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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNESP - Campus de Bauru/SP


FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Civil

2151 – CONCRETOS ESPECIAIS

CONCRETO MASSA CONVENCIONAL E


COMPACTADO COM ROLO PARA
BARRAGENS

Prof. Dr. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS BASTOS


(wwwp.feb.unesp.br/pbastos)
1
Fontes Principais:

Selmo Chapira Kuperman, Concreto massa


convencional e compactado com rolo para
barragens. Concreto, Ensino, Pesquisa e
Realizações, São Paulo, Ed. Geraldo Cechella
Isaia, IBRACON, 2005, pp.1259-1295.
JOSÉ MARQUES FILHO. Concreto massa e
compactado com rolo. Concreto: Ciência e
Tecnologia. São Paulo, IBRACON, Ed.
Geraldo Cechella Isaia, 2011, pp.1399-1447.
2
Outra Fonte:

MEHTA, P.K. ; MONTEIRO, P.J.M. Concreto.


Microestrutura, propriedades e materiais.
São Paulo, IBRACON, 2008, 674p.

3
CONCRETO MASSA E COMPACTADO
COM ROLO

INTRODUÇÃO
Histórico
Definição de Concreto Massa: aquele
que, ao ser aplicado numa estrutura,
requer a tomada de precauções que
evitem fissurações derivadas de seu
comportamento térmico.
4
Outras definições:

- aquele que necessita de cuidados


especiais para a minimização dos efeitos
das variações volumétricas e geração de
calor decorrentes da hidratação do
cimento.

5
Outras definições:

- o concreto em uma estrutura maciça;


por exemplo, vigas, pilares, estacas,
comportas ou barragens, onde o volume
é de tal magnitude que requer meios
especiais para combater a geração de
calor e a decorrente mudança de
volume. (Comitê ACI 116).

6
Seus conceitos abrangem todas as obras
de concreto que tenham dimensões de
grande magnitude e/ou a utilização de
consumos de cimento elevados.

7
“Estacas de concreto, pilares, vigas,
paredes e fundações para grandes estru-
turas são muito menores do que uma
barragem de gravidade típica de
concreto. Caso os elementos tenham
vários metros de espessura e forem
feitos de concreto de alta resistência
(alto consumo de cimento), o problema
de fissuração térmica pode ser tão sério
quanto em barragens.” (Mehta e
Monteiro)
8
Na aplicação de grandes volumes de
concreto, a geração autógena de calor
devida às reações químicas de hidra-
tação do cimento, assumem um papel
relativo progressivamente importante
com o aumento das dimensões das
peças de concreto, devendo ser conside-
rada em todos os processos da cadeia
produtiva do concreto.

9
A geração de calor significativa causa
aumento de volume da massa de
concreto, que, ao esfriar, pode gerar
tensões importantes, se existir restrição
ao deslocamento.

Estruturas maciças devem ter as tensões


consideradas, a fim de evitar fissuras,
que podem influir na segurança e
durabilidade.

10
A fissuração depende da diferença entre o
pico máximo de temperatura atingido e a
temperatura ambiente à qual ele atingirá
durante o processo termodinâmico de
resfriamento.
As variações volumétricas do concreto são
função das reações termogênicas do
cimento e outros materiais cimentícios, da
temperatura inicial de lançamento do
concreto, da qualidade e petrografia dos
agregados e das deformações higromé-
tricas do concreto. 11
O controle das variações volumétricas é
feito através da temperatura de lança-
mento, cura com pós-refrigeração, dosa-
gens adequadas, limitação da altura das
camadas e de seus intervalos de
lançamento, e pelo dimensionamento de
juntas de contração, que são comple-
mentadas por dispositivos de vedação.

12
Precauções:
- refinar proporções dos materiais;
- proteger fôrmas e superfícies expostas;
- utilizar agregados com propriedades
térmicas adequadas;
- pré-esfriar os materiais constituintes do
concreto, utilizar gelo;
- colocar o concreto em vários níveis.

