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UNIR - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS VILHENA
LETRAS/ PORTUGUÊS E SUAS RESPECTIVAS LITERATURAS
TURMA XXIV

Acadêmicos:
Arnaldo Farias Cavalcante Júnior
Katryne Victória Ribas do Nascimento
Mariana Ranair Aikanã
Michela Calixto Nascimento Silva
Regiane Maria Oliveira Corrêia
Disciplina: Literatura Portuguesa I
Prof. Araci Weiber Córdova
A BATALHA DE ALJUBARROTA
OS LUSÍADAS – CANTO IV – ESTROFES 30 - 45
• A Batalha de Aljubarrota travou-se no dia 14 de
Agosto de 1385, entre portugueses e
castelhanos, e está inserida no conjunto de
confrontos motivados pela luta da sucessão ao
trono português. Esta batalha foi um momento
alto e importante na luta com Castela, pois
desmoralizou o inimigo e aqueles que o
apoiavam, e praticamente assegurou a
continuidade da independência nacional.
NARRADOR

• Vasco da Gama narra a Batalha de Aljubarrota


ao Rei de Melinde.

O narrador é Vasco da Gama


O narratário é o Rei de Melinde
• “Prontos estavam todos escuitando
O que o sublime Gama contaria,
Quando, despois de um pouco estar cuidando
Alevantando o rosto, assi dizia:
– Mandas-me, ó Rei, que conte declarando
De minha gente a grão genealogia;
Não me mandas contar estranha história,
Mas mandas-me louvar dos meus a glória.”
(Canto III, estrofe 04
OS PERSONAGENS
Dom João I
“Qual parida leoa, fera e brava, ” Estrofe
(Leoa protetora) Verso
“Nuno, que, como sábio capitão, ” Estrofe
(Sábio) Verso
“Qual parida leoa, fera e brava, ” Estrofe
(Bravo) Verso
D. Nuno Álvares Pereira
“Logo o grande Pereira, em quem se encerra” Estrofe
(Grande) Verso
“De Ceita está o fortíssimo leão, ” Estrofe
(Forte, Leão) Verso
“Todo o valor, primeiro se assinala: ” Estrofe
(Corajoso) Verso
“Perseguem-no com as lanças, e ele iroso,” Estrofe
(Irado) Verso
RECURSOS EXPRESSIVOS
&
FIGURAS DE ESTILO
►Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar
de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da
circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas
certas semelhanças.

• “Começa-se a travar a incerta guerra:


De ambas partes se move a primeira ala;
Uns leva a defensão da própria terra,
Outros as esperanças de ganhá-la.
Logo o grande Pereira, em quem se encerra
Todo o valor, primeiro se assinala:
Derriba e encontra e a terra enfim semeia,
Dos que a tanto desejam, sendo alheia.” (Estrofe 30)
• “Aqui a fera batalha se encruece
Com mortes, gritos, sangue e cutiladas;
A multidão da gente que perece
Tem as flores da própria cor mudadas.
Já as costas dão e as vidas; já falece
O furor e sobejam as lançadas;
Já de Castela o Rei desbaratado
Se vê e de seu propósito mudado.”(Estrofe 42)
►Hipérbato: toda alteração direta dos termos na oração,
ou das orações no periodo, também conhecido por
inversão;
►Anástrofe: é a anteposição, em expressões nominais, do
termo regido de preposição ao tero regente, é próprios do
verso poético;

• “Começa-se a travar a incerta guerra:


De ambas partes se move a primeira ala;”(Estrofe 30)
►Comparação: usa alguns termos de conexão para comparar
características entre dois ou mais elementos

• “Quem contra o Rei e a Pátria se alevanta.


Destes arrenegados muitos são
No primeiro esquadrão, que se adianta
Contra irmãos e parentes (caso estranho),
Quais nas guerras civis de Júlio [ e ] Magno” (Estrofe 32)
• “Sentiu Joane a afronta que passava
Nuno, que, como sábio capitão,
Tudo corria e via e a todos dava,
Com presença e palavras, coração.
Qual parida lioa, fera e brava,
Que os filhos, que no ninho sós estão,
Sentiu que, enquanto pasto lhe buscara,
O pastor de Massília lhos furtara,” (Estrofe 36)
►Eufemismo: todo emprego de palavras ou expressões agrádaveis,
em substituição às que tem sentido grosseiro.

• “O tu, Sertório, ó nobre Coriolano,


Catilina, e vós outros dos antigos
Que contra vossas pátrias com profano
Coração vos fizestes inimigos:
E se lá no reino escuro de Sumano
Receberdes gravíssimos castigos,
Dizei-lhe que também dos Portugueses
Alguns tredores houve algüas vezes.” (Estrofe 33)
• “A muitos mandam ver o Estígio lago,
Em cujo corpo a morte e o ferro entrava.
O Mestre morre ali de Santiago,
Que fortìssimamente pelejava; [...]” (Estrofe 40)
►Perífrase: trata-se de uma expressão que designa um ser através de
alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o
celebrizou.

