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Alunos:
Antonia Márcia C. Castro
Iara Negreiros
Marco Oliveira Junior
Marcos Barros de Souza
Patrícia Aulicino
São Paulo – SP
2006
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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Cidades não são entidades estáticas: são como organismos vivos, constantemente
mudando e crescendo, uma vez que respondem a uma variedade de forças, fazendo-se
necessária no processo da preservação a atribuição apropriada dos papéis dos ecologistas,
planejadores e autoridades de desenvolvimento e controle. A qualidade do ambiente urbano
torna-se um dos aspectos mais importantes para a determinação da qualidade de vida da
população, uma vez que, sob o ponto de vista social, o aumento da conscientização de que
problemas ambientais podem afetar a saúde da população, associado ao crescimento da
urbanização, gera a necessidade de avaliação da qualidade ambiental das áreas urbanas.
Alicerçada na sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econômica, a Agenda 21
Brasileira (BEZERRA; FERNANDES, 2000), tem por ação recomendada: “rever os termos
dos projetos de lei que dispõem sobre o parcelamento do solo urbano, alterando a Lei nº
6.766/79, (...) quanto aos dispositivos que poderão afetar negativamente a qualidade
ambiental dos novos loteamentos” (BEZERRA; FERNANDES, 2000). De fato, quando
planejadores têm participação efetiva na realização de projetos de parcelamento de solo, e
buscam interagir coerentemente com os elementos da natureza, atentando para os corpos
d’água, vegetação e geomorfologia do terreno, entre outros, desempenham importante papel
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no desenho final da urbanização (ABIKO, 1998). Mascaró (2005) alerta que os assentamentos
urbanos alteram e agridem, em maior ou menor grau, o ecossistema natural do terreno que é
parcelado, e que “o novo sistema ecológico criado poderá ser agradável ou não, estável ou
instável, econômico ou antieconômico, dependendo, em grande parte, do critério com que o
urbanista o trata”.
Evidencia-se, portanto, a necessidade de selecionar critérios, estratégias e indicadores
para ancorar a formulação, monitorar a implementação e avaliar os resultados das políticas
urbanas em bases sustentáveis. Mota (2003, p. 290) afirma que “os índices urbanísticos
devem ser definidos de forma que a ocupação do solo seja feita visando à conservação
ambiental”. Porém, para uma correta avaliação do progresso urbano, faz-se necessária uma
definição de sustentabilidade através de indicadores mensuráveis que fundamentalmente
reflitam o menor impacto ecológico, aliado à viabilidade econômica e ao bem-estar social, em
relação às diversas alternativas de uso do solo.
Os indicadores de qualidade ambiental urbana são abordados na literatura sob o enfoque
de diversas e divergentes metodologias, conforme será exemplificado nas próximas linhas.
Isso se deve em grande parte à complexidade de fatores que interferem na qualidade
ambiental urbana, bem como as várias dimensões que caracterizam o tema da qualidade
ambiental, ilustradas por Kamp et al. (2003) na Figura 1, que sintetiza uma visão geral de
todos as dimensões que foram encontrados na literatura.
Na literatura, a própria definição de habitabilidade (livability) e de qualidade de vida são
distintas e utilizadas em escalas diferentes que variam de um indivíduo a um nível global. Os
níveis podem ser definidos em termos geográficos (rua, vizinhança, cidade, estado, país, etc.),
mas também nos termos dos segmentos, baseados na idade, nível educacional, etc. As
diferenças na escolha das dimensões são relacionadas à perspectiva de como o assunto é
abordado. A princípio, todos os atributos do ambiente e todas as características dos povos são
dimensões relevantes no relacionamento pessoa-ambiente. Porém, as influências teóricas dos
estudos urbanos e das ciências ambientais são distintas na elaboração dos sistemas e das
teorias racionais nos aspectos técnicos de desenvolvimento de indicadores, conforme ilustra a
Figura 2 (HEZRI, 2005).
Isto posto, há um consenso geral na literatura que indicadores objetivos assim como
indicadores subjetivos são necessários no estudo do relacionamento da pessoa-ambiente. Em
geral, uma combinação de indicadores objetivos e subjetivos é considerada como preferível.