13
Histórico
Marco no desenvolvimento da técnica
com controle tecnológico do concreto foi
a barragem Crystal Springs com 46,2 m
de altura na Califórnia, em 1888.

https://en.wikipedia.org/wiki/
Crystal_Springs_Dam
14
Histórico
Barragem Crystal Springs

The Crystal Springs Dam is remarkable because it survived the M7.8


1906 earthquake, yet it's only a hundred yards from the fault. Dam,
it's good!
http://www.rocdoctravel.com/2016/03/the-san-andreas-san-francisco-area.html
15
Histórico
Primeiras aplicações do concreto massa
em barragens (de gravidade) brasileiras,
no início do século XX.
Consumo:
Até 1950: 1 milhão m3
50 a 60: + 2 milhões m3
Anos 60: + 7 milhões m3
Anos 70: + 23 milhões m3

16
Histórico
Itaipu: 750 m3/h
Tucuruí: 500 m3/h

Até 1980: empregava a metodologia do


concreto convencional aplicada ao com-
creto massa para barragens, com
trabalhabilidade e consistência adequa-
das e adensamento com vibradores de
imersão.
17
Concreto massa - Itaipu

http://ademaraigner.blogspot.com.br/2009/01/histriacultura-3.html
18
Concreto massa - Tucuruí

http://www.ebanataw.com.br/roberto/concreto/conc10.htm 19
Histórico
No Brasil, a evolução da tecnologia de
concreto aplicada em barragens teve
grande impulso a partir do final da
década de 50.
Um marco no desenvolvimento técnico
do concreto massa foi a construção da
hidrelétrica de Ilha Solteira.

20
Concreto massa – Ilha Solteira

http://energiainteligenteufjf.com/tag/hidreletrica/page/2/ 21
Histórico
Controle de qualidade rigoroso e várias
inovações, como utilização de cimentos
com baixos teores de álcalis e pozolanas
para combate à reação álcali-agregado,
pozolana obtida a partir de argila
caulinítica, utilização de centrais de
resfriamento e produção de gelo, e
estudos térmicos utilizando ensaios para
caracterização térmica dos materiais,
aplicando o Método dos Elementos
Finitos. 22
Pozolana:
Pozolanas são substâncias naturais ou artifi-
ciais de composição essencialmente silicosa ou
sílico-aluminosa que, por si sós, não possuem
atividade hidráulica, mas quando finamente
moídas reagem com o hidróxido de cálcio na
presença de umidade e à temperatura ambi-
ente para formar compostos com propriedades
ligantes (NBR 12.653/1992).

23
Reação álcalis-agregado (RAA): é um
processo químico onde constituintes
mineralógicos do agregado reagem com
hidróxidos alcalinos (provenientes do
cimento, água, agregados, pozolanas, etc.)
que estão dissolvidos na solução dos poros
do concreto. Como produto da reação
forma-se um gel higroscópico expansivo. A
manifestação da reação álcalis-agregado
pode se dar de várias formas, desde
expansões, movimentações diferenciais nas
estruturas, fissurações e até pipocamentos.
24
Reação álcalis-agregado

http://www.consultoriaeanalise.com/2011/11/reacoes-alcali-agregado.html

25
Reação
álcalis-agregado

http://reconpoxi.goldenbiz.com.br/

26
Na evolução do concreto para utilização
em estruturas de grande porte, surgiu o
conceito de concreto massa, que exigem
medidas para controlar a geração de
calor e a variação de volume decorrente
a fim de minimizar a sua fissuração.

27
Histórico
1986: primeira barragem construída com
“concreto compactado com rolo” – CCR
(135 mil m3 em 110 dias). Testes desde
1976, em partes de barragens.
CCR: concreto de consistência seca que,
no estado fresco pode ser produzido,
transportado, lançado (espalhado) e
compactado com equipamentos empre-
gados em serviços de terraplanagem.
Barragens: uma camada imediatamente
sobre a anterior. 28
Histórico
350 barragens construídas no mundo
com CCR (50 no Brasil).
CCR proporciona rapidez construtiva e
economia.
Diferenças entre “concreto massa com-
vencional” (CMC) e CCR: consistência e
método de adensamento.
CMC: vibradores de imersão;
CCR: passagem de rolo compactador.
29
CCR - Barragem

30
CCR - Barragem

31
CCR - Barragem

32
CCR - Barragem

http://berimbaunoticias.blogspot.com.br/2011/03/foi-lancada-
ha-poucos-dias-ultima-carga.html 33
CCR - Barragem

