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194 Temas atiais em Didatica OLIVEIRA, Maria Rita Neto Sales. A reconstrupio da Di -metodot6gicos. Campinas: Papinus, 1992 OLIVEIRA, Maria Rita Neto Sales. Flementos ta6rico-metodalégices no proceso de constcusio e reconstrugio da Didética: para ume nova teoria da pratica pedagégice escolas, In: OLIVEIRA, M.R.N. 5. (Org). Diddtion eupeara, compromisso e pesquisa. Campinas: Papirus, 1993, 63-78, VEIGA, lima Passos Alencastro. novagies e projet politco-pedagdgico: uma relagdo reguletéria ow emancipaidyia? Caderno Cedes, Campinas, v.25, n. 61, . 267-281, dez. 2003 om: elementos tebrico- Manta pz Lourpes Rocwa pz Lina AVALIACAO DA APRENDIZAGEM Um compromisso do professor e do aluno com o dialogo Avaliamos tudo o tempo todo, quer seja de maneiza consciente, inconsciente, quer soja de forma espontanea, intuitiva ou sistemetica Avaliagéo & uma prética social, polissémica, que esté presente em todos os espacos da nossa vida social. Apresenta-se nas atividades cotidianas, como no bom-dia 2olevantarmos, ao nos vestirmos bem, 20 estarmos perfumados. Em tudo isso, perpassa smn conceito de avaliagio: de felicidade, para o novo dia; de bom gosto; de cuida- do, zelo com nosso corpe. Toda atitude humana é perpassada por jutzos de valor. Everdade que em muitas situagées somos levades a sentimento de controle, de regulago, de corpetigio, de poder. Assim, nos avatiamos em processes de selegéo para um emprego, ou quando buscamos uma nota boa numa disciplina do curriculo escolar, ainda, quando ingressamos nur concuxs0 pablico, Nessas situa- Bes, aavaliagao assume novas caracteristicas. Ela é lassificat é excludente, amedronta-nos e nos desafia. Mas, mesmo assiin, on Dies nessas circunstincias de conflito int ;, vivenciar situagdes de fo, de desafio pessoal ao sermos avaliados e nos sairmos istacao pessoal, ‘Coma viver essa situagio problematizadora e desafiante de ava- liagaoa todo tempona escola, no processo ensino-aprendizagem, na do conhecimento, na aquisigéo de mii gestando atitudes éticas e estéticas para enfr Como dese olver uma experiéncia de aprendizagem com autonomia, com independéncia do instrumental usedo, de forma conquistar lagos de aceitacao entre os colegas de turma, prestigio diante 20 mesmo tempo, enfrentar situagbes de avaliagio que podem detonar os sonhos, os desejos € as expectativas de uma vida cidada? ‘Como enfrentar os impactos da avaliago na sala de aula como aluno, que precisa dominar o conhecimento em suas relagées com o viver, ou como professor? Como aluno, enfrentard iagio do professor, aquele que vai criar condigbes eficazes ‘0 conhecimento seja apropriado e recriado pelo estucan- te, seja pelos meios mais relacionados A tecnologia, ao bom uso do rurais sintonizados com as formas de tocado pela natuteza, pela sua histéria, pelo seu contexto no equi e agora ‘Tendo em vis! ca pluralidade de signiticagSes, a abordagem da avaliacio até 20 amago de seu processo, aonosso ver, deve levar em conta os seguintes passos: tir 0 outro no seu proceso interior de int medida usada, com o instrumento adatado, com a forma de resolver o problema colocado, com o interesse ou medo de desenvolver a tarefa pedida; + olhar 0 oulzo para perceb@-lo integral wente, descobrir sua ditvida, entender seu processo de reflexao, com- preander s apreciar o res 1s alternativas de resposta & questo posta, tado alcangaco; © observar o contexto criado para que o conhecimento movimento ‘ou como movimento em espiral estado em discussdes grupais; Ein razio dos referidos passos, ou sea, sentire perceber 0 out, thar 0 outro, observar eintegrar-se com sala de aula nos processos de avaliacao, organizamos este texto em trés partes. Na primei tentaremos falar dos sig ago; na segunda, pre- tendemos dialogar com as fungées da avaliagéo no processo de :rugao do conhecimento; ¢, por fim, trabalhar com os direitos do aluno, vivenciando a avaliagao. Significados da avaliacao Os estuclantes esto acastumadas com a avaliagio quanti que é fato marcante na relagao entre professores e alunos nas a dades de sala de aula, Sempre que solicitada uma tarefa da classe, surgea pergunta: “professora, vale nota? Quanto vale?” Essaatitude de barganha esta presente em nossas'salas de aula, eomestre sente- -se como s¢ estivesse num mercado onde o conhecimento ¢ visto como.tima mercadoria, onde, dependendo da atividade Inter se fecha o negécio para acquit em bidates como nos a ra Esteban,! “a reprodugio de uma légica capitalista esta presente no 66 na coisificagéo do conhecimento, mas também, sobretudo, na interagio individualista e competitiva ‘que 08 alunos mar ham entre si” Nessa mesma cbra, adverte Esteban: -spesar das tentativas de troca e de ser uma todas os envol io pedagégice, lum processo cole: al, pois, tendo ct tum valor a alunos e alunas, a avaliacio classi ciona espagos significativos para um diélogo pr proceseo e seus resultados possain ser compartilhados pelos, nele envolvidos, iva presente nas ' por eles até entia, Mas, como reverter essa légica positivista em que sujeito e objeto no interagem no proceso de conhecimento? Assim, ne Ambito escolar, 0 objeto reflete, para 0 sujeito, informagées sobre 0 objeto, esse caso, sobre a avaliagio, transfor: notes efou con ando-a em emisséo de tos. Desse modo, a escola transforma-se em lugar da prova, que aprova ou reprova e expressa a contradigdo entre a exclusdo (reprovagdo e hierarquizacao) e a integragao (ind aluno & cultura escolar e & sociedade. Esse eixo esté também articulado & avaliagdo quar buscando 0 primado dos resultados alcangados, o que viabiliza a uniformizagao de priticas curriculares e de ‘Em oposigdo a essa légica, apontamos aquele eixo que se fun- damenta no paradigma emergente, assim denominado por Santos® Entende esse autor que o processo de avaliacio eo produto do conhecimento so inseparaveis. Nessa perspectiva, ele introduz novos sentidos para a qualidade da educacao e reflete sobre os valores que permeiam a pratica pedagégica, buscando mell compreender o cotidiano escolar e nele interagir. Esse caminho possibilita a avaliagdo com o outro, entendendo-se queavaliaré indagar Ietivo, em que todos buscam o.esithetimento eo ttoconhecimento, Tambén Esteban cxé no trabalho compartilhado, como mostra este trecho: res por onde transitam os sujeitos que se enco realizarom juntos um trabalho que visa & am; dos conhucimentos Concluindo, aestrutura de poder em que professores avaliam e iebradia e, segundo o paradigma emergente, a professora; ao avaliar, ¢ avaliada, num processo coletivo, coope- cio, que busca a ampliagio permanente da qualidade gio. social da edi ‘Acs poucos, vamos nos certificando de que ¢ preciso abandonar 0 modelo classificatério e seletivo ¢ ir tecendo o novo modelo em que tudo deve ser avaliado.e todos devern avaliare serem avaliados, ‘vivenciando processo de interagio, de solidariedade e cooperagao.

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