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Zootec., M.Sc., Embrapa Rondônia, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, Rondônia
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Eng. Agrôn., M.Sc.
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Med. Vet., M.Sc., Embrapa Rondônia
2 Introdução e avaliação de variedades de cana-de-açúcar em Presidente Médici, Rondônia
Ravelo et al. (1978), citados por Rodrigues et al. Rodrigues et al. (1997) constataram que aos 15
(1997), relatam que um dos principais fatores meses de crescimento, a participação de
que limitam a utilização da cana-de-açúcar na colmos nas plantas oscilou entre 73 % ( CB 47-
alimentação de ruminantes é a baixa 355) e 88 % (RB 76-5418), a de folhas 11 %
degradabilidade ruminal da fibra, o que eleva o (RB 76-5418) e 27 % ( CB 47-355), havendo
tempo de permanência no rúmen, refletindo na relação direta entre os teores de fibra
diminuição do consumo voluntário dos animais, e detergente neutra (FDN) da planta e a
consequentemente na ingestão de energia. participação de folhas e inversa com as de
Outro fator limitante, refere-se aos baixos teores colmos. No entanto, quanto maior a
de proteína bruta (PB), que oscilam entre 1,8 e participação de colmos, a quantidade de
5,8 % da MS, uma vez que níveis inferiores a 7% açúcares solúveis é aumentada, refletindo
restringem a produção animal, em função do positivamente na digestibilidade. A PB na
baixo consumo voluntário, menor digestibilidade planta inteira manteve-se próxima a 1,78 %,
da forragem e balanço nitrogenado negativo, havendo marcada diferença entre os colmos e
principalmente com relação a aminoácidos folhas, mas em qualquer das situações não
essenciais. atenderia as exigências nutricionais de bovinos,
que é de no mínimo 7% de PB na forragem
Segundo Torres e Resende (1997), a seleção de consumida, tendo-se que se lançar mão de
variedades adaptadas e produtivas constitui um suplementação protéica na dieta. Os níveis de
dos fatores mais importantes na cultura da cana. açúcares mantiveram-se entre 16,4 °Brix (CO
Dentre as principais características agronômicas 413) e 19,9 °Brix (RB 76-5418). Ao
desejáveis para a escolha de uma cultivar, considerarem os atributos qualitativos como:
destacam-se: alto índice de produtividade, FDN na planta inteira menor que 52%; relação
elevado teor de açúcar (sacarose), boa FDN/Brix menor ou igual a 2,7; e a participação
capacidade de rebrota, ausência de de colmos superior a 83 %, as variedades SP
florescimento ou flechamento, fácil despalha ou 71-1284, SP 79-1011, RB 76-5418 e NA 56-79
ausência de joçal e resistência a pragas e foram as mais promissoras para serem
doenças; as quais são marcadamente afetadas utilizadas na alimentação de bovinos.
pelas condições ecológicas da região de plantio.
No Amapá, Meirelles e Mochiutti (1999)
Torres et al. (2001) avaliando uma coleção de 13 testaram nove variedades de cana (CO 419,
variedades de cana-de-açúcar nas condições CR 45-3, SP 71-799, SP 71-6163, SP 70-1143,
edafoclimáticas de Coronel Pacheco-MG. Os RB 72-454, RB 73-9359, RB 78-5148 e RB 73-
resultados médios de nove safras (1993 a 2001) 9735). Aos 17 meses de crescimento os
demonstram que a produção de MV foi crescente rendimentos médios foram de 86 t de MV/ha e
da primeira (186 t/ha) para a segunda (221t/ha) de 28 t de MS/ha, com teores médios de 33 %
colheita, se mantendo próxima a 200 t/ha nos de MS, 1,5 % de PB e ° Brix de 18. As
anos de 1995, 96, 98 e 99, havendo decréscimos variedades RB 72-454, RB 78-5148 e SP 70-
nas safras de 1997, 2000 e 2001, com 1143 destacaram-se das demais, sendo as
rendimentos próximos a 150 t de MV/ha. A mais promissoras para serem utilizadas na
produtividade média das nove safras foi de 187 t alimentação de bovinos e bubalinos.
de MV/ha, oscilando entre 217 (RB 73-9735) e
162 t/ha (SP 71-0799), com as variedades CB Para Santa Catarina, Rocha et al. (1998)
45-3, SP 71-1406 e CO 419 produzindo entre recomendaram o cultivo das variedades RB 72-
190 e 211 t de MV/ha, enquanto que CB 47-355, 2454, RB 80-6043 e RB 76-5418, as duas
NA 56-79, SP 70-1143, SP 71-6163, RB 72-454, primeiras em função da elevada produtividade,
RB 73-9359, RB 76-5418 e RB 78-5148 acima de 150 t de MV/ha, e a terceira devido
renderam entre 170 a 190 t de MV/ha. Quanto à ao alto teor de sólidos solúveis, Brix superior a
época de colheita, as variedades RB 76-5418, 18°. A produtividade média obtida com as
NA 56-79 e SP 70-1143, foram consideradas variedades introduzidas (SP 71-6163, SP 71-
precoces (maio a julho) e as CB 45-3 e RB 72- 1406 e RB 78-5750) foi de 146 e 35 t/ha de MV
454 tardias (agosto a novembro), enquanto que e MS, com teores médios de 16°; 3,9; 24 e 45
as demais variedades foram médias a tardias, % de Brix, PB, MS e NDT, respectivamente.