http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/13/artigo254506-3.asp

34
CCR - Barragem

http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/13/artigo254506-3.asp

35
CCR - Pavimentação

36
CCR - Pavimentação

37
CCR - Pavimentação

38
CCR - Pavimentação

39
CCR - Pavimentação

40
CCR - Pavimentação

41
CCR - Pavimentação

42
CONDICIONANTES
Tipo de concreto massa em uma
barragem depende das necessidade de
projeto e tensões atuantes.
Barramento (barragem de gravidade)
com alturas < 80 m.
- Ilha Solteira: 10 a 15 MPa aos 180 dias,
com 63 kg/m3 de cimento e 21 kg/m3 de
pozolana;
- Itaipu: idades de controle de 90 a 360
dias, de 10 MPa (90 kg/m3 de cimento) a
21 MPa. 43
CONDICIONANTES
Resistências baixas com objetivo de
reduzir o consumo de cimento, para:
minimizar as tensões de origem térmica,
reduzir reações álcalis/agregados e redu-
zir custos.
Outros condicionantes: variações am-
bientais, alturas de camadas, velocidades
de lançamento, temperaturas de lança-
mento, espaçamento de juntas de
contração entre blocos da barragem.
44
MATERIAIS - Cimentos

A minimização do consumo de cimento é


a preocupação dominante do processo
para diminuir os efeitos deletérios e
permitir uma economia de escala no
processo. Para tal o esqueleto granular
deve minimizar os vazios da mistura
através da combinação de agregados de
tamanhos diferentes, dentro dos limites
de manutenção da integridade da massa,
capacidade de manuseio e adensamento.
45
MATERIAIS - Cimentos

O consumo de cimento deve ser mini-


mizado, com preferência para cimentos
que possuam menor geração de calor,
sendo desejáveis cimentos com baixa
relação C3A/SO3 e baixos teores de cal
livre e MgO, limitando-se dentro do
possível as parcelas de aluminato
tricálcico (C3A) e de silicato tricálcico
(C3S).
46
MATERIAIS - Cimentos

A utilização de material pozolânico


adequado , como substituição de parte
do cimento, pode levar à diminuição de
aproximadamente 50 % do calor de
hidratação.
Todos tipos podem ser utilizados em
concretos massa.

47
MATERIAIS - Cimentos

Preferência pelos cimentos de baixo calor


de hidratação (CP IV - Pozolânico) ou de
escória de alto forno (CP III – Alto
forno).

É comum substituição de parte do


cimento por pozolana.

48
Escória de alto-forno:
“Resíduo não metálico da produção de ferro gusa.
Quando resfriada bruscamente (granulada) possui
propriedades aglomerantes.”

http://www.danieli-corus.com/po/iron-granulation.php
49
“A escória líquida é transportada para os
granuladores, que são equipamentos onde ela é
resfriada bruscamente por meio de jatos de água
sob alta pressão. Não havendo tempo suficiente
para formação de cristais, essa escória se granula
"vitrificando" e recebe o nome de Escória Granulada
de Alto-Forno.”

http://www.cst.com.br/produtos/co_produtos/catalogo_pr
odutos/escoria_forno/escoria_granulada.asp
50
“A Escória Granulada de Alto-Forno apresenta-
se, macroscopicamente, com um aspecto de uma
areia grossa, porosa, de fratura vítrea observada
com lupa, com um tamanho máximo do grão, de 5
mm, cor branca amarelada e marrom. A escória bem
granulada é essencialmente amorfa.
A característica mais importante da Escória
Granulada de Alto-Forno é sua capacidade hidráulica
potencial, que permite que, quando moída e em
contato com a água, ela endureça (proprie-dade
cimentante), podendo substituir o clínquer, material
utilizado tradicionalmente na fabricação de cimentos
compostos.”
http://www.cst.com.br/produtos/co_produtos/catalogo_prod
utos/escoria_forno/escoria_granulada.asp
51
CP III – Alto forno (com escória):
Apresenta maior impermeabilidade e durabilidade,
além de baixo calor de hidratação, assim como
alta resistência à expansão devido à reação álcali-
agregado, além de ser resistente a sulfatos. É um
cimento que pode ter aplicação geral em ... mas é
particularmente vantajoso em obras de concreto-
massa, tais como barragens, peças de grandes
dimensões, fundações de máquinas, pilares, obras
em ambientes agressivos, tubos e canaletas para
condução de líquidos agressivos, esgotos e
efluentes industriais, concretos com agregados
reativos, pilares de pontes ou obras submersas,
pavimentação de estradas e pistas de aeroportos. 52
CP III – Alto forno
A adição de escória de alto-forno confere maior
impermeabilidade e durabilidade ao concreto, além de
reduzir o calor de reação e proporcionar maior
resistência química ao produto. É particularmente
vantajoso em obras de barragens, peças de grandes
dimensões, fundações de máquinas, pilares, obras em
ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução
de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais.

