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Regimento sobre o Pau-Brasil, que proibia, entre outras coisas, o seu corte sem
expressa licença real, aplicando penas severas aos infratores e realizando
investigações nos solicitantes das licenças. Este Regimento foi inserido no Regimento
da Relação e Casa do Brasil em março de 1609, que foi o primeiro tribunal brasileiro
instalado na cidade de Salvador, com jurisdição em toda a colônia. Depois disso, houve
uma legislação florestal em 1773, em que D. Maria I ordena ao vice-rei do estado do
Brasil cuidado especial com as madeiras cortadas nas matas e arvoredos,
especialmente naquelas que tivessem árvores de pau-brasil.
Atualmente, a preocupação com o meio ambiente não está mais restrita ao âmbito das
ciências naturais, pois o progresso leva ao desenvolvimento de todas as áreas que
vem gerando graves problemas no que concerne ao real entendimento de que
crescimento econômico exclui qualidade de vida ambiental. Hoje, fala-se em
desenvolvimento sustentado, para sintetizar a relação necessária entre meio ambiente
e economia, referindo-se à complementaridade potencial entre crescimento e meio
ambiente, ou seja, para que o primeiro ocorra, não tem de se excluir o segundo. Essa é
uma visão desenvolvida e de grande valor para o ecossistema. Esse entendimento foi
originado na Conferência das Nações Unidas realizada em Estocolmo em 1972.
Conhecer este instituto implica que todos os profissionais do direito têm o dever de
ajuizar ação civil pública na defesa do ambiente natural e cultural. Tal abordagem
envolve um interesse supra-individual, um interesse difuso, já que a conservação dos
recursos naturais interessa a todos que são afetados, direta ou indiretamente, pela
degradação ambiental.
Para que uma diferenciação plena seja feita entre dano ambiental e qualquer outro
dano, há a necessidade de se salientar que no primeiro, não existe prazo prescricional,
haja vista a prescrição destinar-se à pessoa individualizada pela sua inércia na falta de
exercício de seu direito e, como o interesse relacionado ao meio ambiente é difuso,
este será indeterminado em relação ao sujeito. Existem duas formas de reparação
referentes ao dano ambiental: recuperação do dano (reconstituição do bem lesado) e
indenização em dinheiro.
Ela acrescenta que, caminhando lado a lado com o princípio da precaução, o princípio
do desenvolvimento sustentável transmite a idéia de ação em longo prazo. A
necessidade de tutelar a qualidade de vida das gerações futuras, manejando
corretamente a escassez dos recursos naturais, veda práticas predatórias. Se por um
lado a livre iniciativa e atividade de empresa são garantias constitucionais, por outro, o
desenvolvimento tecnológico permite que as empresas subsistam e lucrem com a
implementação de práticas limpas e com melhor aproveitamento dos recursos naturais.
O princípio não pressupõe a ingenuidade do intérprete quanto aos danos gerados por
toda atividade industrial. O risco é ínsito à sociedade contemporânea, mas é preciso
achar um ponto de equilíbrio implantando técnicas alternativas e com a utilização
racional dos meios naturais.
“Já o princípio do poluidor-pagador imputa a todos que desenvolvem atividades
impactantes ao meio ambiente uma responsabilização própria desse novo ramo do
direito. O ordenamento transfere os custos com políticas de prevenção de danos, exige
medidas de monitoramento da atividade e, configurada a lesão, impõe também a
reparação. Atuando nessas três frentes ele consegue desmistificar a idéia de que a
poluidor não será apenado se houver garantias quanto à capacidade de indenizar as
vítimas: degradar o meio ambiente não é uma opção. O Estado visa a internalização
dos custos causados pelas atividades poluidoras na estrutura de produção e consumo,
em outras palavras, encarece as atividades danosas ao meio ambiente, primeiro
porque o causador deve ser o maior responsabilizado pelos danos e, segundo, porque
esse é um meio eficaz de prevenção e incentivo ao emprego de técnicas limpas”.
Aduz, ainda, que todos esses princípios são extraídos da sistemática adotada pelas
legislações voltadas à proteção ambiental e tentam compatibilizar a ação humana com
a necessidade de se proteger a natureza. Justamente por guardarem uma visão
holística do processo de desenvolvimento social e dos danos que eventualmente esse
venha a causar ao ambiente, trazem em seu bojo medidas eficazes, quando aplicadas,
para racionalização dos recursos naturais em prol da qualidade de vida.