• “Alguns vão maldizendo e blasfemando


Do primeiro que guerra fez no mundo;
Outros a sede dura vão culpando
Do peito cobiçoso e sitibundo,
Que, por tomar o alheio, o miserando
Povo aventura às penas do Profundo,
Deixando tantas mães, tantas esposas,
Sem filhos, sem maridos, desditosas.” (Estrofe 44)
• “Muitos também do vulgo vil, sem nome,
Vão, e também dos nobres, ao Profundo,
Onde o trifauce Cão perpétua fome
Tem das almas que passam deste mundo.
E por que mais aqui se amanse e dome
A soberba do imigo furibundo,
A sublime bandeira Castelhana
Foi derribada òs pés da Lusitana.” (Estrofe 41)
►Apóstrofe: Interrupção do discurso para que o orador ou escritor se dirija
a alguém ou algo;

• “O tu, Sertório, ó nobre Coriolano,


Catilina, e vós outros dos antigos
Que contra vossas pátrias com profano
Coração vos fizestes inimigos:
E se lá no reino escuro de Sumano
Receberdes gravíssimos castigos,
Dizei-lhe que também dos Portugueses
Alguns tredores houve algüas vezes.” (Estrofe 33)
►Sinédoque: caracterizada pela substituição de um termo por outro, ocorrendo
uma redução ou ampliação do sentido desse termo.

• “Muitos também do vulgo vil, sem nome,


Vão, e também dos nobres, ao Profundo,
Onde o trifauce Cão perpétua fome
Tem das almas que passam deste mundo.
E por que mais aqui se amanse e dome
A soberba do imigo furibundo,
A sublime bandeira Castelhana
Foi derribada òs pés da Lusitana.” (Estrofe 41)
• “Já pelo espesso ar os estridentes
Farpões, setas e vários tiros voam;
Debaxo dos pés duros dos ardentes
Cavalos treme a terra, os vales soam.
Espedaçam-se as lanças, e as frequentes
Quedas co as duras armas tudo atroam.
Recrecem os imigos sobre a pouca
Gente do fero Nuno, que os apouca.” (Estrofe 31)
►Enumeração: consiste na sequencialização de várias palavras, sintagmas
ou orações e que tem como propósito uma intensificação do ritmo do
discurso, ou uma acumulação de argumentos, sendo muitas vezes
orientada para uma gradação.

“O campo vai deixando ao vencedor,


Contente de lhe não deixar a vida.
Seguem-no os que ficaram, e o temor
Lhe dá, não pés, mas asas à fugida.
Encobrem no profundo peito a dor
Da morte, da fazenda despendida,
Da mágoa, da desonra e triste nojo
De ver outrem triunfar de seu despojo.”(Estrofe 43)
►Anáfora: é a repetição de uma ou mais palavras no
início de várias frases, criando assim, um efeito de
reforço e de coerência.

►“Encobrem no profundo peito a dor


Da morte, da fazenda despendida,
Da mágoa, da desonra e triste nojo
De ver outrem triunfar de seu despojo.”(Estrofe 43)
►Hipérbole: todo exagero na afirmação constitui uma
hipérbole;
►“Vedes-me aqui, Rei vosso e companheiro,
Que entre as lanças e setas e os arneses
Dos inimigos corro e vou primeiro;
Pelejai, verdadeiros Portugueses! »
Isto disse o magnânimo guerreiro
E, sopesando a lança quatro vezes,
Com força tira; e deste único tiro
Muitos lançaram o último suspiro.” (Estrofe 38)
• Superlativos: o grau superlativo eleva ao máximo uma qualidade;

• “Receberdes gravíssimos castigos,


Dizer-lhe que também os portugueses [...]” (Estrofe 33, verso 6 e 7)

• “Da Ceita está o fortíssimo lião


que cercado se vê dos cavaleiros [...]” (estrofe 34, verso 4 e 5)

• “O mestre morre ali de Santiago,


Que fortissimamente pelejava; [...]” (Estrofe 40, verso 3 e 4)
ESTRUTURAÇÃO
TIPO DE ESTROFE E RIMA
• Oitava:
• A oitava rima tem oito versos decassílabos, com um tipo
de rima nos versos 1, 3, 5; outro tipo de rima nos versos 2,
4,6; um terceiro tipo de rima nos dois versos finais (7 e 8).
• A rimas são cruzadas e emparelhadas:
• Cruzada: é aquela, cujas rimas se sucedem de forma
alternada;
• Emparelhada: é aquela, cujas rimas se dispõem de forma
alterada duas a duas ou três a três;
• “Al/guns/ vão/ mal/di/zen/do e/ blas/fe/man/do A
Do/ pri/mei/ro/ que/ gue/rra/ fez/ no/ mun/do; B
Ou/tros/ a/ se/de/ du/ra/ vão/ cul/pan/do A
Do/ pei/to/ co/bi/ço/so e/ si/ti/bun/do, B
Que,/ por/ to/mar/ o a/lhei/o, o/ mi/se/ran/do A
Po/vo a/vem/tu/ra às/ pe/nas/ do/ Pro/fun/do, B
Dei/xan/do/ tan/tas/ mães,/ tan/tas/ es/po/sas, C
Sem/ fi/lhos,/ sem/ ma/ri/dos,/ des/di/to/sas.” C
(Estrofe 44)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• SACCONI, Luiz Antônio. Novíssima gramática ilustrada
Sacconi. São Paulo: Nova Geração, 2008.
• GOLDSTEIN, Norma. Análise do poema. São Paulo:
Ática, 1988.
• DICIONÁRIO ENCICLOPÉDIDO ILUSTRADO LAROUSSE.
– São Paulo: Larousse do Brasil, 2007.
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Sumano
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Civil_da_Rep%C3%BAblica_Romana
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Quinto_Sert%C3%B3rio
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Caio_M%C3%A1rcio_Coriolano
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Civil_de_Sula
• https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcio_S%C3%A9rgio_Catilina
• http://www.normaculta.com.br/sinedoque/
• https://www.infopedia.pt/$enumeracao
• https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/an%C3%A1fora
• http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil3.php
• http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.php

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