iniciando o corte em junho/julho e estendendo-se Com aumento da idade de corte (8, 10 e 12
até setembro/outubro. meses) houve incrementos nas produções de
MV e MS, nos teores de Brix e MS e
Ao testarem 11 variedades cana-de-açúcar, decréscimos nos de PB e NDT.
Introdução e avaliação de variedades de cana-de-açúcar em Presidente Médici, Rondônia 3
acamamento (%)
500 100
400 80
300 60
200 40
100 20
0 0
A
78 8
73 8
83 9
71 6
79 6
1
76 4
55
EM 79
-3
1
14
35
48
40
01
5
H
45
4
-4
-3
ST 56-
N
-5
-5
-5
-1
-1
72
47
U
-
TE A
C
B
N
B
SP
SP
R
C
R
R
Altura de planta (cm) Acamamento (% do estande)
Os menores níveis de sólidos solúveis (Figura 2), SP 79-1011, enquanto que a testemunha
expressos em °Brix foram obtidos com a obteve os menores rendimentos (117 t MV e 35
testemunha (15,5) que se igualou a CB 45-3; já t MS/ha). Estes resultados são superiores aos
os maiores níveis (20,8) com a variedade RB 83- obtidos por Meirelles e Mochiutti (1999), em
5486, a qual não diferiu das variedades NA 56- Macapá, e Rocha et al. (1998) e se aproximam
79, SP 79-1011, SP 71-1406, RB 73-9359, RB dos obtidos por Torres et al. (2001), em Minas
78-5148 e RB 76-5418. Estes níveis são Gerais nas safras de 1994, 95, 96 e 98. Em
menores aos reportados por Torres et al. (2001) média as plantas estavam compostas por 91, 4,
e próximos aos obtidos por Rodrigues et al. 4 e 1 % de colmos, ponteiras, folhas verdes e
(1997) e Meirelles e Mochiutti (1999), mas secas, respectivamente, a testemunha
superiores aos descritos por Rocha et al. (1998). apresentou a menor participação de colmos
(86%) e a NA 56-79 a maior (95%). Todas as
Os rendimentos médios de MV e MS (Tabela 1, variedades tiveram a participação de colmos
Figuras 3 e 4) foram de 223 e 56 t/ha, superior a 80%, um dos atributos qualitativos
respectivamente, a CB 45-3 atingiu as maiores destacados por Rodrigues et al. (1997), na
produções ( 315 t de MV e 85 t de MS/ha) não seleão da cana para alimentação de
diferindo em relação a MV, das RB 83-5486 e ruminantes.
Introdução e avaliação de variedades de cana-de-açúcar em Presidente Médici, Rondônia 5
30,8
28,6
26,4
24,2
22,0
19,8
17,6 Aspecto MS nitário
15,4
13,2 Brix °
11,0
8,8
6,6
4,4
2,2
0,0
54 41
8
14
8
35
9
48
6
40
6
01
1 -3 55 -7HA
9
-4 45 -3 56
72 -5 -5 -9 -5 -1 -1 47 UN
76 78 73 83 71 79 CB NA M
RB RB RB RB RB SP SP CB E
ST
TE
FIGURA 2 . Teores de matéria seca (MS) e sólidos solúveis (°Brix) em variedades de cana-de-
açúcar. Presidente Médice-Rondônia/2001.
PRODUÇÃO (MV t/ha)
350,0
300,0 folhas secas
250,0
200,0 folhas verdes
150,0 ponteiras
100,0
50,0 colmos
0,0
8
6
54
55
6
9
-3
A
41
14
35
48
40
01
-7
H
45
-4
-3
56
N
-5
-5
-9
-5
-1
-1
72
47
U
B
76
78
73
83
71
79
EM
C
B
N
B
SP
SP
R
ST
R
TE
FIGURA 3 . Rendimento de matéria verde da parte aérea (colmos, ponteiras, folhas verdes e secas)
de variedades de cana-de-açúcar. Presidente Médice-Rondônia/2001.
PRODUÇÃO (MS t/ha)
90
80
70
60
50
40 MS t/ha
30
20
10
0
8
6
54
55
6
9
-3
A
41
14
35
48
40
01
-7
H
45
-4
-3
56
N
-5
-5
-9
-5
-1
-1
72
47
U
B
76
78
73
83
71
79
EM
C
B
N
B
SP
SP
R
ST
R
TE