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INTRODUÇÃO
O governo Arthur da Costa e Silva, que durou de 1967 a 1969, se
caracterizou pelo avanço do processo de institucionalização da ditadura. O
que era um regime militar difuso transformou-se numa ditadura que eliminou
o que restava das liberdades públicas e democráticas.
O ano de 1968, "o ano que não acabou", ficou marcado na história mundial e na
do Brasil como um momento de grande contestação da política e dos costumes. O
movimento estudantil celebrizou-se como protesto dos jovens contra a política
tradicional, mas principalmente como demanda por novas liberdades. O
radicalismo jovem pode ser bem expresso no lema "é proibido proibir". Esse
movimento, no Brasil, associou-se a um combate mais organizado contra o regime:
intensificaram-se os protestos mais radicais, especialmente o dos universitários,
contra a ditadura. Por outro lado, a "linha dura" providenciava instrumentos mais
sofisticados e planejava ações mais rigorosas contra a oposição.
A atuação dos movimentos oposicionistas chegou ao auge no
ano de 1968. A Frente Ampla promovia comícios, passeatas e
reuniões e havia ampliado suas bases de apoio conseguindo
adesão até mesmo de setores das Forças Armadas. Por outro
lado, o movimento estudantil começou a se reorganizar.
Além da exigência de retorno à democracia, os estudantes
passaram a se opor à política educacional do governo, que
havia realizado um acordo de cooperação com o governo
norte-americano, conhecido como o acordo MEC-Usaid (siglas
que representam o Ministério da Educação e Cultura brasileiro
em associação com a Agência Norte-Americana para o
Desenvolvimento Internacional).
Os estudantes promoveram inúmeros atos e protestos públicos
contra o que chamavam de interferência dos Estados Unidos no
sistema educacional brasileiro. Em 26 de junho, a UNE promove
a Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, movimento que
representou o auge da atuação do movimento estudantil.
DITADURA
ESCANCARADA
O presidente Costa e Silva reagiu a todas as pressões oposicionistas fechando
o Congresso Nacional e editando o Ato Institucional nº 5 (AI-5). Com a edição
do AI-5, a ditadura militar se institucionalizou. O AI-5 foi o instrumento jurídico
que suspendeu todas as liberdades democráticas e direitos constitucionais,
permitindo que a polícia efetuasse investigações, perseguições e prisões de
cidadãos sem necessidade de mandado judicial.