Como primeiro exemplo da complexa abordagem destes indicadores, Newman (1999)
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em cada dimensão: econômica, social e ambiental. Zhang (2006), por sua vez, discute que a
distância percorrida é uma medida aliada ao consumo de energia, e indicadores apropriados
devem levar em conta fatores de escala espaciais urbanos (forma urbana) e cenários realísticos
de deslocamentos, aplicando-os a Ottawa-Gatineau e Calgary, também no Canadá. A
metodologia DAPPLE (Dispersion of Air Pollution and Penetration into the Local
Environment - Dispersão da Poluição e da Penetração do Ar no Ambiente Local),
desenvolvido pelo UK Engineering & Physical Science Research Council
(http//www.dapple.org.uk), é um projeto de pesquisa voltado a avaliar a sustentabilidade do
transporte viário urbano nos termos de exposição à poluição do ar relacionada ao tráfego,
combinando medições diretas nas vias e em laboratório com modelagem do movimento do ar,
dos veículos, e das emissões da dos veículos, avaliando os conseqüentes efeitos insalubres da
poluição do ar (COLVILE et al., 2004).
A exemplo dos diversos métodos que foram e estão sendo desenvolvidos mundialmente
para avaliação ambiental no âmbito do edifício isolado e seus sistemas constituintes, em
diversos países, surgem no horizonte novos sistemas de avaliação que consideram: o entorno,
a vizinhança, o loteamento como um todo, enfatizando aspectos de desenvolvimento
sustentável combinados às práticas dos chamados “edifícios verdes”. Um deles é o
Leadership in Energy and Environmental Design for Neighborhood Developments Rating
System (LEED-ND) foi desenvolvido nos Estados Unidos pela parceria do Congress for New
Urbanism (CNU), Natural Resources Defense Council (NRDC) e U.S. Green Building
Council (USGBC), e sua versão preliminar foi publicada em setembro de 2005, para
comentários públicos. É um sistema baseado em critérios e melhores práticas, que concede
créditos para o atendimento de critérios pré-estabelecidos, culminando em certificação.
A estrutura de DPSIR (Driving Force, Pressure, State, Impact, Response) agrupa
indicadores de maneira distinta, através de: (i) Forças dos Agentes, que são as atividades
humanas dos habitantes, governo e indústria, incluindo o consumo de recursos naturais
renováveis e não renováveis; (ii) Pressões, referentes à poluição, densidade populacional,
despejos, emissões; (iii) Estado, que é o capital natural em bases quantitativas e qualitativas;
(iv) Impactos, que traduzem as mudanças na biodiversidade, saúde pública, economia; (v)
Respostas, que é a reação da sociedade às pressões e impactos, que podem ser através de
produção de bens e serviços, leis, transportes, taxas, ações individuais (OLEWILER, 2006).
Diamantini (2000) aplica a simplificação PSR, ou seja, um esquema pressão/estado/ resposta
(PSR), na cidade de Trento, na Itália, buscando foco nas causas que afetam a qualidade dos
componentes ambientais e das respostas dadas pelas políticas públicas.
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2. METODOLOGIA
3. A ÁREA DE ESTUDO
Santo Amaro foi um município independente que foi incorporado ao de São Paulo em
1936, como uma subprefeitura. Nesta época, o então município de Santo Amaro era
considerado um local privilegiado, por conta da presença das represas Guarapiranga e
Billings, que tinham chácaras de recreio das famílias mais abastadas de São Paulo e clubes
campestres e náuticos ao seu redor. Com um processo de transferência das indústrias para fora
da cidade, iniciado na segunda metade do século XX, coincidindo com trabalhos de drenagem
de grandes terrenos antes alagados, que deram origem a Av. Luiz Carlos Berrini às quadras
adjacentes, os terrenos industriais amplos se tornaram adequados a empreendimentos
imobiliários de maior escala. De fato, comprova-se atualmente o uso das novas faixas de
tecido urbano, com predominância do uso de escritórios e serviços adequados às classes de
alta renda (REIS, 2006).
A exemplo de Newman (1999), a Figura 5 representa a região de estudo através de seus
metabolismos urbanos.
4. RESULTADOS
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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NIERO, M.; LOMBARDO, M. A.; FORESTI, C. The use of Lansat data to monitor the
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910.
OLEWILER, Nancy. Environmental sustainability for urban areas: the role of natural capital
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Management, v. 73, p. 91-101, 2004.
ZHANG, Ying; GUINDON, Bert. Using satellite remote sensing to survey transport-related
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