http://www.equipedeobra.com.br/construcao- 53
reforma/34/artigo211891-1.asp
CP IV – Pozolânico:
Para obras correntes, sob a forma de argamassa,
concreto simples, armado e protendido, elementos
pré-moldados e artefatos de cimento. É
especialmente indicado em obras expostas à ação
de água corrente e ambientes agressivos. O
concreto feito com este produto se torna mais
impermeável, mais durável, apresentando resis-
tência mecânica à compressão superior à do
concreto feito com Cimento Portland Comum, a
idades avançadas. Apresenta características
particulares que favorecem sua aplicação em
casos de grande volume de concreto devido ao
baixo calor de hidratação. 54
CP IV – Pozolânico
Com adição de pozolanas (cinzas volantes), é indicado
para argamassas, concretos simples, armado e
protendido, elementos pré-moldados e artefatos de
cimento, além de obras expostas à ação de água e
ambientes agressivos. Em casos de grande volume de
concreto também oferece baixo calor de reação.

http://www.equipedeobra.com.br/construcao-
reforma/34/artigo211891-1.asp 55
MATERIAIS - Agregados

Pode atingir 90 % do volume total do


concreto massa.
“Nas misturas de concreto para
barragens, todos os métodos possíveis
para reduzir a quantidade de água que
possam permitir uma redução corres-
pondente no consumo de cimento
(mantendo uma relação água/cimento
constante), devem ser explorados.”
(Mehta e Monteiro)
56
MATERIAIS - Agregados

“Sob esse aspecto, os dois métodos mais


efetivos em termos de custo são a maior
quantidade possível de agregado graúdo
e a seleção de dois ou mais grupos
individuais de dimensão de agregado
graúdo que devem ser combinados para
produzir uma graduação máxima em
termos de massa específica (teor mínimo
de vazio).” (Mehta e Monteiro)
57
MATERIAIS - Agregados

Em concretos de baixas resistências,


quanto maior a dimensão máxima dos
agregados graúdos utilizados, menor
será o consumo de areia para manter a
trabalhabilidade e resistência especifi-
cada e, como consequência, serão
menores os consumos de água e de
cimento.

58
MATERIAIS - Agregados

A figura seguinte mostra que, para uma


determinada relação água/cimento e
uma dada consistência, à medida que a
dimensão máxima do agregado é
aumentada, tanto a água quanto os
consumos de cimento são reduzidos.
(Mehta e Monteiro)

59
MATERIAIS - Agregados

60
MATERIAIS - Agregados

Portanto, o aumento da dimensão


máxima do agregado graúdo diminui o
consumo de cimento dos concretos
massa, e em consequência diminui os
consumos de água e o teor de areia
utilizados.

61
MATERIAIS - Agregados

“Além da maior dimensão do agregado, a


determinação do consumo de água deve
se basear na maior consistência possível
de concreto fresco que possa ser mis-
turado, lançado e compactado adequa-
damente. Tipicamente, abatimentos de
concreto massa em estruturas não-
armadas são da ordem de 25  12 mm.”
(Mehta e Monteiro)
62
MATERIAIS - Agregados

Vantajosa a adoção de faixas granulomé-


tricas diferentes das indicadas na NBR
7211/05 (Agregado para concreto –
Especificação).

Utilização de agregados com dmáx de até


152 mm.

63
MATERIAIS – Agregados para concreto
massa convencional
Mistura de 19, 38, 76 e 152 mm.
Vantagens econômicas: 25, 50 e 100
mm.
Motivo: economia de cimento devido à
diminuição de vazios para uma distribui-
ção granulométrica adequada.
Agregados graúdos: devem possuir mas-
sa específica adequada (2,65 t/m3 em
média) e baixa absorção. 64
MATERIAIS – Agregados para concreto
massa convencional

Agregados miúdos: composições granu-


lométricas visando melhores característi-
cas dos concretos com menor consumo
de cimento.
Em barragens, utilização de misturas dos
agregados naturais e de britagem (das
rochas escavadas).

65
MATERIAIS - Agregados para concreto
massa convencional
Cuidados especiais com a reação álcali-
agregado (RAA). Todos os agregados
são reativos, até que se prove o
contrário.

Uso de materiais pozolânicos (pozolanas,


sílica ativa) podem neutralizar a reação.

66
MATERIAIS – Agregados para CCR
Agregados que não atendem especifica-
ções podem ser aplicados com sucesso.
Utilização de materiais próximos à obra.
Dmáx = 38, 50 mm.

No caso de barragens de gravidade,


busca-se a máxima massa específica,
com o menor volume de vazios possível.

