como uma
crítica, mais sim, como um aconselhamento, e então voltemos ao Evangelho
anunciado por Jesus. O Evangelho do perdão, da humildade, do altruísmo e do
Amor. Que nós venhamos tirar o homem do centro de nossas mensagens e dos
hinos que entoamos, e coloquemos Jesus no seu lugar que é o centro de tudo,
pois, caso não façamos assim estamos roubando o que é de Jesus e dando ao
homem que é a glória e o louvor para todo o sempre, mesmo sabendo que ladrão
não entra no céu! Que façamos nossas as palavras do Apóstolo Paulo:
“Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas: Glória, pois, a
ele eternamente. Amém!” Rm 10. 36
Que Deus continue nos abençoando, em nome de Jesus!

Autor: Emmanuel P. Martins


Jovem pregador do Evangelho,
Membro da Igreja Evangélica
Assembléia de Deus.

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