67
MATERIAIS - Agregados para CCR
Utilização de finos para preencher
vazios, reduzir permeabilidade, aumentar
coesão, e melhorar concreto endurecido.

Exemplos de finos: material pulverulen-


to (material gerado durante o processo
de trituração de rochas para a produção
de brita), material pulverizado artificial-
mente, materiais pozolânicos, escória
alto-forno moída, silte.
68
MATERIAIS - Adições
Materiais pozolânicos: cinza volante, pozo-
lanas artificiais (argila calcinada moída),
escória de alto-forno moída, metacaulim,
sílica ativa.
Metacaulim: é constituído basicamente de
sílica (SiO) e alumina (Al2O3) na fase
amorfa, capaz de reagir com o hidróxido de
cálcio Ca(OH) gerado durante a hidratação
do cimento Portland, formando produtos
hidratados similares aos decorrentes da
hidratação direta do clinquer Portland. 69
MATERIAIS - Adições
Obtenção do metacaulim:
- método tradicional: calcinação em forno rotativo. A
argila é introduzida sob a forma de esferas e é
calcinada durante 5 horas a 750° C. As esferas de
caulim são transformadas em esferas de metacaulim
por uma perda de água estrutural, e então são
moídas. Há uma grande desgaste, e alto consumo de
energia.
- método Flash: A argila de caulim é moída e as
partículas finas são calcinadas em poucos segundos.
Este método, associado com a reciclagem de energia,
utiliza cerca de 40 % da energia consumida no método
tradicional. Também resulta em vantagens técnicas
significativas no produto final. 70
http://terravivasustentabilidade.com.br/2014-06-16-18-26-32/o-que-e
MATERIAIS - Adições
Cinza volante: “material finamente
particulado proveniente da queima de
carvão pulverizado em usinas termoelé-
tricas, com o objetivo de gerar energia”.

71
MATERIAIS - Adições
Cinza volante: Itaipu (10 a 22 %),
Itumbiara (15 a 30 %).

Utilização de cimentos pozolânicos


eliminou aplicação desses materiais na
betoneira.

72
MATERIAIS - Aditivos
Concreto massa: incorporadores de ar,
redutores de água e retardadores de
pega.
Finalidade: garantir boa trabalhabilidade,
reduzir quantidade de água e cimento.
CCR: retardador de pega, para camada
inferior receber camada superior, visan-
do garantir aderência entre ambas.

73
MATERIAIS - Aditivos
Concretos massa com teores de
aglomerante de 100 e 150 kg/m3 se
mostraram ásperas e difíceis de
manusear.

A utilização de aditivo incorporador de ar


permitiu a diminuição do consumo de
água pela melhora da trabalhabilidade
que o aditivo proporciona.

74
MATERIAIS - Aditivos
Incorporador de ar

75
PRODUÇÃO, TRANSPORTE E
LANÇAMENTO
Concreto Massa Convencional

Controle eficiente das dosagens. Exis-


tência de silos, balanças, etc.
Pode ser fornecido por empresas ou pela
central instalada no canteiro de obras.
Dimensionar o número de betoneiras em
função do tempo de mistura, carga,
descarga e cronograma construtivo.
76
PRODUÇÃO, TRANSPORTE E
LANÇAMENTO
Concreto Massa Convencional
A betoneira é função do concreto,
principalmente dmáx do agregado.
Tempo máximo de transporte: 45 min,
para não ocorrer perda de trabalhabi-
lidade.
Tipos: caçambas, caminhões, monovias,
etc.
77
78
PRODUÇÃO, TRANSPORTE E
LANÇAMENTO
CCR
A capacidade de produção e transporte
limita a execução.
Sem aditivo retardador de pega: lança-
mento em 15 min, espalhamento em 15
min, compactação em 15 min.
Existem equipamentos para produzir,
transportar e lançar mais de 500 m3/h.
79
ADENSAMENTO

Concreto massa convencional: uso de


vibradores de imersão, com diâmetro
variável de 90 a 150 mm.

Visa assegurar melhor qualidade e


estanqueidade do concreto. Deve
“costurar” as camadas.

80
ADENSAMENTO
Concreto massa convencional (Itaipu)

81
ADENSAMENTO
Concreto massa convencional (Itaipu)

82
ADENSAMENTO

CCR: sucessivas passagens de rolo


vibratório. Depende da altura da camada
e da consistência do concreto. Necessário
fazer ensaios prévios reais para definir
número de passadas (vibratório ou
estático).

83
ADENSAMENTO
CCR

84
ADENSAMENTO
CCR

85
CURA

É fundamental para se atingir a quali-


dade esperada para o concreto.
Alta área de contato com ar favorece
evaporação e retração por secagem,
podendo prejudicar a aderência entre
camadas sucessivas.
Aplicar água para a cura (diversas
formas possíveis).
Iniciar com o concreto rijo, máximo de
dias possíveis (21 dias). 86
REFRIGERAÇÃO DO CONCRETO

Sistemas para concreto massa: pré-


resfriamento e pós-resfriamento.

Estudos de tensões de origem térmica para


definir nível de refrigeração. Níveis dife-
rentes nas barragens brasileiras.

As propriedades térmicas do concreto


devem ser determinadas, com ensaios do
coeficiente de dilatação térmica do concreto
e de elevação adiabática de temperatura. 87
REFRIGERAÇÃO DO CONCRETO

Pré-resfriamento: refrigeração dos agre-


gados graúdos, água gelada e escamas
de gelo.

Pós-resfriamento: através de passagem


de água por tubulação embutida no
concreto, para permitir a diminuição do
gradiente de temperatura.

88
REFRIGERAÇÃO DO CONCRETO

Controle da temperatura de lançamento


é um fator de controle que pode permitir
a diminuição do pico final de tempera-
tura no maciço de concreto. A utilização
de pré-refrigeração do concreto permite
que se controle a temperatura de
lançamento.

89
Concreto massa refrigerado - Barragem

http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/tecnologia-reduz-tempo-de- 90
construcao-de-usinas/
REFRIGERAÇÃO DO CONCRETO

Para concreto massa com 7 graus:


refrigerar agregados graúdos, uso de
gelo em escamas e água gelada.
Sem agregados refrigerados: 16, 18
graus.
Ajuda evitar fissuras devido à temperatu-
ra, e possibilita a redução do cimento:
0,3 % para cada grau.
CCR não se faz refrigeração devido baixo
consumo de cimento (80 kg/m3). 91
CAMADAS DE CONCRETAGEM

Camadas de concreto massa: juntas de


concretagem.
Devem ser tratadas para garantir imper-
meabilidade e aderência.
Remoção criteriosa da película de
exsudação é fundamental.
Para concretos não refrigerados camadas
com 1 m espessura máxima, e 2,5 m
para refrigerados, com subcamadas de
50 cm (para possibilitar penetr. agulha). 92
CAMADAS DE CONCRETAGEM

Camadas de concreto massa (Itaipu)

93
CAMADAS DE CONCRETAGEM

Intervalos de lançamento variável de 5 a


15 dias.
Tratamento das juntas: jato de água
com alta pressão (40 MPa), “corte verde”
– jateamento com água a baixa pressão
(7 MPa) na superfície após o fim da
pega.
Argamassa de ligação só quando nada
for feito.
94
CAMADAS DE CONCRETAGEM
CCR: poderia ter camadas contínuas,
sem interrupções.
No Brasil, camadas de 30 cm até atingir
2 a 2,5 m (altura da fôrma). Novas
camadas após 3 a 7 dias.
Ênfase na limpeza e preparação das
juntas (ponto fraco da estrutura).
Comum lançamento de argamassa com 2
cm de espessura; pode também camada
de concreto (“concreto de berço”) ou
calda de cimento. 95
JUNTAS DE CONTRAÇÃO
As barragens de concreto são separadas
em blocos por juntas de contração.

Visa controlar as alterações dimensionais


causadas pelas variações térmicas dos
concretos (restringidas pela aderência da
estrutura às fundações), inibindo a
fissuração.

96
JUNTAS DE CONTRAÇÃO
Dimensões dos blocos entre 15 e 40 m,
sendo 20 e 30 m a maioria, tanto para
concreto massa convencional quanto
CCR.

Juntas de contração: uso de plástico (no


CCR), madeira, própria fôrma (delimita
os blocos de CMC).

97
CAMADAS DE CONCRETAGEM

Junta de contração

98
CONTROLE DE QUALIDADE
É fundamental devido aos grandes
volumes de concreto lançados (2.000 a
15.000 m3/dia).

Verificações rotineiras seguindo padrões


pré-estabelecidos para cada obra. Todas
as fases, desde os materiais até o
acabamento do concreto massa.

99
OBRAS EMBLEMÁTICAS
Usina de Ilha Solteira
Usina de Itaipu
Usina de Tucuruí
Barragem Saco de Nova Olinda
Barragem do Jordão
Usina de Lajeado

100

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